Seelen Haus escrita por Semideusadorock, MaryDiAngelo


Capítulo 5
Só eu não sabia quem era o Clóvis?


Notas iniciais do capítulo

YAY! Olá amorinhas e cerejinhas ♥
JENNY SUA LINDA, MARAVILHOSA, GATA, PERFEITA, TEM NOÇÃO DO QUANTO NÓS MORREMOS COM A SUA MARAVILHOSA RECOMENDAÇÃO?
Estamos mega contentes em ver como nosso especial de Halloween teve um ótimo retorno, sério, a sensação é ótima! Nós amamos vocês.

Mas então? Vamos logo que o trem para o inferno está partindo.



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— Nico...

Aquela simples voz manhosa acabou com o silêncio do quarto, e com o sono do garoto, que acabou acordando ao ouvi-la chamar fofamente por ele.

— Hum? – Proferiu, não se dando o trabalho de abrir os olhos, já que o quarto estava escuro e não iria fazer muita diferença.

— Eu to com frio...

Nico tinha entendido o que a garota pretendia a informar isso para ele, porém fingiu não notar o quão encolhida ela estava consigo mesma e apenas deu de ombros.

— Tá... – Murmurou fingindo não se importar, virando o rosto e começando a se espreguiçar levemente.  

— Eu to com frio, Nico! – A Grace resmungou novamente, dando um tapa no local onde julgava que ele estava, voltando a se encolher contra seu próprio corpo.

— Eu já entendi, calma. – Ele suspirou, se virando na direção da garota e passou um dos braços pela cintura dela, puxando-a para seu corpo e arregalando os olhos de imediato.

A Grace simplesmente estava congelando e aquilo preocupou o garoto, afinal ela ainda era uma humana que estava tirando uma soneca no inferno, aquilo deveria ter algum efeito negativo e ali estava.

Ela se encolheu contra seu peito de uma forma fofa, fazendo-o a apertar mais contra si, mesmo sabendo que o calor não tão humano que emanava dele não iria resolver a situação. Por fim ele vagou os olhos pela escuridão do quarto, como se alguma das almas pudesse lhe dar a resposta de sua questão, o que, é claro, não aconteceu.  

— Lia...- Ele a chamou baixinho, quase como um sussurro.

— Hum? – Proferiu, mesmo estranhando o apelido, porém deixando passar.

— Eu já volto, tudo bem? Consegue se vestir sozinha? – Nico perguntou sentindo a garota assentir em seu aperto.

Depois de um tempo de incerteza o moreno soltou-a se levantando da cama, correndo em direção à luz e a acendendo. Thalia estava mais pálida que o normal o que dava mais destaque aos seus olhos azuis elétricos que pareciam brilhar e seu cabelo negro, que além do fino lençol, era a única coisa que a cobria naquele momento.

O filho do capeta abriu a porta saindo do quarto e garantindo que ela ficasse bem fechada atrás de si, respirou fundo e quando inspirou estava parado no quarto do pai no inferno.

Nico tampou os olhos com a cena, reconhecendo seu pai e a sua madrasta, Perséfone, dormindo nus abraçados na cama.

— Pai...pai...pai.- Nico o chamava com receio de se aproximar e de abrir os olhos e ver mais do que deveria. – PAI!

— Amor, seu filho tá te gritando. – Perséfone falou baixo sem se mover.

Hades que estranhou a frase aleatória da esposa se sentou na cama com uma cara interrogativa.

— Nico? O que tá fazendo aqui? – Questionou vendo o filho tampando os olhos parado que nem um retardado na porta.

— Pai, deu merda! A Thalia está congelando no inferno, fica com as almas para eu tirar ela de lá? – A cria perguntou, mesmo que não fosse um pedido, ele sairia do inferno independente de ter alguém lá para segurar aquelas coisas loucas ou não.  

— Como assim congelando? – O pai perguntou se levantando e colocando seu roupão preto e suas pantufas de capetinhas. – Abre esse olho garoto!

