Fita Azul escrita por Helly Nivoeh


Capítulo 12
Sobre alianças, encontros e amores


Notas iniciais do capítulo

Hey pessoinhas!
Me perdoe a demora!
Sei que não é exatamente um capítulo animado, mas espero que se divirtam!
Boa leitura!



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— Quer o número dele? — Jason perguntou logo depois que os amigos saíram.

— O que? — Thalia se fez de desentendida, concentrada na xícara de café.

— Você me ouviu muito bem, irmãzinha. — O Grace mais novo sorriu provocativo e Thalia ponderou jogar a xícara em cima dele, mas isso significaria que ela teria que limpar, então se contentou em continuar como desentendida.

— Você também ouviu irmãozinho, ele gosta da mesma fruta que eu.

— Você sabe muito bem que eu não estou falando de Will.

— Está tentando me jogar pra cima dos seus amigos, Jay-Jay? — Thalia implicou, depositando a xícara no píres e olhando para o irmão com um sorriso desafiador.

— Só estou dizendo que eu shippo. — Jason deu de ombros com um sorriso, fingindo não notar que a irmã levava a xícara aos lábios novamente para esconder o sorriso que se formava.

— Momi? — Uma voz na porta da cozinha chamou a atenção e Thalia se virou para o filho descalço e com os cabelos tão bagunçados quanto os do tio, um ursinho em baixo do braço e coçando os olhinhos azuis com a outra mão.

— Aqui querido.—Thalia pegou o filho nos braços e o colocou sentado do lado do tio. — Quer um pouco de suco?

O menino assentiu, ainda sonolento, olhando em volta.

— Cade minha nôva? — Dimitri questionou, sentindo a falta de Hazel.

— Ela teve que ir para casa.

— Tadinho, tão pequeno e já sendo abandonado na cama. — Jason brincou, fazendo Thalia fuzilá-lo com os olhos.

— Eu vou ver ela de novo? — Dimi perguntou para o tio, nervoso com a possibilidade da resposta ser não.

— Uhum. — Jason sorriu para o sobrinho, ignorando os olhares de alerta de Thalia. — Afinal, temos que fazer o noivado todo bonitinho. Não é só esperar até o casamento.

— Não? — O menino perguntou intrigado.

— Não. Primeiro tem os encontros.

— Jason, pare de corromper meu filho! — Thalia brigou, se perguntando onde aquilo ia dar. Provavelmente em nada bom.

— O que é encontos? — Dimi perguntou, alheio à mãe.

— É quando você sai com a menina que você gosta pra algum lugar. — Jason respondeu simplesmente, bagunçando mais os cabelos do sobrinho.

— A gente foi no parque.

— Esse não vale, você tem que chamar ela. Pode ser pra jantar, almoçar, ir no cinema….

— Eu que tenho que chamar? — Dimitri perguntou depois de refletir as palavras do tio, os olhos azuis sérios e intensos.

— Exatamente. — Jason sorriu, ignorando a irmã que murmurava “eu vou matar você”.

— E se ela não quiser ir? — Dimitri questionou nervoso, pálido com a possibilidade.

— Ai ela não quer casar com você. — O tio respondeu simplesmente, sorrindo de canto até levar um tabefe da irmã.

— Jason! — Thalia brigou, vendo os olhinhos do menino já encherem de lágrimas.

— Mas… — Jason continuou, passando o dedo pela bochecha do sobrinho para limpar a lágrima que descia. — como sabemos que ela quer, isso não vai ser problema, não é? Vocês terão muitos encontros.

— Mamãe! — Dimitri abriu um sorriso ao se virar para a mãe. — posso chamar a Hazzel po… po enconto?

— Pode sim, querido.—Thalia sorriu, beijando a cabeça do filho ao vê-lo tão alegre. — Seu tio Jay vai adorar te levar.

— Eu adoraria— Jason sorriu sobre a caneca de café, ignorando a irmã que o fuzilava com os olhos. —, mas tenho certeza que a mamãe vai gostar bem mais do que eu.

