O Legado escrita por Luna


Capítulo 18
Capítulo 18


Notas iniciais do capítulo

Olá, gatinhos.
Vou cuidar de responder os comentários, sorry pela demora.
Obrigada aos que comentaram. Corações brilhantes para vocês ♥



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Alguns começos iniciam tão silenciosamente, que você nem nota quando acontecem. Muitos fins vêm quando você menos espera. E o que eles pressagiam é mais negro do que você imagina". 

Gossip Girl

O ano escolar terminou sem mais percalços. Tirando alguns pontos baixos e altos o 2º ano poderia ser considerado bem entediante. Mais para o final de fevereiro Freya pareceu ter perdoado Scorpius pelo seu tratamento frio e distante, Amélia disse que isso era um pouco hipócrita da parte dela, considerando que na maior parte das vezes a própria Freya era fria e distante. Mas a sonserina ignorou totalmente Amélia.

Os quatro pareciam brilhar quando o assunto era notas escolares, Amélia e Rose riam e diziam que não competiam. Uma clara mentira, quando observavam as duas falando sobre as matérias e notas era evidente a disputa. Rose era melhor em DCAT e Amélia em Feitiços, Scorpius se sobressaia em Herbologia, o que era considerado um roubo tendo em vista que a mãe dele era Astória Malfoy. Mas o loiro logo rebatia, dizendo que se fosse por isso todo o histórico escolar de Rose deveria ser desconsiderado já que metade dos genes dela tinham vindo da prestigiosa Hermine Granger.

Eles perceberam que estavam fazendo exatamente o que o resto da escola fazia. Estavam se comparando aos pais e depois de um momento constrangedor se desculparam e prometeram que algo assim nunca mais se repetiria.

As férias foram bem-vindas a todos eles. Tudo que eles desejavam era um momento longe de tarefas e exercícios, longe de alunos enxeridos e professores exigentes.

Eles se encontraram eventualmente. James cumpriu com o que tinha prometido e eles treinaram quadribol todos os dias que deram, isso significa sempre que podiam fugir para a Toca. Fred pai e filho ajudavam, o filho mais que o pai, Teddy, que sempre arrumava um tempo para os filhos do padrinho, também apareceu para ajudar e para comer das maravilhas de Molly. Eles não tinham dúvidas de que só se o capitão fosse muito obtuso para não escolher Albus.

Albus não falava nada, apenas sorria e concordava. Ele queria ignorar aquele ponto frio na barriga a cada vez que um deles abordava o tema.

— Sua mãe disse que vocês andam treinando quabribol. – Harry comentou na mesa enquanto jantavam.

Albus apenas concordou com a cabeça.

— Então vai tentar uma vaga no time esse ano? – Harry perguntou.

— É… Mas talvez eu não entre… Não sei se sou bom, sabe? –Albus falou sem jeito.

— Ele é bom. Você poderia nos ajudar, papai. – James comentou animado. Harry não estava passando muito tempo em casa ultimamente.

— Eu adoraria. – Harry respondeu.

— Eu também quero treinar. – Lily falou. – Assim posso entrar para o time também.

— Claro que sim, pimentinha. – James falou bagunçando o cabelo da menina, que espantou a mão dele com um tapa silencioso.

Albus evitava olhar para qualquer um deles, jantava em silêncio. Harry não iria ajudá-los, com o tempo ele passou a entender as frases do pai. Se ele falava que adoraria fazer alguma coisa, significava que ele não poderia fazer, mesmo que quisesse. Ele também não comentou o fato do pulso de Harry estar enfaixado e ele estar mancando um pouco, Albus se perguntava se apenas ele tinha percebido isso ou se James também não queria levantar a questão.

No começo de agosto todos se encontraram na Mansão Malfoy, finalmente poderiam ver a pequena Malfoy. Na opinião de Amélia era o bebê mais lindo que ela já tinha conhecido, mesmo que ela não tenha conhecido muitos bebês. A menina já tinha um olhar esperto e agitava os bracinhos em busca da pequena bola luminosa que Astória fazia flutuar em cima dela.

Eles ficaram lá por algumas horas, o suficiente para que Draco e Astória se juntassem a eles em um lanche no jardim. O casal era diferente do que eles imaginavam, Astória era mais sorridente e embora Draco fosse bem mais contido ele parecia se divertir com as histórias que as crianças contavam.