Nico abaixou a mão com receio, mas assim que viu que seu pai estava devidamente vestido, ou seja lá o que ele estava, suspirou e despejou:  

— Pai o que acha que acontece quando uma humana passa o dia e a noite no inferno? Que sairia coisa boa? – Questionou desesperado. – Vai cuidar das almas que eu vou leva-la para casa.

O filho do diabo apareceu novamente em frente a porta do seu quarto, abrindo-a e encontrando Thalia, que havia furtado uma blusa e um casaco de seu guarda-roupa, tendo as pernas desnudas, encolhida na beirada da cama.

— Vem. – Nico a puxou com cuidado, porém do modo mais rápido que conseguiu, indo em direção a porta e saindo do quarto.

Como ele queria simplesmente poder sumir com ela dali e aparecer na casa da garota como se fosse a coisa mais normal do mundo, porém ela não iria achar nada normal nisso. Quando finalmente chegou no primeiro andar, a porta foi aberta com um chute raivoso, fazendo-o ter um leve sobressalto pela maneira que a irmã entrou, mesmo conseguindo sentir sua aura antes dela passar pela porta.

— CHEGUEI NESSA MERDA! – Bianca gritou fazendo com que todas as almas fugissem para o segundo andar com medo da filha mais velha do capeta.

— Oi Bianca. – Nico olhou a irmã com uma mistura de incredulidade e confusão, da última vez que ele se lembrava de ter visto ela, ela estava torturando Hitler no inferno. – O que faz aqui?

— Colocar ordem no inferno não acha? Essa merda aqui tá muito bagunçada. – Bia comentou olhando a humana abraçada com Nico. – Não acha? – Ela desviou o olhar para os do caçula.

— Tanto faz. – O Di Ângelo falou revirando os olhos e arrastando Thalia para fora.

E foi nesse momento que ele percebeu que tinha algo muito sério com ela. Uma pessoa desconhecida tinha surgido chutando a porta do inferno gritando que nem uma louca e ela nem ao menos piscou, pelo que conhecia a garota, provavelmente ela iria fazer perguntas.

Ele conseguiu sentir a energia da garota melhorar quando chegou na calçada, saindo completamente dos territórios do Capeta. Nico olhou para ela a pegando no colo, já que agora que ela simplesmente parecia com menos frio, o sono a dominava novamente.

— Aonde é sua casa, Grace? – Ele questionou, realmente não tendo ideia de onde a garota morava.

— Quatro casas. – Ela murmurou tentando fazer sair algo com sentido e apontando no caminho certo.

Ela adormeceu logo em seguida, por algum motivo ele não quis encurtar esse caminho, então apenas pôs-se a andar na direção que ela indicara. Nico poderia simplesmente imaginar-se quatro casas a frente, mas ela já estava segura, seu corpo começava a esquentar aos poucos, retornando a temperatura normal, uma temperatura humana.

Caminhou lentamente, vendo a garota que tinha a graciosidade que ele imaginava que teria um anjo, claro se eles fossem bonitinhos e fofinho como se diz em livros e não seres com asas magnificas e que andam armados por aí.

A casa branca era simples, porém bonita, lembrou o moreno de casas de bonecas, ou que se vê em filmes clássicos, as portas e janelas de madeira em um tom de azul bebê, com flores espalhadas pelo quintal, a casa era tão vivida que ele quase pensou em deixa-la na calçada e ir embora para não arruinar aquela harmonia.

Mas ele não queria acorda-la. Andou até a porta e a abriu, empurrando-a com o pé, conseguia ouvir um barulho de televisão vindo do andar superior, mesmo sendo três da manhã... E foi aí meu caro, que as coisas deram errado.

Nico foi colocar o pé para atravessar o arco da porta, porém ele basicamente chutou algo com força, o que doeu, o fazendo tropeçar para frente e Thalia irrompesse casa a dentro com seu corpo caindo com tudo no chão, e ele não caiu pelo simples fato de seu corpo ficar apoiado a aonde a porta estava antes, como se ainda estivesse ali, invisível.

