O Legado escrita por Luna


Capítulo 7
Capítulo 7


Notas iniciais do capítulo

Olá, gatinhos...
Capítulo dedicado a Mazu, obrigada pelo comentário ;**



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Podes ter de travar uma batalha mais de uma vez, para a vencer.

Margaret Thatcher

Os dias se seguiram tranquilos em Hogwarts para a maioria dos alunos. Eles tinham aulas, lições, se o dia estivesse claro e agradável eles iam até a parte externa ficar a sombra de uma das muitas árvores da escola, houve alguns incidentes nas estufas, mas nada que comprometesse algum órgão vital.

Rose já estava fazendo alguns amigos. Steph e Zara eram as mais legais do seu dormitório, na opinião da menina. Elas comiam juntas quando a ruiva não se intrometia na mesa da Corvinal ou Sonserina, ela costumava sentar com Zara nas aulas. Zara Portman era uma garota insegura que precisava se esforçar mais nas aulas, por isso ficou animada quando Rose se mostrou tão disponível para ajudá-la, sem contar que ela era uma Weasley. Não simplesmente uma Weasley, era a filha de dois grandes heróis de guerra, mas ela ainda não tinha mostrado nenhum fanatismo, esperaria mais um pouco antes de pedir um autógrafo.

Amélia estava criando uma forte amizade com os irmão Miller. Zach era mais recluso, mas bastante inteligente e eles dois tiveram uma acalorada discussão sobre o uso de uma das plantas na aula de Herbologia. Emílio não parecia com um típico corvino, ele era muito despojado. Sua atenção sempre parecia estar em outro lugar, o que tinha rendido 10 pontos a menos para Corvinal na aula de Defesa Contra as Artes das Trevas. Após essa aula Amélia e Zach o encurralaram e foram firmes ao dizer que a partir daquele momento era para ele ficar viajando olhando para o quadro.

Mas por incrível que pareça, quando eles estavam estudando no Salão Comunal foi Emílio que tirou algumas dúvidas sobre a lição de DCAT. Bem, ele estava na Corvinal por algum motivo.

Mas as coisas não estavam indo tão bem para os sonserinos. Enquanto Scorpius era hostilizado por alguns alunos, Albus era alvo de piadas. Ele já tinha percebido que algumas pessoas o olhavam e depois cochichavam, nada fora do normal. Mas um dia ele encontrou um papel com a um desenho esdruxulo seu e de Scorpius e embaixo vinha escrito em letras garrafais: Aborto da Sonserina e Mini-comensal.

Ali ele passou a entender a razão de ninguém se aproximar deles realmente. Tinha os irmãos Zabine, Anthony e Freya e Timothy Nott, que não poderiam ser chamados de amigos, mas que ao menos não hostilizava os dois. Os Zabine e Nott eram amigos dos Malfoy há algumas gerações, Freya tinha a idade dos garotos, assim como Timothy. Anthony estava no 4º ano e foi o primeiro a defendê-los.

Em uma das noites, enquanto Scorpius estava com Rose na biblioteca alguns garotos do 5º ano acharam que seria engraçado encharcarem a camas de Albus e Scorpius. A brincadeira não saiu das paredes da Sonserina, os monitores tentaram resolver por si só, porém aparentemente ninguém sabia de nada. Foi com surpresa que Damien Flint acordou aos gritos no dormitório do 5º ano com plantas de aparência nada confiáveis se enroscando em suas pernas.

As brincadeiras não pararam por aí. Lições sumiam um dia antes deles entregarem, o que os fazia passarem a noite refazendo, seus malões eram colocados a vista no salão, eram trancados no banheiro com feitiços muito complexos para garotos do 1º ano.

Ernie já tinha dado uma chamada geral a todos os alunos. Eles sempre tiveram pegadinhas na sonserina, mas para o monitor, aquilo já estava passando do limite. Nem Potter nem Malfoy nunca reclamaram, nunca falaram sobre aquilo para alguém de fora, nem mesmo para as duas garotas com quem viviam grudados, pelo que ele percebeu. Ele sabia que Molly estava evitando falar algo para não piorar as coisas para o primo. Então ele se encarregou de fazer, e o aviso foi claro. Mais uma brincadeira e a Chefe da Casa seria informada, bem como a diretora.

Molly observava tudo atentamente de longe. Ela estava esperando um deles tomar alguma atitude, mas se passaram dias e as brincadeiras só se tornavam mais cansativas e eles não faziam nada. Esperaram Ernie secar as camas com um feitiço, recolheram suas coisas do salão, pediam ajuda ao garoto Zabine quando um deles ficava preso no banheiro. E em seguida andavam de cabeça baixa, se fingido de invisíveis.