Os Miller, que conheciam a fama dos Malfoy, foram os que mais se surpreenderam. Eles tinham aceitado o convite mais por educação se fossem ser verdadeiros e porque eles gostavam de Amélia. Ela era uma garota inteligente e esforçada, mesmo que não conhece o mundo bruxo logo tratou de ir em busca de informações para não ficar tão perdida. Mas ainda ficavam meio distante dos outros. Freya era alguém com quem nunca se poderia estar com a guarda baixa, em um momento ela era acessível e se poderia conversar sobre livros e outros temas e no momento seguinte ela estava sendo uma verdadeira vaca, nas palavras de Emílio.

Albus tinha uma boa personalidade, era comunicativo na maioria dos dias, alguém fácil de conviver, mas que não lidava bem com as pessoas ao redor e tinha uma parte trasgo que se revelava cada vez que alguém começava com algum assunto ligado aos pais.

Scorpius ainda era um mistério. Silencioso, contido, inteligente e, com certeza, alguém sem maldade. Não era alguém que aparentava fragilidade, mas vendo como ele ainda era rechaçado por grande parte do corpo estudantil dava a vontade de protegê-lo. Algo que eles nunca falariam alto o suficiente para o loiro ouvir, Scorpius poderia ser tão assustador quanto Freya quando se propunha. Recentemente ele começou a mostrar as garras, nos últimos meses ele passou a não mais aceitar algumas provocações, os irmãos achavam que tal reação vinha do incentivo de Albus e Rose que não suportavam a inércia do amigo.

Rose era algo a parte. Era tão inteligente que as vezes eles se assustavam que ela não tivesse ido para a Corvinal. Quando ela não sabia de algo corria para os livros, uma atitude bem semelhante à de Amélia. Rose era bem mais controlada do que Albus, no quesito ignorar pessoas inconvenientes, mesmo que eles percebessem o maxilar travado da garota e suas mãos em punho fechado.

— Melanie Duke… acho que eu lembro dela. – Astória falou. – Ela estava um ano abaixo de mim, acho.

— Sim, senhora. – Zach respondeu. – Ela nos disse que uma vez a senhora a ajudou em uma tarefa na escola.

Astória sorriu com a memória.

— Ah, sim. – Astória bebeu um pouco mais de chá. – Era o 5º ano dela, NOMs… aquele foi um ano difícil para todos nós.

Astória e Draco se olharam. Amélia percebeu que todos ficaram estranhos, Albus e Rose evitavam fazer contato visual e Scorpius começou a esfarelar o biscoito que tinha nas mãos, Zach e Emilio dirigiam o olhar em qualquer direção que não as dos Malfoy.

— Desculpa perguntar, acho que esse é um tema desagradável. Mas por que esse ano foi ruim? NOMs são tão assustadores assim? – Amélia questionou.

— O Lorde das Trevas tinha a escola em seu domínio na época, Amélia. Se o aluno fosse mal nas tarefas ele era punido com algo mais cruel que uma simples detenção. – Draco respondeu.

— Ah… Então a senhora fez bem em ajudar a Sra. Miller. – Amélia falou com um sorriso.

— Astória sempre estava ajudando no que podia. – Draco falou com orgulho. – Lembro também que quando muitos alunos da Sonserina estavam fugindo ela foi uma das poucas que ficaram junto ao professor Slughorn para tirar as crianças da escola antes da Batalha.

— Sério, mãe? – Scorpius perguntou abismado.

— Não foi nada de mais. – Astória falou fazendo pouco caso. – Eu estava em segurança, não participei da Batalha, apenas cuidei para que os menores saíssem em segurança.

As crianças ficaram encarando a mulher até deixá-la sem jeito, ela logo tratou de levantar dizendo que tinha que ir ver Adhara. Scorpius não podia estar mais orgulhoso.

Na semana seguinte se encontraram na Toca. Para a felicidade de Ron que não queria algumas das crianças em sua casa e alívio de Hermione que estava tendo tanto trabalho que não sabia como daria atenção a todos. Molly ficou mais do que animada em receber todos eles, ela adorava quando a casa estava cheia, como naquele dia.

Para passar o tempo eles resolveram jogar uma partida de quadribol. Freya se recusou a jogar, fazendo com que zoassem dela dizendo que ela não sabia jogar devidamente, mas a menina rebateu dizendo que não voaria a mais de 5 palmos do chão em vassouras tão velhas. Para não deixá-la sozinha Scorpius também ficou no chão.