A Grace se sentou no chão da entrada confusa, olhando Nico, que tentou disfarçar ter uma barreira mágica na porta da casa dela que o impedia de entrar.

— Você vai embora? – A morena perguntou manhosa, levantando seus enormes olhos azuis de uma forma fofa, quase como se fosse chorar, em um pedido dele ficar.

Ele não pretendia ir embora, mesmo sem ela ter feito aquela carinha, mas agora era mais um motivo para ele ficar, o que claro ele tinha que descobrir magicamente como fazer, já que tinha uma barreira protetora de filhos de capetas na casa.

Uma barreira muito dura por sinal, e que é assassina de dedinhos.

— Não... – Respondeu calmo.

— Então entra, quero dormir. – Ela falou manhosa, esticando os braços para cima, como um pedido dele a tirar do chão e a carregasse até seu quarto.

Nico olhou o arco da porta tenso, como se aquela fosse uma avaliação que mudaria sua vida, que aquela olhada faria ele ser capaz de passar algo invisível e que uma falha seria descoberta.

Ele hesitou antes de tentar, com cuidado dessa vez, colocar seu pé para dentro da casa, obtivendo sucesso de imediato. Ele sorriu e pegou Thalia no colo, após fechar a porta atrás de si, subindo em seguida a escadaria em L que levava a um corredor branco com várias fotos de família em quadros com molduras azuis bebê, o que fez o moreno franzir o cenho ao notar a ausência de fotos com a menina, um carpete branco que se estendia até o final do corredor, aonde várias portas brancas eram espalhadas e no fim tinha uma janela com um sofá embutido.

— Última porta a esquerda. – Ela disse e a ordem, mesmo não sendo, foi seguida à risca.

 Logo o quarto que quebrava completamente com o clima da casa era o cômodo que o casal se encontrava. Uma parede preta era a oposta da janela, as outras, em um tom de azul parecido, porém nada comparado aos dos olhos da garota, ocupavam as três outras paredes.

Uma cama de casal estava encostada abaixo da janela, contra a parede, esta janela que dava para a parte inferior da casa, que possuía uma piscina e várias plantas; uma estante de livro ao lado de uma televisão ficavam de frente para essa cama. Já a parede preta tinha desenhos rabiscados em giz branco e algumas frases que representavam a garota no momento que ela se encontrava. O que fez Nico sorrir um pouco ao ver a Seelen Haus desenhada em um pequeno pedaço dela e uns corações espalhados pela maior parede do quarto.

O filho do capeta colocou a garota com cuidado na cama, que de automático se encolheu e encarou ele com seus olhos elétricos.

— Você vai ficar? – Ela perguntou novamente, mas não como uma chantagem, ela realmente queria saber se ele queria ficar.

— Você quer que eu fique? – Nico perguntou se agachando, olhando diretamente nos olhos dela, misturando preto no azul, como o quarto dela.

— Quero. – Ela respondeu sincera, sem nenhuma provocação, joguinho ou nada do tipo Thalia Grace de ser, apenas sua clara transparência.

— Então eu fico. – Nico falou sorrindo leve.

— Tranca a porta. – Ela ordenou, fazendo Nico arregalar minimamente os olhos, com a seriedade repentina dela.

O garoto obediente fez o que ela disse e trancou a porta, voltando para a cama logo em seguida, dessa vez se deitando nela. Thalia se encolheu contra o corpo do Nico de um modo fofo, o que arrancou mais um de vários sorrisos que ela roubava dele.

Ele puxou a coberta cobrindo tanto a si quanto a ela e abraçou-a mantendo ela aquecida e segura junto de si.

***

De manhã, a garota abriu os olhos lentamente, dando de cara com um peitoral desnudo, franzindo o cenho, mas logo se encontrando e levantando a cabeça levemente, vendo Nico já acordado a encarar com um sorrisinho de canto.

— Bom dia, fofa.

