O Legado escrita por Luna


Capítulo 76
Capítulo 75


Notas iniciais do capítulo

Esse não era bem o capítulo que eu tava planejado para hoje, mas ele saiu e eu o achei tão adorável. O que significa que em pouco tempo teremos um outro :)
Obrigada pelos comentários
Espero que gostem, me digam o que acharam e beijinhos.



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“Emoções raramente são convenientes e muitas vezes intoleráveis.” 

Anne With an E

 

— Você deve buscar a pessoa que procura, alcança-la com sua mente e seu poder, deixar seu dom lhe guiar. – A mulher recitava novamente, ela andava em volta da menina sentada no chão, sua voz era dura e não tinha mais a ternura de outrora.

A garota tentou fazer o que era ordenado, tinha o rosto em sua mente, podia ver o menino que olhos verdes com a cicatriz na testa a marca de seu destino amaldiçoado, o via andando por corredores de pedra, sentado em um banco de três pernas com um chapéu grande demais para sua cabeça, o viu na casa de sua família sendo maltratado por um garoto gordo, estava fazendo errado, sabia disso. O passado não daria as respostas que sua mãe buscava, ela não deveria se enveredar pelo que já aconteceu, tinha que procurar pelo futuro do garoto, se ele tivesse sorte de ter algum.

— Então? – A mulher cruzou os braços e a olhava com desgosto.

Não se lembrava de um dia a mãe tê-la olhado daquela forma, mas já fazia um tempo que a mulher não se comportava mais como antes, parecia sempre atormentada, presa em uma visão ruim e a forçava a ir cada vez mais longe, se sentia tão cansada e frustrada, ainda mais quando a mãe a encarava daquela forma, como se ela fosse um erro, não fosse boa o bastante. Ela só estava cansada, só queria parar por algumas horas, descansar sua mente.

— Nada ainda, vejo coisas sobre o passado dele, com sua família trouxa, eles...

— Não importa. Maldita seja você por ser uma andarilha do tempo, ver o passado é apenas um atraso. – A mulher gritou. – O passado ficou no passado, você pode aprender com ele, mas nunca muda-lo. Precisamos saber o que o futuro reserva ao garoto Potter, se ele será capaz de destruir o Lorde das Trevas, se devemos ter esperança.

Eveline encarou a mãe com seus brilhantes olhos azuis assustada. Pensou em perguntar o que tudo aquilo significava, mas sempre que buscava saber além começava os devaneios, ela começava a dizer que não havia mais esperança, que tudo estava perdido, que o futuro era terrível.

Eveline tentou por dias até ter uma visão que sabia ser do futuro, via o homem, não mais que um menino ainda andando pela Floresta Proibida, seus passos eram decididos, ele parecia saber de seu destino. O viu encarar o Lorde das Trevas e fechar os olhos para receber a maldição da morte.

Então era isso, esse era o fim da esperança, sabia o que aquela visão significava para o mundo que vivia, mesmo distante sabia que um dia o Lorde os alcançaria. Falou para sua mãe sobre o que viu, e dias depois a mulher despencou para a morte. Eveline sabia dos perigos de suas visões, era algo que sua mãe a avisava desde que o dom despertou, a ensinou a nunca interpretar uma visão de forma leviana, mas como ela poderia interpretar aquela de outra maneira. Ninguém nunca tinha sobrevivido à maldição da morte, exceto Harry Potter e como ela poderia imaginar que ele o faria pela segunda vez?

Eveline abriu os olhos, não estava mais diante de sua mãe, estava de volta a solidão de sua casa, tinha ficado naquela mesma posição fazia horas, quando fechou os olhos o sol ainda brilhava e agora já conseguia captar o brilho da lua no céu. Às vezes era difícil para ela diferenciar o que era apenas uma memória de uma visão do passado, as duas tendiam a se camuflar em sua mente, ainda mais quando ela estava tão cansada.

