Fita Azul escrita por Helly Nivoeh


Capítulo 24
O melhor pior encontro


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoinhas!
Aproveitando esse último dia do ano para postar! Eu ia postar no natal, mas tenho visitas em casa há três semanas, conseguir privacidade suficiente para postar está se tornando quase um milagre, ainda mais para escrever, respondeu comentários e mensagens! Me desculpem, mas priorizo minha família e prefiro atrasar um pouco as coisas.
Enfim, espero que você gostem!
E aviso que há links do polyvore!

Recapitulando:
Nico começou a trabalhar para Silena na academia Beauregard;
Lá conheceu Calipso, que a chamou para sair.
No mesmo dia do encontro, Thalia esperava encontrá-lo na casa de seu tio, Poseidon. E ela ficou um pouco tristinha de não encontrá-lo lá, principalmente ao saber que ele estava saindo com outra.
RELEMBRANDO QUE:
NICO DI ANGELO É SOLTEIRO;
Assim, ele pode sair com quem ele quiser. Ele perguntou ao Jason se os encontros eram reais e acredita que não. De qualquer forma, não há nenhum vínculo definido com a Thalia, o que faz dele SOLTEIRO. Não faz sentido xingar ele e, tampouco a Calipso. Mantenham isso em mente, crianças.

Ademais, boa leitura!



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Thalia deveria ganhar um prêmio pelos sorrisos falsos e pelo autocontrole. Já havia perdido a conta de quantos sobrenomes tradicionais e altas profissões havia ouvido, quando conseguiu se livrar do pai, aproveitando que ele havia entrado numa conversa animada sobre os lucros da aeroplanos.

— Que cara é essa, Thalia Grace? — Uma voz despertou os pensamentos de Thalia. Ela se virou e encontrou Silena, sorrindo debochada.

— Lena! — Thalia saudou, abraçou a amiga, feliz por encontrar um rosto conhecido. — Você está linda!

— Quando não estou?! — A morena retrucou, sorrindo travessa e colocando as mãos da cintura em uma pose. Silena conseguia usar um vestido colado e saltos finos, sem parecer nada desconfortável. Ou que levava um bebê em seu ventre. — E hoje você também não está nada mal. A única coisa que estraga é essa cara fechada: diga logo o que aconteceu!

— Por que a pergunta? — Thalia tentou se fazer de desentendida.

— Você está com aquela cara de chateada feat entediada! A última vez, nós duas fomos suspensas depois de roubar as roupas de Ethan.

— Oh, é mesmo. — A Grace riu, lembrando-se das travessuras da adolescência. — O que ele me fez mesmo?

— Você achou várias fotos de garotas nuas, lembra? E ele disse que elas eram mais gostosas que você.

— Ah, sim. E ele disse que meus peitos não eram tão grandes quanto os seus.

— Nunca vou me esquecer de você entrando no vestiário masculino e tirando fotos dele pelado, enquanto eu e Bianca fugiamos com as roupas. — Silena balançou a cabeça, sorrindo com a lembrança.

— Ainda não acredito que ela se safou! — Thalia exclamou, cruzando os braços sobre os seios. Uma súbita saudade da antiga amiga brotou, a mais persuasiva e com semblante inocente das três, mas que não deixava de aprontar.

— Ah, você sabe: ela piscava aqueles olhinhos negros como um filhotinho e todos acreditava que era inocente!

— Tudo bem, teve vezes que você se safou e eu também, dava pra equilibrar. — Thalia deu de ombros, pensando em como várias vezes elas haviam se safado de punições e, até mesmo, conseguindo um castigo menor do que merecido.

— Agora me conta: as roupas de quem vai roubar. — Silena entoou, apertando os olhos e deixando claro que não sairia dali sem uma resposta.

— Ninguém! — Thalia mentiu, um tom mais alto que o normal.

— Você está chateada!

— Não estou!

— Ok! Não está mais aqui quem falou! — A Beauregard suspirou, levantando as mãos em rendição, mas seus olhos deixavam claro que só mudaria de estratégia. Pintados em um tom nude, seus lábios se curvaram em um sorriso malicioso, abaixando o tom e se aproximando da amiga para sussurrar; — Agora me conta: Já descobriu o que os italianos fazem de melhor?

— Pizza? — Thalia ergueu a sobrancelha, com um sorriso de chacota.

— Ah, vamos, Leah! Não me diga que lasanha foi a única coisa de Nico que você colocou na boca!

— Que boca suja, Lena! — A Grace exclamou, rindo nostálgica das conversas com Silena que sempre seguiam para o rumo malicioso. — Tenho dó dessa criança no seu ventre!

