O Legado escrita por Luna


Capítulo 81
Capítulo 80


Notas iniciais do capítulo

Eu lamento pela demora, mas to em final de período e junto disso ainda tive que planejar meu TCC.
Era p eu ter postado dias atrás, mas só consegui pegar p fazer o final hoje.
Espero que vocês gostem.
Beijinhos o/



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/713733/chapter/81

“É claro que tinha uma parte de mim que queria voltar atrás de mudar as coisas. Mas não é assim que a vida funciona. Você não pode voltar atrás. Escolhas foram feitas, e coisas aconteceram por causa delas.”

— Renan Silva

 

Nicholas estava escondido entre as estufas, tinha colocado seu casaco no chão para não sujar sua calça e escrevia concentrado em uma partitura, sons de conversa e risos chegavam até ele, não era o necessário para incomodá-lo, mas servia para lhe lembrar que estava sozinho ali e era algo engraçado quando ele analisava. Por toda a sua vida ele se sentiu sozinho, era diferente de todos os membros da sua família, até mesmo Eric parecia ter uma relação próxima com a mãe deles, mas Nicholas sempre se colocou a parte e não era algo que o incomodava, gostava as sua própria companhia e sempre buscava algo para ocupar seus pensamentos desenfreados.

Mas agora, naquele momento, com o murmurinho de vozes, com as risadas baixas, ele sentia algo quente dentro de si. Não era reconfortante e bom, era sufocante, desconfortável, sentia algo que ele não conhecia e não sabia identificar e mesmo se esforçando para deixar de lado e se concentrar no que era importante aquela sensação nunca o abandonava, pois ele sentia um lugar vazio ao seu lado e dentro de si. Um lugar que ele sabia a quem pertencia.

Posicionou o violino e deslizou o arco nas cordas, o som saiu exatamente como ele imaginou, era a representação de como ele se sentia naquele momento. Era por isso que gostava da música, não precisava falar nada, podia fechar os olhos e jogar todos os sentimentos que habitavam em si para fora através do som suave, descarregar sua frustração em algo que não faria mal a ninguém.

Faltava algo no final, ele pensou um pouco antes de pegar a pena e riscar a partitura novamente. Ouviu o barulho das folhagens sendo pisadas, mas não se deu ao trabalho de se virar para ver quem estava chegando, se fosse um aluno iria embora quando percebesse que era apenas ele ali, se fosse um professor estaria de passagem.

— Por que entre as estufas? – A pessoa sentou ao lado dele o surpreendendo, mas logo Nicholas voltou ao que estava fazendo.

— Não costuma vir ninguém aqui. – Respondeu.

— Oh, você está compondo. – Janet olhou por cima do ombro dele. – É algo para nós?

— Não. – Nicholas não olhava para ela. – Isso é para mim apenas.

Ela se surpreendeu, pelo que soube já fazia um tempo que Nicholas não compunha por pura satisfação tão focado estava em aperfeiçoar sua magia.

— Por que está aqui sozinho? Deveria estar aproveitando o dia livre com seus amigos. – Janet disse depois de segundos de silêncio, a relação com Nicholas era tão profissional que às vezes ela esquecia que ele era apenas uma criança.

— Eu não tenho amigos. – A fala dele foi curta, sua voz calma e baixa, era como se fosse uma informação banal. A forma como ele falou a surpreendeu.

— Mas... e a Arwen?

Nicholas descansou a pena e ficou analisando o que tinha colocando lá, ouvindo em sua mente como achava que a música ficaria com esse acréscimo. Não era como se ele estivesse ignorando Janet, ele tinha ouvido, não entendia a curiosidade sobre sua vida e não queria conversar sobre aquilo com ela, ou com qualquer um.

— Não somos amigos. – Ele pegou uma folha seca e começou a despedaça-la. – Tínhamos apenas interesses em comum.

— Não tem colegas em sua Casa?

— Você perguntou de amigos. – Ele a olhou. – Sim, tenho colegas, pessoas agradáveis com quem posso conversar antes de dormir.

Ela tentou buscar em sua mente as vezes que tinha visto Nicholas pelo Castelo, imaginava que ele sempre tinha que despistar as pessoas antes de ir para o andar que eles estavam ocupando, mas parando para pensar ela nunca o tinha visto na companhia de ninguém, salvo uma única vez quando o viu junto a Arwen.

