“Sempre questione onde sua lealdade está. As pessoas que você confia irão esperar por isso, seus maiores inimigos vão desejar isso, e aqueles que você mais estima, vão, sem falhar, abusar disso.”

Revenge

Tim deu alguns passos para a frente soltando a mão de Rose, em uma fração de segundo ele já estava na frente de Eric. O mais velho tentou esconder seus sentimentos, mas ainda dava para perceber a raiva e aquela outra coisa era medo? Tim não conseguia definir.

— O que aconteceu?

— Ele foi encontrado desacordado em um corredor. – Eric falava friamente. – Tinha alguns cortes nos braços e talvez tenha sido atingido por um estupefaça.

As sobrancelhas do mais novo se ergueram demonstrando a surpresa.

— O que…?

Tim não conseguia acalmar seus pensamentos e ao encarar os olhos de Eric notou que a raiva que ele sentia era direcionada para si.

— Eu disse que isso aconteceria. Um Nott em outra casa que não a Sonserina? Isso é um prato cheio para aqueles hipócritas de merda. – Naquele momento Tim notou que a varinha de Eric estava apontada para o chão e dela saia algumas faíscas. – Você disse que era para eu me afastar e eu fiz. Você disse que o protegeria, você prometeu que ele ficaria bem.

Eric tinha avançado alguns passos e agora eles só estavam separados por alguns centímetros. Rose observava os dois a certa distância, não sabia se deveria interferir, se ficava onde estava ou se saia de fininho. Tim estava com a expressão carregada e os lábios pressionados, como se temesse falar algo que não devesse, Eric estava começando a ficar com o rosto e pescoço vermelho, ela percebeu que ele estava tentando controlar a raiva. E aí ela resolveu que tinha que intervir.

— É melhor irmos ver como Nicholas está, não? – Ela propôs, mas nenhum deles pareceu escutar.

— Você está dizendo que a culpa é minha? – Tim jogou.

— Qual foi a última vez que você falou com ele? Que perguntou como estava as coisas? Claro que ele nunca falaria que estava com problemas, mas você deveria ficar atento, deveria ter falado com as pessoas.

Tim o empurrou e Eric levantou a varinha.

— Já chega! – Rose se botou entre os dois. – Isso não ajuda em nada.

— Você foi mal e cruel com ele, você o afastou. – Tim falava furiosamente.

— O mundo é cruel, Timothy. Ele não é uma fantasia bonita e colorida, aqui as coisas são reais, pessoas são más e você tem que se sobressair. Ficar por cima.

— Você fala como Sebastian. Você é igual a ele.

Rose teve que agir rapidamente. Ela nem mesmo sabia que era capaz de conjurar um escudo tão rápido e mesmo com o feitiço ela e Tim ainda foram impulsionados para trás quando Eric lançou o feitiço.

— Não ouse fazer isso novamente. – Rose apontou a varinha para ele. – Quero os dois em silêncio agora.

— Olha aqui… – Eric começou, mas parou quando ela ergueu a varinha para o rosto dele.

— Nem mais uma palavra. – Ela respirava com esforço por causa da conjuração do feitiço – Vamos para a enfermaria ver o Nicholas. Agora!

Nenhuma palavra foi dita pelos três. Rose ia caminhando na frente, sendo seguida de perto por Tim e Eric vinha mais atrás, como se não quisesse ser visto com eles. Ela abriu a porta da enfermaria e colocou a cabeça tentando ver quem estava lá, mas quando viu a cabeleira ruiva adentrou o local.

— Lily. – Ela deu passou rápidos até a prima. Lily estava sentada ao lado da cama e segurava a mão de Nicholas, que dormia. – O que a sra. Flitz disse?

— Que ele deve acordar ainda hoje. O feitiço pode ter sido muito forte e ela não queria arriscar uma reanimação. – A ruiva falou triste.

— Quem o encontrou, Lily? – Tim perguntou.

— Aquele amigo da Amy, o loiro… Thomas Augustine?

— Agnelli. Thomas Agnelli. – Rose falou trocando um olhar com Tim.

Eric encarava o irmão na cama e sua máscara parecia cair aos poucos. Ele se lembrava como Nicholas sempre foi pequeno e mais sensível e por isso o que mais sofreu na mão do avô, como ele sempre tentou protegê-lo, assim como fez com Tim. Mas ele não podia deixar que ninguém o visse como uma figura sentimental e fraca, seu avô teria o trucidado se percebesse qualquer fraqueza nele. Ele se arrependia minimamente da reação que teve quando viu que o mais novo tinha ido para a Corvinal, mas Nick tinha que entender o que aquilo significava. O temor dos mais velhos fora tanto que eles estavam tentando a todo custo mantê-lo longe de Sebastian. O homem era instável e temperamental e Nicholas tinha todo o orgulho dos Nott e nunca aceitaria calado qualquer ofensa, ainda mais contra a Casa que o recebeu.

No começo ele observava como Nicholas parecia cabisbaixo e solitário, mas depois passou a agir com a típica confiança e caminhar como se sentisse orgulho da águia em seu peito. Sempre o via na companhia da garota Potter, e não entendia como poderia ter surgido uma amizade ali. A menina era viva demais, faladeira e, pelo pouco que conseguiu escutar, muito enxerida em assuntos que não lhe diziam respeito.

Nicholas era silencioso e calmo, Eric sabia que ele era a pessoa ideal para se ter em momentos de crise e já até poderia vê-lo vestindo o azul dos inomináveis. Merlim sabia que o garoto tinha inteligência para isso. Seus pensamentos foram cortados quando Lily aumentou o tom da voz e foi recriminada por Rose.

— Nós temos que descobrir quem fez isso. O garoto lufano pode ter visto algo. –A ruiva estava em pé e dava voltas em torno de si mesma.

Rose colocou o cabelo para trás da orelha e parecia pensar em algo.

— Vou procurar os outros.

— Por que? – Tim não entendeu.

— Para vermos o que vamos fazer.

— Fazer? – Eric se intrometeu na conversa e viu os três pares de olhos o encararem com estranhamento.

— Nicholas é um dos nossos. – Rose falou como se fosse óbvio. – E nos protegemos

— E nos vingamos. – Disse Lily com um sorriso maquiavélico. – Ah, vou dizer a James como Nicholas sempre foi gentil e um bom amigo e como fiquei entristecida com a maldade que fizeram. Ele ficará tão chateado que me ajudará em qualquer coisa.

Eric olhava para menina com os olhos estreitos e percebendo que era encarada a menina caminhou na direção dele.

— Não fomos devidamente apresentados ainda. Lily Luna Potter.

Eric pegou a mão que ela estendia depois de alguns segundos.

— Eric Nott.

— Então Eric, você está conosco? – Lily perguntou enquanto apertava a mão dele.

Ele desviou os olhos dela para o irmão deitado e novamente para ela e deu um sorriso que dizia que ele topava qualquer coisa, desde que quem fez aquilo sofresse.

— Pode apostar.