O Legado escrita por Luna


Capítulo 6
Capítulo 6


Notas iniciais do capítulo

Cadê os comentários gente? Me sinto muito triste com o abandono
Vcs nem falaram o que acharam da história da Amy.
Participem, me digam o que acham e essas coisas
Aproveitem o cap ;**

Capítulo dedicado à Maybe, que iluminou meu coração. Obrigada!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/713733/chapter/6

Um amigo é alguém que dá liberdade total para você ser você mesmo – especialmente para sentir ou não sentir. Qualquer coisa que você sinta naquele momento está bom para ele. É o que amor verdadeiro significa – deixar alguém ser ele mesmo.

Carta de amor aos mortos

 

 

Quando Amélia chegou a sala de Feitiços estava sem fôlego. Já havia muitos alunos lá quando ela tomou seu lugar. Ela já sabia que o professor era também o Chefe de sua casa e estava ansiosa para vê-lo. A menina já tinha lançado alguns olhares ao professor durante o café e por aqueles minutos que ficou olhando ela percebeu que ele tinha um olhar sábio, o tipo de olhar que se adquire com o tempo, com experiência.

Ela também estava ansiosa porque aquela seria sua primeira aula de magia. Ela tinha tentado fazer movimentos com a varinha antes de descer para o Salão Principal, mas ao pronunciar o feitiço apenas saiu uma fraca luz da ponta de sua varinha.

Também ocupando a sala estava os alunos da Lufa-Lufa. Ela percebeu que eles eram muito espalhafatosos, um grupo de quatro garotos faziam movimentos bruscos com a varinha enquanto falavam palavras que ela não entendia bem. Ela quis recriminá-los, mas se deteve. Não queria ser uma CDF chata, mas no livro de feitiços tinha uma observação bem clara sobre o quanto era perigoso ficar movimentando a varinha da forma como eles estavam fazendo. Aquele era um objeto mágico, não um brinquedo. E varinhas as vezes podem ser imprevisíveis.

Ela parou de olhar para os lufanos bobocas quando o professor chegou. Ele veio caminhando com passos curtos e se ergueu com dificuldade na cadeira, que a corvina notou que tinha almofadas para que ele pudesse ficar mais alto.

— Bom dia, alunos – o professor começou. – Eu sou Filius Flitwick, professor de Feitiços e Chefe da Casa Corvinal.

Ele terminou sua sentença sorrindo graciosamente para aqueles que tinham o emblema da Corvinal.

— Aqui vamos aprender a controlar a magia e canalizá-la através de suas varinhas. Os primeiros feitiços são sempre os mais difíceis, mas tenho certeza que vocês irão conseguir. Com os meses de prática vocês aprenderão a utilizar as fórmulas mágicas e floreios da varinha. Todos entenderam?

As crianças balançavam suas cabeças de forma afirmativa.

Por mais de uma hora o professor discorreu sobre o primeiro feitiço que eles aprenderiam. Seus conceitos mágicos e sua finalidade, a forma correta de manusear a varinha. Enquanto ele ia falando os alunos iam escrevendo no pergaminho de forma rápida e entusiasmados.

Amélia já tinha ouvido falar desse feitiço quando leu o livro referente a matéria, mas estar na sala ouvido o professor explicar era totalmente diferente.

— Vamos ver agora se vocês conseguem fazer algo levitar. Escolham objetos leves, será mais fácil. Lembrem-se de falar a palavra corretamente e agitar a varinha como eu disse. Vamos treinar, digam o feitiço sem o uso da varinha.

— Windardium Leviosa. – Se pode ouvir a voz de dezenas de crianças.

— Movimentem a varinha agora.

As crianças giraram e sacudiram a varinha.

— De maneira mais suave, assim. – O professor fez uma singela demonstração. – Não queremos que alguém perca um olho, não é?

Os alunos sorriram.

— Tentem agora.

Eles começaram a falar o feitiço e agitar a varinha. Alguns pegaram penas, outros folhas de pergaminho. Já se podia ver alguns objetos levitando suavemente, entre eles estava a pena de Amélia.

Ela sorria feliz por ter conseguido aquilo de primeira.

Eles passaram mais alguns minutos finalizando e falando o feitiço.

— Vamos nos movimentar. Aqueles que conseguiram realizar o feitiço se fiquem ao lado de quem não conseguiu.

Amélia olhou para o lado em busca de alguém da sua casa, mas seu olho bateu em um garoto da Lufa-Lufa com a expressão derrotada.

