Protegida por um Anjo escrita por Moolinha


Capítulo 29
Vinte e Nove


Notas iniciais do capítulo

Olá meninas!! Vocês sumiram? O.O enfim, espero que gostem desse capítulo :) Não se esqueçam de curtir a pag da fic :)

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Não faço a mínima ideia de quanto tempo eu dormi. Juro que foi a melhor noite da minha vida. Por dormir bem, é claro, mas por me sentir de alguém, digo, por me sentir nos braços de Jimmy toda vez em que ele me apertava junto ao seu peitoral. Como se estivéssemos grudados como imãs. Sei que isso é muito meloso. Admito, mas que garota apaixonada não sente isso nos braços de quem ama?

Se eu estivesse vendo um filme com as mesmas palavras que acabei de dizer há uns oito meses atrás, eu provavelmente diria alguma coisa do tipo “ Droga. Isso dá até vontade de vomitar!”. Só que as coisas mudaram, os tempos são diferentes e nada será como era antes.

Duas leves batidas na porta e a voz de Jack dizendo “Acorde, Belatriz dorminhoca” bastaram para que eu acordasse. Jimmy ainda dormia, por isso me levantei e imediatamente coloquei uma camiseta branca, acompanhada de uma saia de cintura alta xadrez vermelha e sapatilhas vermelhas de veludo.

Já era o horário do almoço quando me dirigi à sala de estar procurando por Jack. A vista panorâmica dos prédios da cidade era perfeita. Analisei o sol brilhando no céu e dei um beijo na bochecha de Jack.

— Bom dia! Teve uma boa noite? — Jack notou minha felicidade e sorriu pra mim.

— Ótima noite. — Espreguicei-me, jogando-me no sofá bem ao lado dele. — Porque não foi para a faculdade?

— Não. Digo, eu fui. Seu pai disse que teríamos um almoço importante, por isso saí mais cedo da minha aula.

— O que será? — Joguei meu cabelo para o lado, tentando em pensar alguma coisa especial em que meu pai disse nos últimos dias.

— Talvez uma namorada. — Ele supôs.

— Meu pai? Com uma namorada? — Arregalei os olhos de modo dinâmico. — Ah, certo, se ele aparecer de mãos dadas com uma mulher naquela porta... — Apontei para a porta rústica da entrada. — Eu vou nua para o colégio.

— Quero estar por perto quando isso acontecer. — Jimmy balançava a mão em seu cabelo, bocejando.

Quando ele estava próximo à janela, lancei um sorriso para ele.

— Não quero minha prima preferida se expondo por aí. — Jack fez uma cara de bravo e depois deu uma gargalhada.

A porta se abriu e meu pai surgiu na sala de estar. Seu sorriso era tão radiante que cheguei até me perguntar se ele tinha alguma mulher atrás dele. Mas o que eu vi atrás dele foi bem pior. Foi torturante, massacrante e perturbante. Todas as más memórias voltaram na minha cabeça como flashes. Quando fui agredida, a escuridão, a dor...

— Olá, Belatriz. — Disse Harry, exibindo seu sorriso cínico.

— Que droga! — Eu disse para mim mesma, colocando minhas pernas para baixo e me sentando de forma confortável.

— O que disse, filha? — Meu pai ergueu a cabeça, colocando sua maleta no chão.

Balancei a cabeça negativamente.

— Oi, Harry. — Dei um sorriso forçado.

— E aí, cara? — Jack se levantou e deu um firme aperto de mão em Harry.

— O que ele faz aqui, pai? — Me levantei e caminhei para perto da janela, onde Jimmy estava.

— Ontem eu estava chegando do consultório e ele estava parado com o carro na frente do prédio...

— E aí seu pai me reconheceu, disse que o tinha acontecido com você, me convidou para um almoço e ver como você estava. — O sorriso cínico de Harry ainda ficava estampado em seu rosto.

— Babaca! — Rosnou Jimmy. — Estou aqui, certo? Não se apavore, não vai acontecer nada.

— Certo. — Suspirei, dizendo alto para que Jimmy e todos que estavam na sala escutassem.

— Quem fez isso com você, Belatriz? — Harry perguntou, com uma expressão de provocação. — Você já deu queixa?

— Eu dei. Mas não encontraram nada.

