O Legado escrita por Luna


Capítulo 15
Capítulo 15


Notas iniciais do capítulo

Olá gatinhos, demorei pq tinha um monte de coisa da universidade pra dar conta. Na vdd tenho uma prova amanhã, mas resolvi ficar aqui com vocês ou o capítulo ia demorar até próxima semana. Então deem uma forcinha e me digam o que acharam. Me deixem feliz pq esse final de período ta trevoso :(
Para Mostarda e Katchup (acho que não agradeci o suficiente pela recomendação, OBRIGADA!), maybe (espero que você apareça mais) e Holden (espero que continue aparecendo)



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“Nascemos em um dia. Morremos em um dia. Podemos mudar em um dia. E podemos nos apaixonar em um dia. Qualquer coisa pode acontecer em um dia.”

Se eu ficar – Gayle Forman

 

Alguns anos antes

Ela andava pelo jardim observando como ele era bem cuidado. Ela sempre gostou de flores e havia várias delas lá, a temperatura da Itália favorecia o florescimento e fazia com que elas tivessem mais vida. Ela aproveitava a brisa e parecia a vontade com o calor que fazia no momento. Ele lhe lembrava os verões que passava em Paris na companhia dos pais quando era ainda uma menina.

— Eliza? – Ela se virou em direção ao som e em seu rosto apareceu o mais lindo dos sorrisos. O sorriso que ele sabia era direcionado apenas a ele.

— Estava apreciando o jardim. – Ela se explicou.

Ele se aproximou dela e colocou as mãos na cintura da mulher a mantendo presa, mesmo que ela não se mostrasse disposta a se afastar. Ela levantou os braços os posicionando atrás da cabeça dele e lhe deu um beijo sutil que durou apenas alguns segundos.

— Vamos entrar. – Ele falou a puxando pela mão, soltá-la parecia muito dificultoso – Mandei preparar um lanche para nós.

Eliza o seguiu prontamente. Ela sempre se surpreenderia com a elegância da casa. Na verdade, se ela fosse escolher as palavras corretas deveria chamar o lugar de mansão, mas fazer uso dessa palavra parecia assustá-la ainda mais. Ele era estrondosamente rico e refinado e ela ainda se perguntava como ele poderia ter olhado para ela uma segunda vez. Era claro o nível de sofisticação em que ele fora criado.

Ela não era pobre e nunca tinha passado perto de ser. Teve uma boa vida ao lado dos pais, tinha tido uma vida confortável e nunca passou por qualquer tipo de necessidade. Quando se formou em Beauxbatons arranjou emprego junto a um dos mais importantes pocionistas franceses, a vaga era muito requisitada e era com trabalho duro que ela se matinha perto do mestre.

Em uma de suas viagens ela o conheceu e a química entre os dois pareceu algo instantâneo. Ele estava saindo de um casamento que durou tempo suficiente para ele ter um pequeno filho, ela se incomodava com o fato dele ainda ser casado legalmente, mas ele não parecia ter problemas em andar com ela em locais públicos, não parecia querer escondê-la.

Eles estavam comendo em uma das salas quando as portas se abriram e dela surgiu uma mulher de beleza estonteante, embora aparentasse já ter um pouco de idade. A mulher correu os olhos até encará-la e quando Eliza olhou para ele percebeu que ele engoliu em seco.

— Mamãe, não esperava vê-la aqui. Essa é Eliza Hall. – Ele falou rapidamente se levantando e indo em direção da recém-chegada.

A mulher desviou o olhar do homem parado a sua frente e voltou a encarar Eliza, a mais nova parecia levemente constrangida com a atenção que recebia e a cada segundo parecia se encolher mais na poltrona.

— Vamos para o escritório. – Ela falou para o homem que teve tempo de lançar um olhar se desculpando antes de seguir a mulher que já passava por outra porta.

Eliza tentou comer mais um dos biscoitos, mas quando percebeu que sua garganta não permitiria ela se contentou em ir observar o jardim pela janela do salão. Olhando ao redor ela percebeu como as pessoas nos quadros pareciam olhar para ela com acusação, embora nunca tenham dito nada.

Ela estava alheia ao que acontecia apenas a alguns cômodos, mas sabia que não podia ser algo bom.

