O Legado escrita por Luna


Capítulo 13
Capítulo 13


Notas iniciais do capítulo

Pela falta de tempo eu não corrigi o capítulo, mas não queria deixá-los esperando até segunda.
Feito com carinho para Grazielly, Mazu, amanda potter e Mostarda e Katchup



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Então, esta é minha vida. E quero que você saiba que sou feliz e triste ao mesmo tempo, e ainda estou tentando entender como posso ser assim.”

As vantagens de ser invisível

 

 

O tempo é algo engraçado, ele parece funcionar a sua própria maneira quase como se tivesse vida. As vezes ele corre e outras caminha lentamente como se tivesse preguiça… Naquele dia quando eles cruzaram a entrada da escola pensaram que demoraria muito para que pudessem voltar a ver o belo castelo, mas o dia seguinte já seria 1º de Setembro novamente e tudo começaria mais uma vez…

Após se despedirem de Hermione e Rose ainda na estação os Potter tomaram a chave de portal e partiram para casa em Godric Hollow. Albus pensava que já fazia muito tempo desde de que saiu de lá e mesmo sabendo que não devia ter mudado muita coisa ele sentia que tudo tinha mudado, mas talvez tenha sido ele a mudar.

— Você não acha, Al? – Gina perguntou.

Mas Albus não fazia ideia do que ela falara, mas não queria lhe dar a chance de fazer perguntas, então resolveu apenas concordar e torcer para não ser algo ruim.

— Sim, é claro. – Ele respondeu sorrindo.

Os olhos dele passaram pela sala observando seus contornos. O sofá continuava o mesmo, a mesa de centro continha inúmeros papéis e do lado um material de pintura. Ele poderia imaginar Lily sentada ali desenhando algo enquanto Gina revisava alguma matéria para o jornal, em algum momento Harry passaria pela cozinha e perguntaria se elas não estavam com fome, Lily levantaria e tentaria chantagear o pai para comer chocolate, mesmo sabendo que Gina não permitia doces antes das refeições.

O grande mural que tinha na parede havia mudado, ele também notou. Lá havia diversas fotos, desde antes de ele e os irmãos nascerem. Ele via uma de Hermione, Harry e Ron quando eles ainda eram adolescentes, uma de Gina e Harry com os uniformes de quadribol da Grifinória e outra com o time completo, mas esse não tinha Gina e ele observava o ruivo idêntico a Jorge sorrindo enquanto um garoto moreno segurava a taça de quadribol. Ele viu uma que tinha Neville e Luna ao lado dos outros quatro e eles pareciam incomumente felizes e Albus sorriu ao perceber que Luna ainda mantinha aquele estranho olhar sonhador. Tinha fotos de todos os Weasley em um dos natais na Toca com sua profusão de cabelos vermelhos, mas agora poderia ver a mistura, cabelos loiros, castanhos e negros, mas o sorriso feliz era comum em todos. Albus ergueu a mão para tocar nas novas fotos, ele com James em Hogwarts perto do Lago Negro, uma deles dois com Rose no meio. Ele sorriu amplamente quando viu a foto que eles tiraram no Natal, tinha Albus, James, Fred, Molly e Victorie, todos estavam com chapéus engraçados e faziam caretas.

Quando percebeu ele estava sozinho na sala, James já devia estar escondido no quarto e Gina devia estar no escritório. O silêncio incomum significava que Lily não estava ali e ele notou o vazio que sentia por a falta da irmã.

Ao pensar em Lily ele lembrou de Scorpius que em breve seria mais um irmão mais velho e pareceu se dar conta que nem ao menos deu os parabéns a Astória, que na elegante roupa que vestia com um casaco por cima nem parecia grávida de 5 meses.

A falta de Harry também foi sentida, mas ele lembrou de Gina ter comentado que eles estavam tendo problemas no Ministério e que Harry estava saindo cedo e chegando tarde todas os dias e com isso Albus sentiu um arrepio percorrer sua coluna. Problemas no Ministério capaz de prender Harry não deveria significar boa coisa, nunca significava.