Ela também se amaldiçoava por perder tempo vendo coisas que nunca poderia mudar, queria algo que pudesse ajudá-los, guia-los diante das incertezas de ataques e perigos, queria ver se algo havia mudado ou se o futuro continuava tão negro quanto suas visões mostravam.

Se recusava a perder a esperança como sua mãe tinha feito, definhar diante das ilusões de sua mente, deixar que suas visões tomassem o controle.

Concentrou-se novamente, via o rosto do homem em sua mente, repetia o nome dele e o buscava em suas visões. Sabia estar cometendo um erro, devia estar procurando por Sophia, Vitorin ou até mesmo por Illya, qualquer um que lhe desse respostas satisfatórias, mas lá estava ela procurando um homem que poderia até ser considerado insignificante diante de tudo que estava acontecendo.

Queria esquecê-lo, mas seu rosto aparecia claramente em seus sonhos e era como se ela pudesse ouvir o som de sua voz, mesmo quando só o que restava era o silêncio. Sua visão antiga tinha se extinguido, eles não estavam mais em Hogwarts e isso lhe trazia certo conforto, talvez o ataque à escola nunca acontecesse. Era uma centelha de esperança que Eveline tentava não aumentar, podia não ser nada, sua visão já tinha se mostrado falha antes.

Hogwarts ficaria bem, mas Terêncio não. Arwen foi clara ao afirmar que o viu sendo torturado, não conseguiu ver a maldição que o atingiu e não conseguia voltar a essa visão. Ela mentia para si mesma que precisava saber de mais, não apenas por Terêncio, mas por Arwen ter visto isso enquanto estava conectada a Gina Potter. O que a mulher tinha a ver com essa visão?

Nunca falou sobre ela com ninguém, a única a compartilhar de suas angústias era Arwen e sabia que colocava um peso grande demais para a criança suportar, mas ao mesmo tempo não sabia como andaria dia após dia sem descarregar um pouco dos tormentos que havia em sua mente.

Batidas na porta a tiraram de sua concentração, ela aguardava um dos aurores de Harry. Eve deu um sorriso ao lembrar-se do Chefe dos Aurores, era tão claro o quanto o homem a detestava, ele tentava esconder seu desgosto atrás de bons modos e gentileza, talvez principalmente por ela ser útil ainda.

Trouxas queimavam bruxos na antiguidade, sentiam medo de seus dons mágicos, suas crendices os faziam acreditar que pessoas como ela tinham ligação com criaturas das trevas, demônios. Mas era diferente com videntes, elas eram apreciadas, sobretudo junto a reis que queriam saber de suas vitórias e possíveis derrotas.

Não era diferente agora, ele detestava seu poder, mas apreciava a possibilidade de saber algo antes que acontecesse e a odiava quando descobria que ela tinha lhe escondido algo. Mas ele não entendia, preferiria remoer seu sentimento de rancor e a afastar cada vez mais, não que Eveline se importasse. Ela era acostumada a ter pessoas a afastando.

Não estava preparado para vê-lo, talvez jamais estivesse. Ela tinha a impressão que o destino gostava de zombar dos mortais, vê-los se remoer em agonia silenciosa, essa era a única explicação para Terêncio Boot estar parado a sua porta.

— Boa noite, Eveline. – Sua voz era gentil e calma. – Posso entrar?

Eve não respondeu, mas deu espaço para que ele entrasse. O homem olhou ao redor curioso, mas não havia nada de interessante para olhar, a casa dela era simples, a usava quando precisava fugir de Hogwarts.

— Sua casa é muito bonita. – Ele voltou-se para ela que ainda o olhava sem reação. – Espero não ter vindo em uma hora ruim, Harry disse que você estaria me esperando.

O sorriso singelo nunca abandonava seu rosto e nesse momento Eveline queria jogar para longe todos os seus temores e restrições e pedir para que o auror fosse embora novamente, saísse do meio daquela guerra e vivesse seus dias tranquilos em algum lugar seguro.

— Sim, eu esperava. – Ela respondeu com um sopro de voz.

