O Legado escrita por Luna


Capítulo 8
Capítulo 8


Notas iniciais do capítulo

Capítulo feito especialmente para Mazu, FofaComoFuracão (imagino como deve ser fofa msm kkkk) e Maybe.
Capítulo maior do que os de costume, não quis dividi-lo. Espero que gostem



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Você pode até querer provocar um redemoinho, mas não espere receber uma brisa como resposta.

Dalton Menezes

 

Os meninos logo perceberam que nas manhãs de sábado os alunos não costumavam acordar cedo, aproveitando o dia sem aula para dormir mais um pouco. Scorpius, Albus e Rose estavam junto a Amélia na mesa da Corvinal. Os irmãos Miller também estavam próximos, embora Amélia tivesse notado que eles pareciam retraídos perto dos outros, faziam alguns comentários, mas com bem menos entusiasmo.

A atenção dos alunos se voltaram para o bando de corujas que adentravam o Salão naquele momento em busca de seus donos. Ao longe Albus notou a coruja castanha que parecia vir em sua direção e percebeu que era Noble, a coruja dos Potter.

Ela parou em frente ao garoto a balançou as penas derrubando algo em cima do prato do garoto que logo o afastou. Enquanto tirava o embrulho que ela trazia presa a pata Rose tratou de lhe dar alguns pedaços de biscoito amanteigado que sabia que ela adorava.

Tão logo ela se viu livre de sua entrega levantou voo sem se dignar a dar atenção ao resto da mesa.

— Essa é uma coruja bem estranha. – Apontou Scorpius.

— Eu a achei linda. – Amélia disse.

Albus estava concentrado na sua correspondência. Já fazia dois dias que ele esperava uma resposta a carta que tinha mandado aos pais. Ele não queria assumir que estava ansioso, já que demorara tanto a mandá-la, só tendo feito por insistência de Rose, que mais lhe obrigou se ele for sincero.

Ela já vinha perguntando há vários dias quando ele mandaria a carta aos seus pais e um dia Scorpius deixou escapar que Albus andava com uma carta na bolsa, mas que não se aproximava do corujal. Rose tomou-lhe a bolsa e tirou a carta.

 

Oi mãe e pai, estou com saudades. Entrei para a Sonserina.

Beijos

“O que você acha que é isso?” ela lhe perguntou, mas Albus apenas deu de ombros. Então a menina o arrastou até uma sala vazia sendo seguida pelos outros dois e o botou a escrever uma carta decente aos pais.

 

Olá, papai e mamãe.

Hogwarts é muito mais do que eu poderia imaginar. As descrições de James e dos outros não fazem jus a beleza desse lugar. Eu fui selecionado para a Sonserina, e embora tenha ficado meio assustado no início agora percebo que é onde eu realmente pertenço. O nosso Salão é realmente lindo, quando conseguir uma câmera prometo enviar fotos para que vocês possam ver.

Espero que esteja tudo bem no Ministério e no Jornal.

Amo vocês

Albus S. Potter

 

Ele ainda pensou em falar de Amélia e Scorpius, mas achou que um choque por vez era o suficiente.

Os três amigos pareciam ansiosos esperando que ele terminasse de ler a carta.

— Foi tudo bem. – Albus disse.

Mas o rosto dele não transparecia que estava tudo bem, Rose simplesmente tomou-lhe a carta das mãos. Amélia se projetou para frente para poder escutar e Scorpius ficou lendo ao lado dela. Zach e Emílio percebendo que aquilo seria algo íntimo começaram uma conversa com outras pessoas da mesa para chamar a atenção e levá-los a parar de olhar para os quatro.

 

Meu lindo e querido Albus,

Tenho a impressão que sua carta teve alguma mão de Rose. Por isso lhe mande um grande abraço e vários beijos e lhe diga que estou com saudade dela também.

O Ministério está com os problemas de sempre, mas seu pai está tentando resolvê-los. Não se preocupe. O jornal está entediante como sempre, mas encontrei Luna ontem o que, com certeza, fez minha semana ser melhor.

Estou bastante orgulhosa de você, assim como seu pai. Sonserina tem muita sorte de ter você, as outras casas terão que tomar cuidado ou você e seu brilho fará com que a Taça das Casas seja da Sonserina esse ano. Se divirta, mas não tanto. Merlim sabe a quantidade de cartas que recebemos da Minerva todo ano.