Antes do jantar Lily tinha voltado para casa escoltada por Jorge que dispensou o convite para jantar. A pequena menina ruiva parecia ter crescido alguns centímetros enquanto eles estavam na escola e Albus falou aquilo em voz alta o que fez com que Lily se empertigasse na cadeira sorrindo orgulhosa. James fazia pequenos relatos para Gina sobre o campeonato das Casas com algumas intervenções de Albus quando o irmão se tornava inventivo demais.

Na primeira noite deles em casa Albus não tinha conseguido dormir, ele sentia falta do brilho esverdeado do salão da Sonserina e do som que a água fazia ao bater no vidro. Estava sentado na janela quando escutou o som característico de aparatação e quando olhou para o relógio viu que já passava muito da meia-noite, ele ouviu Harry e Gina conversando baixo e conseguiu identificar apenas algumas palavras em meio aos sussurros.

Albus queria ir para fora e ver Harry, mas não se sentia preparado para o encontro. Ele não saberia como seria olhar nos olhos do pai e ver a decepção por seu segundo filho ter ido parar em uma casa que ele detestou por tantos anos. Não que Harry em algum momento tenha demonstrado seu desagrado nas cartas. Ele deu os parabéns e disse que estava orgulho, mas com o resto do conteúdo essas palavras se tornaram vazias e superficiais e a cada carta ele achava que Harry só o fazia por obrigação, por que tinha que fazer. Com o tempo ele passou a ignorar as cartas dele demorando alguns dias para lê-las. Por isso que quando a porta do quarto foi aberta Albus teve que se lembrar como respirar.

— Ei! Não era para você estar dormindo? – Harry falou baixo e olhou para trás antes de fechar a porta novamente. – Sua mãe disse que você estava dormindo.

Albus se virou na janela e encarou Harry, encarou os olhos verdes tão parecidos com os seus.

— Eu não conto se o senhor não contar. – Albus deu um sorriso tímido.

Harry estava parado no meio do quarto e parecia desconcertado. Em outro momento e com outro alguém a veia sonserina de Albus apreciaria aquele momento e faria com que ele durasse muito tempo, mas ele também queria que aquilo acabasse logo.

— Problemas no Ministério? – Albus perguntou saindo da janela.

— Er… Sim. – Harry disse. – Mas nada com que você deva se preocupar.

— E quem deve se preocupar?

Harry ergueu uma sobrancelha e cedeu espaço para que Albus pudesse chegar até a cama. O garoto fingiu um bocejo enquanto levantava o coberto e se enfiava dentro para só então olhar para Harry.

— Acho que vou deixar você dormir. – Harry falou afagando os cabelos escuros de Albus.

— Mas eu já estou dormindo, papai.

Os dois sorriram cúmplices. Harry deu um beijo na cabeça do menor e desejou boa noite, quando estava próximo a porta se virou e viu que o menino ainda olhava na sua direção.

— Eu senti saudade, Al.

— Eu também, pai.

As semanas que se seguiram não foram muito diferentes do primeiro dia. Eles mal viam Harry e passavam o tempo fazendo atividades individuais, nos finais de semana iam para a Toca onde podiam jogar quadribol sem que os vizinhos pudessem ver. Durante a noite Harry ia aos quartos de cada um, mas na maior parte das vezes todos já estavam dormindo.

No fim de julho teve uma pequena comemoração para o aniversário de Harry e Albus pode rever várias pessoas que não tinha contato há vários meses. Foi um dia feliz até Harry ser chamado urgentemente para o Quartel dos Aurores, depois disso pareceu que tudo esfriou e Albus notou que as coisas eram mais sérias do que os pais fizeram parecer. Naquela noite ninguém dormiu até Harry chegar em casa e com um suspiro coletivo todos pareceram respirar melhor e Albus até arriscou um movimento mais brusco e correu para abraçar Harry que foi correspondido rapidamente, o abraço durou mais do que Albus estava acostumado, mas ele não reclamou. Estar nos braços de Harry com ele o apertando tão fortemente que começava a ficar difícil respirar era muito reconfortante.

No começo de agosto eles conseguiram se encontrar. Scorpius e Rose foram os primeiros a chegar na casa dos Potter e alguns minutos depois chegou Amélia acompanhada de Teddy que fez a gentileza de ir buscá-la. Freya chegou quase uma hora depois do horário combinado com o pai do lado, ele e Gina se cumprimentaram e ele recusou o convite para um chá.