Virou-se e adentrou mais a casa, indo até o outro cômodo pegar o pergaminho que deveria entregar ao auror para que ele desse ao Harry. Quando voltou a sala o viu segurando um antigo porta-retrato, ele olhava curioso para a fotografia, a ouviu chegando e o colocou no lugar.

— Sua mãe? – Ele apontou para a imagem.

— Sim.

— Vocês são muito parecidas, ela também é uma vidente?

— Sim, ela era. – Eve apertava o papel.

— Ah, eu sinto muito. – Ele parecia realmente sentir. – Não me lembro de vê-la em Hogwarts e não reconheço o uniforme, onde estudou?

 – Ilvermorny.

— Adoraria ouvir mais sobre a famosa escola americana. – Ele sorriu como se esperasse algo dela, mas Eve não sabia o que poderia dar a ele e embora tudo gritasse para que ela o afastasse e o mandasse sair de sua casa não o fez.

— Não é tão diferente assim de Hogwarts, há apenas mais restrições. – Ela não o olhava diretamente, o que ele facilmente percebeu. – Gostaria de beber algo, sr. Boot?

— Eu adoraria, Eve. – Ele usou o apelido e ela o olhou diretamente desde que o viu parado a sua porta. A barba espessa tomava parte de seu rosto e emoldurava o seu sorriso, seus olhos pareciam captar mais do que ela queria mostrar e a encarava como se soubesse o que se passava com ela.

O apelido em sua voz não soou estranho, era familiar, mais familiar que quando Melanie o fazia, era como se ele tivesse a chamado assim a vida toda e como se ela tivesse o ouvido por anos.

— Por favor, me chame de Terry.

Que jogo perigoso era aquele que Terêncio a chamava para jogar e Eve nem ao menos sabia as regras.

Aquele tinha sido um dia normal, aula de Feitiços no início da manhã e depois Herbologia com a Sonserina, Thomas deixou que Trevor fizesse companhia a Abigail e juntou-se a Freya como uma dupla. Todos pareciam saber sobre algo naquela amizade que os dois não haviam descoberto ainda, ou tentavam transparecer que não.

As coisas tinham sido confusas e difíceis desde o início e não melhoraram com o tempo, eles se falavam todos os dias, às vezes estudavam juntos e em algumas aulas compartilhadas ficavam no mesmo grupo. Nenhum de seus amigos estranhava mais e sentiam o quanto eles ficavam mais desconcentrados quando estavam longe um do outro.

Mas ainda assim, quando questionados a resposta dos dois era a mesma, eram amigos, apenas isso e por mais que repetisse isso em sua mente todo o tempo a mentira se tornava cada vez mais falsa para Thomas e no momento não importava o quanto ele se esforçasse era difícil manter seus olhos longe dela.

Ela tinha feito uma trança depois do almoço, não estava perfeita, partes de seu cabelo se soltaram e agora ficavam tocando seu pescoço, a menina não parecia sentir ou ignorava algo tão insignificante, mas Tom sentia vontade de sentir a textura dos fios, tocar o pescoço dela, sentir sua pele. Enquanto a menina escrevia em seu pergaminho ele se sentia livre para observá-la, Freya mordiscava seu lábio e quando parava para pensar a ponta da pena, coçava a testa e espremia os olhos. Era tão adorável.

— Eu desisto. – Ela pousou a pena na mesa com cuidado para não sujar nada e se recostou melhor na cadeira. – Não consigo mais pensar.

Thomas tinha parado de pensar a muito tempo, como poderia se concentrar em feitiços se a única coisa que pensava era na garota a sua frente?

— Acho melhor voltarmos, já estamos quase em cima da hora. – Ele começou a recolher seu material.

— Thomas, está tudo bem? – Freya perguntou.

Gostava quando ela o chamava apenas de Tom, soava como se eles fossem realmente próximos, mas adorava como seu nome completo soava na sua voz, ela tinha uma linda voz. Ele balançou a cabeça tentando dispersar a onda de pensamentos que o invadia sem permissão. Ser amigo dela já era muito problemático.

