O Legado escrita por Luna


Capítulo 16
Capítulo 16


Notas iniciais do capítulo

Obrigada pelos comentários. Eu fico atualizando a conta de hora em hora p ver se tem comentários e quando eu vejo fico muito feliz.
Aos demais, estou lhes esperando
VÃO PARA AS NOTAS FINAIS.
Até já já ;**



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“Todos nós queremos ser alguém, mas temos medo de descobrir que não somos tão bons quanto todo mundo imagina que somos.”

Carta de amor aos mortos

 

Ela respirava calmamente, estava dormindo como um anjo e parecia com um. Ele mal dormia desde de que ela acordou e até mesmo naquele momento em que ele podia ver novamente cor no rosto dela e a respiração regular ainda duvidava que ela tinha voltado.

Quando os feitiços de monitoramento apitaram Draco e Scorpius correram até o quarto. Eles apitariam por duas razões, a primeira seria se ela tivesse tendo uma parada cardio-respiratória e a outra é que ela tinha acordado. Mas depois de tanto tempo a esperança já era mínima. Mas quando adentraram o quarto viram Astória mover a cabeça lentamente confusa e o sorriso que apareceu no rosto dos dois fora idênticos.

 

Albus andava pelo salão apreensivo. Ele não tinha motivos para estar tão nervoso, no dia anterior Scorpius escreveu confirmando que iria para a escola. Mas quanto mais olhava no relógio mais preocupado ficava, pelo horário já era para ele ter chego. Talvez por isso ele não tenha controlado suas ações quando viu a cabeça loira do menino aparecer pela porta do salão comunal.

Scorpius mal tinha fixado os dois pés quando percebeu uma forma humanoide se jogar em cima dele. Ele revirou os olhos diante da demonstração tão efusiva, mas correspondeu o abraço. Albus o soltou instantes depois e após perceber que todos do salão os observava teve que fazer força para não corar, e não deu muito certo quando o rosto do garoto ficou vermelho.

— Você demorou. – Albus comentou.

Scorpius levantou uns papéis como se isso respondesse, mas quando viu o olhar de questionamento do moreno completou:

— A Diretora me prendeu por um tempo me explicando como vou fazer para recuperar esses meses.

— Ah… – Albus não sabia o que falar mais.

Scorpius correu o olhar pelo salão, sentada no sofá Freya matinha a pose de uma dama, deixando o malão de lado ele se dirigiu até ela. Antes de cumprimentá-la ele parou para falar com Timothy e Anthony que lhe congratularam pela recuperação de Astória.

— Freya. – Scorpius falou.

A menina ergueu os olhos do livro que fingia ler e encarou os olhos azuis do loiro. Freya não parecia em nada com Blaise. Ela tinha uma pele pálida e olhos castanhos claros que beiravam ao verde, seus cabelos eram castanhos e longos, caindo em ondas ao redor do rosto da menina dando a ela um ar angelical. Mas era só fixar nos olhos dela que tudo isso passava, os olhos de Freya brilhavam em uma fúria contida.

— Malfoy. — Ela falou se erguendo.

— Como voc… — Scorpius ia falar qualquer coisa.

— Sugiro que você vá se vestir, está quase atrasado. — A menina deu a volta na poltrona que estava sentada evitando passar perto do menino. — Vejo você no Salão Principal, Al.

Scorpius olhou a menina sair e teve que se forçar a não abrir a boca. Albus observava tudo mais afastado, ele sabia que o loiro não seria bem recepcionado por Freya, há uns dias ela tinha voltado a ser o que era normalmente. Fria e distante. Parecia que ela queria apagar da memória de todos eles que em algum momento ela fora emotiva, raivosa e desprovida de qualquer senso de etiqueta, como correr para os braços dele no meio do Salão apinhado de alunos que observavam a tudo.

Ele notou que Scorpius olhava e deu de ombros, dizendo que Freya tinha razão e que eles estavam atrasados. O menino concordou e foi para o dormitório se trocar. Quando chegaram a mesa da Sonserina eles encontraram Rose e Amélia sentadas ao lado de Freya, que comia calmamente sem prestar atenção em nenhum deles, as duas fizeram o mesmo que Albus fizera minutos atrás, embora Rose tenha demorado alguns segundos a mais. Não que Scorpius tenha reclamado, ele nunca tinha de fato prestado atenção, mas será que Rose sempre teve aquele cheiro de flores?