— Oi, posso sentar com você? – Ela perguntou.

— A vontade. – Ele respondeu de má vontade.

Ela não sabia como deveria prosseguir e parecia que o garoto não estava muito a fim de ajuda.

— Então… você quer ajuda?

O olhar que ele lançou a ela já foi resposta suficiente.

— A varinha demora a se acostumar com o bruxo. – Ela tentou puxar assunto.

— O que? – Ele perguntou.

— Por isso que os primeiros feitiços são difíceis, porque a varinha não está acostumada com o bruxo. E isso parece muito estranho, por que ela é só um pedaço de madeira, mas você tem que ganhar a confiança da varinha.

Ele olhou para ela e ergueu uma sobrancelha. Ele tinha um rosto muito sério para uma criança.

— Só estou dizendo que fazer birra, ficar zangado e deixar sua varinha de lado não vai fazer com que ela tenha confiança em você.

— Essa nem é minha varinha.

— O que? Como assim?

— Essa é a varinha do meu pai. Minha mãe achou que seria bom eu usar ela. – Ele respondeu dando de ombros. – É besteira, mas não sinto como se ela me pertencesse.

A garota tinha várias perguntas, mas ela sabia que provavelmente aquilo era um assunto delicado.

— Tente novamente. Se concentre, queira realmente realizar o feitiço e diga as palavras.

O olhar dela mostrava uma segurança que ela não sentia realmente. Mas ele parecia consternado por não ter conseguido fazer o feitiço.

Mas logo o sorriso de ambos se alargaram quando ele conseguiu fazer o papel flutuar alguns centímetros acima da mesa

[…]

 

— Vocês estão atrasadas. – Pontuou Scorpius.

— As escadas se mexem. – Amélia falou animada.

— Você está feliz agora. – Albus sorriu – Quero ver quando estiver atrasada para algo.

— Não importa. – a menina começou – Nós fomos parar no quinto andar, por isso o atraso.

Eles começaram a descrever seu dia. Dizendo como foram as primeiras aulas e suas opiniões sobre seus colegas de casa e professores.

— Emília Burke acha que você só está andando comigo para aliviar sua barra. – Amélia falou olhando para Scorpius – Porque você é um Malfoy e eu uma sangue ruim.

Rose e Albus começaram a praguejar baixinho.

— Você acha isso? – Scorpius perguntou preocupado.

— Claro que não. – Ela respondeu enfaticamente – Não seja tapado.

— Onde você ouviu esse termo? Ele não é mais usado as claras. – Rose questionou Amélia.

— Emília me disse.

— Decidimos que não gostamos dessa menina? – Albus perguntou.

— Sim. – Foi a resposta dos outros três.

Amélia começou a falar sobre o Salão Comunal de sua casa, ela tentou descrever todos os cantos, cada detalhe, cada quadro, mas sentia falhar. Para ela nenhuma palavra poderia fazer jus a beleza daquele lugar. Em seguida Albus e Scorpius falaram sobre a Sonserina, Rose também falou, e percebeu que Scorpius e Amélia pareciam ouvir com atenção, mas Albus não.

— Pelo que vocês falaram a Grifinória parece uma casa de caçadores. – A garota riu – Mas ela é aconchegante e faz eu me sentir em casa, sabe?

Eles concordaram. No final o Chapéu realmente fez a escolha certa. Cada um estava no lugar a que pertencia.

 

Eles já estavam há algumas horas na biblioteca aproveitando o tempo para se ajudarem nas primeiras tarefas.

Amélia notou que o garoto que ela havia ajudado estava procurando um lugar nas mesas próximas e resolveu chamá-lo:

— Thomas! – Ela falou mais alto do que deveria, mas deu resultado quando o garoto olhou em sua direção.

Ela fez sinal para ele se aproximar.

— Gostaria de sentar conosco? Estamos nos ajudando nas lições.

O sorriso dela era bastante convidativo e ela viu o menino percorrer os olhos para os que estavam na mesa com ela. Seu olhar parou ao ver Scorpius.

— Não, não me misturo com comensais.

O sorriso dela morreu.

— Então é melhor você ir sentar do outro lado, colega. – Albus falou sem qualquer emoção – E nós aqui pensando que você poderia fazer parte da nossa sociedade das trevas. Tsc tsc.

O moreno olhava para Thomas como se o desafiasse a falar algo mais. O outro menino apenas virou as costas e saiu.