Ela retribuiu o sorriso, se espreguiçando dentro do abraço dele, se sentando logo em seguida e passando as mãos pelo cabelo, fazendo o moreno achar a cena um tanto fofa, já que a blusa que ela usava dele, subiu levemente mostrando sua calcinha.

— Céus estou acabada! – A Grace murmurou, se virando levemente para ele. – Eu vou descer, se quiser vir, venha.

Nico assentiu, vendo-a levantar e sair do quarto, se espreguiçando na cama e resolvendo esperar alguns segundos para segui-la, já que se lembrou do argumento da morena, que ela iria dormir na casa da amiga.

A morena, por sua vez, desceu a escada e caminhou até a cozinha, tendo um sobressalto a ver seu irmão a encarar com confusão e tédio.

— O que você tá fazendo aqui? – Jason questionou, analisando as roupas que ela usava.

— Eu moro aqui. – Thalia respondeu, estranhando totalmente a pergunta do irmão, se lembrando tarde demais do local que era para ela realmente estar.

— Não era para você estar na Annabeth?

A Grace arregalou os olhos, evidenciando que estava nervosa.

— Então...eu briguei com ela! Foi uma briga muito feia, só que quando eu estava voltando...- ela fez uma pausa, olhando para o chão rapidamente. – Eu passei mal no caminho e um amigo veio e me ajudou, e ele está lá em cima. 

— Thalia, não precisa mentir, eu já estou acostumado com você trazendo garotos aqui. – Jason sorriu de canto, mesmo estando a negar em reprovação.

— Fico feliz de não ser um problema. – Nico disse não se importando em esconder o tom emburrado que estava mais que presente em sua voz.

— Ele ouviu! – O loiro arregalou os olhos levemente, continuando com seu sorriso. – Então você é o cara da vez?

— Falando assim até parece que eu sou uma prostituta! – Thalia rolou os olhos para o irmão, se virando cautelosamente em direção ao moreno, que tinha os braços cruzados sob o peitoral e a observava. – Olha, eu nunca fiz sexo com nenhum garoto aqui em casa, fiz em outros lugares? Fiz! Mas não aqui.

— Sinta-se honrado em ser o primeiro a estrear o quarto. – O Grace passou pelo Nico, dando dois tapinhas em seu ombro e prosseguindo o caminho até o andar de cima, determinado a tomar um banho e sair.

— Ignora meu irmão, ele é um babaca. – Pediu a menina, caminhando até ele e apoiando as mãos sob seu abdômen, levantando-se e ficando nas pontinhas dos pés.

— Muitos garotos, hum? – O filho do capeta questionou, não se importando com o fato de seus rostos estarem próximos.

— Ignora isso também. – Thalia semicerrou os olhos. – Passado é passado.

— Hum...ok, né. – Ele deu de ombros, descruzando os braços e os descendo para a cintura da garota, colando seus corpos e depositando um selinho em seus lábios. – Você não gosta de tirar fotos?

A garota franziu o cenho totalmente confusa com a frase aleatória que o menino havia soltado.

— Aparente eu sou uma péssima fotografa, já que sempre consigo borrar a porra toda!  

Nico arqueou uma sobrancelha, mas não questionou.

— Olha a agarração na minha cozinha! – Zeus, o pai da garota, passou pelos dois fazendo uma careta e repreendendo, mesmo tendo um tom a mais de brincadeira.

— Bom dia para você também, pai! – Ela rolou os olhos, se virando nos braços do moreno e permanecendo de costas para ele, que apoiou a cabeça no ombro dela. – Esse é o Nico, Nico, esse é Zeus, meu pai como você já pode perceber..., mas que roupa é essa, pai?

Zeus congelou no lugar, ficando totalmente estático ao perceber que ela tinha dito o nome do garoto.

— Que?

— O que? O nome dele? – Thalia arqueou a sobrancelha, vendo estranhamente o pai congelado com a mão prestes a abrir a geladeira parada no ar.

— Não, não, não! – Zeus arregalou os olhos, fazendo a menina o olhar com uma careta, como se estivesse assustada.