— Eu vou samar a Hazzel po enconto!

— Mas só depois do café, querido. Coma um pouco de ovos… — Thalia o serviu, deixando outro beijo na cabeça do filho antes de se dirigir ao irmão em um tom baixo: — Você é terrível, Jason Grace.

— Eu acabei de te arranjar um encontro duplo, irmãzinha. — Jason retrucou sorrindo, ciente que ia acabar levando mais um tapa na cabeça. — Você deveria me agradecer por isso.

— Quer que eu diga obrigada?! — A Grace retrucou, revirando os olhos ao se sentar na frente do irmão para terminar o café.

— Na verdade, quero que me ajude com a bagunça lá fora.

(…)

Não destruíram completamente o jardim, mas isso não os salvaria de uma bronca. A piscina estava lotada de copos e tinha até um sutiã boiando, o resto do quintal não estava diferente com relação a lixo: havia até um absorvente (felizmente, não usado) no meio dos arbustos; O aparelho de som estava intacto, pelo menos, por fora; mas até que a faxina não durou tanto quanto Jason achou que demoraria.

— Me lembre de nunca mais dar uma festa. — O Grace mais novo resmungou ao catar mais um copo cheio de cerveja choca.

— Nem está tão ruim assim. — Thalia retrucou, fazendo careta ao passar perto do banheiro que cheirava a vômito. — Uma vez fizemos uma na casa da Bia. Você não tem noção de quanta camisinha achamos.

— Eca! — Jason murmurou, sentindo o estomago embrulhar com a possibilidade. — Polpe-me dos detalhes sórdidos.

— Mas a festa valeu a pena. — Thalia sorriu nostálgica, pegando mais garrafas jogadas.

— A da Bianca ou a de ontem? — O loiro questionou, mais animado ao ver que a irmã não o estava xingando pela festa. Ele havia feito por ela e não queria que ela ficasse magoada.

— Talvez as duas.

— É o Apocalipse! — Zeus exclamou assim que entrou no quintal.

— Nem está tão bagunçado assim. — Jason resmungou, olhando em volta e percebendo que só faltava o banheiro para ser limpo. Ele duvidava muito de que Thalia o ajudaria ali.

— Estou falando de vocês trabalhando junto. — O patriarca dos Graces comentou, sorrindo ao ver os filhos unidos.

— Não fique tão feliz, querido. — Hera alfinetou, fazendo uma careta quando Thalia puxou um preservativo do meu dos arbustos, felizmente não usado. — A última vez que fizeram um complô, Jason largou a faculdade.

— Ninguém te perguntou, querida madrasta. — A morena cantarolou, tentada a jogar a camisinha nela.

— E você insiste em dizer que mudou, Thalia. — Hera replicou com uma careta. — A língua felina continua a mesma.

Thalia revirou os olhos, entrando dentro da casa. Ela se jogou no sofá ao lado do filho que assistia a um desenho animado sobre peixes. Não que odiasse inteiramente a madrasta, mas parecia que Hera sempre queria a colocar como vilã e isso tirava a morena do sério, principalmente quando isso envolvia Jason ou Dimitri. Uma coisa era implicar com Thalia, outra bem diferente era envolver os meninos.

— Eita, Maninha. — Jason exclamou depois que terminou de arrumar a bagunça, descendo as escadas enquanto mexia no celular. — Melhor chamar Nico logo pro encontro.

— Por que você está dizendo isso?

— Silena acabou de me pedir o número dele. — O loiro relatou, ainda digitando rapidamente no telefone celular. — Aliás, tem mais de cem convites no meu Facebook. Conhece um tal de Pollux Maddox?

— Não faço ideia de quem seja. — Thalia resmungou, prestando atenção na televisão que ainda passava os peixinhos coloridos, com Dimitri enrolado em seus braços, alheio ao tio.

— Não se fala em outra coisa além da festa. — Jason continuou, em parte falando sozinho, sentando sobre as pernas da irmã no sofá.

— Senta no outro, seu gordo! — Thalia brigou, encolhendo as pernas, mas foi deliberadamente ignorada conforme o irmão se escorava nela.