Amélia olhava tudo curiosa, era a primeira vez que via a casa de bruxos. A primeira coisa que fez ao chegar foi tomar uma poção para enjoo e ela agradeceu aos deuses por não ter vomitado na sala da sra. Potter e jurou para si mesma que nunca mais tocaria em uma chave de portal, mesmo sabendo que seria assim que voltaria para casa.

Ela estava feliz por estar ali. O encontro com Eliza não foi tão ruim quanto ela imaginou, mas também não foi bom. Amélia contou sobre sua ida a sala da diretora, mas Eliza mostrou pouco interesse no assunto e sempre que a menina falava sobre essa questão ela começava a falar sobre outra coisa.

Como uma forma de distrair Amélia Eliza resolveu que elas fariam uma viagem para conhecer a terra natal dos pais da mulher. O que passou a ser um tour pela França que durou mais de um mês. Amélia se divertiu e por algum tempo pareceu que aquele clima estranho nunca tinha existido entre elas e tudo estava normal como quando Amélia era só uma garota comum que achava que tinha superpoderes.

— Não importa o quanto aqui seja lindo, mamãe. Eu não virei morar na França. – Amélia falou enquanto elas tomavam o café da manhã em um bonito hotel.

Eliza olhou para a filha que lhe encarava com um sorriso gentil e a própria esboçou a sombra de um sorriso.

— Não seja boba, Amy. – Eliza balançou a cabeça. – Acho que podemos dar uma olhada no museu, o que acha? – Perguntou mudando de assunto.

Em um dia quando elas estavam no quarto do hotel Amélia ouviu um barulho persistente vindo do lado de fora da janela e quando olhou na direção viu a bonita coruja que lembrou pertencer a família de Albus. A menina correu para abrir a janela e a coruja entrou, enquanto lia a carta a coruja bebia água que Amélia tinha colocado em um pires e comia os restos de um biscoito que sobrara do lanche.

Ela avisou Eliza do convite e mesmo parecendo relutante em deixar a filha ir não conseguiu negar. Elas voltaram para a Escócia alguns dias antes do previsto e pareceram entrar em um acordo mútuo para continuarem vivendo na paz que tinha surgido na viagem.

Enquanto arrumava a pequena bolsa que levaria Amélia notou o caderno grosso guardado no fundo do malão, ficou olhando para ele por mais tempo do que deveria e em seguida balançou a cabeça como se tivesse afastando um mosquito e fechou o malão. Mas durante o resto do dia ela se pegava olhando naquela direção.

Aqui está tudo que juntei com o passar do tempo. – Thomas disse a Amélia.

A menina notou uma mulher alta que olhava na direção dos dois e se tocou que Thomas estivera esperando por ela.

O que é isso? – Ela perguntou.

Tudo que você precisa saber.

Em seguida ele lhe desejou boas férias e saiu enquanto ela ainda encarava a capa marrou do caderno, quando ela ergueu a cabeça ele já tinha sumido.

II Guerra Bruxa” era o que tinha na primeira página e ao ler isso ela fechou a capa rapidamente como se tivesse visto algo proibido.

Ela não voltara a pegar no caderno. Ela já tinha lido livros históricos sobre a guerra, as duas e achava que não precisava saber mais. Mas de alguma forma ela temia pelo que pudesse ter lá, pelo tom de Thomas não era coisa boa.

Scorpius pensou que se sentiria desconfortável ali, mas Gina falava como se conhecesse todos eles há anos. É fato que ela conhecia Rose desde de que a menina nasceu, mas ela estendia aquela gentileza a eles também. Parecia sempre atenta a qualquer necessidade deles e sempre dispostas a satisfazer suas vontades, mesmo as idiotas como a de Freya de querer comer sorvete de amoras.

O loiro queria esquecer as preocupações e se divertir com os amigos, mas várias vezes durante o dia ele ficava olhando em direção a janela buscando algum sinal de coruja por perto. Uma parte dele se sentia feliz quando notava que não via nenhuma, pois isso significava que estava tudo bem, mas outra parte dele se contorcia e ele se arrependia de ter saído de casa.