Estarei esperando as fotos, sempre ouvi da beleza do seu Salão, mas nunca consegui entrar, o que é uma pena.

Não vejo a hora de vê-lo novamente, meu amor. E vou ter que insistir que você vista seu uniforme, as cores de sua casa devem fazer seus olhos ficarem mais lindos ainda. Já estou morrendo de saudade.

Com todo o meu amor

Mamãe

 

P.S.: Poderia entregar a outra carta e o pacote ao seu irmão? Obrigada.

P.S.2: Demorei a escrever pois estava preparando uma fornada dos seus biscoitos preferidos (queimei a primeira). Divida com seus amigos.

 

Os outros três terminaram de ler e encararam Albus. Seus olhos iam do cachecol verde para o rosto do garoto.

— Seus olhos ficam mais verdes mesmo. Nunca tinha reparado. – Amélia disse.

— Bem… – Rose olhava por cima da cabeça das pessoas para avistar a mesa da Grifinória. – James já chegou. Você pode ir lá agora.

— Eu não sou uma coruja. – O menino respondeu mal humorado.

— Al…

— Fred está com ele. – Scorpius falou. – Esse é um ótimo momento para você falar com ele.

— Porque eu tenho que falar com ele? – Albus perguntou.

— Porque ele é seu primo. – Scorpius respondeu como se fosse óbvio.

— Falar sobre o que? – Rose quis saber.

— Temos que pegar algumas coisas para botar nossos planos em prática.

Rose arregalou seus olhos e abriu sua pequena boca em um O. Ela já até poderia imaginar que tipo de coisas eles quereriam pegar com seu primo. Fred sempre conseguia pegar algumas coisas da loja de seu pai, o perigoso era que as vezes ele pegava um protótipo, um brinquedo que não tinha sido testado ainda.

— Planos? – Zach perguntou.

Os amigos se encaram e tiveram uma conversa silenciosa. Amélia assentiu e então os três também assentiram.

— Algumas pessoas da Sonserina estão brincando com a gente. – Scorpius apontou para ele e Albus.

— Então resolvemos que queremos brincar com ele também. – Albus falou.

Os irmãos não se sentiam a vontade juntos aos amigos de Amélia. Eles cresceram ouvido falar dos pais deles, lendo notícias, vendo nos livros. Era meio estranho estar agora ao lado deles comendo bolo e bebendo suco de abóbora como se eles não fossem superfamosos. E ainda tinha Scorpius, que ainda era um mistério para eles. O menino tinha um rosto muito sério, as vezes dava sorrisos contidos. Mas sempre parecia descontraído quando estavam todos juntos. Eles resolveram ignorar o que a maioria da escola estava falando e tratá-lo bem.

O sorriso que Albus deu fez com que eles entendessem que tipo de brincadeiras eles estavam falando e que seus alvos não ficariam tão felizes. Os Miller adoravam um plano e eles queriam ajudar.

— Do que vocês precisam? – Emílio perguntou.

— Primeiro o Al tem que ir deixar as encomendas para o James e falar com o Fred.

Albus semicerrou os olhos na direção de Rose. Amélia o forçou a levantar.

— Precisamos de alguma coisa que os impeça de mexer nas nossas coisas. – Albus ainda conseguiu ouvir Scorpius dizendo.

Ele não estava seguro caminhando pelo Salão. Ele sentia que enquanto ele ia passando os olhares das pessoas iam o acompanhando, algo que ele não podia afirmar já que estava com os olhos fixos em James.

Ele aprendeu com Scorpius naqueles poucos dias a manter sua expressão séria, mesmo que estivesse borbulhando por dentro. Ele teve que aprender com as constantes zoações que estava passando com seus colegas de casa.

James notou a presença do irmão antes que ele se aproximasse muito. Seu sorriso morreu e ele ficou sem muita ação. Ele se sentia arrependido por não ter falado com seu irmão por toda aquela semana, mas ele não sabia o que dizer. E ele simplesmente nunca conseguiu mentir para Albus, não sabia se era porque ele tinha total confiança no irmão ou era por causa dos olhos incrivelmente parecidos com o de Harry. Parecia que sempre que ele começava a contar alguma mentira Albus o olhava com aqueles olhos verdes e parecia ver por trás de cada palavra. No fim ele sempre esteve ao lado de James, com exceção das vezes em que fazia o irmão ser pego em alguma travessura que considerava particularmente estúpida.