Scorpius olhava para baixo e mexia na ponta da pena. Amélia se empertigou e foi atrás do menino. Rose ainda estendeu a mão para pará-las, mas a morena foi mais rápida.

— O que você acha que tá fazendo? – Amélia ficava bastante exaltada quando nervosa.

— Você não sabe o que ele é.

— Não, você não sabe como ele é. – Ela falou e cada palavra dita ela batia o dedo no peito dele. – Quem você acha que é para julgá-lo sem nem mesmo conhecê-lo?

— A família do meu pai foi morta por comensais. – Ele falou baixo e devagar, para ela poder compreender todas as palavras.

— Eu sinto muito, mas o que o Scorpius tem a ver com isso? – Ela botou as mãos na cintura e o encarava na espera da resposta.

— A família dele…

— Não, você não vai acusá-lo por algo que aconteceu antes mesmo dele nascer.

O garoto olhava para o lado evitando encarar o rosto irritado da menina a sua frente.

— Pensei que poderíamos ser amigos. Mas não me misturo com pessoas preconceituosas.

Ela não esperou que ele respondesse, se afastou dele e foi em direção da mesa que sentava antes.

Os meninos estavam em silêncio quando ela se jogou de qualquer jeito na cedeira.

— Ele é um idiota. – Ela falou.

— Totalmente idiota. – Rose concordou.

— Absurdamente idiota. – Albus disse.

Eles olharam para Scorpius pensando que ele entraria na brincadeira.

— Eu avisei a vocês antes. Acham que essa é a primeira vez que isso acontece? – Ele falou – Thomas Agnelli é o último de uma família puro sangue italiana. Toda a família paterna dele foi morta, quando Sr. Agnelli se recusou a seguir as ordens do Lorde das Trevas. Até onde sei o pai dele morreu há alguns anos em um acidente de trabalho.

— Como você sabe disso?

— As pessoas comentam, quando uma linhagem acaba os rumores saem e o passado se levanta. Foi fácil descobrir o que aconteceu aos Agnelli.

— Mas isso não justifica. – Rose falou.

— Justificaria se eu dissesse que foi meu avô que os matou? Não faz diferença, não para pessoas como ele que perderam a sua família por causa de pessoas como a minha.

— Você não pode ser julgado por algo que não fez, Scorp. – Amélia tentou convencê-lo. – Não é justo.

— É justo ao Thomas ter crescido sem os avós ou tios? Se acostumem com isso ou me deixem.

O garoto loiro percebeu que algumas pessoas já os encaravam e resolveu sair de lá. Ele juntou seu material e caminhou para fora da biblioteca.

Scorpius já se acostumara com os olhares, com as pessoas se afastando enquanto ele ia passando. Ele se acostumou com a ideia de não ter amigos na escola, claro que ele teria alguns bajuladores que iriam atrás de sua influência como Malfoy. Mas embora tivesse passado apenas dois dias ele já se acostumara com a presença dos seus ditos amigos. Ele se perguntava se eles iriam realmente se afastar dele.

O que o Sres. Potter e Weasley diriam ao saber que seus filhos estavam andando com ele? Eles permitiriam ou agiriam como Thomas? Scorpius tinha medo de descobrir. Ele tinha medo principalmente de se entregar aquela amizade e depois se ver sozinho.

Ele sentou mais afastado na mesa da Sonserina no Salão Principal, o jantar já havia começado há alguns minutos e nenhum deles tinha aparecido ainda. Scorpius estava agitado e inquieto.

Mas isso não durou muito tempo.

— Desculpa. – Amélia foi falando enquanto se sentava ao seu lado.

— O que tem para jantar? – Albus o questionou.

— Devíamos ter vindo antes, o empadão de frango já está acabando. – Rose falou se sentando na frente de Scorpius.

O garoto olhava de um para o outro. Ele não conseguia formar palavras coerentes, ele realmente achava que aquela amizade tinha chegado ao fim.

Amélia percebeu a pertubação do loiro. Enquanto os outros se serviam ela se aproximou dele e sussurrou:

— Amigos são como família, Scorp. Somos uma família agora, vai demorar para nos acostumar com cada particularidade de nossas adoráveis personalidades. Mas estamos juntos agora e ficaremos juntos, okay?

Ele assentiu afirmativamente.

— O que vocês estão cochichando? – Rose perguntou.

— Aquele garoto de hoje de manhã tá olhando para cá. – Ela mudou de assunto.

Todos quatro olharam para o rapaz e em seguida começaram a rir.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Me digam o que acharam, gatinhos



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "O Legado" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.