— Não o que? Pai você tá bem?

— Você me disse o nome dele, você não diz o nome dos caras que você traz aqui. – O pai permaneceu congelado.

— Até porque, você sabe o nome dos caras que veem aqui, porque um deles é meu PRIMO, e o resto são meus AMIGOS. – Ela deu ênfase nas palavras, procurando disfarçar que não tinha sentido o corpo do moreno atrás de si ficar mais rígido, mostrando que talvez o ciúme tivesse voltado para si.

— Não, Thalia, não! Você nunca me apresenta as pessoas que você fica, porém você me apresentou ele, isso significa que é sério! – Zeus finalmente se mexeu, virando o corpo inteiro para ela, quase que desesperado.

— E se for? Qual o problema?

Nico arqueou a sobrancelha, desviando o olhar do senhor para o rosto dela tão próximo de si, mas apenas deu de ombros e sentiu um sorriso surgir no canto dos seus lábios, a apertando levemente contra si.

— Qual o problema? Você acha que isso é roupa de conhecer o genro? – O senhor balançou os braços de um jeito paranoico, fazendo a Grace arregalar os olhos e dar risada. – Você! Você nunca me viu por aqui, você não me conhece, você não sabe da existência dessas pantufinhas azuis e nem desse roupão, ok? Me ignore!

— Sim senhor Grace. – Nico disse baixinho, fazendo o homem virar-se para ele com uma cara de ameaça.

— Cala boca, você não me conhece, você não sabe meu sobrenome!

— Sim senhor...- Nico foi cortado.

— EU NÃO ESTOU AQUI! – Zeus berrou, abrindo a geladeira brutamente e pegando seu suco de maça, para logo em seguida pegar um copo e correr em direção a sala.

Thalia deu risada do pai, virando-se para o moreno novamente, envolvendo seu pescoço com os braços.

— É tudo maluco.

— É, pude perceber. – Ele murmurou meio surpreso com a reação do pai dela e do seu irmão. – Deve estar no sangue.

— Ei! – Repreendeu, dando um tapinha em sua nuca, fazendo-o sorrir.

***

— Tinha que ter alguma coisa para estragar meu dia! – Nico resmungou ao abrir a porta da frente da Seelen Haus, dando de cara com Bianca em uma cena nada agradável.

A irmã mais velha estava com uma foice na mão, se preparando para cortar alguma parte do corpo da alma que estava amarrada na mesinha de centro dele.

— Minha mesinha! – Nico disse afinando a voz. – Clóvis! Porque você tá torturando o Clóvis? Ele estava tomando chá comigo outro dia!

— Senhor Di Ângelo, ela está tocando o terror nas almas, ela matou o José, torturou a Teresinha! — A alma disse apressada, arregalando os olhos para a foice que estava perigosamente próxima de sua barriga.

— Quem é Clóvis? Do que você tá falando, menino? – Bianca questionou balançando a cabeça de um modo exagerado e acabando por erguer os braços de um modo incrédulo, largando a foice, fazendo o Clóvis arregalar os olhos e se entortar inteiro para fugir da coisa pontiaguda.

— Eu não acredito que você está usando a foice da morte de Perséfone novamente, vou contar para o papai. – Nico disse sumindo dali, indo direto para a estação debaixo, por onde passou por uma porta ao mesmo tempo que Hazel, sua outra irmã, e Bianca, que passara pela outra.

Hades, vendo os três filhos vindo um de cada porta, com umas caras nada boas e marchando, praguejou baixo.

— Por que eu tive filhos mesmo?

— Porque você fez mais um, mesmo? – Perséfone retrucou, fazendo, por incrível que pareça, os três pararem no mesmo momento e olharem para ela surpresos.

— Obrigada por noticiar eles de um modo rápido, agradeço. – Hades disse irônico, se arrumando no trono.

— Diz que é menino! – Nico disse esperançoso.

