O Legado escrita por Luna


Capítulo 5
Capítulo 5


Notas iniciais do capítulo

14 pessoas acompanhando e nenhum comentariozinho? Isso parte meu jovem coração.
Sejam legais e me digam o que acharam.



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Aceitar, com resignação, o que vem é, além de uma atitude sábia, um contribuinte relevante para o encontro da verdadeira felicidade”.

Lavínia Lins

 

Os alunos foram se dispersando. Os mais velhos ainda ficaram um pouco mais no Salão Principal, pois sabiam que os novatos precisavam ser encaminhados as suas Salas Comunais e não queriam ficar parados esperando os monitores terminarem as explicações. Alguns se adiantaram e saíram antes deles.

Molly caminhava a frente de um grupo de crianças silenciosas. Ela foi descendo em direção as masmorras e os pequenos se ambientando ao frio do local.

Assim que chegaram a porta Molly falou a senha e deixou que eles entrassem. O ambiente era agradável e demonstrava a adoração de Salazar por luxo. Era ricamente decorado e puderam ver que as janelas davam acesso as profundezas do Lago Negro dando ao salão um ar misterioso.

Já havia alguns alunos mais velhos no salão que pareciam bem interessados em observar os novatos.

— Atenção, sonserinos. – Molly disse e todos pareciam parar para ouvir, até mesmo os mais velhos – Vamos esclarecer algumas coisas. – Molly mostrava autoridade na voz, ninguém ousaria interrompê-la – Alguns de vocês já devem ter ouvido rumores sobre a nossa casa. – e nesse momento ela olhou diretamente para Albus. – Que todos praticamos Artes das Trevas, que você só terá valor aqui se seu bisavô foi alguém importante e mais um par de idiotices.

Pode ser ouvido a risada de alguns alunos.

— Não estou negando que muitos bruxos das trevas já caminharam por esse salão. – Ela continuou – Mas as outras casas também tem sua parcela de bruxos das trevas, eles apenas não assumem isso.

— Então é mentira que só se aceitam bruxos sangues puros na sonserina? – Uma garota loira perguntou.

— Bem, tradicionalmente a Sonserina tem sido lar de muitos bruxos que vem de uma longa linhagem de bruxos e bruxas, mas hoje em dia é possível encontrar várias pessoas aqui que tem ao menos um parente trouxa.

Molly explicou com paciência. Ela não costumava dar discursos tão longos, mas ela o faria se isso fosse fazer Albus um pouco mais feliz. A cara do menino estava miserável e ela se condoía por ele.

Albus se encontrava parado ao lado de Scorpius, este não demonstrava nada em seu rosto. Parecia até mesmo um pouco entediado, mas ao se olhar para o moreno poderia facilmente ver o quão desconfortável ele se sentia ali no meio de tanto verde e prata.

— Vocês não tem que se envergonharem de estar aqui. Sintam-se orgulhosos. – Molly falava com entusiasmo. – Ora, Sonserina foi a casa de Melin, o bruxo mais famoso da história. Ele andou por esse salão, dormiu naqueles dormitórios. Quem vocês querem seguir? O bruxo mais famoso da história ou o ex-lufano Eglantine Puffett que criou o extraordinário pano de prato auto-ensaboante?

A risada foi geral, e Albus começou a relaxar.

— Nós jogamos para vencer e isso geralmente traz despeito das outras casas. Aqui nós honramos as tradições. Somos respeitados pelos outros estudantes. – Molly fez uma pausa e coçou o braço – Pode ser que parte desse respeito venha do medo por nos acharem sombrios e essas coisas. – Mas ela teve que sorrir – Mas é bastante divertido ter essa reputação, diga a alguém que você sabe um par de maldições sombrias e quero ver se eles irão mexer nas suas coisas.

Albus e Scorpius se olhavam sorrindo, o desconforto já esquecido.