— James.

— Al-Albus. Oi-Hei… Oi – James se embaralhou nas palavras.

— Mamãe pediu que eu te entregasse. – Albus disse o encarando.

Ele podia notar o desconforto do irmão. Ele via os olhos de James sair de seu rosto e ir para o cachecol em seu pescoço e percebeu um leve esgar vindo dele. Albus percebeu que não precisava passar pela aprovação de seu irmão mais velho.

James ia abrir a boca para falar alguma coisa, mas foi interrompido por Albus.

— Fred, posso falar com você?

— Claro, Al. O que você manda? – Fred parecia mais descontraído, mesmo que sua atitude pudesse ser um pouco forçada.

A verdade é que todos eles tinham sido ameaçados por Rose e a pequena ruiva poderia ser uma verdadeira rainha do mal quando se propunha. Ela defenderia Albus até o fim, assim como muitos de seus primos que adoravam Albus independente de qualquer coisa. Ele até poderia visualizar como poderia sofrer se Rose, Molly e Victorie se juntassem em uma vingança contra quem ferisse os sentimentos do pequeno Potter.

— Na verdade, não seria bom se nos escutasse. – Albus falou mais baixo olhando para os lados.

Fred deu um sorriso de canto e se levantou. Albus não era dado a pegadinhas, raramente o fazia. O que era considerado por Fred como um desperdício de talento, já que o moreno era inteligente demais e sempre que estavam juntos tudo parecia correr como planejado. Ele sabia que nessas ocasiões isso só ocorria por causa de Albus, que sempre previa o que poderia acontecer e se adiantava.

Albus notou que James seguia os dois.

— Você ainda tem algum daqueles tapetes dançantes?

Fred começou a gargalhar.

— O que você está aprontando, pequeno Potter? – Fred perguntou.

— Nada demais. – Albus tentou parecer indiferente, mas seu olhar lhe entregava.

— Você precisa de mais alguma coisa, serpente do mal. – Fred quis saber animado com a perspectiva de ver Albus em ação.

— O que você tem?

Então Fred começou a dizer todos os apetrechos que conseguiu, o que não eram poucos. Ele não se importava em dá-los ao primo. Ele sabia que Albus não pediria ajuda diretamente, ele não era assim. Mas se ele estava querendo aqueles logros alguém tinha feito por merecer e como era um bom primo claro que ele ajudaria, ainda mais se isso fosse ferrar com alguns sonserinos.

Eles acertaram quando entregariam as coisas depois de Albus escolher o que precisaria.

— Vamos, Jamie? – Chamou Fred.

— Pode ir indo na frente. Te encontro no salão.

Albus viu Fred se afastar dos dois fazendo sinal positivo com as mãos e dando um adeus espalhafatoso.

— O que tá acontecendo na Sonserina? – James resolveu uma abordagem direta.

— Nada. – Albus estava com a mão nos bolsos da calça e não olhava para o irmão.

— Então por que você quer os logros? – James não acreditava naquilo.

— Isso é problema meu, irmão. – Albus respondeu o olhando diretamente e completou com um sorriso que James não reconheceu. – Não precisa se preocupar.

Albus ia voltar para o salão, mas foi barrado.

— Olha… eu deveria ter vindo falar com você mais cedo. Eu só…

— Não preciso de suas desculpas, irmão.

James não estava acostumado com aquele Albus. Ele percebeu com o passar do tempo que Albus era diferente. Ele sempre estava entretido com algo, seja um projeto de horta da Toca ou com algum livro, ele era bastante sério. Mas não era frio daquele jeito.

— Se você precisar de qualquer coisa, Al… Se algum deles fez alguma coisa…

— Não finja que se importa, James.

Albus se desvencilhou do irmão e saiu pisando duro em direção ao Salão Principal. Ele estava magoado com James. Aquele era o primeiro ano dele, o mais assustador. Ele ficaria longe de sua casa, dos pais e sempre achou que não seria tão ruim porque teria James. Seu irmão mais velho que sempre esteve ao seu lado, mas que lhe virou as costas. Albus não queria ouvir os motivos que levou a ele deixar o próprio irmão sozinho na primeira semana de aula, ele só conseguia imaginar como teria sido um inferno se ele não tivesse Scorpius e Molly na Sonserina.

