O Legado escrita por Luna


Capítulo 35
Capítulo 35


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem, vou esperar pelos comentários :)

VÃO PARA AS NOTAS FINAIS!!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/713733/chapter/35

Você não queria poder desfazer as coisas? Aquilo que você disse? Aquilo que você fez? Não existe um botão de desfazer. Só existe a esperança de que podemos aprender. Nós podemos mudar, certo? Nós podemos fazer melhor. Não podemos desfazer o que já fizemos. Não podemos desfazer o passado, porque o futuro continua vindo até nós. É melhor manter o passado no passado. Seguir em frente. Aprender com isso. Nós não aprendemos com nossos erros, nós acabamos presos em um futuro que nunca escolhemos. O passado está escrito, não tem como mudar. O que passou, passou, mas o futuro é nosso para escolher, para o melhor ou para o pior.”

Grey's Anatomy

 

Albus estava próximo as masmorras com Joseph. Ele estava encostado na parede, enquanto o sonserino mais velho mantinha apenas um braço nela. Conversavam sobre coisas aleatórias e Joseph roubava alguns beijos uma vez ou outra, aquela era a primeira vez que ficavam em um local público. Albus teve que ceder depois do outro reclamar que estava achando que Albus o estava escondendo, no início o moreno riu e disse que ele estava sendo ridículo, mas a forma que encontrou de provar o contrário foi ficar ali quando o encontrou conversando com alguns amigos. Eles já tinham saído, os deixando sozinhos, mas sempre passava alguém. Albus já até podia escutar o falatório que aquilo iria gerar, esse sendo o motivo de ter tentando esconder o que estava acontecendo entre os dois.

Joseph tinha se aproximado mais e mantinha uma de suas mãos no quadril de Albus o mantendo parado no lugar.

— Se formos pegos por algum professor…

— Pensei que gostasse a sensação de perigo. – Joseph sorriu.

— Você está prestes a se formar, não vai querer pegar uma detenção logo agora. – Albus tentou afastá-lo, mas Joseph era mais forte e prendeu as mãos do moreno e o prensou na parede.

Começou a distribuir beijos pelo pescoço alvo, fazendo Albus estremecer e ter que firmar mais suas pernas. Joseph soltou os braços dele quando percebeu que não tinha mais resistência, continuou traçando beijos pela parte mais sensível do pescoço dele combinando com o movimento das mãos nos braços fazendo uma carícia. Ele passou os beijos para o rosto deixando um rastro quente que Albus achou que seria difícil de apagar e seus lábios se encontraram.

Albus não se importava mais se alguém os veria, se algum professor os pegaria naquela situação. Ele só queria sentir o beijo de Joseph uma vez mais e quando os lábios dele se encontraram ele o beijou com urgência, fazendo Joseph sorrir. Embrenhou as mãos pelos cabelos o puxando para mais perto. As mãos do mais velho o apertavam com mais força e ele sabia que ficaria vermelho, mas não se importava nenhum pouco desde que continuassem se beijando.

Se separaram quando ouviram sapatos derrapando no chão de pedra. Albus ainda tentava recuperar o fôlego e Scorpius teve que recuperar o controle sobre suas feições.

— Scorp. – Albus falou enquanto ajeitava o uniforme.

Os olhos de Scorpius correram de Albus para Joseph, que não seu ao trabalho de se arrumar, então ainda estava com os cabelos bagunçados e o uniforme amarrotado. O loiro teve que se controlar para não fazer uma careta quando viu o sorriso orgulhoso do mais velho.

— Al, nós temos que ir.

— Para onde? Pensei que nos encontraríamos mais tarde. – Albus passou a mão no cabelo visivelmente desconfortável.

— Estamos no meio de algo, Malfoy. – Joseph falou presunçoso.

Scorpius o ignorou, para o desgosto do outro.

— Aconteceu algo com o Nicholas. Estão precisando de nós. – Scorpius estreitou os olhos na direção do moreno e estava começando a bater os pés demonstrando impaciência. – Você que sabe. – Falou e já estava virando de costas quando escutou a voz de Albus.

— Não, espera, eu vou. – Albus falou rapidamente e se virou para Joseph. – Nos vemos mais tarde.

— Espera, você vai com ele?

Vários sentimentos passaram pelo rosto do sonserino nos segundos que Albus demorou para responder.

— Bem… parece urgente.

Joseph era orgulhoso demais para se deixar ficar sozinho mais uma vez. Ele já se sentia um tolo por ficar se arrastando por Albus. Ele bufou e deixou claro seu desagrado quando virou as costas e foi caminhando em direção ao Salão Comunal.