— Nós somos poderosos e frequentemente mal entendidos, como a serpente em nosso emblema. E acima de tudo nós somos uma família, somos irmãos. Se vocês tiverem qualquer problema resolvem dentro de nossas paredes. Do lado de fora nós representamos união.

Albus sentia orgulho de fazer parte daquilo. Ele não pensava mais em como seria estar na Grifinória, e a preocupação com a reação dos pais diminuiu por ora. Ele era um sonserino no final das contas e defenderia sua casa, com honra e bravura.

— Já estamos todos cansados e todos queremos dormir. Se lembrem que a senha muda toda semana, então prestem atenção no quadro de avisos. E nunca, jamais e em hipótese alguma traga alguém de fora para cá ou diga nossa senha. Além de enfrentar a punição da escola você terá que lidar conosco e isso não será legal. Acho que vocês detestariam ter que limpar nosso salão com um esfregão. Fui clara?

Todos os alunos balançavam a cabeça repetidamente.

— Sejam bem-vindos a melhor casa de Hogwarts.

Os demais alunos começaram a bater palmas e alguns soltaram faíscas com as varinhas. Albus estava em casa e principalmente, ele se sentia em casa.

 

Os garotos estavam nervosos para o primeiro dia de aula. Eles teriam dois tempos de poções com a Grifinória logo de manhã, o que era algo bom já que eles queriam uma oportunidade para falar com Rose e saber como foi a primeira noite dela no Castelo.

Mas eles nem precisaram esperar muito. A menina ruiva parecia não ter aguentado a ansiedade e foi se juntar a eles na mesa da Sonserina.

— Você pode fazer isso? – Scopius perguntou.

— Vamos esperar e ver se alguém vai vir me tirar daqui. – Ela respondeu com tranquilidade.

Na mesa dos professores a diretora observava o movimento dos alunos com curiosidade. Ela viu quando Rose levantou da mesa da Grifinória e foi até a da Sonserina se sentando como se não houvesse nenhum problema e se servindo de mingau.

Os demais alunos olhavam aquilo com estranheza e os alguns sonserinos consideraram aquela atitude um absurdo. Rose não achava realmente que alguém viria mandá-la sair, mas ela esquecia como sonserinos poderiam ser levados pelo ego.

— Você não pode se sentar aqui. – Disse um garoto que era dois palmos mais altos que ela.

A menina olhou para ele e franziu o cenho.

— Por que não? – Ela questionou com genuína curiosidade.

Albus e Scorpius ficaram olhando de um para o outro. Scorpius não sabia se deveria se envolver, não queria chamar mais atenção para si, Albus sabia que deveria ficar quieto. Rose detestava que viessem em sua defesa.

— Essa é a mesa da Sonserina. – Ele disse como se fosse óbvio e como resposta recebeu um sorriso da menina.

— Não seja bobo. É claro que aqui é a mesa da Sonserina.

— Você não pode sentar aqui. – Ele falou pausadamente como se ela tivesse algum problema em compreender.

— Olha, eu não vou sair daqui. A menos que você me mostre um regulamento que me proíba de sentar aqui. – Ela ergueu a sobrancelha o desafiando. – Mas sugiro que você não perca seu tempo, devia ir comer algo as aulas vão começar em alguns minutos.

Ela se virou e começou a comer como se nada tivesse acontecido. O garoto se sentou o mais afastado possível e vez ou outra lhe lançava olhares furiosos.

O que aconteceu logo se espalharia pela escola. Alguns achariam a atitude de Rose uma graça, outros diriam que ela só fez isso por ser uma Weasley e saber que não ninguém teria coragem de contrariar a filha de dois heróis de guerra.

— E depois você diz que não gosta de chamar atenção.

Albus falou com um sorriso contido já começando a comer.

Amélia observava tudo com atenção. Ela estava mais afastada e não conseguiu ouvir toda a conversa, mas ela notou que Rose não era alguém que se deixava intimidar.