Quando ele se aproximou da mesa todos perceberam que algo tinha dado muito errado.

— Consegui o que a gente vai precisar. Temos que resolver as outras coisas.

Todos olharam para Rose esperando que ela falasse alguma coisa. Ela parecia boa em se aproximar de Albus quando ele não estava bem.

— Zach e Emílio deram algumas boas ideias. – Ela falou. – Podemos pedir aquele amigo de vocês para ajudar com os feitiços.

Os amigos pareciam ter sido tirados do transe que se colocaram quando Albus chegou com o semblante carregado.

— Não gostaríamos de envolver mais ninguém nisso. Já tem muitas pessoas aqui. – Albus foi definitivo.

— Mas… – Amélia ia começar a falar.

— Não! – Albus falou – O feitiço não precisa ser perfeito. Eu vi Teddy praticando durante todo o verão, consigo lembrar de algo.

Ninguém teve coragem de contestar.

— Al, está tudo bem? – Scorpius perguntou.

— É claro que sim.

Mas nenhum deles acreditou, nem mesmo os Miller que mal conviviam com o menino. O sorriso que ele deu foi muito falso e seus olhos estavam úmidos. Ele logo se despediu dos que estavam lá com a desculpa de que ia tentar dormir mais um pouco e que os veria antes do almoço.

 

Depois que Ernie havia falado sobre as brincadeiras elas diminuíram exponencialmente. Mas ainda havia aqueles que prosseguiram. Mas esses tiveram que pagar o preço pela ousadia. Algumas pessoas já tinham avisado que aquilo não daria certo, que em algum momento um deles iria responder a altura pelas provocações.

— Meu pai um dia disse que Harry Potter não era conhecido por sua incrível paciência. – Anthony Zabine falara.

— O que você quer dizer com isso? – Flint perguntou.

— Que Albus e Scorpius vão retaliar.

— Não entendo porque você defende tanto aquele aborto. – Adara Blunt apontou.

— Albus Potter não é um aborto e vocês são ridículos. Depois não digam que eu não avisei.

Zabine já estava cheio com aquela situação e esperava que os garotos não demorassem a tomar uma atitude. Aquilo estava sendo patético.

Mas ele não teve que esperar muito tempo.

Na segunda quando Flint resolveu que seria bastante divertido fazer Scorpius se atrasar para a aula de poções e tentou trancá-lo no banheiro não reparou que tinha acabado de ativar o tapete dançante.

Flint passou a dançar alguma coisa latina que ninguém conseguiu entender realmente. Ele gritou por socorro e Scorpius abriu a porta do banheiro.

— Ah, é você. Passos legais.

Scorpius falou com um sorriso de deboche e voltou para terminar de se arrumar. Logo havia várias pessoas no dormitório do 1º ano vendo Flint dançando de forma ridícula. Alguns amigos tentaram lançar feitiços que pudesse fazer aquilo parar, mas pareceu que só fez com que os movimentos se tornassem mais rápidos.

— Flint, não sabia que você dançava tão bem. – Albus falou aparecendo na porta do quarto.

Tão rápido quando uma coruja assustada a notícia se espalhou pelo salão. Ninguém sabia como aquilo aconteceu, mas a maioria apostava suas ficham que Potter e Malfoy estavam se vingando.

Madame Pomfrey não soube fazê-lo parar já que desconhecia o encanto que tinha colocado o garoto naquela situação, então restou que ele esperasse o efeito passar e depois teve que passar alguns dias colocando creme nos pés para se livrar das bolhas.

Alguns dias depois alguns garotos do 4º ano acordaram com os cabelos verdes e com a aparência estranha. Parecia que tinha meleca saindo dos fios. Quanto mais eles puxavam, mais meleca saia. O resultado foi que eles tiveram que cortar o cabelo bem curto depois disso e passariam a ser motivo de piada durante as semanas que viriam.

Vários incidentes aconteceram no decorrer da semana e sempre que algo assim acontecia os presentes lançavam olhares para Scorpius e Albus que apresentavam sorrisos vitoriosos.

Os monitores pareciam não ver nada.

— Tire esse seu cabelo nojento de perto de mim, Perkins. – Molly falou.

— Merlin, que fedor é esse? Existe algo chamado banho, Adams, e sabonete e shampoo. – Ernie disse.

— Eu já tomei três banhos. – Ela falou – Isso é coisa daquele menino Potter e Malfoy. Tenho certeza que é coisa deles.

