Lost escrita por mckinnon


Capítulo 1
Eu me sinto... Perdido.


Notas iniciais do capítulo

Basicamente, eu chorei escrevendo essa fic. E eu espero que vocês gostem, do fundo do meu coração!
Feliz halloween, aka dia do sofrimento para as Jily shippers, pessoal! E boa leitura :)
Ps.: a fanart do início do cap pertence a Viria13 :)



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eu me sinto... perdido.

Sirius Black

O moreno sentiu suas pernas bambearem ao encontrar a casa destruída. Passou pelo portão, sentindo todos os poros de seu corpo gritarem a palavra PERIGO, mas tentou se manter firme. A porta, destruída, o fez sentir náuseas e vontade de chorar, mas continuou forte. Empurrando-a com receio, engoliu as lágrimas e o misto de sentimentos que se formava em sua garganta e ao passar pela porta e encontrar seu melhor amigo, deitado próximo à escada, permitiu-se fraquejar.

Caiu ao seu lado, abraçando-o e sentindo as lágrimas começarem a escorrer.

— James! — sacudiu-o, com esperanças. Todas inúteis, já que o homem ao qual abraçava já se encontrava sem vida. — Prongs, você não pode me deixar. Você simplesmente não pode! — as lágrimas preenchiam seu rosto e sua voz saia aos sussurros, cheia de pesar e dor. Sentia seu coração quebrado em milhares de pedaços diferentes e amaldiçoava os culpados daquilo. — Jay... — um último sussurro quase inaudível saiu de sua boca e ele se permitiu chorar, abraçado ao corpo sem vida de seu, para sempre, melhor amigo. James Potter.

Chorou por horas ou mais. Não sabia dizer quanto tempo passara abraçado ao corpo sem vida de James, mas respirou fundo, soltando-o e tentando se recompor. Algo impossível no momento, claro, mas ele tentou. Levantou-se lentamente, ainda fraco, secando as lágrimas que desciam furiosamente por seu rosto e passou as mãos pelo cabelo em frustração. Seu coração encontrava-se afundado em seu peito e ele sentia que a ferida recém-aberta nunca cicatrizaria, mesmo que anos se passassem.

Afastou-se e subiu a escada, sentindo o nó na garganta se intensificar a cada momento que se aproximava do quarto tão conhecido de seu afilhado. A porta destruída já revelava coisas que ele não queria imaginar e nem sentir, então quando ele entrou no quarto, as lágrimas voltaram ao seu rosto tão rápido quanto ele tinha as secado.

Lily Evans, sua ruiva favorita e melhor amiga, encontrava-se morta no chão. E o coração de Sirius Black encontrava-se mais destruído e machucado do que nunca.

Ajoelhou-se próximo a ela e beijou sua testa, voltando a soluçar. Com as mãos trêmulas, tocou em seu rosto delicadamente e fechou os olhos de Lily, que se encontravam abertos e vazios, um contraste bizarro ao que ele estava acostumado: olhos brilhantes e cheios de bondade, que Lily tinha quando viva.

Mas ela estava morta.

Fechou os olhos por um momento, desejando que tudo fosse apenas um pesadelo horrível e que nada disso estivesse acontecendo. Mas abriu-os quase instantaneamente quando ouviu o choro baixinho de Harry.

Sirius estava tão afundado em sua dor, que não havia percebido que seu afilhado o encarava chorando baixinho e estendendo os bracinhos gordinhos para ele. Levantou-se em um solavanco e foi para perto do berço, pegando Harry no colo de forma apressada. Abraçou-o tão forte que o ouviu resmungar e puxar seu cabelo fortemente, como se estivesse reclamando do aperto.

Um pequeno riso saiu de sua garganta e Sirius o soltou, encarando-o. Harry havia parado de chorar e passava uma das mãozinhas sobre uma cicatriz inchada em sua testa, em forma de raio. Sirius franziu as sobrancelhas, mas não soube o que fazer e nem o que ele era.

Harry sorriu e passou uma das mãozinhas pequenas nas lágrimas de seu padrinho e Sirius às sentiu rolarem mais intensamente por seu rosto.

— Harry, você não está sozinho. — sussurrou, apertando o afilhado contra si novamente e ignorando um resmungo do mesmo. — Eu sou sua família, Harry. E sempre vou ser.

