Protegida por um Anjo escrita por Moolinha


Capítulo 30
Trinta


Notas iniciais do capítulo

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“Ele não cumpriu o que prometeu”.

Ando com essas seis palavras na minha cabeça há duas semanas, porque o cara no qual sou apaixonada não apareceu nenhuma vez desde o almoço daquele dia, quando o mesmo me olhou com um certo nojo, como se eu fosse um tipo de verme parasita.

Harry voltou a estudar no colégio e só não fui parar no hospital porque grudei em Louise. Sério, foi uma ideia idiota, mas era o único jeito. Jimmy estava sumido e Louise é minha melhor amiga, por isso, nesse tempo que eu estava “fugindo” de Harry me aproximei mais de Louise. Juntas no começo da aula, no intervalo e no final da aula, quando ela ia para minha casa para comermos pipoca e assistirmos seriados a noite inteira. Não dei brecha para Harry me pegar e por isso fiquei mais esperta.

Senti-me uma garota normal. Conheci mais pessoas no colégio, fiz amizades com os nerds que são amigos da Elena, conheci os pontos mais agitados de NY e passei mais tempo com meu pai, Jack e Ana. Mesmo estando bem chateada com meu pai. Certo que ele pediu desculpas, mas o que ele fez foi muito, muito desnecessário.

Por isso tudo, eu não queria ser a garota normal de sempre. Onde estava meu anjo da guarda? O cara morto no qual sou apaixonada?

Conforme os dias passavam sem ele, a saudade era tão grande. Era aquele frio na barriga gostoso e ao mesmo tempo tenebroso, com medo dele não voltar, seu sorriso, seu jeito marrento e as vezes que eu ficava acordada metade das noites esperando vê-lo, mas ele nunca aparecia. Essa manhã, quando abri meus olhos, percebi que eu estava disposta a procurar por ele. Ao entardecer, quando Louise tinha ido embora, tirei meus sapatos de salto do pé e subi no parapeito da janela, correndo grande risco de despencar lá de cima.

Confesso que é uma ideia idiota, por sinal. Mas se eu não estivesse correndo perigo, Jimmy nunca iria aparecer.

Passo a passo, eu saí do meu quarto e fui parar no parapeito da janela. Devo dizer que se eu cair de uma altura de dezesseis andares e Jimmy não aparecer, sou uma garota morta. Totalmente morta.

A noite estava fria e feia. O céu estava sem estrelas, em um preto esfumaçado e misterioso trazendo um vento forte e destemido para mim que dava a impressão de que me jogaria daquela altura diretamente a sete palmos abaixo da terra.

— Certo. Tudo bem. — Sussurrei, ajeitando meus pés. A largura do parapeito devia ser de vinte e cinco centímetros e por isso me ajeitei do melhor jeito para não despencar lá de cima.

Senti meu queixo bater e o vento chicotear no meu rosto, jogando todo meu cabeço para trás, embaraçando-o ainda mais.

Jimmy apareceu na minha frente com o mesmo olhar de desprezo, a cara fechada e os braços cruzados sobre seu peitoral.

— O que diabos você pensa que está fazendo? — A voz dele era mais grossa que o normal. Cheia de raiva e rancor. Parecia falar como se me odiasse, como se nunca estivesse me beijado e acolhido me corpo nas nossas noites.

— Estou em perigo. Você apareceu! — Dei um sorrisinho, tentando fazer ele sorrir.

Sua expressão continuou feia.

— Já estou aqui. Agora desça desse parapeito.

Estendi minha mão automaticamente, esperando que ele fosse me ajudar. Ao invés disso, virou de costas pra mim e foi se sentar na minha poltrona com sua expressão fria e intolerante. Desci do parapeito e fiquei perto dele.

— Que ideia mais ridícula, Belatriz! — Ele disse, olhando seriamente para mim.

— Você queria que eu ficasse quieta, esperando você aparecer pelo resto da minha vida? Ah, qual é, Jim!? Você sumiu!

— Sim. — Ele olhou no fundo dos meus olhos.

— O que aconteceu? — Tentei fazer minha voz soar compreensiva.

— Precisamos conversar.

Aproximei mais dele, tentando achar o conforto e carinho dos seus braços, quebrando todo aquele nosso momento sem-graça. Quando viu o que eu tentava fazer, se levantou rapidamente da poltrona, indo para o outro canto do meu quarto.

— O que é? — Impaciente, joguei-me na poltrona e revirei os olhos.

— Nós não podemos mais conviver com isso.

— O quê? — Escondi o desespero da minha voz.

— Você não percebeu até agora? A ficha não caiu? Nós não podemos ficar juntos. Você é viva, e eu... — Havia desgosto em sua voz. — Eu estou morto.

— Eu não me importo...

— Se importa sim! Não vai aturar esse nosso “romance mágico” — Ele fez aspas com seus dedos indicadores — para sempre. Você vai abrir mão da sua vida para ficar comigo pelo resto da vida? Não! Não dá certo! Ninguém pode me ver, não temos nada daqui para frente. Eu não vou te fazer feliz. — Ele se dirigiu até a janela.

— Você acha que isso importa pra mim? Jim, isso que eu vou dizer é muito brega e cafona, mas o amor é maior. Porque se eu deixo de sair a noite e fazer outras coisas é porque eu estou disposta a ficar com você.

Ele esfregou as mãos no cabelo, indignado.

— Você vai se cansar uma hora. Não vai querer ficar toda noite no seu quarto. E depois você vai crescer, se tornar uma mulher. — Seus olhos percorreram meu corpo. — Eu não. Vou ser sempre o garoto de dezoito anos.

— Porque você está fazendo isso agora, então? Porque não falou isso antes de nos envolvermos e do meu sentimento por você se tornar mais forte?

— Droga! — Sua voz ficou mais alta.

— Seu contrato no céu te impede de se apaixonar?

Ele me ignorou e suspirou.

— Você viu seu pai no almoço? Acha que ele vai te aturar desse jeito para sempre? Ele vai continuar pegando sempre no seu pé se você ficar o resto da sua vida assim.

— Eu sei...

— Nós não temos futuro juntos. Não será eu e você para sempre e você precisa entender isso.

— Porque agora? Porque você resolve fazer tudo isso agora?

— Porque você acha que eu sumi? Eu pensei durante todo esse tempo e cheguei nessa conclusão. Cara, não dá. Vou fazer meu trabalho, só isso. Não vou me envolver com você em mais nada. Só irei te salvar. — A aflição ficou em evidência na sua voz.

— Jimmy. —Eu disse, dramaticamente, sentindo poucas lágrimas queimarem no meu rosto. Já disse que odeio chorar, não é?

— Não dá mais. Essa nossa história acabou aqui. — Respondeu ele e logo, diante dos meus olhos embaçados devido às lágrimas, ele sumiu.

Quando me joguei na cama, atordoada por aquilo tudo, desejei nunca ter conhecido Jimmy e nunca ter tido um anjo. Mas era tarde demais, porque eu percebi que mesmo Jimmy distante, a coisa mais difícil vai ser esquecê-lo. Existe um sentimento em mim, o amor, e pelo que eu conheço por seu jeito intrigante e complicado, não irá sair do meu coração tão cedo.


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