Nas primeiras semanas de férias ele notou que algo não estava bem com Astória. Eles fizeram sua viagem anual para Scorpius poder conhecer outros lugares e naquele ano escolheram o norte da Itália. Mas em poucos dias Astória começou a apresentar um cansaço incomum e mesmo passando o dia todo deitada ela não parecia melhor durante a noite. Por isso eles resolveram voltar para casa.

No mesmo dia um medibruxo amigo da família tinha ido até a mansão e passara alguns minutos dentro de um quarto. Como eles não queriam assustar Scorpius resolveram que o menino esperaria na sala e asseguraram que não deveria ser nada de importante, uma falta de vitaminas que seria facilmente resolvido com poções, foi o que Astória disse.

Mas quando o medibruxo saiu Scorpius notou que, com certeza, tinha acontecido algo. Draco ficou por alguns minutos a mais no quarto e Scorpius resolveu esperar ser chamado, mas quanto mais o tempo passava mais seu coração parecia ser apertado por uma mão invisível.

— Um problema no núcleo mágico? – Scorpius repetiu o que Astória tinha acabado de lhe explicar.

— Sim. – Ela disse.

— E o bebê está sugando seu núcleo mágico, por isso você está doente?

— Ele está absorvendo uma parte maior do que o normal. – Astória explicou.

Draco estava parado do outro lado da cama sentado na cama com sua postura impecável, mas uma rusga de preocupação estava presente em sua feição.

— E agora? – Scorpius perguntou.

— Tenho que descansar até o bebê nascer, não posso fazer magia ou me exaltar. – Ela falava com calma.

— Eu não entendo… – Scorpius estava confuso – Porque ele está fazendo mal a você?

Scorpius tentava não sentir raiva do seu irmãozinho, que ele torcia para ser um menino, ficava repetindo que nada era culpa dele. Que ele apenas precisava de mais cuidados e que ele deveria amá-lo acima de tudo. Mas ver Astória tão cansada dificultava que ele não tivesse alguns pensamentos tristes com relação ao bebê.

— Isso é raro, Scorp. – Draco falou – Mas há casos onde para a formação da criança é preciso um maior desprendimento de magia e a forma como eles conseguem isso é através da mãe.

— Então ele é um pequeno vampiro sugador de magia? – Scorpius perguntou triste, mas sua fala fez com que os dois adultos sorrissem e Astória abriu os braços para receber o pequeno menino loiro.

Os três ficaram deitados na cama por um tempo que nenhum deles parecia preocupado em contar.

— Você vai ficar bem, não é? – Scorpius quis saber inseguro.

— É claro, meu amor. – Astória falou enquanto uma lágrima traiçoeira escorria de seu rosto e ela ficou feliz por Scorpius estar olhando para o mapa estelar e não ter notado.

Ele estava deitado no quarto de Albus e notou que o moreno já dormia. Ele pensava que não deveria ter deixado os pais, mas quando recebeu o convite de Albus os dois insistiram para que ele saísse de casa e fosse se divertir com os amigos. Em vários momentos ele quis contar de suas preocupações aos amigos, mas algo dentro dele sempre travava quando ele estava perto de falar.

A barriga de Astória estava cada vez maior e o bebê parecia bem, ao contrário da mãe que a cada dia estava cada vez mais cansada e por vezes passava o dia dormindo só acordando para ingerir alguma refeição. Em um dia quando ela acordou mais disposta eles resolveram que seria bom escolher logo um nome, em pouco mais de um mês o bebê nasceria e não poderia mais ser chamado de bebê.

Os três sentaram na cama e olhavam para o mapa estelar estendido logo a frente, com alguns acenos de varinha Draco fazia com que o mapa avançasse para as próximas constelações ou retrocedesse para eles olharem alguma que gostavam.

— Vá a próxima constelação, querido. – Astória disse em um sussurro.

— Pare. – Scorpius falou agitando a mão. – Eu gosto dessa.

— Constelação Cão Maior? – Draco perguntou.

— É… gosto de Sirius. É a estrela mais brilhante no céu noturno. – Scorpius falava fascinado vendo a constelação a sua frente como se pudesse visualizar o brilho da estrela.

