Seelen Haus escrita por Semideusadorock, MaryDiAngelo


Capítulo 13
“Como pedir desculpas para a namorada?” — pesquisar.


Notas iniciais do capítulo

Hey cerejinhas e amorinhas ♥
Como vocês estão?

Mais um feriado e mais uma vez o trem do inferno está partindo para uma nova jornada.
Esperamos que aproveitem e principalmente sobrevivam.

Boa leitura! Boa viagem!



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Como pedir desculpas para a namorada?” — pesquisar.

Nico colocou no Google, logo aparecendo exatamente o que ele havia digitado e ao lado indicando os 12 passos para fazer o feito. Como achou interessante a matéria, clicou, afinal parecia ser confiável.

A risada de Clóvis chamou sua atenção, o fazendo juntar as sobrancelhas em sinal de reprovação olhando a alma que gargalhava rolando na cama dele.

— Você realmente está perdendo a noção do perigo — declarou para o que ria, que não se deu ao trabalho de leva-lo a sério.

Bianca é o perigo, você é uma mosquinha comparado a ela, e uma mosquinha perdida, quem, caralhos, pesquisa como pedir desculpas pra namorada? — Clóvis questionou, deitando de bruços e olhando o filho do capeta revirar os olhos negros.

— Eu, ué — deu de ombros — pelo menos eu tenho uma, e você que tá morto.

Teoricamente você não tem mais uma, ela te deixou aqui com um Papai Noel rebolando e uma Bianca na TPM — a alma provocou — e eu tenho namorada, é a Francisquinha, ela tá presa na parede do banheiro.

— Então teoricamente você também não tem uma — Nico rebateu, fechando a página no celular e suspirando vencido, ele iria improvisar.

Colocou o eletrônico no bolso, estalou o dedo fazendo com que a jaqueta de couro preta aparecesse, a colocando e descendo, decidido a ir à pé mesmo, afinal tinha que pensar no que faria para se desculpar pela irmã bipolar que tinha sido uma idiota em pleno natal e estragado a data festiva.

A casa azul bebê estava inteira decorada para o Natal, as luzes piscas-piscas apagadas assim como a rena que estava montada no meio das inúmeras flores que estavam no jardim. Ponderou em pegar uma para não chegar de mãos vazias, mas seria muita covardia arrancar uma flor do quintal da menina para presenteá-la, principalmente por já serem dela.  

Subiu a escadinha da varanda, indo tocar a campainha quando a porta foi aberta de supetão, o fazendo ter um sobressalto assim como a pessoa. A mulher tinha um corpo esguio e magro, a pele bronzeada, o rosto repleto de sardinhas, os olhos verdes brilhantes delineados por cílios compridos, o cabelo loiro em cachos caiam pelo ombro dela presos em um rabo de cavalo, os lábios fino pintados de um gloss melado rosado.

Os olhos verdes se arregalaram e a mulher foi para fora da casa por completo, fechando porta atrás de si e fuzilando o Di Ângelo a sua frente.

— O que faz aqui? — questionou enfurecida, disposta a estragar seu disfarce se necessário.

— Quem é você? — Nico repeliu, olhando-a assustado com a aura cinza, surpreso por ver um anjo caído vivo andando pela terra, afinal os anjos pecadores ficavam ou presos na prisão do céu ou na do inferno, definitivamente aquela mulher não estava em nenhuma das duas.

— Quem sou eu? Você é o filho de Lúcifer deveria estar nas profundezas do inferno, não andando pela terra como se esse lugar te pertencesse — a mulher rosnou para o garoto, ponderando em ataca-lo.

— Sou nada! — respondeu indignado com a verdade sendo jogada na sua cara assim sem nenhum aviso prévio.

— É sim, sua aura demoníaca é visível a distância — cruzou os braços irritada e o encarando nos olhos.

— Ou! Eu não tenho aura demoníaca, sabe o que são demônios? Aparentemente não, para estar me confundindo com aquelas coisas — rebateu não gostando nada de como foi chamado, afinal demônios eram nada mais nada menos do que pessoas pecadoras que depois de morrerem e passarem muito tempo no inferno se transformavam em seus piores pesadelos para não terem mais que vive-los, ele nunca tinha morrido para início de conversa.

A mulher colocou a mão na cintura com um olhar de reprovação e uma clara pergunta de “jura?”

Huuumm — o filho do capeta notou que tinha se entregado.

— Jura, Nico? Me falaram que você era o mais inteligente, mas devem ter se enganado, né? — a loira questionou, o fazendo se boquiabre-se ofendido.

— Eu não sou esse tal de Nico, eita mulher maluca, nunca vi, dá licença — tocou a campainha da casa, a vendo o repreender com os olhos mandões verde.

A porta branca foi aberta novamente, dessa vez por Thalia que franziu o cenho e deixou uma expressão triste dominar seu rosto.

— Nico? O que faz aqui? — questionou desanimada.

— Desculpa! — pediu após abrir e fechar a boca umas três vezes, sorrindo sem jeito e pelo improviso falho.

— Tá! — ela respondeu, revirando os olhos azuis elétricos e fechando a porta novamente, ignorando sua psiquiatra entre eles.                

O anjo caído o olhou com ódio, empurrando o moreno que simplesmente voou escada abaixo, caindo na calçada com a luz que explodiu em seu peito. A loira se virou para casa, tirando um pó branco de seu bolço tacando na casa e uma barreira elétrica se refez, logo se tornando completamente invisível.