— Lily... – Ela falou o nome alto. – Lily Potter?

Ela apontou para o começo da partitura onde tinha um “Lily” escrito com letras pequenas. Tinha ouvido comentários sobre o garoto ser o melhor amigo da filha de Harry e que talvez por isso ele estivesse tão preocupado e disposto a ajuda-lo. Agora sabia que não era esse o caso.

— Nós...

Ele olhou para a partitura, escrevera o nome ali antes de começar a primeira nota, mas sabia que tudo que tinha colocado no papel depois era sobre ela. Há alguns dias ele estava atravessando o jardim para ir até uma aula de Trato das Criaturas Mágicas quando a viu com um grupo de colegas da Grifinória, ela falava animada e sorria, parecia feliz. Primeiro ele sentiu raiva, depois tristeza e algo parecido com decepção, não sabia se direcionado a ela ou a si próprio.

Em algum momento ela tinha parado de tentar, não ia mais para seus encontros na Biblioteca como faziam todas as semanas, não o procurava mais para ir até os jardins aproveitar o dia e ele não sabia como ir atrás dela. Tentou uma vez, mas ela não estava sozinha, o convidou para ficar com ela e seus amigos, deveria saber que ele recusaria, ele achou que ela fizera de propósito, ele não a procurou mais desde então.

Nunca entendeu como uma garota como ela tinha ficado amiga de alguém como ele, sabia que ela era carismática, confiante e alegre. Tinha até mesmo conquistado seu irmão, poderia conquistar qualquer um. Mas ele não era assim. Lily foi sua única amiga, a única pessoa que ele não se importava de ter por perto pelo tempo que fosse necessário, ele se acostumou com seu barulho, aprendeu a gostar da sua risada e sua presença se tornou algo certo. Ela ocupou um espaço na sua vida que agora parecia gritar sua ausência.

Ele queria gritar também, mas jamais conseguiria se expressar dessa forma, quando pegou seu violino lembrou-se da risada dela, daquele som tão bonito, lembrou como seus lábios se esticavam e seus olhos se oprimiam e que aquele sorriso não tinha sido dele, que nenhum dos seus sorrisos lhe pertenciam mais.

— Nós não somos amigos. – Ele jogou a partitura na bolsa de qualquer jeito. – Por onde você andou?

— Tive que resolver problemas no Ministério. – Ela olhou para o outro lado, não deveria se sentir tão incomodada diante do olhar de uma criança.

— Não deu certo, não é? – A voz de Nicholas antes neutra passou a ter uma pontada de raiva. – Como meu irmão está?

— Eric está bem. – Aquele garoto era inteligente demais para ser enganado. – Sem nenhum arranhão ou qualquer outro ferimento.

Nicholas passou a torcer a alça da bolsa, seus pensamentos vinham rápido, probabilidades, teorias, o que ele já sabia ser certo.

— Vai ser muito mais difícil conseguir isso com um piano, é um instrumento muito maior, a magia pode ser contida até certo ponto e o controle é complicado. Usaram diferentes núcleos eu imagino. – Ele continuou depois de Janet assentir. – Vê onde está o problema? As madeiras podem ser organizadas de forma a se completarem, então tem as runas de proteção para selar no final, mas núcleos são inconstantes, eles não gostam de dividir, eles prezam pela lealdade de seu portador.

— As cordas romperam, isso fez uma onda de magia varrer a sala.

— Pelo de unicórnio é o núcleo ideal nessa situação, vamos precisar mescla-los com material normal provavelmente.

Janet sorriu, era a mesma coisa que Emme tinha dito dias antes e ali ela percebeu o que a artesã de varinhas quis dizer sobre o erro de manter Nicholas longe daquele projeto. Tudo isso era sobre ele, tinha vindo dele. Ele tinha lido mais do que ela poderia fazer, estudado com afinco antes de começar a trocar cartas com Emme.

— Vou tentar convencer Harry e Hermione a deixa-lo participar da próxima reunião. – Janet bagunçou os cabelos dele. – Precisamos do seu cérebro.

— É claro que precisam. – Nicholas estreitou os olhos como se estivesse surpreso de só agora a mulher ter percebido isso.

