O Legado escrita por Luna


Capítulo 75
Capítulo 74


Notas iniciais do capítulo

Olá, babys
Quero agradecer os comentários, fico tão feliz quando vejo a participação de vocês.

E quero me desculpar pela demora em atualizar, meu note deu um problema e ainda n consegui arrumá-lo 100%, o ventilador dele parou de funcionar e isso faz com que a mobilidade dele seja muito reduzida, resumindo: é muito desconfortável sentar para escrever, antes eu ficava deitada com o note nas pernas e podia me movimentar, minhas costas acabam doendo muito depois que fico tanto tempo sentada na msm posição e dor de verdade, de ter que me deixar no meu colchão ortopédico e ficar parada até ela normalizar.

No mais, espero que vocês gostem. Embora eu aprecie todos os capítulos, acho que capítulos de transição tendem a ser mais chatos para vocês, que é o caso desse.
Próximo capítulo teremos Sophia dizendo Oi e Nicholas

Beijinhos!!!



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“Quem somos e quem temos que ser para sobreviver são duas coisas muito diferentes.”

The 100

 

As portas no nível oito se abriram e Hermione passou andando com seus passos firmes indo em direção a Fonte dos Irmãos Mágicos, tinha um bonito design, havia uma bruxa, um bruxo, um centauro, duende e elfo doméstico, todos olhavam para frente, com rostos erguidos e orgulhosos, demonstravam a harmonia do mundo bruxo, bem diferente da estátua que havia antes Magia é Poder, um vislumbre do que tinha visto tantos anos atrás passou por de trás dos olhos de Hermione, as memórias nunca a abandonavam.

Ela se postou ao lado de Harry, o homem não fez sinal que tinha notado sua presença, as estátuas ficavam em volta de uma piscina de frente para as pessoas, jatos de água saiam da ponta das varinhas dos dois bruxos, da flecha que o centauro mirava para o alto, da moeda que o duende segurava com orgulho e do polegar do elfo, como se ele estivesse fazendo magia estalando os dedos.

— Acho que nunca falei para você, antes a água saia das orelhas do elfo, quando foi ser reconstruída achamos que seria muito ridículo continuar com isso, elfos tem uma magia tão singular que deveria ser demonstrado também.

Claro que Harry teria notado a presença dela, Hermione achava que ele sabia de todas as pessoas que estavam ao redor dos dois e estaria preparado para agir caso algo acontecesse.

— Eu recebi sua carta. O quão encrencado ele está? – Hermione segurava um conjunto de pastas e olhava para o amigo, Harry ainda encarava a fonte.

— Ele não machucou ninguém, fez uso de uma magia completamente nova e está muito evoluído. Ele deveria ganhar um prêmio na verdade.

— Então vamos parabeniza-lo? – Hermione perguntou descrente, se fosse assim não teria recebido uma coruja tão tarde e em um tom tão alarmado.

— Vamos ajuda-lo e para isso precisaremos de amigos no Departamento de Mistério, alguém que possamos controlar, que seja de confiança.

— Harry, você está me escondendo algo?

Ele virou-se para ela, havia pequenas rugas ao redor de seus olhos, nesta manhã ela tinha deixado os cabelos soltos caindo por cima de seus ombros, as vestes alinhadas e escuras a deixavam com um aspecto mais sério.

— Clarke diz ser essencial que a magia se aprimore, não sei o que isso significa, ela não me dá muitas informações. Mas se ela fala que ele deve melhorar, vamos fazê-lo melhorar, nem que para isso um grupo vá ficar em Hogwarts permanentemente.

 

— Vamos lá, Rosie! – Timothy a chamava, ele dava voltas na vassoura a instigando a ir mais alto.

Ela impulsionou a vassoura para cima tomando altitude, nunca tinha ido tão alto, se impediu várias vezes de olhar para baixo, seu estômago daria uma volta se ela o fizesse.

— Estamos infringindo várias regras, vamos pegar uma detenção. – Ela queria soar séria, mas o vento era tão libertador que acabou sorrindo no final.

— Apenas se formos pegos, minha querida. – Tim aproximou sua vassoura e lhe beijou levemente.

Rose riu.

— Vocês Sonserinos nos desvirtuam. – Tim ergueu uma sobrancelha depois do que ela falou e subiu um pouco mais alto a olhando em desafio.

— E vocês grifinórios sempre tão dispostos a aceitar todos os nossos desafios.

Rose riu alto e o som chegava até Tim como música. Era difícil vê-los sorrir naqueles tempos, sempre tão preocupados, tão ansiosos. Cada carta que chegava de casa vinha acompanhada de temor, eles apenas se permitiam respirar livremente quando chegava ao fim e tinham a certeza que tudo estava bem.