A mulher andou até a sua frente, o pegando pela gola da camisa preta, o tirando um pouco do chão.

— Se você chegar perto da minha filha novamente, eu juro que eu te acho, não importa aonde e eu acabo com você, demônio.

— Se quiser pode me achar no inferno, é bem ali... — rebateu, mesmo que estivesse jogado no chão que nem saco de bosta, tinha que manter a postura.

— Eu sei, eu mandei seu pai pra lá — a mulher rugiu, o empurrando para o chão novamente, saindo andado e logo sumindo em um ponto de luz.

Ele se remexeu no meio da rua, pensando em se levantar afinal poderia passar um carro a qualquer momento e ele ser atropelado, o que poderia ser bem doloroso. Seu cérebro começou a raciocinar.

— Filha... — disse baixo, lembrando das palavras do anjo caído — FILHA!

Os olhos negros arregalaram e ele concluiu que estava fodido.

Thalia correu escadaria acima após bater a porta na cara do Di Ângelo. Entrou em seu quarto e se jogou na cama, deixando que as lágrimas escorressem pelos seus olhos. Ela odiava isso, por que ela não podia dar certo com alguém? Por que ela tinha que ser tão temperamental? Ela realmente tinha motivos para ter brigado com Nico? Ela tinha real algum motivo para se importar? Ela estava a tão pouco tempo com ele...

Um barulho alto estalou em seus ouvidos. A cabeça estava dolorida. Suspirou tirando os comprimidos que tinha que tomar para não enlouquecer, como seu irmão falava, do bolso. Levantou a cabeça e seus olhos se arregalaram, um grito alto saiu de seus lábios e ela chegou para trás.

Três homens estavam de pé em seu quarto, armados com espadas douradas e vestindo armaduras, as asas brancas expostas e o olhar de nojo direcionado a sua pessoa.

Tacou o frasco de comprimido no da frente, que quicou na armadura e caiu no chão abrindo e esparramando as pílulas azuis e branca por todo o chão.

Nico que estava na rua se levantou ouvindo o grito da menina, olhando para os lados sem saber o que fazer.

— SAAAAAI! — ela gritou tacando a coberta no anjo, que caiu antes que realmente o atingisse, abrindo no chão.

O anjo deu um passo a frente para pegar Thalia, que gritou:

— OLHA UM PASSÁRINHO! — apontou para a janela, bugando os anjos. A Grace pulou da cama puxando a coberta no chão, derrubando o anjo que havia pisado em cima do tecido.

Pegou então seu travesseiro, saindo correndo e balançando o objeto em cima da cabeça enquanto gritava e chorava ao mesmo tempo, pulando na cara do anjo caído no chão e atingindo os dois outros com o travesseiro enquanto pulava desesperada, correndo para fora do quarto quando o anjo da esquerda espirrou com as penas voando.

Correu tão desesperada que nem notou seu pai saindo desesperado do banheiro pra ver o que estava acontecendo. A menina abriu a porta da frente da casa, vendo Nico parado confuso e pulando nele em desespero.

O moreno demorou para conseguir retribuir o abraço, ao ver a luz branca reluzindo em seu corpo, a aura angelical ganhando forma e servindo como um farol para os anjos que agora estavam na porta da casa azul do final da rua.

Eles olharam o filho do capeta hesitantes com o que fazer, este arregalou os olhos. Mas antes Zeus apareceu fechando a calça jeans e atravessando os anjos que desapareceram em luz de imediato.

— O que aconteceu? — o homem perguntou confuso, vendo a filha em prantos.

— Tinham pessoas com asas e armaduras, elas queriam me ferir — contou para o pai, mas quando viu o olhar de decepção nos olhos azuis soube que ele não tinha acreditado, e mais lágrimas escorreram enquanto ela apertava mais o Di Ângelo — pai, por favor... — pediu fraco — acredita em mim!

— Vem comigo, filha! — o homem pediu, com a voz triste, segurando o braço da garota.

— Não! Eu quero ficar com o Nico! — encravou a unha na pele dele.

— Thalia, por favor! — o pai pediu, puxando a garota com força.

— Deixa ela ficar comigo... — o Di Ângelo tentou, mas foi cortado.

— Ela é minha filha, você mal a conhece, não se meta — rosnou irritado, sabia o quão difícil era cuidar da menina quando ela ficava naquele estado, o garoto só iria piorar as coisas.

— Ela é minha namorada — falou, mas recebeu um olhar reprovador do pai da garota.

— E ela precisa de tratamento médico — Zeus rebateu — vocês poderiam ser casados e eu não me importaria, ela é minha filha e minha prioridade, você é só um garoto que ela está gostando, agora solta ela.

Nico contra sua vontade afrouxou o braço, olhando triste para a menina, que se soltou por completo e foi puxada para os braços do pai. Ela não desviou o olhar em uma súplica para que ele não a deixasse ir, para que ele fizesse alguma coisa. Qualquer coisa.

Mas o Di Ângelo apenas ficou parado, deixando que ela fosse para o carro e quando ela se debateu tentando fugir, Nico abaixou o olhar, não aguentando ver aquilo e ouvindo o choro da garota antes da porta do SUV fechasse abafando o som.

E o Nico não sabia que aquela seria a última vez que ele a veria em meses.

 

 


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Notas finais do capítulo

- O que acharam? Sobreviveram? Como foi a jornada até aqui?

— Espero vocês em breve.

— Beijos e até!



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