— Já tivemos muitos Sirius entre os Black, sua mãe quer algo único, lembra?

— E algo feminino. – Astória sorriu. – Vai ser uma menina.

— Instinto materno? – Scorpius perguntou.

— Há homens demais nessa família. Precisamos de meninas para balancear as coisas aqui. – Ela respondeu brincando.

Os três ficaram fazendo um jogo de cada um falar o nome de uma estrela ou constelação, sem poder repetir nenhum nome.

— Adhara. – Scorpius falou.

— Você está mesmo cismado com a Constelação Cão Maior. – Draco suspirou.

— Adhara… – Astória falou como se experimentasse o nome em voz alta.

— Eu li que em chinês ela é conhecida como a sétima estrela do Arco e Flecha. Bem… sete é o número mágico mais forte e ela é a segunda estrela mais brilhante da constelação… – Scorpius tentava convencer Draco.

— Adhara Malfoy. – Astória voltou a repetir e um sorriso cúmplice foi dirigido a Scorpius. – Acho que nós temos um nome.

— Adhara Malfoy? – Draco perguntou também sorrindo.

— Adhara Malfoy. – Ela falou.

Scorpius não conseguia mais ficar deitado, sua garganta estava seca e ele estava inquieto. Ele se sentiu inseguro sobre andar pela casa sozinho, temia que ao botar os pés para fora um alarme soaria e Harry apareceria com a varinha em punho olhando para ele reprovadoramente. Ele ainda não se sentia a vontade com o homem, mesmo que ele tenha sido educado. Scorpius achou que ele tinha sido educado demais, mesmo que tenha notado um brilho nos olhos dele quando Freya o enchia de perguntas.

Freya sabia se misturar e sempre parecia apta a conversar sobre os mais diversos assuntos. Ela dissera a ele nos primeiros dias deles ali que o segredo era mostrar que estava confortável no local e fazer com que as pessoas ao redor o vissem como algo típico do lugar. Mas toda vez que Harry estava por perto Scorpius se tornava silencioso e só falava quando lhe dirigiam a palavra.

Ele estava sentado na mesa da sala de jantar quando Teddy chegou no cômodo seguido de James, eles riam de alguma coisa e pararam ao notar que não estavam sozinhos. Scorpius soltou a respiração que segurava quando notou que era apenas eles.

Scorpius nunca teve problemas com James, sentiu um pouco de antipatia quando o garoto ignorou Albus, mas quando os dois voltaram a se falar ele percebeu que o mais velho era uma pessoa legal e divertida e que não parecia se importar do irmão mais novo andar com ele. Teddy era um caso a parte, segundo Albus ele era um Black por parte de mãe. A avó dele, Andrômeda, era irmã de sua avó, Narcisa, mas ela foi queimada da árvore genealógica quando se casou com um nascido trouxa, embora ele soubesse da história ele não tinha um rosto para o nome até o momento.

Ele lembrava vagamente de Draco ter mencionado a família.

— Ninfadora era uma metamorfomaga, também certo? – Ele perguntou no jantar quando todos estavam a mesa e logo se arrependeu quando todos os olhares se dirigiram a ele.

— Você sabe sobre a Tonks? – Harry perguntou com curiosidade.

— Ah… é-é… – Scorpius teve que buscar uma paz interna que não possuía para poder formar uma frase coerente – Meu pai falou que ela foi a primeira Black a apresentar essa característica, mas que o filho dela também tinha herdado.

Ele falou sem encarar Harry e quando terminou de falar dirigiu um sorriso tímido para Teddy que parecia feliz. Depois Teddy fez várias mudanças bizarras sob os aplausos de Lily e até mesmo Freya teve que abandonar sua postura distante quando o rapaz mudou seu cabelo para um castanho claro e ficou com feições parecidas a sonserina.

— Uau! – Freya falou.

James se sentou na cadeira vazia ao lado de Scorpius e Teddy foi na cozinha voltando logo depois com uma jarra de suco e uma caixa com biscoitos.

— O que o mantém acordado, pequena serpente? – James perguntou enquanto mergulhava a mão na caixa puxando o máximo de biscoitos que conseguia segurar.