— Estou cansado. – Ele deu sua desculpa padrão.

Ela não lhe fez mais perguntas, sabia quando Thomas estava guardando algo e não queria força-lo a falar, mais porque não sabia se queria escutar o que o incomodava tanto. Recolheu seu material em silêncio e o acompanhou para fora da biblioteca. Eles desceram as escadas e avançaram pelo saguão, a caminhada não seria tão longa, mesmo que ele a acompanhasse até as masmorras.

Thomas remoía tudo que sabia, tudo que tinha ouvido ao longo dos anos e analisava o que vinha sentindo pela Zabine, aquilo era o que o deixava mais confuso. A curiosidade do início tinha dado espaço para algo mais, ele a conheceu, a viu através de sua máscara de arrogância, conheceu sua lealdade e seu carinho, a viu sorrir quando não havia ninguém por perto para julgá-la e aquela imagem estaria presa para sempre em sua memória. Temeu perde-la e por isso arriscou o que tinha para mantê-la ao seu lado, meses distante comprovou como ele ficava miserável sem ela.

Podia ignorar os alunos preconceituosos, a dor em sua alma que dizia estar desonrando seu pai, as cartas tristes e preocupadas de sua mãe, agora tão cheias de avisos e ameaças. Podia esquecer tudo que aprendeu, porque Freya não era nada como lhe descreveram. Ela era ferina e arrogante, como a maioria de sua casa, mas também era gentil, amorosa e boa. Adorava seus amigos e amava sua família, os defendia e ele a entendia, Anthony era tão protetor e Amélia era digna de todo amor que pudesse receber.

Aprendeu até mesmo a aceitar Scorpius, dentre todos era o que parecia mais decente. Às vezes se surpreendia por ele ter ido parar na Sonserina, ele não parecia uma das serpentes, e não conseguia mais acreditar que ele vestia uma máscara, aquele era ele, simples assim. Sem fingimento, sem esforço, ele era educado, solícito e estava sempre disposto a ajudar, seu olhar dificilmente transparecia algo além de desconforto, tristeza ou timidez, viu raiva algumas vezes, mas nunca por uma ofensa pessoal, era sempre quando algo atingia um de seus amigos ou quando alguém passava dos limites.

Sua mão roçou levemente na de Freya e seus pensamentos se voltaram para ela novamente. Virou o rosto para olhá-la, ela estava séria, também perdida em seus pensamentos e ele queria desvendar cada um deles e temia se perder no meio de todo aquele sentimento.

— Freya. – Ele a chamou e a menina se virou para ele, mas Thomas não sabia o que falar ou fazer.

A menina parecia entender mais do que ele achava que fosse possível, deu o seu sorriso mais gentil e o abraçou passando os braços pelo seu pescoço, Tom correspondeu de imediato envolvendo sua cintura e a puxando para mais perto, não deixando nenhum espaço entre eles, a apertou forte.

Eles se separaram, ele passou a mão em seu rosto em uma suave carícia, desenhando o contorno do seu maxilar, a viu fechar os olhos e suspirar e seu coração pulou mais alto com aquilo. Ela os abriu novamente e o encarou esperando o que fosse acontecer a seguir. Ele ainda tinha dúvida, as sensações em seu corpo eram gigantes. Freya se sentia assim também? Ele não suportaria saber que sentia aquilo sozinho.

— Tom... – Ela falou como uma prece, como se ansiasse muito por algo, mas não tivesse forças para pedir.

Seu rosto se aproximou do dela demonstrando claramente o que faria, foi um movimento lento, queria dar chance a ela de recusá-lo, afastá-lo. Mas ela permaneceu lá o olhando daquela forma intensa e profunda, seus narizes se tocaram e ele não sabia mais se tinha força para continuar, não sabia como seria depois e isso o aterrorizava, pois ser amigo dela já era tão difícil.