Eles mal tiveram tempo de fazer qualquer outra coisa que não tivesse relacionado a estudar com Scorpius. Era ficar horas na biblioteca o ajudando nos exercícios, que nem podiam ser copiados já que os professores fizeram questão de mudá-los, treinar feitiços, nisso Freya se voluntariou gentilmente ao que todos se surpreenderam quando sua atitude estava tão Não-Scorpius, mas suas respostas foram respondidas quando a força dos feitiços dela começaram a acertar o menino. O exercício foi parado por Amélia, que preferiu deixar o resto para o dia seguinte, temendo pela integridade física de Scorpius.

O dia para o primeiro jogo de Quadribol se aproximava, como era Corvinal x Lufa-Lufa eles resolveram sentar na arquibancada azul. Quando foi decidido Amélia lançou um olhar para a mesa da Lufa-Lufa e por um instante seus olhos se encontraram com os de Thomas, mas o lufano saiu da mesa sem encará-la novamente.

O jogo passou tranquilamente, Corvinal ganhou com uma pequena vantagem, que não a ajudava muito se Grifinória ou Sonserina tivessem uma margem muito grande em sua vitória. Quando chegou o dia desse jogo os garotos já estavam mais descansados de tantos deveres e embora Scorpius quisesse ter ficado no quarto dormindo acabou sendo arrastado por Albus.

Esse, com certeza, foi bem mais emocionante que o primeiro. Um dos artilheiros da sonserina foi atingindo por um balaço descontrolado, o impacto fora tão inesperado que até os jogadores da grifinória pararam para ver o desenrolar. Grifinória ganhou quando James capturou o pomo e o jogador ficou o resto da semana na enfermaria.

A notícia que saiu era que a Sonserina estava em busca de um novo artilheiro e que dentre alguns dias eles fariam um teste, a lista de inscrição estava pregada no mural no salão comunal e isso passou a ser a nova assombração de Albus.

Quando era mais novo ele e James viviam brincando de que quando fossem para Hogwarts eles entrariam no time da casa e que ele seria composto apenas por Weasley e Potter, no caso. A maioria deles adorava o esporte. Victorie era uma grande fã do time da Bulgária, embora detestasse voar sempre tentava quando o time estava desfalcado, Rose pegara o gosto pelo esporte com Ron e seria muito boa caso se botasse para treinar. Os irmãos Potter pareciam ter nascido em cima de uma vassoura, James era sensacional e ajudou Albus enquanto ele ia crescendo. Então quando a vaga surgiu pareceu óbvio que ele iria se candidatar.

Há algumas semanas, quando aconteceu a seleção para apanhador e batedor ele deu a desculpa de que estava muito preocupado com Scorpius e que deixaria para o próximo ano. Agora ele pensava no que poderia dizer para evitar que ele acabasse fazendo a inscrição. No fim ele não teve muito tempo para uma desculpa.

— Olha. – James falou estendendo um papel que Albus acabou pegando.

— Hum…

James ficou encarando o irmão e ficou confuso quando ele deixou o papel de lado e voltou a comer. Ele olhou para Scorpius em busca de informação e o loiro apenas deu de ombros também comendo.

— As inscrições vão até hoje a noite. – James falou.

Albus fez que sim com a cabeça voltando sua atenção para o pernil que cortava antes de colocar na boca. James não estava entendo aquela inércia de Albus.

— Então você já se inscreveu?

Pela primeira vez desde que James sentou na mesa da sonserina Albus o olhou realmente.

— Não.

A vontade que Albus sentia era de levantar e voltar para o quarto até aquela maldita seleção acabar e todos esquecerem da sua existência. Mas externamente ele parecia levemente entediado e sem interesse.

— Talvez próximo ano. – Albus disse.

Ele ainda não tinha uma desculpa convincente. A única coisa que pensou em dizer foi que tinha que se esforçar mais nos estudos, mas isso não daria certo já que as notas dele sempre eram de Aceitável para cima.

— Mas por que? – James não entendia – Nós sempre…

— Scorp, temos que pegar aquele livro logo, antes que os outros peguem. – Albus falou interrompendo James. – Irmão, tenho que ir. Nos falamos mais tarde?

James não teve outra escolha ao não ser concordar.

Scorpius não fez perguntas, ele nunca fazia, apenas ficava por perto caso o amigo quisesse conversar. Era assim que eles funcionavam. E vendo como ele se sentia desconfortável a cada vez que o assunto quadribol aparecia tratou de desconversar sempre que alguém falava sobre isso. Depois teria que parabenizá-lo por manter aquela expressão centrada durante tanto tempo. Claro que algo assim não passaria despercebido por Rose que conhecia Albus desde que nascera.