*

Ele tinha deixado Janet horas atrás ou a mulher o havia deixado, estava voltando do corujal, havia vários pergaminhos amassados em sua bolsa em sua tentativa de escrever uma carta para Eric, em várias delas sua fúria foi tanta que o papel rasgou. Na sua última tentativa ele conseguiu manter o pergaminho intacto, mas sua raiva ficou clara em suas palavras e em como sua escrita estava forte sobre o papel.

Nicholas começou a ouvir antes de alcançar o final do corredor, eram risadas e lamentos, avançou o passo por pura curiosidade e quando chegou virando a esquerda estancou pela surpresa de ver quem estava lá. Um lufano, provavelmente do primeiro ano, estava em uma dança esquisita enquanto Sonserinos riam dele. Timothy estava entre eles. Seu irmão.

Finite.— Ele ergueu a varinha finalizando o feitiço, o pobre garoto caiu no chão e Nicholas avançou para ajuda-lo a se erguer. – Você está bem? Vá procurar o professor Spencer.

O garoto olhou dele para os três Sonserinos, ele sorriu, era menor que todos eles, mas ainda parecia na dúvida de deixa-lo ali sozinho com os garotos que o tinham azarado.

— Você pode ir, vai ficar tudo bem. – Nicholas apertou o ombro dele, algo que sempre o remetia Eric. O irmão fazia isso quando queria ter sua total atenção e fala algo sério.

Isso pareceu convencê-lo, ele saiu andando apressado pelo caminho que Nicholas tinha feito anteriormente.

— Azarando primeiranistas, Timothy? – Ele apertou a varinha.

— Você tirou nossa diversão, Nott. Acho que agora teremos que ficar com você. – Burke deu um sorriso de dentes tortos, Nicholas o detestava e por isso mal pensou antes de agir.

Estupefaça.— O sonserino foi jogado a metros de distância. – Leve seu amigo daqui, preciso conversar com o meu irmão.

O outro garoto não questionou, ele olhou de Nicholas para Timothy, mas os irmãos se encaravam sem dar atenção a nenhum dos dois. Ele foi andando até Burke e saiu arrastando o amigo pelo corredor.

— O que você acha que está fazendo? – Nicholas não guardou a varinha, movimento notado por Tim.

— Isso não é da sua conta. Por que você não volta para os seus livros e não se mete no que estou fazendo?

— Por isso você se afastou de Scorpius, Albus e Freya? Por isso terminou o seu namoro com a Rose? – Ele deu alguns passos na direção do irmão, sua expressão passava confusão e dúvida.

— Estou fazendo o que eu tenho que fazer. – Tim passou a mão pelo cabelo. – Estou cuidando para que as coisas fiquem bem no final.

— Azarando garotos mais novos? Andando com aquelas pessoas horríveis? O que você quer com isso?

— Você não entende. – Timothy estava exasperado, não esperava ser confrontado por seu irmão caçula. – Precisamos de uma saída com nosso avô, ele precisa ver que ainda tem um herdeiro aqui.

— O-o que? – Nicholas estava confuso, algo totalmente novo para si. – Sebastian? O que ele tem a ver com tudo isso? Eric disse que ele não se aproximará mais, que estamos seguros.

— Nós nunca vamos estar seguros. Eric foi o herdeiro por muito tempo, por isso nós dois erámos esquecidos, mas agora Eric traiu nossa família e Sebastian precisa de um novo herdeiro.

— E esse seria você? – Nicholas estava descrente das coisas que estava ouvindo, parecia surreal demais para ser verdade. – E como ele vai saber que você está querendo ocupar esse lugar?

— Ele já sabe. – Tim tirou um envelope do bolso. – Ele me mandou uma carta dizendo que está feliz por eu estar voltando a trilhar o caminho certo, que está satisfeito com minhas amizades e que finalmente estou trazendo orgulho ao nosso nome.

— Você consegue escutar o que está dizendo? – Ele tinha fechado a mão em punho e a outra apertava a varinha. – Tem noção dos sacrifícios que Eric fez apenas para nos deixar seguros? Ele poderia ter continuado fingindo que estava do lado do Sebastian, mas não queria que permanecêssemos naquele lugar horrível, ele foi ameaçado e agora tem que se esconder. Ele enfrentou nossos pais para nos tirar daquela casa, ele perdeu a herança que era dele por direito. Ele perdeu nossa mãe, Timothy. E agora você diz que quer ir de boa vontade para os braços daquele monstro?