— Temos que descer, Tim. Se ficarmos mais tempo aqui fora vamos congelar. – Ela não queria sair dali, lá em cima tudo estava bem. A temperatura não estava tão baixa, mas depois de algumas horas seus dedos começaram a doer e o vento lhe castigava, o sol estava começando a baixar e se alguém os pegasse do lado de fora depois de escurecer iriam pegar mais do que uma detenção.

Timothy desceu até estar ao lado dela, se aproximou o suficiente para ter o rosto de Rose em suas mãos.

— Podemos voltar amanhã? – Sua voz assumiu um tom acima do vento.

— Despois de fazer as lições de História da Magia.

Tim sorriu.

 

Havia um burburinho no inicio do corredor e uma aglomeração de alunos, havia os curiosos, animados e os alarmados, para ter tantas pessoas ali algo devia ter acontecido.

— O que aconteceu? – Freya chegou com Amélia e encontraram os outros, ela levantou a cabeça para ver se era algo interessante.

Eles foram abrindo caminho entre as pessoas, muitas davam passagem facilmente quando os viam, uma das muitas regalias de ser quem era. Quando já estavam mais perto um jato vermelho passou a poucos metros do rosto de Albus assustando os alunos.

— Mas que...

Eles estavam quase alcançando o começo do corredor quando foram parados por Zach Miller que olhava para trás com uma expressão de diversão e susto.

— Vocês não vão acreditar. – Zach os olhava com olhos arregalados e um sorriso surpreso. – Thomas Agnelli está duelando com um sujeito da corvinal.

— O que? – Freya perguntou alarmada e passou por Zach rápido com os outros a seguindo.

— Você é um amante das trevas, passeando por aí com aquela pequena serpente. – As palavras chegaram a eles antes de verem os dois, o tom era repleto de ódio.

— Eu não respondo a você, o que eu faço, com quem ando, nada é do seu interesse.

— Esquece o que gente com ela fez? O que eles representam?

Freya não avançou mais, ela esperou pela voz de Thomas que demorou a vir, Albus e Scorpius continuaram a andar, eles queriam ver de perto o que estava acontecendo.

— Ela não é nada como eles, nenhum deles é. – Thomas falou, mas sua voz não tinha a mesma confiança de antes.

Thomas tinha perdido o foco, não viu o outro corvinal se aproximar, Scorpius o reconheceu, o viu apontar a varinha e falar por trás do sorriso perverso.

Protego! – Scorpius bradou a varinha a tempo do feitiço se chocar contra ela e não contra Tom. – Acho que estamos quites.

Ele foi andando até parar ao lado do lufano, bateu a mão no ombro dele e se virou para os corvinais.

— Em um duelo justo você se apresenta ao seu oponente antes de proferir um feitiço. – Sorriu. – Depois dizem que Sonserinos jogam sujos.

— Sujo tipo assim? – Albus apareceu do lado de Scorpius e não esperou que os outros reagissem antes de fazer um fio azul sair de sua varinha e encontrar o peito do corvinal que tinha tentado atacar Tom, fazendo o garoto cair há alguns metros de distância.

O corvinal que conversava com o lufano antes olhou para o amigo e se voltou raivoso para Albus, mas a barreira de proteção de Scorpius ainda estava lá o que deu tempo para o moreno reagir.

Tarantallegra. — Albus começou a rir. – Você é realmente um ótimo dançarino.

Rose puxou o braço de Albus e olhava alarmada para trás.

— A professora Green está vindo, vamos sair daqui. – Ela olhava irritada para eles e falou mais enérgica quando os três permaneceram parados. – Vamos sair daqui, agora!

Eles viraram no corredor e apressaram o passo, Tim, Amélia e Freya vinham logo atrás. Tom olhou para trás encontrando o olhar de Freya, não sabia o quanto ela tinha ouvido e o que estava sentindo depois daquilo.

Rose abriu a porta de uma sala vazia e mandou que todos entrassem.

— Um duelo no meio do corredor. No meio do corredor. – Ela andava dando voltas. – Onde estava com a cabeça?

— Caso não tenha percebido eu não recebi um convite formal. – Tom estava com o rosto vermelho e o cabelo despenteado, ainda segurava a varinha com força.

— Eu poderia conversar com o Thomas em particular? – Freya falou.

— Albus, Scorpius, obrigado. – Tom olhou de um para o outro.

— Foi até engraçado ver o idiota dançando. – Albus fez movimentos engraçados com os braços. – Isso não é um problema, Thomas.

— Estamos aqui para ajudar. – Scorpius falou.

Cada um deles foi cruzando a porta, Scorpius foi o último e a trancou com um feitiço assim que saiu.

— O que causou isso? – Freya tinha caminhado pela sala, tinha parado perto da janela, dava para ver os flocos de neve caindo.

— Você. – Thomas disse simplesmente, as feições da menina não se alteraram. – Eu tenho sido questionado desde o nosso passeio no povoado, eles foram apenas mais efusivos.