— Estão falando sobre mim! — Jasom exclamou surpreso, chegando o aparelho móvel para mais perto do rosto. — E todo mundo está falando da sua mudança!

— Jason, eu não quero saber.

— Tem até artigo em blogs! — O loiro continuou, alheio aos resmungos da irmã. — "A Rainha Leah mau chega e Silena desce do salto". Uau! Isso faz você parecer malvada, mas é só Silena dançando descalça. O sensacionalismo em cima de você tá demais.

— Jason, cala a boca, sério! —Thalia pediu, tentando ignorar o irmão e tudo o que poderiam falar sobre sua vida.

— E tá todo mundo falando do Nico também! Querendo saber quem foi o misterioso moreno italiano que você trouxe!

— Ai, Deus! —Thalia resmungou, apertando os olhos com os dedos. Não demoraria a começar uma crise de enxaqueca.

— Nossa! Ninguém me conhecia na época da escola mesmo! Tão falando que me manteram trancado no porão durante anos!

— Eles descobriram a verdade? — A Grace retrucou, rezando pro irmão calar a boca logo.

— Tem até lista de internatos que eu fiquei. Acreditam que tão falando que eu fui preso?! Até drogado eu sou!

— Jason? — Thalia chamou, suspirando.

— Sim?

— Ninguém se importa!

— Ainda bem que não acharam uma foto minha. — Ele continuou a ignorando, deitando o corpo sobre o dela assim que o sobrinho correu para a cozinha a procura de doces.

— Jason você é gordo! Sai!—Thalia reclamou, tentando empurrá-lo. — Paiê, estou sendo esmagada!

— Você viu essa foto? — Jason questionou, quase enfiando o celular na cara dela.

Thalia revirou os olhos, pegando o aparelho e analisando. Era uma foto sua sorrindo, os braços envolta do pescoço de Nico que estava de costas para o fotografo, a cabeça dela encaixada no pescoço dele. Havia sido tirada no momento em que dançavam a primeira música, o ângulo e as cores sobre o rosto dela tornavam a foto exótica e bonita.

— Vocês formam um belo casal. — Jason implicou, pegando o celular novamente e fingindo não ver o sorrisinho da irmã.

— Querendo dar uma de cupido, irmãozinho? — Thalia suspirou, se rendendo. Havia alguém mais irritante e teimoso que seu irmão?!

— Não posso?! — Ele ergueu a sobrancelha com um sorriso, o qual foi respondido com um revirar de olhos. —De qualquer forma, estou enviando o número do Nico pra Silena agora, posso te enviar também.

Como resposta, Thalia o empurrou do sofá, levando o irmão a resmungar quando atingiu o chão.

— Tchau, Jason!

— Era só ter pedido licença! — O Grace mais novo reclamou se pondo de pé, esfregando a bunda como se tivesse doído.

— Ia adiantar?

— Definidamente não. — Jason sorriu e se jogou novamente em cima da irmã.

(…)

— Pai? — Jason chamou, sentado no banco traseiro do carro dos Graces com as pernas do sobrinho sobre as dele. — Pode me deixar na casa do Nico?

— Claro. — Zeus sorriu amistoso, mudando o rumo de casa.

Thalia franziu a testa, normalmente seu pai diria para Jason ficar em casa, ou, no mínimo, pegar um táxi; ele jamais atravessaria a cidade para deixar o filho maior de idade e vacinado na casa de um amigo.

Os Graces estavam voltando da casa do tio de Thalia, o pai de Percy e irmão de Zeus, no qual aconteceu um coquetel regado a sorrisos e histórias antigas. Thalia não sabia ainda como havia conseguido responder calmamente cada sorriso e pergunta que lhe dirigiam, principalmente sobre Dimitri, e ainda ter agido naturalmente perto de Percy e Annabeth. Ela merecia todos os prêmios que atrizes como sua mãe poderiam sonhar.