Albus ainda pensou em chamá-lo, mas Scorpius estava esperando por ele.

 

Amélia tinha se encontrado com Rose e Lily perto da biblioteca. A morena estava indo deixar uns livros que pegara emprestado dias atrás quando foi interceptada pelas duas. Elas falaram algo sobre Nicholas ter se machucado e que eles tinham que se reunir, falaram tão rápido que a deixaram meio tonta e confusa, mas de todas as informações que recebeu naquele meio minuto uma se sobressaiu, ela teria que ir atrás de James Potter e levá-lo a cozinha.

Amélia ainda tentou recusar e dizer que estava ocupada, mas as duas já tinham virado o corredor. Ela foi até a biblioteca para se livrar do peso e tentou se preparar mentalmente para o encontro. Eles não conversavam desde que ele a encontrou chorando nas escadas que levam a sala de Adivinhação, desde aquele dia ela o evitava sempre que podia. Se sentia terrivelmente envergonhada.

Ela queria usar a desculpa de que não sabia onde encontrá-lo. Aquele era um Castelo gigantesco e ela não era exatamente amiga dele para saber o que ele costumava fazer em seu tempo livre, mas a mentira pesou em sua mente, ela sabia exatamente os locais onde ele costumava ficar. Podia traçá-los em sua mente quais deveria olhar primeiro.

Já fazia um tempo que ela o seguia com os olhos e sempre olhava em volta para ver se o encontrava pelos lugares. Depois repetia para si mesma que era apenas a amiga do irmão mais novo dele e que ele nunca lhe daria um segundo olhar. Mas aí vinha a sua cabeça o presente de dia dos namorados e de como ele fora gentil nas vezes em que se encontraram sozinhos, mas se reprimia. Ele estava apenas sendo gentil e ignorava a parte que ficava triste com isso.

Ela o encontrou nos jardins, como sabia que encontraria. Mas não esperava encontrá-lo daquele jeito, deitando com a cabeça nas pernas de uma garota e com ela passando a mão em seu cabelo, ele rindo agradavelmente de algo que as outras pessoas estavam falando.

Ela ergueu a cabeça de uma forma que Freya se sentiria orgulhosa e puxou toda a coragem que tinha e foi dando passos firmes na grama, quando chegou perto o suficiente para ser ouvida falou.

— James. – Sua voz saiu firme e sua expressão estava dura. Ela não queria demonstrar como vê-lo tão confortável perto de uma garota a deixava triste.

— Amy. – Falou se erguendo. Ela achou que ele não deveria sorrir daquela forma. Ele se levantou e foi até ela.

— Rose precisa da gente. – Amélia falava sem encará-lo.

— Sobre o que é? – Ele cruzou os braços e ela reprimiu um suspiro quando os braços fortes dele se sobressaltaram na blusa de mangas.

— Algo sobre o Nicholas ter se machucado. Eu não entendi bem. Ãh, é agora… Você pode…?

— É claro. – Ele sorriu mais uma vez. – Me espere aqui.

Ela viu quando ele se abaixou para pegar a mochila e se despediu dos amigos. Esperou algo mais com a menina que estava servindo de travesseiro, mas ele não fez nenhum movimento mais íntimo na direção dela.

James parecia feliz caminhando ao lado dela, enquanto ela tentava disfarçar o desconforto.

— Como você está? – Ele perguntou e passou a caminhar de costas para poder olhar para ela.

Amélia colocou uma mecha do cabelo atrás da orelha e olhou para baixo.

— Bem. Está tudo bem. – A voz dela falhou um pouco e ele notou parando de andar.

— Você não parece muito segura disso. – Ele falou e ela parou de andar também.

— Algumas coisas estão estranhas e um pouco ruins. – Ela deu de ombros.

— Quer conversar sobre isso? Sou um excelente irmão mais velho… – Ele parecia envergonhado depois de dizer. – Não que eu queira ser seu irmão mais velho, eu não quero ser. – Ele estava começando a ficar vermelho. – O que eu quis dizer é que eu sou bom em escutar porque sou irmão mais velho e sempre escuto o Al e a Lils. Não que eu sou…

— Meu irmão mais velho, o que você claramente não é. – Ela riu um pouco, mais relaxada. – Eu entendi.

— Então, quer conversar?

Ela pensou um pouco e aquela parecia uma boa opção.

— Sim, seria bom conversar. – Ela queria desabafar aquilo com alguém que não fosse seus melhores amigos, eles estavam em uma onda de querer fazê-la ver o lado bom da situação e ela queria alguém que a escutasse e visse como as coisas eram confusas e complicadas. Falar com um dos irmãos também não era uma opção, mesmo que Freya entendesse o calafrio que ela sentia e Anthony a acalmasse com palavras confortadores e de proteção. – Mas não agora. Tudo bem?