— Ah, fala pra mim que você já viu aquela bundinha empinada de Nico nua! — Silena pediu, o sorriso debochado deixando claro que iria insistir no assunto. Thalia suspirou, negando com a cabeça tentada a mudar de assunto, contudo, decidiu ceder, dando um sorriso leve:

— Só de cueca, mas foi um acidente. Não está acontecendo nada entre a gente.

— Aham, acredito. — Silena rebateu sarcástica.  

— É sério.

— Eu sei. — Silena deu de ombros, sorrindo cúmplice: — De tanto é que ele está num encontro.

— Como sabe disso? — Thalia exclamou, arregalando os olhos surpresa.

— Eu sempre fui a rainha das fofocas! Esqueceu?!

— Então pronto. — A Grace rebateu, apertando os olhos e cruzando os braços mais apertado. — Sabe que entre eu e Nico só tem amizade.

— Oh meu Deus! Eu vivi pra ver o dia que Thalia Grace estaria caidinha por alguém! E na friendzone!

— Não estou! — Thalia rebateu, o tom irritado.

— Está sim!

— Você está louca, Silena Beauregard!

Silena pareceu que ia retrucar, mas foi interrompida pela mãe, acompanhada por um homem loiro e bonito. Thalia demorou um tempo para reconhecer o doutor Apolo Solace, o pediatra mais bonito de smoking que havia visto.

— Desculpem atrapalhar! — A senhora Beauregard sorriu. — Mas preciso raptar Silena um minutinho… Estão querendo abrir uma nova academia de dança na cidade e achei que você pudesse se interessar, Silly.

— Mas é claro! Um concorrente novo pra mim? Preciso saber tudo! — Silena rebateu, colocando a taça de suco na mão de Thalia.  — E você, Thalia Grace, não saia daí! Eu não vou te deixar em paz até admitir que está caidinha por Nico di Angelo!

— Eu não estou! — Thalia rebateu, sentindo o rosto esquentar com o olhar da mãe de Silena e do médico que a acompanhava, principalmente quando este ergueu a sobrancelha com um sorriso malicioso.

Silena não se deu ao trabalho de responder, virando as costas, caminhando confiante para onde a mãe e o doutor indicavam.

Thalia demorou um minuto para se lembrar de que o médico, Apolo, não era apenas pediatra de Hazel, como também o pai de Will Solace, o melhor amigo de Nico. Oh, céus! Thalia queria que o chão se abrisse sob seus pés!

(...)

Nico tinha que admitir que, boa parte dele, estava preocupado com o encontro. E se o assunto acabasse? E se Calipso não gostasse do restaurante? E se desse problema no cartão quando fosse pagar a conta?! Seu cérebro parecia que ia fritar.

Mas, assim que a garota entrou no restaurante toda sorridente, ele sentiu que podia relaxar.

— Confesso que já vim aqui e adoro a comida! — Calipso contou logo depois de pedirem os pratos, balançando os cabelos castanhos. Ela parecia em sintonia com as paredes beges do restaurante, assim como o clima quente e acolhedor, com uma quantidade mediana de pessoas ocupando as mesas separadas o suficiente para lhes dar privacidade enquanto conversavam. Era o local perfeito para um primeiro encontro, principalmente com o pianista tocando suavemente uma música doce e encantadora.

O local não era luxuoso e ocupado pela alta sociedade, haviam casais em algumas mesas, ou famílias inteiras, ou, até mesmo, amigos festejando. Calipso parecia completamente confortável com um vestido simples de alcinha cor-de-rosa claro. Mesmo com os saltos, ela tinha uma beleza que a fazia parecer de delicada e confortável, e seu rosto parecia praticamente despido de maquiagem, salvo o batom rosa claro e o delineador marrom que ressaltava os olhos castanhos luminosos. Algo completamente o oposto de Thalia Grace, mas Nico tinha que admitir que ela era linda também.

— É um dos meus restaurante favoritos, também.

— Eu não diria meu favorito porque conheço alguns em que você pode dançar: — Calipso sorriu, olhando-o nos olhos. — Não tenho culpa se meus instintos se atraem mais pela energia do que pela comida!

— Adoraria conhecer algum. — Nico sorriu de canto, algo entre tímido e malicioso. — Talvez você possa me apresentar.

— Achei que tivesse ficado implícito. — Calipso retribuiu o sorriso, alcançando a taça de vinho.

Agradável. Envolvente. Confortável. Nico definiria o encontro assim: os assuntos, na maior parte do tempo girando ao redor de dança, pareciam infindáveis. As histórias sobre péssimas apresentações e erros terríveis ao longo do tempo os divertindo, cada conto sobre as estripolias de quando eram crianças provocando gargalhadas.