O jantar até foi agradável, só estavam presentes o "Tio Poseidon" — na certidão de casamento o nome era Paul, mas ele também havia adotado o nome de um deus gregos nos negócios em uma fraternidade com Zeus e viu que encaixava perfeitamente com seus negócios marinhos — a esposa dele, Tia Sally — ela era encantadora e doce, sempre fazia ótimos doces azuis e poderia manter a paz entre Estados Unidos e Rússia de tão boa diplomata. Thalia a adorava, principalmente por mostrar como era forte e independente apesar da benignidade, prova disso era manter o sobrenome Jackson, mesmo depois de casada há tantos anos. Até o filho a admirava por isso, tanto é que preferia ser chamado de Jackson, não Grace —, Percy, Annabeth e Tyson, o irmão mais novo de Percy com três anos. Além, é claro, dos cinco Graces.

Dimitri ainda não havia sido apresentado oficialmente à família, por isso foi o centro das atenções ao brincar com o priminho. Agora que voltava para casa, ela se sentia mil vezes melhor ao poder respirar normalmente e perceber que não foi tão ruim quanto esperava, talvez Dimi pudesse crescer ao lado do primo e se tornarem bons amiguinhos. Como Thalia e Percy foram.

Thalia estava tão envolta em pensamentos que mal prestou atenção quando o carro parou em uma área que ela não conhecia. Em volta, havia vários prédios residenciais e a rua era um pouco estreita, iluminava por postes.

— Valeu, Pai! — Jason exclamou, já abrindo a porta do carro para sair.

— Espera aí! — Hera ordenou, fazendo o enteado parar. — Vai dormir aí?

— Vou. — Jason franziu a testa, não entendendo a preocupação invulgar da madrasta. — Por quê?

— Nada. — Hera tentou disfarçar, sorrindo e falando em um tom mais baixo, depois de trocar um olhar cúmplice com o marido. — Você podia chamar o Nico pra dar um "oi", né?

— Por que vocês não nos trocam, logo? — Jason resmungou brincando, antes de fechar a porta do carro e apertar o interfone.

— Devemos tentar de novo, querido? — Hera perguntou em um tom baixo, não tão brincando ao ver o enteado pedir para os amigos descerem.

— Oi, Passarinho! — A voz de Will surgiu alguns minutos depois, acompanhado de Hazel segurando sua mão e Nico vindo logo atrás, encolhendo de frio por causa da camisa leve e reclamando, ainda com dor de cabeça. Thalia franziu a testa vendo o pai e madrasta descerem do carro para abraçarem os recém-chegados. Na época dela, as poucas vezes que Zeus encontrava uma das amigas de Thalia, ele apenas fechava mais a carranca e saia dali.

— Aquela é a Hazzel? — Dimitri perguntou, olhando pela janela.

— Vamos lá. — Thalia suspirou, segurando a mão do filho ao descer do carro.

Dimitri foi direto abraçar Hazel, começando a contar sobre como havia se divertido com Tyson, como se ele e a "noivinha" fossem melhores amigos desde sempre. Thalia planejava só se recostar no carro esperando o pai decidir ir embora, mas se viu envolta por um abraço particularmente quente, no sentido literal da palavra.

— Leah! — Will Solace a cumprimentou antes de afastar com um sorriso. — Já estava com saudades, minha querida!

— Meu coração não aguentou ficar tão longe, Will! — Thalia exclamou, dando um sorriso de flerte ao se recuperar da surpresa.

— Que tal fugirmos pra sua casa, minha querida? — O Solace falou em um tom não tão baixo, inclinando-se perto do ouvido de Thalia.

— Seu namorado não é ciumento? — Ela flertou, tentando não rir.

— Só se você for!

— Meu Deus, Solace, não achei que houvesse como você piorar com as cantadas. — Nico exclamou, dando um "oi" em tchauzinho para Thalia.

Will deu um passo para trás de Nico e, não tão gentilmente ou discretamente, o empurrou para cima da Grace tossindo um "abraça". Nico ficou vermelho, e Thalia riu, avançando e o abraçando, aproveitando para lhe dar um beijo na bochecha.