Ela também teve sua cota de brincadeira, afinal ela era a garota ruiva Weasley que usava óculos e tinha sardas. Ninguém a levava a sério, todos sorriam as suas costas, suas amizades foram construídas na base do respeito e conquista. Mas ela nunca se curvou a nenhum deles, ela podia ser a primeira Weasley na sonserina em séculos, mas faria todos respeitá-la. E conseguiu com algumas maldições e um balaço muito bem jogado na aula de voo que ocasionou o braço quebrado de uma garota que na opinião dela só poderia ser chamada de ridícula. Na ocasião ela se mostrou incrivelmente culpada e com lágrimas nos olhos, mas assim que a professora saiu acompanhando a menina ela deu um sorriso perverso e disse: “O próximo a fazer piadinhas terá o mesmo destino”. Ela não era mais a garota-perdida-Weasley, ela era apenas Molly Weasley.

Ela entendia o que eles estavam querendo fazer, achavam que se fazendo de mortos logo os outros se cansariam e parariam. Bem, essa ideia funcionaria na Lufa-Lufa, mas não entre as serpentes. Os garotos só precisavam de um empurrão, Albus nunca foi de suportar aquele tipo de comportamento, nem mesmo dos seus primos. E se podiam ver que a raiva de Scorpius estava se acumulando, quando ele atingisse o limite Molly temia pelo que o herdeiro Malfoy poderiam fazer.

Era noite de uma sexta-feira quando ela resolveu confrontá-los no caminho para as masmorras.

— O que vocês acham que estão fazendo? – Ela perguntou.

Os garotos se entreolharam sem saber sobre o que Molly estava falando.

— Sobre o que especificamente? – Albus perguntou confuso.

— Planejam ficar aguentando essas brincadeiras até quando?

— Eles vão cansar em algum momento. – Scorpius respondeu.

Molly deu uma risada cansada

— Não, Scorp. Eles nunca vão cansar. Se vocês querem ser alguém aqui então vão ter que se impor.

— O que você espera que a gente faça? – Albus a questionou sem paciência.

— Lembra quando Fred e James estavam fazendo aquelas brincadeiras ridículas com a Vic e a Nick? – Albus acenou afirmando que se lembrava – Você fez com que eles fossem pegos e desde então eles sempre maneiraram nas brincadeiras quando você estava por perto. Preciso que você seja aquele menino de novo.

— Mas… – Scorpius começaria a falar.

— Não! – Ela foi enfática – Me recuso a ver vocês serem tratados como lufanos do 1º ano. Façam alguma coisa, por Merlim. Você é um Potter e você é um Malfoy, não envergonhem seus nomes.

— É justamente esse nome que botou a gente nessa confusão. – Albus disse.

— Não importa que problemas você tenha com isso, Albus. Cresça e encare. Esse é o seu nome, vai ter que aprender a lidar com isso. Comece por aqui e leve isso para a vida.

— Eles nunca vão me respeitar. – Malfoy foi resoluto.

— Sim, eles irão. De um jeito ou de outro. Se não forem por bem, faça com que eles respeitem por mal.

— Molly…?

— Você vem de uma longa linhagem, Scorpius. É um Malfoy. – Ela falou o óbvio – Seu bisavô foi um grande bruxo, existem dezenas de livros de história que o enaltecem. Seu avô é um homem muito inteligente. – Ela continuou antes que o menino a interrompesse. – Sim, ele usou para o mal, mas ele conseguiu se safar duas vezes por ter se aliado ao lado das trevas e isso é algo para ser respeitado, ainda mais aqui na Sonserina. Seu pai fez com que sua fortuna triplicasse só nos últimos anos, e ergueu o nome da sua família das ruínas de uma guerra. Seja alguém, Scorp. Seja algo além do garoto medroso que anda de cabeça baixa pelo Salão e que atura provocações. A maioria daqueles garotos sabe que você pode ser grande e esmagá-los, por isso eles querem lhe quebrar. Mas eles não vão conseguir, vão? – Ela o questionou o olhando firmemente.

— Não, não vão. – Ele respondeu com segurança.

Albus tinha dado passos vacilantes para trás. Molly tinha uma maneira estranha de intimidá-lo, ela não era como Rose que era suave e falava com calma, como se estivesse lhe explicando algo muito complicado de entender. Molly falava como quem arranca uma atadura de uma vez sem se preocupar se doeria ou não.

— Não terei um primo que é zoado dentro do meu salão. Então você vai pegar esse cérebro que foi treinado convivendo com o Fred e seu irmão e fará alguma coisa para mostrar quem tem o verdadeiro poder, fui clara Potter? – Ela perguntou.

— Sim. – Foi só o que ele respondeu e não pareceu nenhum pouco confiante e eles perceberam isso.