A seleção para o time acontecia no campo de quadribol e para fugir das pessoas Albus sentou de costas para uma árvore longe do olhar especulativo de todos. Ele percebeu que teria que procurar um novo lugar para se esconder quando Rose sentou ao lado dele apoiando as costas no tronco da árvore.

— Somos melhores amigos. – Ela falou.

Albus concordou.

— Você sabe que pode me contar qualquer coisa, Al. – A menina falou segurando a mão do moreno. – Qualquer coisa.

— O que você faz aqui, Rosie?

Albus só queria ficar um tempo longe de todos, tendo como companhia apenas seus pensamentos perturbadores. Mas ele se sentia incapaz de mandar Rose embora.

— Eu sempre estou aqui.

Ele viu o sorriso surgir e desaparecer a dando uma fisionomia séria.

— Você sempre quis entrar para o time. O que mudou?

— Tudo… eu não sei. – Ele sentia vontade de falar, mas, ao mesmo tempo, não conseguia colocar aquilo em palavras.

— Você seria incrível, Al. – Rose declarou. – Você é incrível.

— Quem eles veriam lá em cima, Rose? Eu ou meu pai? – Albus perguntou olhando para ela e Rose viu a dor nos olhos deles.

Ela pensou que ele não queria entrar para não ter que jogar contra James, já que a relação deles tinha melhorado bastante. E foi até lá pronta para dizer o quanto aquilo era uma bobagem e que James ia gostar de tê-lo jogando.

— Vão abrir um Grupo de Feitiços. – Rose falou. – Eu soube que apenas pessoas alunos nos 4º ano para frente foram chamados. Quem eles querem, Al? Eu ou minha mãe?

Eles se encaram e Albus deitou a cabeça no ombro dela.

— As vezes eu acho que estou sendo bobo e um pouco ridículo, então eu não consigo realizar um feitiço na aula de DCAT e eles me olham como se eu tivesse vindo com defeito. – Albus falou.

— Tente não erguer a mão a cada pergunta ou errar algumas questões dos testes. Parece que surge outra cabeça no meu pescoço. – Rose disse triste.

Nenhum deles sabia como animar o outro.

— Você vai entrar nesse grupo? – Albus perguntou.

— Não. – Ela respondeu. – Acha que eu deveria?

— Não se você não quiser.

Seria assim o resto da vida deles? Sempre se limitando por causa dos que as pessoas queriam e esperavam? Sempre desconfiados se aqueles que se aproximavam o faziam por que eles eram legais ou por conta do nome? Achavam que eles eram bons em magia ou era o rosto dos pais que os outros viam? Tudo era mais fácil quando a maior preocupação era se os morangos na Toca tinham crescido e se teriam torta no final de semana. Se iriam para Romênia visitar Carlinhos ou França conhecer os parentes de Fleur.

Eles permaneceram sentados encostados na árvore até o frio se tornar insuportável e terem que voltar ao calor confortável do Castelo. Scorpius, Amélia, Freya e Zach estavam sentados no corredor próximo ao hall.

Eles se encararam e parecem estabelecer em uma conversa silenciosa de que não fariam perguntas.

— Freya, se você quiser podemos ir pegar o livro agora. – Zach propôs. – A biblioteca deve estar praticamente vazia.

A menina assentiu com a cabeça concordando.

— Onde está sua cópia? – Albus perguntou dando o braço para Freya.

— Ajudando alunos do 1º ano. – Amélia respondeu pelo menino.

Mais atrás vinha Scorpius e Rose e sem sair uma palavra ele perguntou se estava tudo bem e ela negou com a cabeça. O loiro pegou a mão dela e apertou, tentando demonstrar que estava ali caso ela precisasse.

Ela queria ser como Freya. Sorrir e dizer que estava tudo bem, mesmo que lançasse olhares raivosos na direção de um ou desse respostas feias para outros. Mas não estava tudo bem e ela suspeitava que não ficaria enquanto eles não descobrissem um modo de não se importarem mais com os outros.


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Notas finais do capítulo

Vou usar de um pequeno incentivo :)

Quem comentar (e aqui to dizendo algo mais do que "gostei"), não vale enrolar, terá duas opções: a primeira é receber um pequeno spoiler sobre o futuro da fic (algo de minha escolha), ou posso indicar uma fic que vocês queiram aqui ou dizer alguma que gostei para vocês lerem.

Vou ficar esperando ;)