— Você não entende.

— Eu sou incontestavelmente mais inteligente que você, Timothy. – ele deu um riso de escárnio. – Não importa, Eric nunca vai permitir que você faça essa estupidez.

— Proteger a nós, você disse? – Timothy se aproximou, seus olhos azuis pareciam gelo. – Não, ele queria proteger você. Você, Nicholas, que sempre foi o elo fraco da família, você que deveria ser mantido longe de Sebastian por ser pequeno e medíocre, você...

Timothy não conseguiria terminar aquilo, a próxima coisa que sentiu foi o feitiço o atingindo e ele indo parar do outro lado do corredor, com dor nas costas e atordoado.

— Pegue sua varinha, Timothy. – Nicholas disse.

*

— Eric? – Ela levantou do degrau que estava sentada junto com seus amigos quando o viu passar indo em direção as portas do Hall.

Eric estava com uma expressão irritada, o que lhe deixava bem familiar para ela. Suas vestes escuras com um sobretudo mais claro por cima abotoado até o pescoço e a insígnia do Ministério bem visível lhe davam um aspecto adulto e seguro. Parecia uma daquelas roupas que ela já tinha visto outras pessoas usando quando ia visitar o pai no Ministério, era algo formal.

— Lily. – Ele falou e ela não pode deixar de sorrir. Ele não se referia a ela como senhorita como fazia com Freya ou a chamava pelo sobrenome como fazia com seus irmãos e Rose, ela era apenas Lily.

— O que você está fazendo aqui? – Ele tinha parado de andar e ela conseguiu alcança-lo.

— A diretora me chamou depois dos meus irmãos se comportarem como ogros desembestados.

— O que...? – Lily estava confusa com aquilo.

— Você não soube? – Eric começou a ficar desconfiado e por um instante as coisas começaram a fazer sentido.

A garota não sabia o que falar, fazia tantos dias que ela não conversava com Nicholas, semanas até. Não fazia ideia do que ele estava fazendo.

— Eu pensei que você teria ido vê-lo na enfermaria.

Os olhos de Lily se arregalaram e sua boca se abriu em um O.

— Enferm... – Ela tampou a boca com as mãos. – Ele está bem?

Ela ia sair, mas parou com aperto firme da mão de Eric.

— Vocês brigaram. – Eric concluiu pelo que conseguiu captar no rosto dela. – Por que vocês brigaram?

— Nós não...

— Não, ele não. Você. – Ele saberia se Nicholas tivesse brigado com ela, o irmão teria falado algo nas cartas, não de forma clara, é óbvio, mas ele daria indícios que estava com raiva.

— Foi isso que ele disse a você? Que eu briguei com ele? – Ela puxou o braço e os cruzou demonstrando sua irritação.

— Não...

— Eu fiquei do lado dele, acreditei que ele confiava em mim, mas quando ele precisou ele foi atrás daquela garota estranha da Lufa-Lufa, então se ele prefere ficar com ela que seja.

— Você está falando de Arwen Thompson? – Eric não acreditava que tinha acabado de entrar no meio de um drama infantil protagonizado pelo irmão caçula, aquilo era tão não-Nicholas que chegava a ser engraçado.

— Você a conhece? Ele falou dela para você? – Ela bufou. – Não acredito nisso. Ele quis manter aquilo em segredo de todo mundo, mas aí ele foi e contou para ela. Eu pensei que era uma coisa só nossa...

— Espera aí. – Eric levantou a mão a silenciando. – Você sabia da música. É claro que você sabia.

Ele soltou uma risada sem emoção.

— Ele contou para você? – Ela estava surpresa.

— Não, Nicholas não contou a ninguém, nem a mim e nem a Arwen. – Ele respirou fundo, não queria começar a praguejar contra a irresponsabilidade de Lily em ter ficado em silêncio diante daquele absurdo. – Ele só falou para você.

— Não, Arwen...

— Ela descobriu, sim. Mas Nicholas só falou sobre aquilo com você...

