O Legado escrita por Luna


Capítulo 37
Capítulo 37


Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoal.
Olha, eu não quero ser chata, mas eu faço faculdade em tempo integral e ainda estou estudando p OAB, e arranjo tempo para poder escrever. Então não custa nada deixar um comentário dizendo o que achou.
Esse sendo o motivo para a demora do capítulo sair, pq esse fds tive aula de pós-graduação e isso atrasou todo meu cronograma.
Sejam legais, ok?
As meninas que comentaram, meu muito obrigada. Vocês são demais mesmo ♥ ♥ ♥
Espero que gostem!



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Se estiver mal estampe um sorriso no rosto e siga em frente… e se estiver bem, continue com ele ali.

O segredo

 

 

— Só não entendo porque nunca falaram sobre isso. – Lily cruzou os braços e ficou emburrada. – É como uma herança, é como ter um cofre cheio de ouro e nunca saber disso.

— Não entendo porque você está assim. – James falou impaciente.

A menina se ergueu e deu voltas, ela bufava e parecia muito irritada.

— É uma herança mágica, James. Ela é nossa por direito.

— É um costume purista e exibicionista, Lils. – James tentava acalmá-la.

— Por que toda vez que falam sobre as tradições puristas as citam como algo errado? – Ela não parecia conformada. – Sim, eles podem ter ideias antiquadas e preconceituosas, mas eles entendem o valor e a importância de uma tradição, ainda mais uma como essa.

— Lily…

— Não! Habilidade de magia defensiva e temporal, Jamie. Os Nott ensinaram aos filhos, a sra. Malfoy ensinou ao pai de Scorpius, habilidades mágicas, passada de geração para geração, livros nunca vistos por mais ninguém além do ciclo familiar. Isso é importante, como você não percebe isso?

— O que você vai fazer com essa informação agora? – James cruzou os braços. Ir contra Lily era como tentar nadar contra uma correnteza forte demais, no fim você se cansa.

— Exigir que me entreguem o grimório da família. Sou uma Potter e uma Weasley, eles são meus por direito. Se ninguém mais os quer eu vou dar a eles o devido respeito e dedicação que merecem.

James já conseguia imaginar um furação chegando em suas vidas.

 

Scorpius não entendia como poderia ter passado três anos sem notar a presença de Arwen e agora ver a menina em todos os lugares, talvez porque ele ficasse a procurando ao redor. Ele notou que ela sentava na ponta da mesa perto de algumas pessoas, ela não parecia a menina tímida que tinha transparecido ser quando eles se viram pela primeira vez, lá ela sorria e conversava com os amigos.

Já faziam algumas semanas e eles não tinham se falado mais e pelo que soube seus amigos também não. Amélia evitava o assunto com todo empenho e os fez prometer que não falariam nada para ninguém, principalmente para os irmãos. Scorpius se tornou temeroso e sabia que Albus também. Tentaram fazê-la desistir de ir a Hogsmead, mas a menina parecia decidida a contrariá-los. Eles ficaram olhando por sob o ombro e evitaram ficar passeando pela vila, como sempre faziam. O que mais os acalmavam é que não tinha neve.

Uma nova semana tinha começado, Rose e Amélia estavam com Tim na biblioteca e Albus tinha treino de quadribol, Freya tinha saído sem dizer para onde ia. Scorpius ficou por um tempo com Rose e os outros, mas logo se entediou, já tinha feito a maioria de seus deveres e estava fazendo um tempo agradável, ele decidiu ir aos jardins, talvez encontrasse Freya pelo caminho ou algum outro colega que lhe fizesse companhia, poderia ir assistir o treino, mas não estava feliz com essa possibilidade.

Ele estava andando pelo Castelo quando ouviu uma voz lhe chamar de longe, ele se virou e viu Arwen descendo as escadas correndo. A menina chegou ao seu lado arfando e com as bochechas rosadas pelo esforço físico.

— Nossa, quase não alcanço você. – Ela falava com as mãos no joelho. – Estava do outro lado do Castelo quando vi você saindo.

— Como você… – Scorpius ia perguntar como ela tinha visto algo se estava tão longe, mas caiu em si e entendeu o que aquilo significava. – Estava indo dar uma volta, quer me acompanhar?

A garota sorriu e pegou o braço dele, como Freya costumava fazer. Normalmente Scorpius não gostava que as pessoas ficassem tão próximas, ele tinha Freya que sempre fazia isso, como se não soubesse caminhar sozinha e tinha Albus que o abraçava sempre que tinha vontade. Ele se retesou um pouco quando ela o tocou, uma parte por ter receio de que ela visse alguma coisa. Ele já tinha tido o suficiente de videntes por uma vida.

— Fique calmo, Sr. Malfoy, como o cavalheiro que foi criado para ser é normal e aconselhável que me acompanhe de forma apropriada. – Arwen falava de forma muito polida.