Ao lado da menina morena estava Emilia Burke, e ela lhe contava algumas coisas sobre a escola, aulas e pessoas.

Antes da confusão começar elas falavam sobre a “não tão boa companhia de Amélia”. Falou que ela deveria continuar a amizade com o Potter e Weasley, pois eles fariam excelentes conexões, mas que deveria dispensar o Malfoy. Ou ela logo seria mal vista pela escola, visto o passado negro do menino.

— Passado negro? Como um menino de 11 anos pode ter um passado negro? – Ela perguntou sorrindo.

— Você é uma nascida trouxa, não sabe das coisas. Mas ele é um Malfoy e o nome fala por si só.

— Não entendo.

— É claro que não, bobinha. – Emilia sorriu – Por isso estou te salvando aqui. Os Malfoy são das trevas, é assim desde sempre. Aquela carinha de anjo ali não engana, ele já deve conhecer vários feitiços das trevas.

— Scorpius não é assim. – Amélia tentou esclarecer.

— Você pode achar isso só porque ele andou com você um pouco, mas ele deve ter feito isso apenas para aliviar a própria barra. Gente como ele odeia sangues ruins.

— Sangues ruins?

Emilia sorriu sem graça.

— Ah, desculpa. Não é um termo bonito ou aceito. São pessoas que não nascem bruxas, que não tem sangue mágico na família. Bem, pessoas como…

— Pessoas como eu. – Amélia completou e ia mostrar toda a sua insatisfação, mas então começou o burburinho na mesa do lado e elas pararam para ver o desenrolar.

— Eu agradeço a preocupação, Emília. Mas você está enganada, com licença.

Amélia deixou a menina falando sozinha e caminhou timidamente até a mesa vizinha.

— Posso me sentar aqui? – Ela perguntou.

— Amy, bom dia. – Rose sorriu para a menina.

— Bom dia. Bom dia, meninos.

Rose afastou para que ela pudesse sentar, e os olhares acusatórios aumentaram. Muitos olharam para a mesa dos professores buscando algum sinal, mas Minerva estava mais preocupada em discutir sobre o novo regulamento dos jogos de quadribol.

Os garotos apenas fizeram um movimento de cabeça visto que estavam com a boca cheia de comida.

— Nós estávamos comparando nossos horários. – disse Albus após engolir – Temos duas aulas com a Grifinória.

— E uma com a Corvinal. – Completou Scorpius – Como foi a noite, Amy?

A garota estava pronta para detalhar cada canto do seu Salão quando foi interrompida por Molly avisando que as aulas começariam em cinco minutos e que eles deveriam deixar o Salão Principal e correr antes que se atrasassem.

— Não percam pontos para a Sonserina. – Ela avisou aos meninos com o dedo em riste.

Albus, Scorpius e Rose foram caminhando rapidamente até a sala de poções enquanto Amélia teve que correr até a de Feitiços para conseguir chegar a tempo.

 

Horácio era um bruxo muito gordo, careca e com um gigantesco bigode. A escolha de suas roupas também não ajudavam, o colete que usava parecia que ia rasgar e os botões sairiam voando. Os alunos só podiam torcer para que um deles não fossem parar em suas cavidades oculares.

Quando os alunos se posicionaram em suas cadeiras ele começou a fazer a chamada. Enquanto chamava o nome dos alunos ele parava ao reconhecer algum sobrenome famoso e fazia algum comentário sobre a família do tal aluno. Mas com nenhum deles o professor ficou tão entusiasmado do que ao chamar o nome de Albus.

Quando o menino levantou a mão o professor foi rapidamente, ou o mais rápido que conseguiu, até sua mesa que ficava no meio da sala.

— Meu jovem, você se parece tanto com seu pai. – Ele sorria sem se conter e seu bigode subia e descia.

Scorpius teve que fazer força para não rir e como estímulo recebeu uma cotovelada do amigo que estava sentado ao seu lado.

— Sim, é o que todos dizem. – Albus falou sem graça. Todos estavam olhando para ele.