Freya sentia tudo queimar dentro de si, como se as mãos de Thomas tivessem acendido uma fagulha em seu interior e agora ela não conseguia apagar. Sabia o que deveria fazer, afastá-lo, ir para o seu Salão e fingir que aquele momento nunca aconteceu, era seguro assim. Eles poderiam voltar a ser o que eram se ela partisse agora, mas se continuassem o futuro parecia ainda mais incerto e tendendo ao caos.

Sua linha de pensamento que a levaria para longe de Tom se perdeu quando seus narizes se tocaram, era tão sutil e mágico, forte e surpreendente e percebeu que não importava o que aconteceria no dia seguinte, ela queria saber como era, o que sentiria e se tivesse que dar seu primeiro beijo a alguém queria que fosse ele.

Avançou o espaço que faltava e tocou seus lábios no de Tom, foi um toque suave, eles eram inexperientes e estavam assustados, dezenas de fogos explodiram dentro de cada um, um misto de sensações que seriam impossíveis de serem descritas. Eles sentiam tudo, a mão dele no rosto dela, enquanto a outra agarrava sua cintura com força, e as mãos dela em seus braços, como se quisesse assegurar que era ele realmente que estava ali.

O toque durou apenas segundos, eles se separaram e se olharam, ambos sérios, concentrados, o silêncio fazia a tensão aumentar.

— Isso foi... – Freya queria dizer errado, mas a palavra não parecia adequada ao que ela sentia.

— Freya, eu quero beijar você de verdade. – Thomas falou, os olhos dele brilhavam por causa das chamas nos archotes.

Ela assentiu, sua fala tinha se perdido em sensações.

Ele a beijou e se soubesse que seria tão bom o teria feito tempos atrás. Foi lento, eles tinham que se acostumar com os movimentos, mas ainda assim teve magia. Ele colocou os braços ao redor dela a puxando para si, enquanto isso Freya passava a mão em sua nuca, brincando com seus fios curtos.

Ele passou a língua em seu lábio e Freya sentiu um rugido dentro de seu peito, permitiu aquele movimento apreciando o que ele lhe causava, eles ainda tinham medo, mas continuaram por mais alguns segundos. Quando se separaram não sabiam o que dizer um ao outro, a repercussão daquele gesto teria proporções gigantescas.

— Gostaria de ter feito isso antes. – Tinha voltado sua mão ao rosto dela e o acariciava. – Se imaginasse que seria capaz de sentir tudo isso poderia tê-la beijado na biblioteca ou no meio da sala de Herbologia.

Freya sorriu.

— Não seja bobo, você jamais faria algo assim.

— Permita que eu seja bobo, ao menos essa noite. Permita que eu sonhe com isso e, por favor, permita que eu a beije novamente.

— Você soa como um bobo apaixonado, Agnelli.

— Eu confesso meus sentimentos se você me segregar os seus, Freya. – Ele também sorria. – Um bobo apaixonado... Acho que é assim que eu me sinto.

Ela parou de sorrir.

— Não diga bobagens. – Ela tentou se afastar, mas Tom a segurou.

— Freya...

— Nós não podemos, só traria mais problemas.

— Não gosta de mim? – Uma dor surgiu no fundo de seu estômago e parecia vir subindo em direção a sua garganta, seu aperto se tornou frouxo dando a menina a chance de fugir.

Ela poderia mentir agora, diria que não sentia nada e sabia que o orgulho dele não o permitiria voltar aquele assunto. Mas como teria coragem de machuca-lo daquela forma ou de ir contra ao imenso sentimento que tinha por ele?

— Oh Thomas... – Ela baixou a cabeça. – Tudo seria tão mais fácil se nos detestássemos.

— Eu tentei, mas é impossível. – Ele riu soprado.

Freya jogou para longe a cautela, poderia ser cautelosa amanhã, hoje ela também queria se comportar como uma boba apaixonada. O surpreendeu selando seus lábios novamente e o puxando para si. Tudo poderia ser diferente no dia seguinte, mas eles aproveitariam o silêncio e a solidão das masmorras para falar o que sentiam, longe de olhares acusatórios, cobranças, sobrenomes e passado.


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