— Você tem provas?

— É claro que não. – Ela respondeu revoltada.

— Porque eles fariam isso com você? Você fez algo a eles? – Ernie quis saber com falsa curiosidade.

— Estão querendo chamar atenção, mostrar quem é que manda. – Falou torcendo o nariz.

— Sinto muito por você, Adams. Sem provas eu não posso fazer nada. – A voz dele saiu meio chiada por estar tampando o nariz – Quanto a última parte, bem… se eu fosse você e seus amigos reveria minhas opções. Vocês podem parar agora ou continuar levando isso adiante e ver até onde eles estão dispostos a ir. Mas lembre-se que um deles é um Potter, alguém quase intocável na nossa comunidade e o outro é um Malfoy, que tem mais dinheiro do que boa parte de vocês juntos e com bastante influência para fazer problemas sumirem. Não sei você, mas não iria querer eles como inimigos.

— Então você sabe…

— Lembrem-se também, querida, que há uma profusão de Weasley e agregados nesse Castelo. O que você acha que eles farão se descobrirem o que acontece aqui?

Ele não esperou a menina responder, saiu rapidamente querendo respirar algo que não cheirasse a ovo podre misturado com cocô de dragão. Ele teria que felicitar os meninos, eles souberam bem responder a todas aquelas provocações.

Na quinta-feira boa parte dos alunos do 1º ano estavam debruçados pelas mesas do Salão fazendo um trabalho de Herbologia que só poderia ser descrito como exaustivo. Eles já estavam fazendo esse trabalho há três dias, o pior é que tinham que fazer sozinhos já que a professora passara outra atividade para a Grifinória e Corvinal. Pelo que eles sabiam as meninas também estavam presas.

O trabalho era para ser entregue no primeiro horário da manhã e eles conseguiram terminar altas horas da noite, mais porque no meio do trabalho resolveram jogar snape explosivo, dormiram tarde e sabiam que precisariam de muita força de vontade para acordarem no horário. Estavam exaustos quando terminaram.

Os meninos jogaram os papéis de qualquer jeito dentro de suas mochilas e subiram as escadas se arrastando. Nott e Zabine estavam tão cansados que acabaram dormindo nas camas erradas, Albus e Scorpius adormeceram logo que tocaram no travesseiro fofo de suas camas.

Eles não sabiam que horas eram, e era difícil se localizar quanto ao tempo nas masmorras por não terem acesso à luz do sol. Mas eles acordaram com gritos vindo do Salão Comunal. Curiosos eles pegaram casacos e saíram, quando chegaram lá encontraram várias outras pessoas também com cara de sono e de pijamas e próximo a lareira estava Damien Flint com algo gosmento no rosto escorrendo pelo pescoço.

Ele tentava tirar, mas suas mãos logo também estavam lotadas da gosma esbranquiçada. Não demorou para a professora Melanie de DCAT e também diretora da casa passar pela porta e observar toda aquela confusão.

Seus olhos de águia passaram pelos alunos e se fixaram em Molly.

— Srta. Weasley pode me explicar o que está acontecendo?

— Desculpe, professora. Mas eu também não sei. – Molly tentou explicar – Acordamos com os gritos e quando chegamos encontramos isso. – Ela apontou para a figura patética de Flint.

Ele parecia desesperado e ainda tentava tirar a gosma de seu rosto.

A professora se aproximou e passou um dedo no rosto do sonserino. Os levou ligeiramente ao nariz aspirando o odor rapidamente.

Ela olhou para o menino e sentiu vontade de dar meia volta e deixá-lo lidar com aquilo sozinho. Mas sabia que essa não seria uma atitude condizente com sua posição, por isso com um leve floreio de varinha ela conseguiu livrá-lo de toda a gosma.

O rosto do menino estava vermelho.

— Sr. Flint, faça a gentileza e me explique o que aconteceu. –A voz dela não foi gentil. Ela passou impaciência em cada palavra.

Quando Flint ergueu os olhos encontrou o sorriso jocoso de Albus e Scorpius.

— Foram eles. – Flint falou aos berros e tentou avançar na direção dos meninos que não se moveram.

A professora lançou um feitiço que o manteve parado no lugar. Seu olhar seguiu para onde Flint apontava e não se surpreendeu quando encontrou o rosto inexpressivo dos meninos.