— Espero que você seja um exímio preparador de poções. – Ele riu colocando as mãos na gigantesca barriga. – Mas é claro que vai ser. Sua avó era ótima em poções, assim como seu pai. Não vou esperar menos do que Ótimo para você, rapaz.

O professor voltou gingando até sua mesa e continuou fazendo a chamada.

— Ótimo, simplesmente fantástico. – Albus abaixou a cabeça até sua testa tocar a madeira.

— Veja pelo lado bom. – Disse Scorpius.

— Qual?

— Hã… Eu pensei que houvesse um. Desculpa.

Ele não parecia culpado, na verdade ele parecia querer sorrir. A verdade é que estando ao lado de Albus Scorpius parecia se tornar invisível e mesmo isso sendo horrível ele percebeu que iria gostar de usar o amigo.

— Pare de sorrir. – Albus demandou.

— Sabe o que acabei de perceber?

— Não, me esclareça, Alteza.

— Estando ao seu lado ninguém me nota. – Seu sorriso aumentou. – Tirando os olhares de surpresa, por um Potter estar andando com a ralé.

— Não diga besteira.

— Estou falando sério, Al.

— Escute bem, Scorpius Malfoy. Você não é ralé, entenda isso de uma vez ou falarei com a Rose e ela fará você entender nem que seja batendo nessa sua cabeça dura com aquele livro gigantesco de Defesa Contra as Artes das Trevas.

Scorpius sorriu e assentiu. Albus era muito superprotetor, até mesmo quando as pessoas se auto atacavam.

Mas depois do que Scorpius falou ele realmente notou que as pessoas pareciam esquecer de Malfoy quando eles estavam lado a lado. Ainda tinha alguns olhares hostis, mas que logo eram desviados para o filho de Harry Potter.

Horácio dava algumas instruções e anotava no quadro-negro. Os alunos copiavam fervorosamente, e Rose estava superconcentrada na aula. Embora vez ou outra ela olhasse para a mesa que seu primo estava ocupando com Scorpius.

Alguns de seus primos não pareciam felizes pela provável amizade entre Albus e Scorpius e foram bem claros sobre isso na noite anterior. A menina ainda tentou defendê-lo, mas eles pareciam não querer ouvir.

Ela não sabia se o ataque era realmente contra Scorpius ou era só birra por se ter mais um Weasley na Sonserina. Na maior parte do tempo James se manteve calado, no trem ele não pareceu se importar em eles estarem dividindo a cabine com o menino Malfoy, ele até mesmo fez algumas piadas antes de voltar para junto de seus amigos.

Rose já estava desistindo de argumentar com eles quando James deu um basta na discussão.

— Albus sabe o que é melhor pra ele. O Malfoy parece ser legal. Vou dormir.

Ele não estava feliz pelo irmão ter ido para a casa das serpentes e ela esperava que ele não fizesse nenhuma bobagem. Ela o adorava, mas sabia como James podia ser impulsivo e idiota.

Na hora do café ele não deu um segundo olhar para o irmão e nem fez qualquer movimento de que iria falar com ele. Rose tentou uma conversa para saber se ele daria os parabéns e desejaria bom ano letivo, mas o garoto apenas deu um sorriso sem emoção.

— Parabéns pelo que? – Foi a resposta que ela recebeu.

Inconforma com o descaso de James ela decidiu que não queria mais ficar ali e foi para a mesa do primo. Ela nem mesmo sabia se isso era permitido, mas ela não pensou muito na hora.

Ela não sabia qual seria a reação de seus tios ao descobrirem, mas torcia para serem melhores que a do filho mais velho dos Potter.


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Notas finais do capítulo

Iria contar como foi o primeiro dia deles, mas o capítulo já tava ficando muito longo e não sei se vocês querem capítulos longos.
Espero que tenham gostado e seus dedos estejam tremendo para comentar :)
Beijoos!



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