— Oi, Nico. — Thalia tentou não flertar no tom, mas Nico era tão tímido que este era seu instinto natural.

— Hã... O-oi.— Ele murmurou se afastando, ainda vermelho.

— Você vai almoçar com a gente amanhã! — a madrasta de Thalia exclamou, cortando o momento e fazendo Nico dar mais um passo para trás.

— Hã... obrigado, Tia Hera — O Di Angelo agradeceu ainda nervoso, passando a mão dos fios escuros. —, mas prometi passar o dia com Will e Jason

Tia Hera? Nico acabava de perder mil pontos com Thalia. Ninguém que chamava sua madrasta de tia poderia ser boa pessoa, certo?

— Nico vai estar com uma ressaca danada, Tia. — Will explicou, colocando o braço sobre os ombros do amigo em um abraço. — Ele mal tá aguentando ficar de pé hoje por causa da festa, imagina manhã.

— E vocês ainda me obrigam cozinhar para vocês. — Nico resmungou, sem negar que ainda se sentia mal por causa da ressaca. — Acho isso um absurdo!

— Ninguém mandou ser italiano. — Will cantarolou, brincando com o cabelo do amigo.

— Por isso vamos passar a noite regados à chinotto¹.

— Você me deve uma garrafa de vinho, seu filho da mãe. — O Solace reclamou com falsa raiva. — Eu não vim de Los Angeles para ficar sem vinho!

— Você é de Los Angeles? — Thalia se intrometeu na conversa, salvando Nico.

— Austin. — Will estalou a língua, ocultando a parte sobre ter se mudado ainda criança do Texas. — Mas tô por lá agora.

— Que legal! Eu e Jason somos angelinos!

— Temos que marcar uma viagem! A gente dá um perdido no seu irmão e Nico na Hollywood Boulevard e podemos nos divertir mais à dois.

— Está marcado! — Thalia exclamou sorrindo.

— Então, vamos subir? — Jason chamou, abraçando Will que continuava abraçando Nico. — Eu preciso daquela macarronada!

— Sinto falta da época que vocês eram meus amigos porque me amavam, não por interesse. — Nico resmungou, mas não conseguiu evitar o sorriso.

— Pura ilusão! — Jason revelou brincando.

— Por sua comida até o Jay-Jay aprende a mentir direito! — Will completou, aproveitando para fazer chacota do amigo.

— Eu sei mentir! — Jason exclamou antes de se dar conta que estava no meio da família. — Não que eu faça isso pro meu pai, claro.

— Drew Tanaka. — Nico falou, fingindo uma tossida mal feita.

— Como é, Jason?! — Thalia questionou ao ouvir o nome da ex-rival, mas foi ignorada completamente.

— Eu também sei suas histórias, Garoto das Sombras! — Jason ameaçou, usando o apelido que continha um segredo por trás.

— O que disse, Passarinho?! — Nico enfatizou o “passarinho”, usando a mesma ameaça que o amigo. Aqueles três tinham várias ameaças, piadas e histórias internas.

— Só eu posso ameaçar vocês! — Will se intrometeu para finalizar a discussão. — Agora vamos!

Hera abraçou Nico novamente, ordenando que eles marcassem um jantar logo; Até Zeus abraçou ele e Hazel, lembrando dos presentes que havia comprado e ainda não entregue e, por fim, era a vez de Thalia, que como estava com Dimitri no colo, apenas acenou um tchau.

— Cara, ela tá muito na sua. — Will falou novamente assim que Nico fechou a porta do acampamento. — Não tá?

— Cara, ela é minha irmã. — Jason reclamou, descendo a pequena Hazel no colo que havia feito o “tio” de cavalinho. — Mas ela tá na sua.

— Até você?! — Nico exclamou, tentado a acreditar enquanto se dirigia ao balcão que dividia a cozinha e a sala e tomava água do copo de vidro ali depositado, numa tentativa de se hidratar e acabar com os últimos vestígios da ressaca.