— Estou a sua disposição, Amy. – Ele tocou seu rosto com as pontas dos dedos e colocou a mecha que insistia em cair no seu rosto atrás da orelha.

Eles ficaram se encarando por alguns segundos, mas Amy quebrou o contato quando voltou a caminhar.

 

Eric estava lendo um livro, ele tinha afastado Nicholas um pouco na cama e se sentou ao lado dele. A sua concentração foi quebrada quando sentiu ele se mexer ao seu lado. O pequeno tentou se erguer mas sentiu uma mão pesada o empurrando para baixo.

— Não se levante.

Nicholas ouviu a voz e abriu os olhos. Ele viu os olhos claros do irmão percorrer seus rosto e sorrir. Não um sorriso aberto, ele não conseguia se lembrar de alguma vez tê-lo visto sorrir mesmo, mas deu um sorriso simples e seus olhos transbordavam a sinceridade do gesto.

— Como está se sentindo? – Eric perguntou se levantando para dar espaço a ele.

Nicholas tentou falar, mas sua garganta arranhava. Eric pegou um copo e o encheu de água o dando ao irmão.

— Minha cabeça dói um pouco.

Eric chamou a enfermeira.

— Se lembra do que aconteceu, querido?

— Hã… não, senhora. Nada.

— Hum, perda de memória recente é comum em casos de concussão. Você passará a noite aqui e amanhã pode ir depois do café.

Nicholas ainda tentou dizer que não era necessário, mas a enfermeira não lhe deu atenção, antes de voltar para sua sala disse a Eric que ele ainda teria algum tempo antes de ter que sair para dar espaço para o corvinal descansar.

— Quem o atacou? – Eric perguntou assim que ouviu a porta se fechar.

— Você não ouviu o que eu disse?

— Ouvi e não acreditei em uma só palavra. – Eric tinha perdido o sorriso e estava novamente com aquela expressão de desgosto.

— Isso é problema meu, Eric. Não se meta nisso.

— Isso era problema seu até eles o atacarem. Foi mais de um, certo? – Ele cruzou os braços. – Gosto de pensar que você saberia lidar se fosse uma disputa justa.

— Eu sou um aluno do primeiro ano, você lembra disso? – Nicholas falou chateado.

— Você deve saber mais feitiços que o cabeça de vento do Tim. – Nicholas estranhou o uso do apelido. Eric detestava apelidos. – Agora isso é um problema nosso.

— Nosso? – Nicholas perguntou se sentando na cama.

— Ao que parece seus amigos também não concordaram com o que eles fizeram e são bem vingativos. Especialmente as ruivas da grifinória. Deve ser o sangue Weasley ou algo assim. Elas são muito rancorosas para grifinórias. E…

— Eric. – Nicholas nunca tinha ouvi o irmão falar tanto de uma vez só. – Você está bem? O que elas tem a ver com isso? – Ele passou a mão na testa para aliviar a dor, o remédio que recebeu não tava fazendo efeito rápido o suficiente.

— Pelo que entendi, eles são o esquadrão da vingança. A sua amiga ruiva vai liderar…

— Eric, você não está fazendo sentido algum. – A dor na cabeça estava aumentando com o falatório, mas ele queria entender aquela situação.

— A ruiva…

— Lily, o nome dela é Lily. – Nicholas o corrigiu.

— A garota Potter. – Eric falou e levantou uma sobrancelha para contrariá-lo. – Estava aqui quando chegamos, eu, Tim e a ruiva Weasley.

— Rose.

— Eu não ligo mesmo para os nomes, Nick. – Eric balançou a cabeça. – Pare de me interromper. – Ela saiu daqui dizendo que iria chamar os outros para resolverem a situação. Algo com não se mexe com um de nós. Você é um deles, irmãozinho?

Nicholas gemeu audivelmente. Ele não queria meter ninguém nisso. Acharia uma maneira de resolver a situação por conta própria.

— Eu não preciso de proteção.

— Se não me engano você foi encontrado em um corredor desmaiado vítima de algum feitiço. A diretora vai querer saber o porquê um de seus alunos foi ferido. Ao que parece você precisa de proteção.

— Por que você se importa? – Nicholas jogou com raiva. – Você não gosta de mim, não se importa comigo e sou uma vergonha para a família, como você bem disse, se lembra?

Eric se retesou. Ele entendia a raiva do menor, sabia que merecia a olhada furiosa que recebia. Tinha tantas coisas para dizer para Nicholas, mas não tinha costume de usar as palavras.

— Você é meu irmão, claro que me importo.