A comida também era tão deliciosa quanto o riso da garota, o vinho que acompanhava, escolhido pelo Di Angelo, parecia deixá-los mais envolvidos o tempo todo. Nico não se lembrava há quanto tempo se sentia tão relaxado conversando com alguém, era a mesma leveza que compartilhava com Jason ou Will.

— Não acredito que você foi um floco de neve! — Calipso riu enquanto contavam sobre as constrangedoras peças escolares de quando eram crianças.

— Antes de subir ao palco, eu tive a brilhante ideia de ir explorar o teatro. — Nic continuou a história, olhando-a nos olhos. — Minha mãe me encontrou dez minutos depois completamente sujo, parecia que tinha rolado na terra. A diretora da peça ficou histérica.

— Meu Deus! Como você conseguiu isso?!

— Até hoje não sei! Mas, apresentei assim mesmo: quando perguntavam porque eu estava sujo eu respondia que era a poluição. No final, acabei conscientizando algumas crianças sobre porque não podemos cortar árvores!

— Você parecia uma criança terrível! — Calipso riu, balançando a cabeça em negação e alcançando a taça de vinho novamente.

— Você nem faz ideia! — O italiano confirmou. — Minha mãe ficava histéricas todas as vezes que eu quebrava um braço ou tinha que levar pontos. Acho que nem precisava mais preencher os papéis do convênio médico de tanto que me viam ali!

— Agora você entende tanta preocupação? — A garota questionou, curiosa sobre o assunto. — Com sua filha?

— Hazel é um anjo, enfim alguém que faz jus ao sobrenome. — Nico riu, suspirando ao pensar na filha. — Nunca quebrou um braço e sempre escuta quando digo “não”. Mas é só dizer que está com dor na garganta que entro em pânico! É mais forte que eu, pode ser um simples machucado no joelho, mas sempre dói meu coração ver ela chorar.

— Você fala com tanto amor nela. É encantador isso.

— Hazel foi a melhor coisa que me aconteceu. — O di Angelo sorriu amoroso, pensando na garotinha que era sua razão de viver. — As vezes é assustador,  eu penso se um dia vou acordar e ela vai me dizer que eu não fui suficiente… Eu tenho medo disso.

— Pelo jeito que você descreve a relação de vocês vejo que isso nunca vai acontecer.

— Acho que é o medo que todos os pais tem. — Nico suspirou, percebendo que falava muito sobre si e precisava mudar um pouco o foco do assunto. Afinal, ele não conhecia muito sobre Calipso. — E os seus pais? Você nunca fala neles.

— Não há muito o que dizer. — A garota deu de ombros, deixando a taça com um olhar pesaroso. — Nesse caso sou o contrário de você e Hazel, eu e meu pai discutimos todos os dias. Minha mãe sempre tenta ficar neutra ou ficar do lado dele, mas minhas irmãs se declaram minhas inimigas. Bem confuso e complicado, a cada dia que se passa, mais vejo que preciso sair dali.

— Por que não sai? — Nico perguntou, curioso. Calipso parecia ter por volta da sua idade e ganhava bem na Academia Beauregard, não fazia sentido continuar sofrendo na casa dos pais.

— Minha mãe. — Calipso suspirou, melancólica. — Não posso contar com minhas irmãs para ajudar e não confio no meio pai. Sabe aquele cara que acha que a mulher é propriedade e não tem coragem de lavar o prato que come? Faz da minha mãe empregada, sequer deixa ela trabalhar fora.

— Nossa, Cally, sinto muito.

— Desculpe falar disso, sempre que falo da minha família acabo ficando mal humorado. — Ela balançou a cabeça, dissipando os pensamentos. — Mas, e você? Me conte sobre os Di Angelo.

— Não há muito. Também não me dou muito certo com minha irmã e meu pai praticamente só vive na Itália. Somos apenas Hazel e eu a maior parte do tempo. Eu até gosto disso, mas tenho que admitir que ser pai solteiro as vezes é difícil. Não sei quantos tutoriais tive que ver no Youtube para aprender como fazer trancinhas e ainda não consegui!

— Eu preciso conhecer essa menina! — Calipso riu, afastando um pouco o corpo quando o garçom recolheu o prato já vazio. Pediram a sobremesa, querendo prolongar o encontro, quando a garota perguntou: — Tem alguma foto dela? Você está me deixando curiosa sobre sua filha.

— Claro! — Nico sorriu, já pegando o celular no bolso.