O jogo começou calmo, para que Amélia e Lily pegassem o jeito. A morena voava bem para quem pegou em uma vassoura pela primeira vez há apenas dois anos, voava com delicadeza e graça. Rose era um pequeno furação, rápida e efetiva quando queria tirar a bola do adversário. Fred recebeu uma goles na cabeça arremessada por James por facilitar para o time de Albus, mas o garoto apenas sentia medo de machucar os mais novos.

Molly os encheu de tantos pratos que quando o dia acabou eles não aguentavam se mexer. Eles dormiram lá mesmo, no dia seguinte todos iriam para o Beco Diagonal fazer as compras. A mais animada do grupo era Lily, aquele seria seu primeiro ano.

Para o alívio de Draco naquele ano Hermione e Gina tinham se oferecido para levar as crianças. Como uma forma de não enfeitiçar os próprios filhos e os outros elas dividiram os grupos e fizeram uma promessa silenciosa de que no próximo ano cada um viria com seus próprios pais. Melin sabia como eles podiam ser imperativos.

No beco o grupo de Hermione encontrou os Nott. Theodore estava acompanhado dos três filhos, Eric se manteve distante enquanto Timothy foi cumprimentá-los, com Nicholas colado a ele.

— Scorpius, Rose, Amélia como vão? – Timothy perguntou.

— Bem, e você? – Scorpius o cumprimentou.

— Cansado. Papai está nos fazendo andar a horas.

— Nós também. – Rose disse com ar exausto. – Esta é minha mãe, Hermione Granger e essa é Lily Potter.

Timothy estendeu a mão para as duas.

— Sra. Granger, é um prazer conhecê-la, assim como a você srta. Potter. – Timothy falou.

— Só Lily. – A menina disse.

— Esse é meu irmão, Nicholas. É o primeiro ano dele em Hogwarts.

— É o meu primeiro ano também. – Lily falou animada.

Nicholas apenas fez um meneio com a cabeça e puxou a manga do mais velho e sussurrou algo.

— Nick tem razão, temos que ir antes que o Eric ou o papai venham nos buscar pelas orelhas. – O garoto riu. – Nos vemos no dia 1º.

Eles se despediram e cada um seguiu seu caminho.

O resto das compras passou sem mais interrupções e com meia hora de atraso eles encontraram os outros que pareciam metidos em alguma disputa para quem terminava o sorvete primeiro. Gina revirava os olhos, mesmo Freya não conseguiu resistir a disputa. Com o grupo estava Luna, com os gêmeos Lorcan e Lysander. Eles e os Miller conversavam sobre os benefícios que ser gêmeo proporcionava.

 

O ano escolar começou sem grandes problemas. O novo assunto da escola era o fato de Nicholas Nott ter sido selecionado para a Corvinal. Claro que para a grande maioria das pessoas isso não significaria muita coisa, mas visto a reação de Eric as pessoas começaram a supor que o jovem Nott estaria em maus lençóis. Lily foi para a Grifinória, como todos já imaginavam.

Amélia tomou como tarefa pessoal ficar por perto de Nicholas, mesmo que indiretamente. Ela sabia que Eric não aceitaria a presença de uma nascida trouxa perto do caçula, e não queria causar mais problemas.

Todo aquele problema tomou grandes proporções nos dias seguintes. Várias vezes os irmãos Nott foram visto discutido. Nicholas sempre se mantinha calado e de cabeça baixa. Antes do fim da primeira semana Eric foi especialmente violento com Nicholas e de cabeça quente Timothy o estuporou. Ele mal sabia que podia executar aquele feitiço, que só tinha visto uma vez em livros.

Quando Eric levantou mais possesso que antes Tim não estava mais sozinho. Scorpius e Albus estavam parados ao lado dele e transmitiam uma clara mensagem. Andrew que tinha acabado de chegar deu um basta na situação e Eric saiu de lá com uma detenção.

Nicholas agradeceu e ia saindo de lá quando foi parado por Albus.

— Eu sei o que é se sentir perdido, Nicholas. – Ele disse. – Mas o chapéu não se engana, se ele botou você na Corvinal significa que é lá que você pertence. Não importa o que seu irmão diz ou seus pais. Corvinal é tão boa quanto qualquer outra casa.

— Papai disse que está orgulhoso de você. – Tim falou. – E você o conhece, ele nunca diz algo que não sente realmente.

Nicholas permaneceu em silêncio olhando para os próprios pés.

— A verdade é que todos nós sempre soubemos que você iria para a Corvinal. Você é o mais inteligente de todos nós, Nick. – Tim completou bagunçando os cabelos do menino e lhe arrancando um sorriso tímido.