James era um bom irmão, Scorpius notou com o passar daqueles meses. De alguma forma ele sempre parecia estar por perto com olhos cuidadores e mesmo quando não se viam ele de alguma forma marcava presença ao lado de Albus mandando bilhetes através do fã clube que possuía na escola. Scorpius se perguntou se ele seria um irmão assim para Adhara… Então o peso se tornou muito sufocante e quando percebeu estava falando tudo para os dois.

— Você podia ter dito antes. – Teddy falou.

— Eu não queria…

— Sei, sei. – James o interrompeu. – Vocês serpentes são tão complicadas… – Ele parecia pensar. – Você acha que seus pais se chateariam em receber mais quatro crianças chatas e barulhentas naquela gigantesca mansão que vocês chama de casa?

Scorpius pensou que esse não era o melhor momento para se ter visitas em casa com Astória cada dia mais doente, mas a perspectiva de poder estar por perto o fez esquecer qualquer protocolo e o sorriso que ele deu foi a resposta que James precisava.

— Vamos mandar uma carta aos seus pais. – Teddy disse.

— Mas o que vamos falar aos outros? – Scorpius quis saber.

No tempo seguinte eles bolaram uma história que incluía James chamando vários de seus amigos para passar o resto das férias lá e ter esquecido de mencionar isso para Gina, tendo a casa lotada de pessoas e de um convite muito oportuno feito pelos Malfoy sobre levar as crianças para comprar materiais escolares e depois os acompanhar até a mansão onde poderiam passar mais alguns dias.

As compras dos materiais pareceu sugar toda a paciência de Draco que a cada cinco minutos tinha que respirar profundamente. Ele agradeceu a Merlim quando Hermione apareceu e passou a acompanhar o grupo. As pessoas ao redor paravam para observar o grupo que andava sendo ladeados por Hermione Granger e Draco Malfoy.

Depois da discussão que teve que enfrentar entre Amélia e Albus sobre os melhores produtos para poções no boticário Draco se recusou a entrar na livraria.

— Desde de que pisamos os pés no Beco Freya e a mini Granger estão falando sobre os melhores livros e discutindo por isso e eu não vou entrar naquele lugar com essas duas. Já basta o que passei no boticário. – Ele falava resoluto para uma Hermione que se controlava para não rir.

— Mini Granger? – Ela perguntou e viu o homem revirando os olhos. Draco estendeu uma bolsa com galeões e disse que estaria as esperando na Madame Malkin, sendo seguido por Albus e Scorpius.

Quando chegaram na mansão um saboroso lanche os esperava no jardim e o resto do dia eles passaram sendo guiados por Scorpius em uma visita a Mansão.

Sempre que podia Scorpius fugia dos amigos e ia ao quarto principal ver como Astória estava. Ela estava mais pálida e tinha manchas escuras embaixo dos olhos como se não tivesse dormindo bem, mesmo Draco tendo dito que agora ela passava mais tempo dormindo que acordada. A pele dela se encontrava constantemente gelada, mesmo com a lareira acessa e com um feitiço de aquecimento no local.

No terceiro dia deles na Mansão Rose pediu a Scorpius para que a levasse até o local que Hermione descrevia no diário. Ao chegar lá ele percebeu que a pele dela se arrepiou, ele conhecia a sensação e por isso tratou de chegar mais perto e segurar na mão da menina. Rose lançou a ele um olhar surpreso, mas depois lhe digeriu um sorriso tímido e Scorpius falou sobre algumas coisas que Draco tinha falado sobre as mudanças que ele fez no local para que também pudesse esquecer tudo que aconteceu ali.

Depois de um tempo ele notou que Rose estava mais triste e percebeu que não gostava de vê-la daquela forma. Uma Rose alegre e contagiante era bem melhor que aquela Rose cabisbaixa, e para alegrá-la, ainda mantendo a mão dela firmemente segura na sua, ele a guiou em direção a biblioteca.

— Apresento-lhe os segredos do mundo da magia através dos séculos, srta. Weasley. – Scorpius fez uma saudação afetada se curvando e abrindo a porta para que ela pudesse entrar. Percebeu que tinha feito o certo quando notou os olhos dela brilhando. Era aquela Rose que Scorpius gostava, com o sorriso bobo no rosto sem saber qual livro deveria pegar.