Nicholas queria forçar um pouco mais, mas não sabia o que iria conseguir. Aquela declaração já deveria ter custado muito de Eric.

— Eu… Você tem que ter em mente das consequências de ter ido para Corvinal. – Eric continuou, falava como se cada palavra pesasse muito.– Não sei o que causou isso. – Ele apontou para Nicholas na cama. – Mas sei que não teria acontecido se você fosse da Sonserina. – Nicholas virou o rosto. – As férias estão acabando, Nick, nós teremos que voltar para casa. Já pensou no que fará quando nos encontrarmos com ele?

Não, Nicholas estava evitando pensar nisso. Cada vez que seus pensamentos iam nessa direção ele pegava qualquer coisa para lhe distrair e não queria pensar naquilo nesse momento.

— Eu caçoei deles. – Nicholas falou. – Uns garotos burros da Sonserina. Sério, eles são tão idiotas que Trols devem ser mais espertos. Me esperaram no corredor e queriam que eu me desculpasse, quando não o fiz eles começaram.

— Preciso de nomes, Nicholas. — Eric cruzou os braços e sua postura não aceitava contestação.

 

Quando chegou a cozinha Eric viu uma verdadeira baderna. James estava em pé de frente para Timothy que tentava controlar a raiva. O resto estavam sentados, mas também estavam metidos nas próprias discussões.

Ele pegou dois copos que estava em cima da mesa e bateu um no outro causando um barulho desconfortável.

— O que vocês estão fazendo? – Eric perguntou.

Eles começaram a falar ao mesmo tempo. Mas ele gritou pedindo silêncio, se virou para Lily e pediu que ela falasse.

— Não estamos concordando sobre o que faremos com os cretinos.

Eric revirou os olhos impaciente.

— Primeiro temos que descobrir quem foram. – Timothy disse.

— Eu já sei quem foi.

A falação começou novamente fazendo com que Eric tivesse que bater os copos mais uma vez. Lily agradeceu, mas ele fez uma careta para ela.

— Primeiramente nós daremos a chance deles irem até a diretora e confessar o que fizeram ganhando a devida punição por enfeitiçarem um aluno do primeiro ano. – Lily falou com tranquilidade.

— Eles jamais farão isso. — Albus disse.

— Quando eles não fizerem nós vamos começar pelo que Rose propôs, pegaremos o…

— Nada! — Timothy avançou para Lily e calou a boca dela com a mão. – Esse é o momento em que você sai, Eric.

— Porque? — Albus, Scorpius, Amélia e Eric perguntaram ao mesmo tempo.

— Você vai está no último ano – Tim falou olhando para o irmão. – Se formos pegos você não pode estar incluído nisso. Sua ficha é limpa e tem que continuar assim. Papai dividiria você ao meio se estragasse sua chance no Ministério por causa de uma bobagem.

— Isso não é bobagem. — Eric protestou.

— Papai iria discordar. — Tim parecia convencido a não deixar Eric fazer parte daquilo e uma parte do mais velho temia que algo assim de fato acontecesse. Ter um histórico escolar exemplar foi o que lhe garantiu uma vaga no Ministério antes mesmo de terminar a escola e ele não sabia o que aconteceria que seu histórico ficasse manchado com o que quer que eles estivessem tramando.

— Eu falo com eles então. Se depois que eu acabar eles não forem até a professora McGonagall vocês podem fazer… bem, o que estão planejando.

— Eric…

— Eu falei conversar, Timothy. Será apenas uma conversa.

James sorriu abertamente e foi até Eric abraçá-lo.

— Você levou um balaço na cabeça, Potter?

— Não. — James respondeu ainda abraçando Eric.

— Se não me soltar agora vai se tornar inútil na próxima partida, Potter. — Eric falou entredentes.

James se afastou e bateu no braço dele.

— E eu pensando que você era um insensível que não se importava com ninguém, Nott. – James dizia com um sorriso. – Agora que somos todos amigos posso falar que você subiu no meu conceito.

— Eu não sou seu amigo. — Eric se afastou de James com uma careta e passou a mão se limpando onde James o tinha tocado. – Merlin, não seja ridículo.

Ele fez um som como se se sentisse ultrajado e saiu da cozinha.

James se virou para os outros ainda rindo.

— Você me deve, Albus. Eu disse que conseguiria um abraço e não seria amaldiçoado.

— Ei, não vale. Ele não te abraçou. — Albus dizia inconformado.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Estou com duas fics novas. Renascer, que será uma Hermione/Harry e A última Weasley, que será Scorpius/Rose
Caso se interessem deem uma olhadinha e me digam o que acharam.
Beijooos!!