— Ah, sua filha tem um encontro segunda. — Jason informou em um tom como se falasse as horas, trocando um olhar cúmplice com Will.

Nico engasgou com o copo d'água, levando alguns tapas mais fortes que o necessário do Solace.

— O que?! — O Di Angelo perguntou exasperado quando conseguiu respirar normalmente.

— Eu tenho um encontro. — Hazel se dirigiu ao pai com uma expressão séria. — Com o Dimi.

— Espera aí, mocinha! — Nico pediu ao se abaixar em frente a filha, ainda um pouco exasperado, mas começando a perceber que isso era obra de algum dos amigos. — Quando isso?

— Sábado. — A menina informou, ainda em um tom sério. — Almoço no McDonald.

— E você me pediu? — Nico ergueu a sobrancelha em reprovação, fazendo a menina apertar os lábios e negar com a cabeça.

— Posso? — Hazel perguntou em uma expressão fofa demais para negar qualquer coisa.

— Pode. — Nico balançou a cabeça, usando todo o autocontrole para manter a expressão severa. — Mas me peça primeiro da próxima vez, sim?

— Obrigada, papai! — Hazel beijou a bochecha dele, fazendo um mini sorriso surgir nos lábios do Di Angelo.

— Qual de vocês é o culpado por isso? — Nico perguntou, se dirigindo aos dois melhores amigos. Will disfarçou pegando o copo de água que o moreno tomava, bebendo o que restava e Jason assoviou, olhando para o teto.

— Aquela parede sempre esteve ali? — O Grace questionou, mas ao ver o olhar do amigo, acabou se deixando sorrir. — Ok, talvez eu tenha dito para Dimi que ele precisava de alguns encontros antes do casamento. E, talvez, eu tenha te arranjado um encontro duplo com minha irmã.

— Por que eu sou seu amigo?! — Nico questionou, fazendo um bico.

— Eu te arranjei um encontro duplo com minha irmã! Não quer nem saber o que ela achou disso?

— Não! — Nico resmungou, mentindo melhor que Jason.

(...)

— Então, esse tal de Pollux… — Nico começou, implicando com Will. Eles estavam sentados no chão da sala, usando a mesinha do centro como mesa de jantar.

— Pollux? — Jason ergueu a sobrancelha. — Esse é o nome do futuro defunto?

— Pollux é o nome do meu namorado. — Will revirou os olhos claros, preparando-se mentalmente para a tortura que se seguiria. — Pollux Maddox.

— Espera, esse nome me é familiar! — Jason mexeu freneticamente o celular, antes de entregá-lo para Nico. — Recebi o convite hoje de manhã!

Nico observou o perfil de Pollux no Facebook, analisando meticulosamente a foto de perfil antes de seguir para as demais informações e publicações.

— Não acredito que ele fez isso mesmo! — Will resmungou sobre o convite de Pollux para Jason, pegando o celular e mandando mensagens freneticamente para o namorado, avisando que ele logo estaria há sete palmos abaixo do chão e o Solace não se responsabilizaria por isso.

— Nossa, Will, esperava um cara mais bonitinho, vindo de você. — Nico implicou, vendo a foto do rapaz.

Claro que era apenas implicância, Pollux estava bem longe de ser feio. Com cabelos cacheados loiros e olhos em um tom quase de roxo, ele possuía uma beleza quase angelical, um sorriso tão bonito quanto o de Will e as feições harmoniosas e marcantes. Mas Nico jamais admitiria isso.

— Qual o problema dele com bebidas? — Nico perguntou, depois de analisar algumas publicações.

— Ele é enólogo. — Will suspirou, desistindo. — Vocês se dariam bem, ele sabe tanto de vinho quanto você.

— Não me ofenda, Solace. — Nico resmungou, acentuando propositalmente o sotaque. — Eu sou um italiano, nós respiramos vinho!

— E pizza. — Jason comentou. — Mas a sua é horrível.

— De que lado você está, Passarinho?!

— Da sua comida! — Jason respondeu, comendo um bom pedaço da macarronada.

— Tio Will, — Hazel chamou. — você tem namorado?