— No século passado, talvez? – Scorpius falou e a menina apenas riu.

— Os Weasley são uma família muito afetuosa, é bom que se acostume a abraços e pessoas invadindo seu espaço pessoal.

Scorpius a encarou.

— Isso é mais uma de suas visões? – Ele não estava gostando daquilo e já estava começando a se arrepender de convidá-la.

Arwen sorriu abertamente.

— Não, claro que não. Apenas conhecimento. Meu avó trabalhou com o Sr. Weasley, avô de Rose e fala muito bem da família.

Scorpius ficou mais relaxado depois da explicação. Na claridade a pele dela era quase translúcida e seus olhos adquiriram um tom de verde escuro. Ela percebeu que estava sendo observada e encarou os olhos azuis de Scorpius.

— Seus olhos parecem o céu na primavera. – Ela falou e Scorpius se viu momentaneamente sem fala.

— Obrigada. – Ele não sabia o que falar além disso, Albus foi o único que já falou algo parecido sobre seus olhos.

— Vamos para o campo de quadribol. – Ela sentenciou.

Scorpius estancou, pensou em andar pelos jardins, ir até o Lago Negro, talvez chegar até as estufas e ir dar um oi para Hagrid. Não estava nada animado para ir ver Albus em seu esplendor ao lado do Capitão Idiota, como o chamava mentalmente.

— Por que?

— Vai ser interessante. – Ela deu de ombros e parecia incomodada.

— Arwen… – Scorpius estava começando a criar uma antipatia pelas respostas vagas que ela dava.

— Eu nos vi nas arquibancadas. Acho que devemos ir até lá.

Ele negou, mas a menina conseguiu convencê-lo. Eles foram caminhando tranquilamente até o campo, enquanto Scorpius estava em silêncio Arwen falava sobre o que sabia de quadribol e fazia comparações com algum jogo trouxa que Scorpius não entendia. Quando chegaram lá o garoto sentaria na arquibancada da Sonserina, mas a menina o puxou para irem para a de sua casa.

— A primeira vez que o vi realmente foi quando você sentou na nossa arquibancada para ver o jogo, estava com seus amigos. Vocês chamaram muita atenção naquele momento.

Scorpius quis explicar a ela que aquilo tinha sido culpa de Rose e suas ideias bobas, mas foi tirado de seus pensamentos quando Albus parou a vassoura a alguns metros de onde eles estavam.

— Scorp, o que faz aqui? – Albus ignorava a presença de Arwen.

— Ver o treino. – Ele apontou para os outros jogadores como se fosse óbvio.

Os olhos do moreno saíram dele e pararam em Arwen, eles ficaram se encarando por alguns segundos e então Albus saiu voando para junto dos outros jogadores. Ao seu lado Scorpius ouviu uma risadinha da lufana.

— Ele não gosta de mim. – Ela falou como se aquilo não importasse, Scorpius olhou novamente para onde Albus estava e viu que ele ainda olhava na direção dos dois.

O sonserino subiu os degraus e se sentou no alto junto a Arwen que pegou sua mão e a segurou. Pela primeira vez ele notou que ela usava luvas, embora tivessem um material mais leve o tempo não estava frio para que fosse necessário, vendo que o menino encarava suas mãos ela tratou de tirar a dúvida antes que ele perguntasse.

— Ideia da professora Clarke, se o toque pode fazer algo se acender em mim botar um empecilho pode facilitar que não ocorra com frequência.

— Mas você nos viu aqui.

— Isso é diferente. Eu estava cochilando, enquanto Marie copiava o dever de História da Magia, em um momento eu estava na sala de poções mexendo meu caldeirão de chocolate e no momento seguinte estávamos aqui vendo o Sr. Potter marcar um gol espetacular.

Scorpius não tinha ainda uma opinião formada sobre profecias e previsões sobre o futuro. Algo bobo como Arwen os ver no campo de quadribol poderia ser tranquilo para ele, mas havia aquele peso de saber de algo que eles não deveriam e não entendia. O que significava a luz vermelha no céu que Arwen viu? E quem estava chamando quem? Onde eles estavam se Amélia poderia estar em perigo? Sofia tinha descoberto a verdade? Essa parte Scorpius detestava.

Estar com Arwen se tornou natural, fácil, era como se eles sempre fizessem aquilo.

— Como é ver o futuro? – Scorpius perguntou depois de um tempo em silêncio. Ele a viu espremer os olhos, como se tivesse se esforçando para ver os jogadores longe.

— Sabia que a vidência é considerada uma habilidade mágica natural?

Scorpius bufou. Ele queria ouvir as palavras saírem da boca dela, queria que ela dissesse que era assustador e que temia um dia ver algo horrível. Ele já tinha lido coisas absurdas que aconteceram com pessoas que viram futuros terríveis e como isso alterou suas vidas para sempre. Ele queria ver Arwen como uma garota normal, e estar assustada com esse tipo de poder era normal.