Freya ficou em silêncio absorvendo a informação, tinha percebido os olhares quando os dois andavam juntos, mas era só isso. Eles poderiam estar apenas surpresos por vê-la longe de Scorpius, Albus e Timothy ou então achar estranho uma sonserina andando com lufanos. Nunca pensou que Tom seria atacado no meio do corredor.

Tom chutou uma cadeira, ele sentia tantas coisas. Tinha recebido cartas descontentes da sua mãe, seus amigos tentavam compreender o que estava acontecendo e mesmo que Abigail falasse normalmente com Freya sentia o quanto ela ficava incomodada quando a sonserina os acompanhava em algum lugar e Tom não tinha forças para impedir que isso acontecesse, ele não queria ficar longe de Freya.

— Você está bem? – Freya perguntou.

— Estou? Você está? – Thomas a olhou, ele não a tinha visto durante o dia e sempre sentia como se lhe faltasse o ar, ela o olhava como se o desafiasse, sempre o olhava assim.

— Eu quero que você fique bem, que seja feliz. – Ela disse em um sopro de voz.

Thomas riu debochado, a ideia parecia um todo absurdo para ele.

— Eu não vou ser feliz. – Ele ergueu as mãos para cima. – Eu nunca vou ser feliz.

— Thomas...

— Eu não sei como ser feliz. – Ele lhe deu um sorriso cansado. – E eu me sinto tão pequeno, por que Amélia está enfrentando perigos além da imaginação, até você está em perigo e eu os vejo aí unidos, sendo tão felizes quanto conseguem no meio de tudo isso, enquanto eu...

— Nós aproveitamos as pequenas coisas que a vida dá, os pequenos momentos de felicidade, uma brincadeira, um momento divertido, qualquer coisa. – Freya jogou o cabelo para trás. – Minha avó me prendeu em um baú uma vez, eu nem lembro o motivo, eu fiquei tão assustada, era pequeno e estava escuro, lembro de ficar batendo na madeira até minhas mãos doerem e gritar até ficar rouca. Anthony me tirou de lá e nunca mais me deixou sozinha com Sophia.

Tom não falou nada, não sabia o que dizer depois disso.

— Foi quando percebi que tinha algo errado na minha família, que Sophia não era uma boa pessoa. Minha mãe não era minha mãe, meu pai estava sempre ocupado e minha avó... Mas eu tinha o Anthony e eu sempre fui seu maior amor e ele sempre foi o meu, eu o tinha e isso significava que eu tinha tudo que precisava.

— Por que está me falando isso?

— Porque você perdeu seu pai e ele perdeu a família e não imagino como foi viver com isso, porque sei o quão machucado você está e o quanto dói ter que viver com uma mágoa sempre apertando seu coração. Por isso que você tem que dar atenção aos pequenos momentos, as pessoas que são especiais. Ninguém vai conseguir protege-lo do seu sofrimento, Tom. Ele é seu e vai segui-lo para onde você for, quando estiver chorando no meio da noite, quando estiver no Salão Principal ou nas aulas ele estará aí e você tem que sobreviver, tem que aprender a suportá-lo. Viva com ele, ame-o, siga em frente e vá de encontro aos seus sonhos, então talvez, em algum momento você vai perceber que ele ficou para trás, que você o largou no meio da ponte que seu desejo de se curar construiu.

— Eu não sei o que estou fazendo. – Ele confessou.

— Está tudo bem, Tom. Nenhum de nós sabe. – Freya saiu de onde estava e parou perto dele. – Eu não quero ver você machucado, não quero que as pessoas se virem contra você.

Tom a olhou sem entender, Freya se aproximou mais e beijou-lhe o rosto. Eles já estiveram perto antes, talvez mais perto do que estavam agora, mas Thomas nunca se sentiu mais próximo dela.

— Adeus, Tom. – Ela apertou seu braço e foi caminhando para a porta, moveu a varinha de um lado para o outro liberando o feitiço.

Enquanto isso Thomas repassava as últimas palavras de Freya e o significado o atingiu como um soco no estômago, ouviu o trinco da porta destravando e a pequena mão pálida girando a peça de metal. Ele foi mais rápido e empurrou a porta novamente.

— Eu não quero ficar longe de você. – Ele puxou Freya para que pudesse ver seu rosto. – Eu assumi todos os riscos quando apresentei você a minha mãe na estação, sabia que poderia nunca mais voltar a Hogwarts, mas fiz mesmo assim, porque a outra opção era nunca mais falar com você, nunca mais estar por perto e eu quero isso, Freya. Quero estar perto de você e eu sei que sou uma bagunça e estou confuso sobre tantas coisas, mas eu sei que eu quero continuar ao seu lado pelo tempo que você quiser continuar do meu.

Freya pulou em seu pescoço e o abraçou mais apertado do que alguma vez tinha feito, ele correspondeu seu gesto e afundou o rosto em seu cabelo aspirando fundo, como se quisesse pegar todo o seu cheiro para si.


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