O Legado escrita por Luna


Capítulo 17
Capítulo 17


Notas iniciais do capítulo

Obrigada pelos comentários ♥ ♥ ♥



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Um dia uma menina de 5 anos perguntou ao seu irmão mais velho:

O que é o amor?

Ele sorriu e respondeu:

O amor é quando eu sei que roubas, todos os dias, chocolate da minha mochila e eu continuo a guardá-los no mesmo lugar.”

Autor desconhecido

 

— Você… você… – James se sentia incapaz de ficar parado e começou a andar em frente ao banco em que estivera sentado segundos antes – O que…

— Jamie… – Albus tentou falar, mas James ergueu a mão o calando.

— Você…

— Ajudaria se você passasse para a próxima palavra, irmão. – Albus tentou aliviar a situação, mas percebeu que não adiantaria.

— Eu sou o primogênito, Albus. – Albus percebeu que ele fazia força para não gritar. – Eu sou o primeiro filho de Harry e Gina Potter.

Albus concordou porque não sabia mais o que fazer e não queria irritá-lo mais ainda falando algo.

— Eu fui o primeiro filho dele a vir para Hogwarts. Eu…

— Eu sei, Jamie. – Albus falou.

— Sabe? Você não faz a menor ideia de nada, Albus. Nada – James falou a última palavra um tom acima do normal atraindo a atenção de algumas pessoas próximas. – Eu sempre fiquei fazendo graça, atraindo atenção para que os abutres não ficassem em cima de você ou da Lils, eu virei o Potter alegre e chamativo para que eles olhassem para mim em vez de para você.

— Eu nunca perceb…

— É claro que não. – James se movimentava exasperado. –Você estava mais preocupado em manter sua cabeça baixa, pensando em como seria fácil fazer parte de outra família.

— Eu não…

— Deixa eu esclarecer algo para você. – James estava com o rosto vermelho. – Essa é sua maldita família, esse é o seu maldito nome. Viva com ele, droga.

Albus estremeceu com o grito que James deu. De longe certas pessoas viam a conversa, elas não conseguiam escutar a maior parte, apenas algumas coisas de quando James se alterava e acabava gritando, como agora. Com um acordo coletivo eles resolveram se aproximar. E esse foi um movimento bem errado.

— Acha que foi fácil para mim? – James perguntou, mas não parecia querer uma resposta.

— Está tudo bem aqui? – Scorpius perguntou e instintivamente deu um pequeno passo para trás quando viu o olhar que James direcionou ao grupo.

— Nós só…

— Saiam daqui. – James falou não olhando para ninguém em particular, e quando Rose começaria a contestar ele perdeu um pouco da paciência que restava e gritou. – Agora, saiam daqui agora.

Amélia arregalou os olhos, ela não esperava uma atitude assim de James que sempre foi tão tranquilo. Freya pegou no braço de Rose e Scorpius e começou a puxá-los.

— Use palavras, Potter. Palavras. –Freya falou antes de se afastar mais.

James andava e dava voltas procurando se acalmar, fazer o que Freya falara ao invés de pegar a varinha e usar o novo feitiço que tinha aprendido aquela semana. Ele parou quando a respiração estava controlada e voltou a sentar no banco.

— Tudo bem você não querer entrar para o time porque não se interessa mais por quabribol ou porque só queria se divertir e não quer competir.

— Olha, irmão, eu…

— Não minta para mim, Albus Severus. Nós não mentimos um para o outro. – James segurou uma das mãos de Albus e a pressionou. – Se você desistir disso agora, Al, você vai querer desistir de muitas coisas no futuro. E isso é algo que não posso permitir.

Albus não olhava para ele diretamente, preferiu encarar um ponto fixo na grama. Ele estava envergonhado, mas, ao mesmo tempo, se sentia incapaz de concordar com James. Não queria mais um holofote em cima de si, ter algo mais para ser comparado.

— Eu não quero ser comparado a ele. –Albus sussurrou.

— É tão ruim assim ser comparado ao nosso pai?

Albus olhou para James surpreso e logo tratou de explicar, não queria que o irmão pensasse algo errado do que dissera.