Rose escutou vagamente Scorpius dizer que ia procurar os outros. Ela nunca tinha entrado em uma biblioteca tão grande, tirando a de Hogwarts e pensou que Hermione também ficaria feliz de entrar ali.

Lembrar da mãe fez com que Rose sentisse saudade de casa. Ao que parecia as coisas tinham voltado ao normal, Ron e Hermione continuavam com as brigas bobas de sempre, mas era como se tudo estivesse apenas suspenso. Ela sentia como se só o que bastava era uma pedra ser jogada no rio ou uma borboleta bater suas asas mais rápido do que o normal e tudo desmoronaria.

No começo das férias ela foi visitar o Planetário Mágico e cada experiência no local foi aproveitada com júbilo por Hermione e Rose, enquanto Ron e Hugo tentavam não morrer de tédio. A viagem durou algumas semanas e então eles estavam de volta em casa. Quando chegaram tinham várias cartas esperando por ela e aquilo foi a pedra. Enquanto falava para Hermione sobre as últimas novidades dos amigos ela percebeu Ron começar a ficar vermelho a cada vez que ela mencionava Scorpius.

— Está tudo bem, papai? – Ela perguntou.

— Com várias pessoas naquela escola você tinha que fazer amizade com esse menino? – Ron perguntou.

Hermione bateu a mão na testa como se não acreditasse que ele fosse voltar naquele assunto e Hugo saiu da mesa levando consigo o prato com a sobremesa. Rose tentou justificar, mas para tudo que ela falava parecia que Ron ficava ainda mais chateado até que a menina também ficou com raiva e disse que não devia satisfação de suas amizades.

Ron bateu na mesa assustando as duas e recebeu apenas um olhar cortante da pequena ruiva que saiu da cozinha pisando duro. No quarto ela pode escutar a discussão que se seguiu. Por alguns dias o assunto continuava, por qualquer motivo Ron achava uma razão para botar os Malfoy na conversa. Rose já estava cansada, até escrever para Dominique e se convidar para passar alguns dias com a prima.

Pelo tempo passado na França Dominique carrega um pequeno sotaque que muito se assemelhava ao de Fleur. Diferente de Victorie que tinha longos cabelos loiros, o que Dominique eram cortados pouco acima dos ombros de um tom vermelho não muito Weasley. Mas de resto parecia também ter herdado a beleza típica veela de Fleur, sempre estava com um sorriso brilhante no rosto que parecia encantar a todos.

De lá Rose passou um tempo na Toca com os avós e até passou uns dias com Andrômeda que deu a ideia dela escrever aos amigos para que eles pudessem se encontrar. No mesmo dia uma coruja chegou a casa dos Potter e em seguida saindo novamente em direção as outras casas. E na data marcada ela estava lá sendo recebia por uma sorridente Gina que parecia muito feliz em recebê-los.

Ela nem queria imaginar a confusão que deveria ter sido formada quando Ron soube que ela estava na Mansão Malfoy. Ela pensava na carta que mandaria a Hermione mais tarde para poder tranquilizar Ron de que não estava presa nas masmorras quando foi tirada de seus pensamentos por Freya entrando intempestiva na biblioteca.

— A sra. Malfoy entrou em trabalho de parto. – A menina tinha a respiração ofegante como se tivesse corrido um longo caminho para chegar até ali.

Rose foi seguindo a sonserina pelos corredores tentando acompanhar o passo ligeiro.

— Mas eu pensei que…

— Pois é. – Freya falou olhando para os lados indecisa de qual lado virar. – Qual o caminho para a sala principal? – A menina perguntou para um quadro de um homem jovem que estava sentado ao lado do que parecia um busto de mármore.

Depois de receber as instruções as duas continuaram o caminho encontrando os outros sentados e Scorpius andando de um lado para o outro. Rose foi andando até ele e o abraçou.

— Vai ficar tudo bem, Scorp. – Ela falou.

E ele torcia para que sim, mas seus pensamentos foram cortados por um grito ensurdecedor vindo do andar de cima.

 


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Gostaram do possível nome do novo membro da família Malfoy?
Me digam suas opiniões sobre o capítulo.
Beijos e desculpem por qualquer erro ;**



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