O garotinho não parecia estar entendendo o porquê de seu padrinho estar o abraçando daquela forma. Em sua mente de apenas um ano e pouco, tudo era apenas mais uma brincadeira e logo seu pai, James, entraria pela porta sorrindo e bagunçaria seu cabelo. E sua mãe beijaria sua testa e o olharia de forma amorosa, como sempre.

Mas nada disso aconteceria mais.

James e Lily Potter estavam mortos. E Sirius sofria tanto por isso, que mal conseguia respirar. Ainda apertando Harry contra si, pegou uma pequena manta no berço bagunçado do afilhado e colocou em volta do mesmo, o segurando firmemente. Saiu do quarto destruído, lançando um último olhar para o corpo de Lily e sussurrando baixinho um “eu vou cuidar dele, Lils”. Mas ele sabia que não iria. A única coisa que Sirius queria fazer no momento era matar Peter Pettigrew e Voldemort. E trazer seu melhor amigo de volta à vida.

Porque sem James Potter, Sirius se sentia perdido. Sozinho.

James era seu irmão, como Regulus.

E agora Sirius tinha o perdido também.

Desceu a escada lentamente, olhando para o corpo de James e engoliu mais algumas lágrimas que ameaçavam descer por seu rosto. Aninhou Harry em seu ombro e o balançou calmamente, ouvindo o garotinho suspirar e começar a pegar no sono. Parou na porta da casa e olhou ao redor, vendo tudo tão destruído e lembrou-se dos bons momentos que vivera ali com seus amigos.

O primeiro Natal de Harry. O aniversário de seu afilhado. Aquele instante parecia tão distante dos momentos felizes que vivera ali.

Saiu da casa, ainda aninhando Harry e suspirou ao sentir a brisa fria de Godric's Hollows se abater contra eles. Enrolou Harry melhor em sua manta e o balançou, vendo o afilhado cair completamente no sono.

Logo, um homem grande e de aparência selvagem apareceu, andando de forma quase grosseira, por conta de seu tamanho. Quando viu Sirius, cumprimentou-o aos soluços e Sirius apenas acenou com a cabeça, cansado demais para dizer qualquer coisa.

— Jovem Sirius, olá. Você... Você os viu? — sussurrou Hagrid, voltando a soluçar. Sirius assentiu, sem saber ao certo o que dizer. — Dumbledore me pediu para buscar Harry. Ele vai ficar com a tia, pelo que parece. — disse e soluçou novamente. Sirius segurou Harry com apenas um dos braços e deu uma batidinha no ombro do grandalhão a sua frente.

— Harry é um menino forte. Ele ficará bem, Hagrid. — falou de forma incerta. Sentia a tristeza e o ódio ficarem cada vez maiores dentro de si. — Olhe, Hagrid, porque você não pega minha moto emprestada? Eu preciso resolver... Algumas coisas e não vou usá-la agora. — Hagrid puxou um lenço sujo e maltrapilho do bolso, limpando as lágrimas que caiam em cima de sua longa e espessa barba. Engoliu mais alguns soluços e assentiu.

— É muito gentil da sua parte, jovem Sirius. — Sirius apenas assentiu e abraçou um Harry adormecido novamente, sentindo seu coração pesar. Beijou sua testa e segurou uma de suas mãozinhas.

— Um dia, nós seremos uma família, Harry. — sussurrou, antes de entregar o pequeno garotinho ao homem grande e corpulento a sua frente. Quando Hagrid saiu de seu campo de visão com sua moto, Sirius suspirou, deixando algumas últimas lágrimas caírem.

Secou-as de forma irritada e começou a andar para longe da casa.

Era hora de ir atrás de um traidor.

Porque Sirius sentia que não tinha muito que perder mais. Ele já se sentia perdido o suficiente sem seu melhor amigo.

Sirius Black havia perdido Regulus. Marlene. E agora, James e Lily também. E não havia como consertar seu coração após tantas perdas e evitar se sentir tão... Perdido.


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Notas finais do capítulo

Então... É isso.
Feliz Halloween, amores!
Beijão, espero receber alguns reviews!
xoxo, mckinnon.