— Sinto muito, filho. – Hades balançou a cabeça em negação, fazendo o moreno se estressar.

— PAI! Já basta a Bianca, ela é insuportável, Hazel não, Hazel é boazinha, mas Bianca? Pai ela estava usando a foice da Perséfone outra vez! Ela torturou o Clóvis, O CLÓVIS PAI!

— Que merda, Bianca! Logo o Clóvis? – Hades questionou incrédulo.

— Só eu não sabia quem era o Clóvis? – A menina disse totalmente indignada.

— Sim. – Hazel assentiu.

— POUCO ME IMPORTA! – A garota berrou de volta, começando a discutir com o irmão. – Aqui ou lá, tanto faz, é o inferno! As coisas têm que ser quentes e cheia de torturas, você acha que as almas vêm para o inferno tirar férias?

— PAI, A TERESINHA! – Nico apontou acusadoramente para Bianca.

— PERA, VOCÊ DISSE QUE EU SOU BOAZINHA? – Hazel finalmente se tocou do que o garoto tinha dito, se virando totalmente irritada para seu irmão.

— OLHA O COMPLO, PAI! – Nico berrou virando-se para o pai, que apenas colocou uma das mãos sob a têmpora.

— Hades, você sabe muito bem que eu não posso me estressar. – Perséfone opinou, mesmo estando a observar suas unhas.

O capeta ergueu uma das mãos para ela, pedindo para esperar.

— Poxa, eu gostava das piadas da Teresinha, Bianca!

— PAI! TUDO EU NESSA PORRA? PORQUE SEMPRE EU? PORQUE NÃO HAZEL? – A morena retrucou apontando para a mais nova, que arregalou os olhos.

— EU? VOCÊ QUE ME TIROU DO MEU LUGAR PARA FICAR NO SEU, SABENDO QUE EU ODEIO ISSO!

— PAI! – Nico berrou. – A BIANCA NÃO QUER SAIR DA MINHA CASA, ELA QUER FICAR LÁ.

— É CLARO QUE EU QUERO FICAR LÁ, EU VOU BOTAR ORDEM NAQUILO, VOCÊ DEU UMA FESTA COM HUMANOS! – Bianca retrucou, levando as mãos aos cabelos.

— Humanos? – Hazel disse com desgosto, negando com a cabeça.

— COMPLO DE NOVO, PAI! – O moreno berrou novamente. – VOCÊ ESTAVA NA FESTA, NÃO PODE ME CULPAR POR ELA.

— Hades...- Perséfone chamou novamente, tendo como resposta novamente a mão do homem levantada pedindo para esperar mais um pouco.

— NÃO COLOCA A CULPA EM MIM! A CULPA É SUA, VOCÊ QUE ESTÁ FICANDO COM UMA HUMANA! – Bianca gritou, se contendo para não ir para cima do irmão.

— VOCÊ TÁ FICANDO COM UMA HUMANA? – Hazel berrou totalmente indignada, virando-se totalmente para ele. – VOCÊ É UM DESGOSTO PARA ESSA FAMÍLIA!

— DESGOSTO? EU? – Nico olhou incrédulo. – ELE QUE EMPURROU MINHA CABEÇA CONTRA ELA, ELE QUE INSISTIU!

— PAI! – Hazel gritou com o homem, que arqueou as sobrancelhas ao ver a porta se abrir de um jeito bruto.

— MAS QUE PORRA É ESSA? HADES! – Deméter irrompeu o salão totalmente furiosa.

— Mais uma, que legal. – Hades murmurou consigo mesmo.

— DE UM JEITO NISSO! SUA ESPOSA NÃO PODE SE ESTRESSAR! – A mãe de Perséfone gritou novamente, fazendo o capeta fechar sua mão de imediato, fechando as bocas dos três filhos, fazendo apenas murmúrios loucos exalarem dali.

— Bem melhor, gostei de vocês assim, vão fazer suas coisas. – Hades dispensou os filhos, que o olharam indignados.