 

— Uma sangue-ruim dentro de nossa casa ancestral? – Ela falava e seus lábios formavam uma linha dura.

— Mãe…

— Você tinha um bom casamento com Antonella, era uma puro sangue de boa formação e trouxe boas associações a nossa família. – Ele deixou que ela falassem sem interrompê-la – Eu não entendi essa separação repentina, mas aceitei por que quero vê-lo feliz. Mas isso? Uma sangue-ruim?

— Mamã…

— Eu não deixarei que jogue fora nosso nome por um capricho. Eu jamais aceitarei isso. Termine isso, ou eu farei por você. – Ela sentenciou e deu as costas para sair.

Mas ele foi mais rápido. Com um aceno de varinha a porta foi lacrada, o que fez a mulher se virar com um sorriso de escárnio.

— Você não tocará nela. – Ele sussurrava tentando conter sua fúria. – Não sou mais aquele garoto que tinha que fazer o que você queria. Isso acabou. Minha vida, minhas regras e Eliza será parte da minha vida se ela assim desejar.

Os dois se encaravam. Seus olhares poderiam lançar chamas na direção do outro, sem que ele percebesse ela apontou a varinha em sua direção e por um momento ele pensou que seria azarado, mas ela virou as costas e saiu. Ele não conseguiu ver o sorriso cruel que apareceu no rosto da mulher.

 

 

— Uma carta! Albus recebeu uma carta! – Freya gritava.

Em outro momento ela diria que apenas tinha falando um tom acima do aceitável, mas ela gritava eufórica. Ela acenou para Rose do outro lado do Salão Principal para chamar a atenção da menina, que veio correndo junto de James e de forma mais acanhando também veio Steph. Amélia deu um pulo do banco e só não caiu porque foi aparada por Emílio que também se levantava, como estava sentado do outro lado Zach teve que dar a volta na mesa.

Eles se espremeram ao lado de Freya e Albus enquanto este abria a carta. Várias pessoas observavam o grupo, eles esperavam por algo vindo de Scorpius por semana e a sonserina já estava se irritando pelo silêncio do loiro, considerando isso muita falta de consideração.

— Só isso? – Ela arrancou as cartas das mãos de Albus e a virou procurando se tinha algo mais. – Semanas e ele só diz isso?

A menina bufou e deu as costas a eles saindo do Salão. Rose fez que ia segui-la, mas Albus segurou o braço da prima para impedi-la. Freya precisava de um momento para se recompor.

Eles saíram juntos e pararam perto da entrada onde não tinha ninguém para observá-los ou escutar o que falavam.

— Me pergunto como ele está realmente… – Rose falou.

— Temos que ir vê-lo. – Albus falou.

— Isso nunca vai acontecer, eles nunca vão permitir. – Amélia parecia a ponto de chorar.

Eles se dividiram e cada um foi para suas aulas.

 

As coisas não foram muito diferentes nas semanas que se seguiram. Embora agora uma vez por semana Scorpius mandava uma pequena nota, sempre falando sobre Adhara, nenhum comentário sobre Astória ou como ele estava. Freya parecia mais distante que o normal, como se a atitude de Scorpius fosse uma ofensa pessoal, a tornando mais mordaz que o de costume. Rose passou a tomar muito cuidado com os comentários que fazia perto da menina evitando que elas acabassem brigando.

Amélia e Rose pareciam encontrar consolo nos livros, elas tinham feito muitas pesquisas para saber o que causou aquilo em Astória. E só conseguiram de fato descobrir algo mais concreto com a professora Green.

A professora havia dito que na formação do feto era necessário alguns desprendimentos de magia que vinha naturalmente pela mãe. Mas em alguns casos, como de Astória, o feto parecia puxar mais magia o que deixava a mãe exausta, como se ela tivesse fazendo muitos feitiços seguidos. Não se sabia ainda como controlar isso, embora o Ministério já tivesse começado alguns estudos sobre isso no Departamento de Mistérios.

Eles começaram a pensar que uma falha nessa fase poderia ser o motivo de abortos. Mas se algo assim era verdade não explicava os bruxos nascidos trouxas, foi o que Rose dissera, mas a professora disse que fazia pouco tempo que eles começaram a buscar respostas e que até agora era apenas isso que sabiam.