— Não seja um tolo, Nott. – Andrew tomou a palavra. – Corvinal não recebe tolos e eu, especialmente, não tenho paciência para eles. Defenda nossa casa, como você defenderia sua família, pois é isso que nós somos agora.

O menino ficava vermelho a cada palavra dita pelo monitor-chefe. Era nítido que Nicholas era extremamente tímido. Ele concordou com a cabeça e perguntou se poderia se retirar. Saiu de lá o mais rápido que conseguiu, provavelmente para recuperar o fôlego antes de ir para a próxima aula.

 

As semanas foram passando, agora eles teriam matérias a mais o que só fazia com que tivessem tarefas a mais também. Todos quatro pegaram Trato das Criaturas Mágicas e Runas Antigas.

As coisas começariam a ficar estranhas no começo de outubro. Em Herbologia eles começaram a ver sobre ervas medicinais, eles já tinham estudando o conceito e a história por trás daquela arte e finalmente poderiam ir para a parte prática.

Eles estavam na estufa 2 e tinha várias plantas espalhadas por lá. Os alunos se posicionaram em frente as bancadas esperando pelo professor Longbottom que chegou minutos depois.

— Bom dia, turma. – Ele falou e foi prontamente respondido. – Hoje nós trataremos de algumas plantas. Alguém sabe me dizer de planta é essa? – Ele perguntou e várias mãos se ergueram no ar. – Srta. Hall, por favor.

— Beladona, professor. – A menina respondeu.

— Muito bem, ou Atropa belladona. A srta. sabe me dizer para que ela é usada?

— Relaxante muscular, diminui as dores de cólica e da vesícula biliar e minha mãe usava para me ajudar em crises de asma quando eu era mais nova. – Amélia respondeu.

Amélia notou Rose parar de escrever e se virar para olhá-la.

— Sua mãe deu beladona a você? – Rose perguntou antes que Neville fizesse a próxima pergunta.

O professor interrompeu antes que Amélia pudesse responder. Ela percebeu que algumas pessoas a olhavam com estranhamento. Neville continuou a aula, olhando para Amélia algumas vezes, fixando o olhar na menina com curiosidade.

Quando a aula acabou ela agarrou o braço de Rose a afastando de Steph.

— Eu disse algo de errado na aula? – Amélia quis saber.

Rose não sabia como falar aquilo, por que ela não sabia o que significava. Ela tinha medo das repercussões que isso poderia causar.

— Amélia, beladona é uma planta mágica. – Rose disse de uma vez. Mas a morena não pareceu entender. – Plantas mágicas não crescem de forma comum.

— Eu sei, Rose. Nós estudamos isso no 1º ano. – Amélia respondeu. – Mas não entendo…

— Como sua mãe poderia dar beladona a você? Olha, talvez você tenha se enganado.

— Não, eu vi aquela planta dezenas de vezes. Eu a reconheceria nova ou velha, verde ou seca. Eu vi minha mãe conduzindo aquela planta dezenas de vezes, Rose. – Amélia estava confusa, os pensamentos não se formavam direito. – Talvez… talvez ela tenha conseguido… ela pode não saber…

— Amy, isso não seria possível. – Rose tentou ser gentil, porque aquilo só poderia ter um significado ou vários se elas abrangessem as possibilidades – Beladona é uma planta muito rara e só floresce em terreno mágico, é preciso algum conhecimento de herbologia para que ela floresça, quem dirá chegue a fase adulta. Amy, uma trouxa não saberia disso. Mesmo que ela conseguisse um ramo ou sementes, jamais nasceria nada e o ramo logo morreria.

Amélia não conseguia pensar. Todos os seus pensamentos formavam uma massa disforme. Eliza tinha dito que não havia bruxos na vida delas, porque ela mentiria? Sobre o que mais Eliza teria mentido?


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Notas finais do capítulo

Então, há um tempo eu li que alguns alunos da Sonserina ajudaram o Horácio a tirar os alunos da escola, indo contra a ideia que todos os sonserinos fugiram da escola. Não sei se isso é realmente verdade, no site que vi disseram que foi a JK que dissera isso, mas procurei esse site de novo e não o encontrei.
Para os efeitos da história beladona é uma planta exclusivamente mágica :)

Temos um novo personagem, o que acharam do Nicholas?
Amélia vai começar a desconfiar de Eliza... o que vocês acham que ela fará agora? Vocês já tem alguma ideia de quem é o pai dela? Eu já deixei várias pistas ;)

Estarei esperando por comentários.



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