— Eu tenho orgulho dele, de tudo que ele fez. Mas eu só…

— No meu primeiro jogo, quando eu apanhei o pomo todos me felicitaram. Diziam como era bom ter o talento do grande Harry Potter, que eu era bom somente por ser filho dele, que eu devia ter herdado os bons genes de Gina Potter… Poucas pessoas me felicitaram por ser apenas eu.

James lembrava como se sentiu frustrado com aquilo, ele queria ter gritado no salão comunal. Harry era ocupado demais para jogar quadribol com eles, ocupado demais para vigiar enquanto eles estavam aprendendo a voar. Ele era bom porque se esforçara para isso, porque pedia ajuda a Gina e aos tios, porque tinha Teddy para olhar e dizer quando ele fazia algo errado.

— Mas eu sorri. – James continuou. – Eu aceitei e continuei sorrindo, agradecendo. E se eu posso fazer isso, você, sua pequena serpente, também vai conseguir.

— James…

— Próximo ano, quando as seleções começarem você fará o teste para ser artilheiro. Nós treinaremos nas férias e vai ser impossível você não ser selecionado.

— E se eu não quiser? – Albus perguntou.

— Se eu achasse que você não quer não estaria aqui. – James sorriu.

Ele não esperou uma resposta de Albus, levantou do banco e saiu em direção ao Castelo. Albus escorregou do banco e deitou na grama e ficou encarando o céu. Tudo o que James dissera ficou repassando pela cabeça dele, martelando. Ele podia lembrar das vezes em que queria fugir para longe e James começava a fazer graça, então as pessoas paravam de encará-lo e se voltavam para o mais velho dos Potter. Uma onda de vergonha se apossou dele, ele podia imaginar como teria sido difícil para James estar ali sendo o primogênito dos Potter, sabia que ter Teddy por perto tinha ajudado bastante naquele primeiro ano, que Victorie também era uma presença constante. Mas nem mesmo eles podiam barrar os olhares e as expectativas. Albus achava que nunca teria tido a coragem de James, talvez por isso estivesse na Sonserina.

 

No Natal nenhum deles foi para casa e na manhã com a ajuda de feitiços de levitação carregaram seus presentes até o Salão Principal, se sentando na ponta mesa da Corvinal comeram e abriram os presentes. Eles ignoraram tudo ao redor, era só eles ali. Amigos, família, tudo que importava estava lá ao alcance da mão. O que já estava sendo considerado uma tradição Fred mandou uma caixa dos melhores fogos da loja de logros e nas andanças de James pelo Castelo ele encontrou uma velha vitrola que com a ajuda de Victorie e Molly conseguiu arrumar e arranjar uns discos. Eles arrumaram tudo no jardim.

Com a autorização da diretora eles pegaram vários cobertores nos salões comunais e estenderam no gramado. De cima poderiam ver cobertas amarelas, verdes, vermelhas e azuis e por cima delas variados tipos de comida, graça aos elfos.

Depois do jantar os alunos que permaneceram na escola ficaram andando pelo jardim, já se posicionando para aguardar os fogos. Aquele ano os fogos estavam ainda mais maravilhosos, faziam parte de uma nova coleção. Quando foram acionados ele formava frases no céu, e eles podiam imaginar os habitantes de Hogsmead vendo aquilo de suas casas.

“Feliz Ano Novo, Hogwarts”

“Não estudem tanto”

“Viva as pegadinhas”

Em algum momento da noite Victorie tinha botado para tocar La vie em rose, uma música que ela adorava, e várias pessoas começaram a dançar. Para a grande vergonha de Albus Freya o tinha puxado e agora eles rodopiavam pelo jardim, felizmente a menina aparentava estar feliz e nenhum pouco incomodada com o fato de Albus não seguir um ritmo.

Scorpius e Rose dançavam ali perto também, assim como Amélia e James, mas não poderia bem considerar aquilo uma dança, já que eles faziam movimentos exagerados.

Os pares foram mudando a cada música, em um momento Albus e Scorpius dançavam algo que parecia estrangeiro. Eles estavam com os braços dados e estendiam uma das pernas e em seguida se abaixavam, pararam com a brincadeira quando em um jogo de pernas foram parar no chão.

A diretora e os professores observavam tudo de longe e se sentiam incapazes de interferirem, por causa disso o Castelo amanheceu anormalmente silencioso. Os alunos estavam seguros em seus salões aquecidos, alguns ainda perdidos em um mundo de sonhos.


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