— Você não pode tirar a voz dos seus filhos! – Perséfone argumentou, olhando para o marido, que apenas arqueou as sobrancelhas e abriu um pouco a mão, fazendo os três começarem a gritar novamente.

A morte se apressou em fechar a mão dele, assentindo e dando-se por vencida.

— Boa escolha.

— Parem, agora! – Hades mandou, fazendo os três respirarem fundo. Ele abriu a mão com receio, mas quando teve a certeza que os filhos ficariam quietos, apenas relaxou.

— Eu estou de férias, foda-se! – Nico disse, para logo após sumir e deixar um pai resmungando um: mas que boca suja!

— Você vai deixar...? – Bianca iria argumentar, mas o pai a parou.

— Volta para a casa e traz a foice da Perséfone de volta, Hazel, pro posto da Bianca, agora.

— Tá, eu tenho outros brinquedos mesmo! – Bianca deu de ombros e jogou o cabelo para trás, indo em direção a porta que entrara.

— E Bianca...pare de torturas as almas lá em cima! – Hades pediu, vendo a filha bufar.

— Pai, isso é o inferno, as coisas têm que ser quentes! – A morena revirou os olhos.

— Por isso temos a ala de torturas, as almas que não estão lá, não é para serem torturadas!

Bianca apenas bufou alto, entrando na porta e sumindo, deixando apenas Hazel para trás com uma carinha fofa olhando para o capeta.

— Vai, filha. – Pediu o pai.

— Desculpa ter gritado com você, papai. Eu me empolguei. – Hazel murmurou meio sem jeito, fazendo Hades fazer um biquinho e abraçar a filha.

— Aí que bonitinha, se envolvendo com tretas alheias!

Perséfone apenas negou em reprovação, achando que, para um capeta, ele estava um pouco gay demais.

Um pouco mais acima dali, Nico caminhava lentamente pelas ruas, pensando no que iria fazer e para onde iria ir; por fim, surgiu uma ideia em sua mente, fazendo-o sorrir levemente.

— Alô? – A voz meio hesitante do outro lado da linha o fez rir levemente, tendo certeza que a menina não fazia ideia de quem era no telefone.

— Oi tudo bom?

— Nico...? Você tem meu número? Você tem celular? – A garota franziu o cenho em cima de sua cama, reconhecendo a voz do moreno.

— Sim, eu tenho. – Nico revirou os olhos, colocando a mão livre dentro do bolço da calça.

— Como?

— Isso não importa. – Ele respondeu. – Mas então...

— Vem logo, eu vou descer para te esperar. – A garota sorriu, tendo certeza do que ele falaria, e só teve tempo de ouvir a risadinha do moreno antes de finalizar a chamada e se sentar na cama, arrumando a alça do sutiã no lugar e pondo um short de pijama preto, um tanto curto, mas não se importava; e uma regata justa ao corpo, que pertencia ao conjunto do short.

Nico, por sua vez, guardou o celular e foi até a casa dela, não estando longe para demorar, portanto apenas tocou a campainha e esperou a porta ser aberta, que logo tal ato aconteceu, fazendo-o descer os olhos involuntariamente para os seios realçados pela regata da menina.

— Tudo bom? – Thalia perguntou ao ver o olhar do garoto em seus seios, puxando a regata para cima. – Entra logo.

O filho do capeta olhou hesitante para o arco da porta, mas conseguiu passar sem problema algum, dando um abraço nela e se surpreendendo ao ver Zeus sentado no sofá.

Zeus observou o moreno, e mesmo estando de pijama, ele inflou o peito e arrumou a postura, mostrando uma pose superior com o objetivo de intimida-lo.

— Boa noite...- Nico cumprimentou com um aceno.

— Quem é você? – Zeus questionou, erguendo o rosto para parecer superior.

Thalia levou a palma da mão contra sua testa, vendo o que o pai realmente iria fazer.

— Eu sou Nico, o carinha que não estava na sua cozinha hoje, sabe? – O moreno comprimiu os lábios, assentindo.