Ela caminhou em direção as mochilas que estavam no sofá.

— De quem são? – Ela perguntou apontando para as bolsas.

Quatro mãos se ergueram.

Ela percebeu que apenas uma das bolsas estava aberta e que do lado se podia ver um chaveiro de uma vassoura com as iniciais AP.

— Eles fizeram isso. Quando abri a mochila aquilo foi direto para o meu rosto. Eles fizeram isso. – Ele voltou a repetir

— E posso saber o motivo do senhor mexer na mochila do Sr. Potter?

— E-eu… eu… eu só…

— Sr. Flint, uma semana de detenção por mexer na bolsa de um colega sem a devida permissão, mais duas semanas por ter me acordado no meio da noite. Tenho certeza que o senhor vai apreciar limpar os troféus e depois os banheiros e depois… bem, vou pensar em alguma coisa.

— E o qual vai ser a punição dele? – Flint perguntou.

— Punição? Mas porque eu o puniria? – Ela perguntou com falsa inocência.

— Olha o que ele fez!

— O que estou vendo aqui é que o Sr. Potter guardou uma planta na bolsa e o senhor a assustou quando abriu a bolsa. Ela é uma planta muito temperamental, não gosta de ser acordada tão bruscamente. – E depois se voltou a Albus. – Sr. Potter porque está com essa planta na bolsa?

— A professora Sprout disse que poderíamos pegar algumas espécies se gostássemos na nossa última aula. Minha irmã Lily adora plantas, queria mandar essa para ela.

— Seria bom se o senhor a mantivesse em algum lugar ventilado enquanto não a envia. Busque um pequeno jarro nas estufas, acho que a coitadinha precisa de um pouco de ar.

— Sim, senhora professora.

O garoto notou ela olhar na direção de Flint e fazer um esgar com a boca e em seguida olhar para ele e lhe dirigir um pequeno sorriso.

— Para cama! Amanhã todos tem aulas.

Ela foi em direção a saída e quando a porta se fechou Flint se viu livre do feitiço e tentou ir na direção dos meninos novamente. Mas o que encontrou foi quatro varinhas apontada para ele.

— O que vocês acham que vão fazer com isso? – Perguntou com deboche.

— Você quer pagar para ver? – Malfoy perguntou dando um passo a frente. – Sabe a quantidade de livros negros eu tenho em casa? Meu pai gosta sempre que eu seja o melhor, acha que ele me deixaria vir para cá sem saber de nada?

Aquilo até poderia ser mentira, mas quem olhava para Scorpius não duvidava de suas palavras.

— Nós deixamos vocês se divertirem, então chegou a nossa vez. Não gostaram das brincadeiras? – Albus perguntou com um sorriso.

— Então você assume que tudo aquilo foram vocês? – Nicole Adams perguntou.

Os meninos se olharam e começaram a rir.

— Do que você está falando? Eu apenas estava guardando uma plantinha para a minha irmãzinha. – Albus disse com zombaria.

Antes que mais alguém falasse alguma coisa Ernie e Molly começaram a dispersar as pessoas. Os alunos voltaram para seus dormitórios ainda falando sobre o acontecido.

Quando Flint ia pegar sua varinha que ficou jogada ao lado da lareira sentiu ser atingido por um feitiço e logo estava de cabeça para baixo.

— Meu tio Harry me ensinou esse feitiço. – Molly dissera – Bastante útil, não acha?

— Me solta!

— Faça qualquer coisa contra meu primo ou Scorpius novamente e você vai ver o que mais meu tio Auror me ensinou. Também vai provar um pouco dos muitos logros que tem na loja do meu outro tio, e posso até mesmo mandar uma carta ao meu outro tio que desfaz feitiços muito complexos no Gringotes. Se você e seus amiguinhos continuarem com isso vou ter uma conversinha com alguns amigos de outras casas e você, Flint, mal vai conseguir se mover sem que um balaço te atinja no jogo de quadribol. Esse é meu aviso.

A menina se afastou e quando já estava indo para a ala dos dormitórios o liberou. Ainda conseguiu escutar um gemido de dor quando ele aterrizou no próprio braço. Ela sabia que a partir de agora eles pensariam duas vezes antes de fazer alguma coisa.


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Notas finais do capítulo

Acham que eles capricharam na vingança? E esse choque com o James, ai ai
Me digam o que acharam.
Beijoos!



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