— Uma força tão forte que o bruxo dificilmente consegue controlar. – Scorpius disse.

— É mais fácil ocorrer em bruxos que já tiveram ocorrência na família. – Arwen evitava olhar para o loiro. – Não tem ninguém na minha, então foi só azar mesmo.

— É um dom.

Arwen estreitou os olhos na direção dele e sua boca se tornou apenas um risco de contrariedade. Seus olhos parecia ter se acendido em uma raiva contida.

— Não, isso não é um dom. Ver o futuro nunca será um dom, Scorpius. É aterrorizante, machuca de uma forma indescritível, é… – A menina procurava palavras para demonstrar para o garoto ao lado como seu poder era ruim. – Metamorfomagia é uma ótima habilidade. – Ela mudou de assunto e sorria levemente, mesmo que o ato fosse claramente falso. – Não deve ser incrível mudar de forma como bem entender?

— Está tudo bem sentir medo, Arwen. – Scorpius apertou a mão dela.

A lufana correspondeu ao aperto, ela ergueu a outra mão e tocou no rosto de Scorpius o olhando profundamente nos olhos. O menino se sentiu mais uma vez preso, como se não houvesse nada mais ao redor, ele não conseguia se afastar ou parar de olhar. Arwen era uma chama e ele um mero inseto.

— Você é uma boa pessoa, Scorp. Realmente boa, cheia de luz e sentimentos bons, mesmo sem minha visão eu poderia afirmar isso. – Ela falava muito baixo, se não tivesse tudo tão silencioso ele duvidava que pudesse ter escutado. Talvez por isso tenha se assustado quando Albus chegou de forma abrupta.

Ele parecia chateado com algo, irritado.

— O treino acabou. – Albus falou.

Scorpius olhou além e viu o resto do time indo para o vestiário, conseguiu notar ainda Morgan olhando na direção deles e sua expressão não estava melhor que a de Albus.

— Aconteceu algo? – Scorpius perguntou.

— Não.

A resposta de Albus fora seca e seu olhar para Arwen claramente dizia qual era o problema ali.

— Bom, rapazes, vou voltar para o Castelo. – Ela sorria amigavelmente para os dois, ignorando a má vontade de Albus. – Obrigada, Scorp. Você é um bom amigo.

Ela deu um beijo casto no rosto dele e saiu apressada.

— Amigos? Vocês são amigos agora? – Albus falou indignado.

— Não sei… talvez. – Scorpius não entendia aquela reação. – Qual o seu problema com ela?

Albus bufou e começou a andar, Scorpius ficou um momento parado e em seguida começou a seguir o amigo.

— Arwen é uma boa pessoa, parece ser legal.

— Você se falaram duas vezes, sendo uma delas com a menina dando um chilique. – Albus falou.

— Ela não deu um chilique, Al. – Scorpius deu um sorriso cansado. As vezes Albus era muito temperamental e isso dificultava entendê-lo.

Albus parou de uma vez e se virou para Scorpius fazendo com que o loiro quase se chocasse contra ele.

— Você gosta dela?

Uma parte do loiro se animou pensando que talvez aquilo pudesse ser ciúme, mas logo se repreendeu, sim, poderia ser ciúme, mas apenas um ciúme de amigos.

— Ela é legal. – Scorpius deu de ombros.

Albus bufou e chegou mais perto. – Você gosta dela, Scorpius? – O silêncio do outro parecia ter o irritado mais ainda. – Eu vejo a forma como você a olha…

— O que? – Scorpius estava ficando incomodado. – Você está vendo coisas onde não tem.

— Mesmo? – Albus deu um sorriso cínico. – E o que foi aquilo há poucos minutos?

Scorpius queria ter uma explicação razoável e adequada que fizesse Albus se calar e nunca mais voltar naquele assunto, mas ele não sabia como falar, não conseguia explicar nem para si próprio. Mas estava certo que não sentia o que Albus estava achando, Arwen tinha potencial para ser uma boa amiga, o momento que passaram juntos deu para ele perceber que a menina podia ser divertida e era interessante. Mas ao pensar nela vinha o mesmo sentimento que tinha por Freya e Amélia, um carinho fraternal em conjunto com solidariedade pelo dom que ela possuía e que não lhe facilitava a vida. Mas seu silêncio parecia ser a resposta que Albus precisava, o moreno assentiu.

— Eu só pensei que quando você se interessasse por alguém me diria.

Albus parecia entristecido, as palavras quase saíram, mas Scorpius não conseguiria fazê-lo entender que ao mesmo tempo que se sentia atraído por Arwen como se estivesse no meio de um feitiço isso nada tinha a ver com um sentimento romântico. Era algo quase mágico.

— Não é da forma como você está pensando. – Scorpius disse.

Albus assentiu e deu um sorriso fraco.


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