O fato era que Astória tinha tido sua magia puxada ao extremo e suas últimas forças foram usadas para dar a luz a pequena Adhara e com isso seu núcleo mágico ficou seriamente prejudicado.

— Ela pode morrer, então? – Amélia perguntou com lágrimas sendo formadas.

— É difícil afirmar algo assim. Talvez o corpo e a magia dela apenas precisem se fortalecer. Já houve alguns casos em que o núcleo mágico foi seriamente danificado e que depois de algum tempo a pessoa estava bem.

— Se o núcleo mágico se extinguisse a pessoa viraria um trouxa? – Amélia perguntou, embora temesse a resposta.

— O núcleo mágico faz parte de quem somos e é algo essencial. Se ele se extinguisse você morreria, srta. Hall. – A professora foi sincera.

As duas meninas se encararam e em comum acordo resolveram não falar nada sobre isso com os outros. Era um peso que elas não queriam transmitir a mais ninguém.

 

Quando o começo de Outubro chegou os meninos já estavam cansados de esperar e mais uma vez o pedido para saírem do castelo foi negado. Eles não sabiam se era a diretora que não os queria fora, se eram seus pais ou os Malfoy que não davam a devida permissão. Eles já tinham escrito aos pais para pedir que intercedessem, mas na carta veio praticamente a mesma coisa para todos eles. Era melhor eles ficarem aguardando a resposta no castelo, eles não sabiam o que o sr. Zabine tinha dita a Freya, mas a menina ficara tão furiosa que jogou a carta na lareira e depois gritou com Anthony, afirmando que ele era igual ao pai e que nenhum dos dois se importa com ela.

Eles quiseram fingir que estava tudo bem, mas nenhum deles fingia muito bem e constantemente Albus se pegava olhando para o lado quando queria fazer algum comentário e se pegava olhando para o vazio. Nas aulas ele agora sentava com Freya, que era a criatura mais mandona que ele conhecia tirando Rose. Com Scorpius era algo natural, era como se eles se entendessem desdo o primeiro momento, cada um fazia suas coisas sem precisarem de muitas palavras, mas com a menina parecia que tudo tinha que ser comunicado e ela sempre queria estar no controle.

Em outra aula ele deixou ela falando sozinha e sentou ao lado de Rose antes que Steph ocupasse o lugar, não foi tão melhor. Rose falava coisas que ele devia copiar e no final da aula ele estava em um início de dor de cabeça. Nenhuma delas era Scorpius.

Ele pensou em mandar mais uma carta a ele, mas desistiu da ideia quando lembrou que nenhuma das outras foram respondidas. Ele começava a achar que nem mesmo eram lidas.

Todos eles pareciam quebrados de alguma forma, até mesmo os irmãos Miller e Steph. As piadas internas se tornaram inexistentes e os risos esporádicos, para logo se tornarem rostos sérios. Eles estudavam em silêncio, mais pela obrigação do que pela antiga vontade de se encontrarem para conversar sobre o dia.

Parece que falar sobre os seus dias só fazia com que eles se lembrassem que faltava um deles lá e o motivo da ausência de tal forma que de forma inconsciente eles pararam de falar. O que mais parecia sentir a falta de Scorpius era Albus. Embora ele ainda tivesse Freya se sentia solitário na sonserina. Timothy Nott era uma figura constante quando ele estava no salão, embora Eric, o irmão mais velho dele, encarasse os dois com olhos estreitos de reprovação.

Eles basicamente falavam sobre algumas tarefas que teriam que entregar no dia seguinte ou o melhor livro para estudar. Com Scorpius ele podia falar sobre o que quisesse, como o vexame de um dos alunos da Lufa-Lufa na aula de herbologia. Foi um dos momentos em que Albus virou para o lado, mas lá só tinha Freya e ela não parecia interessada em conversar.

Ele queria falar sobre a tora de chocolate que teve no jantar na noite passada, mas só teria graça falar se fosse para Scorpius que também adorava aquela torta. Os testes para entrar para o time aconteceriam em algumas semanas e Albus queria saber se o amigo faria se estivesse ali.

Principalmente o que mais preocupava Albus era a possibilidade de Astória nunca acordar e ir definhando cada dia mais e o que isso causaria para toda a família Malfoy. Se algo assim acontecesse será que Scorpius voltaria para a escola? Os Malfoy tinham recursos para manter uma educação em casa pelos próximos 6 anos e ele sabia que Scorpius não aguentaria ser alvo do olhar de piedade de ninguém.