Ele franziu a testa ao ver que haviam várias mensagens do seu pai e uma de Jason. Como a última mensagem do pai era “use camisinha”, decidiu ver a de Jason.

Na verdade, sequer era um texto e sim uma foto, que Nico não conteve o sorriso ao abrir. Nela estavam Thalia, com os incríveis olhos azuis ressaltadas por maquiagem e sorrindo encantadora, Dimitri, em um terno que o deixava o equilíbrio entre sério e fofo; e Hazel com o cachinhos maravilhosos contra o vestido dourado..

Eles sorriam no meio de um playground, parecendo felizes. Na legenda da foto estava escrito: Você está perdendo toda a diversão.

Uma segunda foto foi enviada, nessa estava só Thalia de perfil, um vestido longo azul claro delineando o corpo recostado em banco, admirando as crianças à frente. Ela estava linda.

— Então, quem é a garota? — Calipso perguntou sorrindo de lado, fazendo Nico empalidecer.

— Garota? — Ele gaguejou, incriminando-se, mas Calipso só riu.

— Você ficou encarando o celular com um sorrisinho bobo. Não acho que seja só por sua filha. Sem falar de ontem, claro.

— Ontem?

— Antes de sairmos. Você ficou vermelho com uma mensagem que recebeu, mas continuou sorrindo. — Calipso apontou e Nico ficou sem fala, abrindo e fechando a boca sem saber o que responder, lembrando-se dos flertes que Thalia havia lhe enviado por mensagem. — Alguma namorada?

— Não. — Nico engoliu em seco. — Nós não estamos juntos.

— Então só saem? — Calipso ergueu a sobrancelha, cruzando os braços ao fitá-lo.

— Não, não exatamente. — O italiano suspirou, olhando para suas mãos um tanto envergonhado. — Sei que é estranho, mas nós saímos e não saímos. Nossos filhos inventaram um noivado… Então levamos eles para se encontrarem. É só isso.

— Mas você gosta dela? — A dançarina perguntou, erguendo as sobrancelhas.

— Não é um encontro de verdade. — Nico se defendeu, parecendo mais culpado ainda.

— Você gosta mesmo dela! — Calipso riu, divertindo-se. — Só não entendeu porque me chamou pra sair!

— Porque eu gosto de você. — ele justificou, olhando-a nos olhos, mesmo que seu rosto estivesse queimando. — Pensei que valeria à pena tentar.

—  Você ainda pensa?

Nico abriu e fechou a boca, sem saber o que responder.

Ali estava uma garota incrível, bonita e engraçada, que o fazia se sentir calmo e bem. Que não fazia piadas de suas referências nerds e nem perguntas indiscretas sobre Hazel. Uma garota com quem era fácil conversar, com quem vivia várias horas por dia e que não o fazia surtar a cada frase. Que não fazia seu pulso acelerar e seu cérebro derreter, alguém que não o deixava ansioso.

Apesar da família dela, parecia fácil seguir aquele caminho, ter encontros quando estavam de folga, dançar até o dia nascer, rir acompanhado de champagne. Além do mais, Nico poderia ver claramente que ela gostava de crianças e daria certo com Hazel. Continuar saindo, ter um relacionamento com Calipso era fácil.

Ele se lembrou do primeiro encontro com Thalia, quando falavam sobre quererem um amor, um relacionamento com alguém que os escolhesse. Ele havia dito que queria também ser escolhido por alguém, mas também queria algo que envolvesse seu coração.

Ele já havia se apaixonado antes, não tão forte quanto lia nos livros, mas ele ainda se lembrava do coração acelerado, das borboletas no estômago cada vez que pensava em quem gostava, da dor quando seu sorriso não era respondido. Contudo, também se lembrava da alegria que tomava seu corpo a cada pequeno gesto, cada vez que uma palavra lhe era dirigida ele se sentia no céu. Estar apaixonado era uma montanha russa, mas ele sempre gostou de parques de diversão.

E, ao pensar em como Thalia o deixava, ele começava a perceber que estava se aproximando do carrinho que o levaria aos altos e baixos.

— Tudo bem. — Calipso sorriu novamente percebendo que ele não responderia com palavras, mas a falta de palavras e a expressão assustada deixando bem claro a resposta. — Se você gosta dela, chame ela pra sair, agora. Sem crianças, sem indecisões e sem tanto perfume!

Nico a olhou chocado, sem fala quando ela começou a gargalhar.

— Você não está chateada?!

— Claro que não! Encontros são para você descobrir se vai dar ou não certo com alguém: acho que já tivemos nossa resposta! — Ela justificou, piscando os olhos castanhos. —  Por mais que você seja legal e dance muito bem, podemos ser amigos. Ainda que eu queira pegar na sua bunda cada vez que você rebola, claro!