— Você sabe da sua história melhor do que eu, Albus. – Molly tentou falar mais suavemente, ela não queria que o menino se fechasse – Seus avós lutaram em uma guerra, James Potter enfrentou inimigos sem medo, até encontrar aquela criatura perversa. Seus pais colocaram o terror nesse colégio por lutar pelo que era certo, o defenderam quando as forças das trevas quiseram tomá-lo e seu pai derrotou o próprio Senhor das Trevas. Sei que isso trouxe uma carga muito pesada para seus ombros e que você não é um exibido como James, mas você vai ter que aprender a lidar da melhor forma possível com isso. Você é um Potter, sempre será. Mostre a eles do que um Potter é capaz.

Surgiu um sorriso compreensível no rosto do moreno.

— Vocês tem tudo para serem grandes. – Ela falou – Tem um grande poder mágico, são inteligentes e possuem nome. Usem isso.

— Você teria alguma sugestão, Molly? – Scorpius perguntou.

— Livro padrão de feitiços do 3º ano, capítulo 3.

A menina saiu e os deixou parados. Eles já sabiam o que iam fazer, mas primeiro eles teriam que contar a verdade para as outras duas pessoas daquele grupo.

 

— Você está nos dizendo que eles estão criando problemas desde o primeiro dia aqui? – Amélia os questionou.

— Desde o segundo, na verdade. – Albus disse.

— E nenhum dos dois pensou em falar nada? – Rose perguntou.

— O que acontece na Sonserina fica na Sonserina. –Albus falou.

As duas não pareciam gostar daquilo. Mas Rose perguntou:

— O que aconteceu para virem falar agora?

— Molly aconteceu. Ela é uma garota legal e nos confrontou. Pelo visto estamos sendo motivo de vergonha para as nossas famílias. – Scorpius disse.

— É compreensível ela achar isso. – Rose falou.

— Por que?

— Nada importante, Amy.

Scorpius respondeu e percebeu a menina fazer um bico. Ela detestava ser a única dos quatro a não saber de várias coisas e sempre se sentia por fora quando eles falavam de ancestralidade.

— Eles vem de longas linhagens bruxas. Albus vem dos Black, Prewett, Weasley e Potter, e Scorp é quase a realeza bruxa – Rose falou sorrindo do olhar indignado que o loiro lançou. – descende dentre tantos dos Macnair, Crouch, Greengrass, Black, e claro dos Malfoy. Os Malfoy são uma das poucas famílias sagradas.

— Famílias Sagradas? – Amélia perguntou.

— Era a denominação que se dava a famílias que eram mais puras do que outras famílias puras. Significa que não tínhamos trouxas ou nascidos trouxas na família. – Scorpius explicou.

— Isso é sério? – Ela perguntou com incredulidade.

— Existe até mesmo um livro. – Albus respondeu. – Os Sagrado Vinte e Oito. Lá tem listado as 28 famílias sagradas, serviu para que as famílias pudessem se identificar e fazer os casamentos certos.

A garota olhava de um para outro sem conseguir realmente acreditar que aquilo pudesse de fato existir.

— Os Weasley também estão no livro, assim como os Prewett, gostaria de lhe lembrar, caro amigo. – Scorpius falou com desdém.

— Os Weasley não fazem parte mais. A última geração desonrou a família. – Rose falou sorrindo. – E os Prewett não existem mais.

— O que aconteceu? – Amélia quis saber.

— Fabian e Gideon Prewett foram os últimos a carregar o nome. – Scorpius respondeu fascinado – Eles morreram lutando contra os comensais na primeira guerra. Dizem que foram necessários meia dúzia de bruxos para matá-los e que no fim só um comensal ficou vivo.

Os dois primos olhavam para o garoto loiro com estranheza.

— O que? Eu já disse que gosto de ler sobre a história das famílias.

Ele falou se explicando.

— Nossa avó, Molly, é uma Prewett. Mas quando casou com o avô Arthur passou a adotar o nome Weasley e o nome Prewett se perdeu. – Rose terminou de falar – Mas o que Molly quis dizer, é que sempre se espera algo de pessoas que tem um nome e que vocês estão envergonhando os seus se comportando como covardes.

— Já sabemos o que fazer. – Disseram ao mesmo tempo.

— E se forem pegos? – Amélia perguntou.

Os outros três começaram a rir.

— Albus nunca foi pego em nada, acredita? Não importa se ele estava com as mãos sujas e o chão cheio de farinha ele simplesmente conseguia se safar de tudo.

— Não seremos pegos, isso eu garanto a vocês. – Scorpius sentenciou.


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Notas finais do capítulo

Parece que os alunos da Sonserina estão com as presas a mostra. Lembrando que o Albus tem acesso a uma fonte inesgotável de logros... O que será que eles irão fazer?
Me digam o que acharam.



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