— Eu pedi para ajuda-lo, mas ele sempre se negou e quando ela apareceu... Eles estavam lá, inseparáveis, sempre juntos em todos os lugares.

As peças começaram a se encaixar na mente de Eric, os sentimentos de Lily eram tão transparentes que lhe dava receio de avançar mais. Nicholas era tão diferente, ele escondia o que sentia até o limite, não podia culpa-lo, todos eles eram assim, era uma questão de sobrevivência.

Também não era fácil para eles falarem sobre os seus sentimentos, lá estava ele diante de uma menina que demonstrava estar com os sentimentos feridos por achar que tinha sido preterida a outra garota, seu irmão estava confuso e irritado e seu outro irmão estava querendo levar uma azaração no meio da testa.

— Nicholas descobriu algo surpreendente e perigoso, quando ele decidiu falar sobre isso com alguém escolheu você. Thompson descobriu, assim como eu e seu pai, Nicholas nunca falou sobre isso conosco, com qualquer um. – Ele viu que ela ia interromper e ergueu a mão. – Ele sabia o quão arriscado era, sabia que podia machucar você. Lily, ele não queria correr o risco de te ferir.

— Mas Arwen...

— Ela sabia dos riscos, ela o convenceu que valia a pena e ele não se importava com ela como se importava com você.

Sua expressão saiu de irritada para confusa e desolada, era como se só naquele momento ela tivesse percebido o que tinha feito.

— Eu... Eu o deixei sozinho... Mesmo sabendo que ele não tinha outros amigos... Eu o via andando sozinho e... Oh Merlin, eu sou uma pessoa horrível.

Ele não era bom em consolar pessoas, muito menos uma criança. Não sabia como ajuda-la, assim como não soube o que falar para Nicholas além de que eles eram uma família e que tinham que permanecer unidos para sobreviver. Poderia dizer a ela que provavelmente ela tinha magoado seu irmão além do limite? Poderia dizer que seu silêncio e distância poderia ter rompido aquela amizade talvez para sempre?

As coisas eram diferentes para eles, vivendo tanto tempo na escuridão da sua família, com os abusos do avô, com o silêncio do pai e os poucos afagos da mãe, poderia culpar seus pais, mas eles também não receberam amor de forma decente. Seus pais os criaram de uma forma e quando eles tiveram filhos só sabiam cria-los dessa mesma maneira.

Amor era um sentimento diferente para eles, era algo distante e frágil. Eric soube no momento que viu uma fotografia no escritório de Hermione que Nicholas amava Lily, que ele tinha se permitido sentir aquilo. Ela foi a primeira pessoa que Nicholas amou apenas porque queria e ele entendia o porquê. Era muito fácil amar Lily.

— Ele... Ele está bem?

— Teve um corte no braço, Timothy levou a pior. – Ele falou mecanicamente.

— Eu vou... vou...

— Lily? – Ela parou de andar. – Você se afastou, você o deixou sozinho. Eu conheço o suficiente de grifinórios para saber que em uma situação assim qualquer um dos seus amigos teria tomado outra atitude para resolver isso, mas Nicholas não é assim. Ele não sabe como se aproximar, mesmo que ele conheça mais palavras que um aluno do sétimo ano ele não sabe como dizê-las, você o afastou e ele não soube como trilhar um caminho até você novamente. Você o deixou sozinho e ele permaneceu sozinho, por que ele escolheu você e não a tinha mais.

— Você está dizendo isso para eu me sentir pior? – Ela passou a mão no rosto para enxugar as lágrimas.

— Não... – Ele colocou as mãos nos bolsos. – Ele... Você não pode ir lá se vai abandoná-lo novamente.

— Ele não sabe que você se importa assim com ele. – Ela voltou a enxugar o rosto. – Você deveria demonstrar que se importa com ele.

— Ele sabe que vou fazer o que puder para mantê-lo em segurança.

— Isso não é a mesma coisa.

— Isso é amor para nós, Lily.

Ela piscou compreendendo o que aquilo significava, escutou vagamente ele dizendo que tinha que ir e para ela não se meter em problemas, mas só o que Lily conseguia pensar era no que ele tinha dito e como era estúpida.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "O Legado" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.