— Você é incrível, Cally.

— Eu sei, escuto muito isso!

— Posso fazer só mais uma pergunta quanto à isso?! — Nico perguntou, abaixando o tom.

— À vontade.

— Qual o problema do meu perfume?!

— Qual o problema?! Querido, você tomou banho com ele hoje, por acaso? Escute meu conselho: menos, é mais!

Nico riu, sem saber como retrucar. O celular vibrou novamente, chamando sua atenção. Ele olhou para Calipso, tentando ignorar, afinal, ainda que tivesse acabado de ser colocado na friendzone, não era de bom tom passar o tempo todo no celular. Contudo, ela apenas balançou a cabeça, com aquele sorriso acolhedor e meio malicioso:

— Vá em frente: abra a mensagem.

— Já disse que você é demais?!

Ele não perdeu tempo: digitou a senha no celular e logo abriu a nova mensagem de Jason, novamente uma foto, novamente de Thalia.

Contudo, nessa não havia pose ou qualquer ar de modelo: Ela apertava Hazel no colo em um abraço, dando um beijo na bochecha da menina, que parecia gargalhar sem ver a foto. O contraste do azul celeste do vestido de Thalia e o amarelo de Hazel o lembrava do céu em dias de primavera, quando era criança e fazia piqueniques com os pais, um de seus momentos favoritos. Aquela pequena foto parecia aquecer seu coração, provocando-lhe um sorriso e o leve aumento dos batimentos cardíacos. Ele conhecia aquela sensação um tanto quanto esquecida…

— É oficial: — Calipso falou, tirando apenas parte de sua atenção. — Você precisa chamar essa garota pra sair.

(...)

— Então, ainda negando seu crush por Nico? — Silena questionou, voltando com duas taças de suco de laranja e estendeu para Thalia.

— Ele está saindo com alguém. — A Grace retrucou, observando Dimitri e Hazel brincando com Tyson, o priminho de Thalia.

Silena revirou os olhos e apenas recitou:

— E se eu dissesse que o encontro foi um desastre? — Foi o suficiente para atrair a atenção da Grace. Silena deu um sorriso vencedor e continuou, em um tom como de quem comenta sobre o tempo. — Assim, bem triste pela garota, mas fazer o que se shippo vocês dois?!

— Como sabe disso? — Thalia questionou, estreitando os olhos. Silena apenas destravou o celular e recitou as mensagens:

— “Nico é bem legal. Teria sido perfeito, se ele não tivesse caidinho por outra.”. Hum… quem será essa outra?!

— Pode ser qualquer uma. — Thalia deu de ombros, mas havia um claro sorriso em seus lábios.

— E desde quando você se deixou ser qualquer uma?!  — Silena revidou, revirando os olhos. — Você pode até dar uma de santa e ter deixado o passado pra trás, mas não deixa sua intuição de lado. Você está gostando de Nico sim. Não seja boba de ficar esperando outras chamando ele pra sair.

— Quando foi que Silena Beauregard se tornou tão sábia? — A Grace retrucou, mesmo com a certeza de que levaria o conselho a sério.

— E eu nunca fui?! — A outra retrucou, depositando a taça na bandeja de um garçom que passava. — Mas, talvez tenha aprendido um pouco sobre compromissos com Charles. Falando nisso… Acho que vou atrás do meu amor tirá-lo para dançar.

Silena sorriu maliciosamente para Thalia, sibilando em seguida:

— E, se você ainda for esperta, sugiro que não demore a fazer o mesmo com o seu.

 


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Notas finais do capítulo

Será que a Thalia vai seguir o conselho? (aquela carinha).
Pois é, a Calipso é muito legal, não acham? Lembrando que esse capítulo foi escrito há meses e eu apenas o preenchi e editei recentemente. Então, não leva em consideração aos últimos comentários de vocês porque foi escrito antes de eu recebê-los.
Enfim... Eu quero agradecer por todo o apoio que me deram até aqui, foi essencial e eu só tenho a dizer que amo cada palavra, cada gesto que fizeram para demonstrar que estavam aqui e sem vocês Fita Azul não existiria. Obrigada de verdade!
E espero que em 2018 continuemos assim e aqui! Só que, com um pouco mais de romance, beijos e momentos fofos, não é mesmo?!
Aliás, como vocês planejam virar o ano? Confesso que os meus planos são cobertores, sessão de filmes com a família e muuuuita batata-frita! Enfim, vou lá começar eles e, mais uma vez, obrigada por estarem aqui!