— Eu tenho, amorzinho. — Will respondeu com um sorriso.

— Mas a tia disse que menino namora menina e menina namora menino.

— Nem sempre, querida. — O Solace explicou sorridente, passando os dedos finos pelos cachos escuros da menina. —Você namora com quem você ama, não importa se é menino, se é menina, ou se não quer ser menino nem menina. O importante é você gostar de alguém, entende?

— Por que a tia disse isso? — Hazel perguntou intrigada, não entendendo porque os adultos tinham que complicar tudo.

— Algumas pessoas não conseguem ver como o mundo é mais bonito se nós gostamos de todo mundo. — Will continuou em um tom pesaroso. — Imagina que bonito o mundo seria se todo mundo gostasse de todo mundo? Se, onde você fosse, todo mundo falasse “bom dia”, te desse um sorriso e perguntasse se tá tudo bem. Seria muito mais bonito, né?

— Eu gosto de sorrisos. — A menina respondeu sorridente, mostrando a covinha do lado direito do rosto, idêntica à de Nico.

— Eu também, princesinha. Por isso temos que fazer nossa parte e sorrir pra todo mundo. — O Solace se aproximou mais da menina e sussurrou em um tom audível para todos. — Posso te contar um segredinho?

— Pode!

— As vezes, nós adultos também erramos, principalmente quando esquecemos o que é mais importante: quando a gente ama alguém, só quer ver essa pessoa feliz. Não importa se é menino ou se é menina. Entendeu?

Hazel sorriu e assentiu com a cabeça, voltando a atenção para a comida. Will olhou de soslaio para Nico, interrogando com o olhar se havia feito certo, mas, a julgar pelo sorriso orgulhoso do Di Angelo, estava mais que perfeito.

— Mudando de assunto: — Jason sorriu, deixando claro que lá vinha impliância. — Nico, quais são seus sentimentos sobre Thalia?

— Você vai namorar ela, papai? — Hazel interrogou, sorrindo com a possibilidade.

— Não, mio amore, isso são loucuras dos seus tios. — Nico respondeu sério, limpando molho do queixo da filha antes de se virar para os amigos, sabendo que não escaparia da pergunta. — Thalia é legal, e realmente bonita. Mas… Eu não estou procurando um relacionamento.

— E quando é que você está? — Jason implicou, tomando um gole do suco.

— Ainda se eu estivesse procurando, — Nico suspirou, revirando os olhos. — Thalia não estaria entre minhas opções. Eu quero alguém que fique comigo de verdade, que não seja de uma noite, uma semana ou um mês, alguém pra construir uma família, com quem eu possa contar. Eu quero um amor de verdade, com confiança, paixão, que faça meu coração acelerar e pensar que eu poderia enfrentar mil inimigos por essa pessoa que no final tudo estaria bem, que valeria a pena. E, me desculpe se estou falando mal da sua irmã, Jay, mas Leah não é assim. Nós somos tão diferentes quanto raios e sombras. É impossível dar certo. Leah não leva nada a sério.

— Que poético. — Will fez chacota, tentando aliviar o clima. — E você, Jay-Jay? Alguma inglesinha em vista? Ou inglesinho, vai saber né?

— Nada, Will. — Jason suspirou, sabendo que não poderia defender a irmã. — Eu digo o mesmo que Nico: quero alguém na minha vida que permancessa, eu quero um “felizes para sempre”.

— Ou seja, vocês estão esperando príncipes encantados! — Will ironizou, revirando os olhos ao sorrir sarcástico. — Alguém chama a Disney que duas princesas fugiram!

— Eu e mais quem? — Hazel perguntou, franzindo a testa sem entender as brincadeiras.

— Ah, minha querida, você é a rainha!


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado e eu ainda quero saber das teorias!
Por que será que a Silena está atrás do Nico? E por que Jason abandonou a faculdade?
Estão me perguntando pela Piper... Calma, pessoas! Jason Grace não a conhece ainda.
Nos vemos nos comentários?
Obrigada pela atenção!



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