Outubro já estava chegando ao fim. Quando as cartas chegavam não havia mais alvoroço, elas geralmente iam para Albus, que a lia rapidamente e depois saia dizendo o que tinha lá. Eles sabiam que Adhara já estava fora de perigo e que estava crescendo bastante e em uma das últimas cartas Scorpius mandou uma foto. A menina era realmente linda com seus bracinhos erguido como que querendo alcançar a câmera.

A coruja dos Malfoy chegou com toda a pose e parou sem bater em nada esticando a pata na direção do menino. Ele já tinha se acostumado com aquela coruja esnobe. Ele quebrou o selo e passou os olhos pelo que tinha escrito na carta. A cor no rosto dele passou de pálida para vermelha e ele começou a abir e fechar a boca sem sair nenhuma palavra.

Ele levantou e pareceu incerto se andava ou não e isso acabou atraindo mais atenção do que ele gostaria. Mas Albus parecia alheio ao que acontecia ao seu redor. Suas mãos amassavam a carta que ele lia novamente, apenas para ter certeza que tudo ali era verdade. Ele olhou cada detalhe, cada palavra que pudesse confirmar que aquilo realmente fora escrito a punho por Scorpius.

Freya que estava parada na mesa da Corvinal falando com Amélia quando pareceu notar a movimentação estranha de Albus e cutucou a menina para que ela visse. As duas se olharam e viram que ele segurava uma carta na mão com o selo verde. Para Albus estar daquela forma não poderia ser apenas informações sobre a menina.

Elas foram até lá e Albus ainda encarava a carta. Ele ergueu a cabeça quando percebeu a aproximação e seus olhos estavam úmidos. Amélia colocou as mãos na boca sem acreditar no que aquela expressão poderia significar, Freya se sustentou na mesa e em seguida passou a se apoiar no irmão que chegou logo após, Rose e James também se aproximaram, tendo notado a aproximação dos outros não aguentaram ficar na mesa da grifinória.

— O que aconteceu? – James perguntou.

— Mais uma carta. – Freya falou sem olhar para James.

— O que diz, irmão? – James perguntou.

Mas Albus começou a balbuciar sem dizer nada coerente. A emoção que ele sentia era muito forte. Ele nunca pensou que pudesse sentir algo remotamente parecido por uma pessoa que apenas tinha visto uma vez, mas quando ele analisasse melhor o que sentiu nesse momento ele perceberia que tudo foi por causa de Scorpius. Ele se importava demais com o garoto para aquilo passar como se fosse nada.

Anthony tomou a carta das mãos dele quando percebeu que ele não seria capaz de dizer nada.

— Ai Merlin! – Anthony falou e ele mesmo ficou sem fala por alguns segundos.

— Ela… ela… – Amélia gaguejava e tentava controlar as lágrimas.

Anthony e Albus trocaram um olhar e em seguida começaram a sorrir um para o outro.

— Mas o que… –Freya tomou a carta do irmão e deixou escapar um gritinho de animação. – Ela acordou. Astória Malfoy acordou. – Ela gritava como se tivesse que dizer a todos, como se o fato de todas aquelas pessoas saberem fizessem com que fosse verdade realmente.

Demorou alguns segundos para que os que estavam lá tomassem ciência do que de fato tinha acontecido e só pareceram acordar quando Freya se jogou nos braços de Albus e ele a rodopiou como se ela não pesasse nada. Gritinhos de emoção foram ouvidos de Amélia e Rose e logo todos eles estavam metidos em um abraço grupal.

Astória Malfoy tinha acordado, ainda estava fraca, segundo Scorpius, mas os medibruxos estavam confiantes que mais algumas semanas tomando as poções certas fariam ela estar como antes. E não que isso fosse mais animador do que o fato de uma mulher sair do coma e poder finalmente se juntar a família e conhecer a filha, mas era um detalhe que tinha se prendido na mente de Albus e que o acompanhou durante todo aquele dia. Scorpius voltaria no começo da semana e por todo o tempo que faltou Albus mantinha um sorriso que parecia incapaz de abandonar seu rosto.

 


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Notas finais do capítulo

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