— Eu sou Zeus Grace, pai da...- Antes que o senhor conseguisse acabar a frase, Hera, sua esposa, adentrou o recinto e o olhou estranho.

— Mas que postura é essa? Você está parecendo um pombo!

Thalia irrompeu em risadas, vendo que Nico tinha prendido o riso dentro de sua garganta, ocasionando um barulho terrível.

— Eu só estava tentando intimidar o rapaz! – Zeus argumentou, perdendo totalmente a postura, ficando corcunda.

— Ajeita essa postura, você vai ficar corcunda! – Hera repreendeu, fazendo-o rolar os olhos e se encostar no sofá. – Mas então...quem é esse rapaz?

Nico arqueou as sobrancelhas ao ver que realmente a mulher estava intimidante. Suas vestes eram extremamente elegantes, se resumiam em um vestido longo de seda branco; seus cabelos negros estavam perfeitamente arrumados, caiam em cachos moldados esculturalmente até o meio de suas costas.

Thalia tomou as rédeas da situação, indo para frente do moreno, que não tardou a abraçar por trás, pousando a cabeça em seu ombro.

— Meu namorado, Nico Di Ângelo.

Zeus se engasgou com a própria saliva, olhando para o menino com os olhos semicerrados, enquanto Hera arqueou a sobrancelha e deu um sorriso de canto, avaliando os dois juntos.

— Podem ir. – A madrasta acenou em direção a escada, fazendo com que a menina começasse a caminhar e arrastar ele junto. 

Assim que os dois estavam no quarto da garota, ela caminhou até a cama, parando centímetros antes de encostar na madeira e virando-se para trás com um sorrisinho.

— Nico...você está na minha casa, né?

O moreno, que estava fechando a porta atrás de si, parou de imediato e arregalou os olhos, como se tivesse feito algo de errado.

— O que? Não era para mim estar? Se quiser eu vou embora, não por isso!

Thalia chocou a mão contra a testa, notando o quão lerdo o menino era.

— Aí eu desisto de você, Nico!

Ela se virou pronta para se jogar na cama, mas antes que pudesse se mover, o moreno colocou seus corpos, abraçando-a por trás e sorrindo maliciosamente.

— Eu não sou tonto, Grace.

Thalia devolveu o sorriso, se virando nos braços dele e levando seus braços para seu pescoço, rodeando ali e juntando seus lábios em um beijo nada casto, fazendo ele não tardar em empurra-la para a cama, subindo em cima dela.

— Você quer isso mesmo? – Nico questionou, desgrudando seus lábios e abrindo os olhos, encarando o azul elétrico que estava quase oculto pelas pupilas dilatadas da morena.

— Não, não, Nico! – Thalia rolou os olhos.

— Você é péssima com mentiras. – Ele afirmou, assentindo com um sorrisinho de canto nos lábios.

— Ainda bem né? Porque se você não se tocasse que eu quero que você me foda logo, puta que pariu, né?

Nico deu uma risada nasal, negando levemente.

— E bem sincera também.

A Grace sorriu, tomando posse de seus lábios novamente e descendo as mãos por seu abdômen, se sentindo realizada com tal ato.

Ele separou seus lábios novamente, descendo os beijos pela pele pálida da garota, revezando em deixar mordidinhas e alguns chupões, enquanto enlouquecia aos poucos ao ouvir cada som que a garota nem se esforçava, muito menos se importava em deixar preso.

E ali se iniciara a longa noite e, se me permitem dizer, muito boa, que os dois teriam.


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Notas finais do capítulo

Sobreviveram a essa ida para o inferno?

Se sim, deixe o review nos dizendo como foi.
Se não, deixe o review mesmo assim, dizendo como foi a experiência de morrer.

Novamente um obrigada a Jenny ♥
E, se quiserem seguir o ato dela e recomendarem a fic, fiquem a vontade! :3

Beijos de Escuridão ♥
Suas escolhas traçam seu caminho e, muitas vezes, essas escolhas, podem te levar ao inferno.



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