— Não se preocupe, Edward. Agora estarei de volta no colégio e posso sempre ficar de olho na Belatriz.

A sensação de ter meu inimigo dentro da minha própria casa e a pior de todas. Meu pai agradeceu tanto a ele sobre o papo furado de “cuidar de mim” que até me pergunto se entre nós existe algum limite. Acho que o céu não é o limite, porque agora tudo vai além. Harry fingindo ser o bom garoto com essa baboseira toda de me proteger, de vir almoçar aqui na minha casa e de principalmente ficar com o carro parado na frente do meu prédio, me vigiando, é claro.

— O almoço está na mesa. — Disse Ana, puxando o braço do meu pai.

— Ei garotinha. — Ele deu-lhe um beijo na testa. — Já estamos indo.

Fiquei com uma certa distância de Harry por todo o tempo. Era uma diversão tão grande pra ele me ver cheia de ódio e medo que fiquei calada quase o almoço todo enquanto Jack, Harry e meu pai tratavam de assuntos da faculdade.

— Mudando de assunto, sabe, Harry, minha filha está muito solitária esses dias. O que acha de levá-la para jantar como vocês faziam antes?

Não. Não!

— Pai...

Jack notou meu desconforto e disse:

— Acho que como ela sofreu por ferimentos, deve ficar em casa ainda de repouso, não acham?

— Não há problema Jack. Sei que com Harry minha filha se sente em paz.

Faça-me rir. Ele que pensa.

Acho que quando a máscara de Harry cair, isso se um dia cair, meu pai vai se sentir um monstro. Claro! Fica me jogando pra cima do sujeito, como se estivesse desesperado para que eu arranjasse um namorado.

— É. Não sou problema nenhum para Belatriz. Não é? — Ele lançou seu olhar maníaco e psicótico pra mim.

— É... Mas pai, eu não quero. Harry é meu ... Amigo.

— Ah filha, você está tão sozinha em casa. Fica no quarto o dia inteiro. Vá, aproveite sua juventude, vá namorar, vá a lugares legais com um cara legal como Harry.

— Pai, isso é problema meu, certo? — Eu não queria ter dito aquilo, mas ele estava tão irritante, tão louco para que eu fosse jantar com Harry.

— Qual o problema, minha filha? Você nunca irá encontrar um cara como Harry. Você está tão presa em casa. Precisa sair e namorar.

— Dá um tempo, pai! Estou ótima assim. — Mantive minha voz calma, tentando não levar essa conversa para uma briga.

Jimmy, que estava perto de mim me olhou com um olhar de frustração e desprezo, parecendo estar chateado. Logo depois, ele sumiu.

— Não, você não está. — Harry tentou dizer, mas eu o interrompi.

— Quer saber? Se trouxe Harry aqui só para marcar um jantarzinho, pode esquecer. Já disse que não quero droga nenhuma!

— Ele é um cara ótimo, Belatriz.

— O que é? Não está escutando bem, pai? Precisa de um aparelho auditivo? — Minha voz ficou grossa e alta, ecoando por toda a sala de jantar.

— Ora, não se faça de difícil.

Foi a gota d’água. Juro que foi.

Será que meu pai estava virando aliado de Harry? Será que ele estava querendo ver minha própria desgraça? Me ver sendo levada toda ensanguentada para o hospital outra vez?

Tive de ser grossa! Minha paciência havia acabado. Eu não queria aturar o sorriso cínico e provocante de Harry e nem ser espancada outra vez.

— Harry, cale a boca! — Murmurei, levantando-me. — Você já sabe o quanto estraga minha vida com — perdi a fala e logo pensei em algo mais concreto — não complique mais nada!

— Belatriz? O que está acontecendo? — Jack perguntou, com uma expressão curiosa.

— Honestamente, pai, você não precisa fazer isso. — Saí da sala de jantar, perguntando-me o que diabos meu pai tinha na cabeça para falar aquelas coisas.

Eu podia até sentir aquela familiar fumacinha de raiva fluir acima da minha cabeça.

De todos esses problemas, apenas uma coisa me deixou com um ponto de interrogação na mente: o olhar de desprezo de Jimmy. Nem quando nós vivíamos em guerra ele me olhava assim. Nem quando brigávamos por causa das garrafas e nem nada, e quando cheguei no meu quarto e não o vi em nenhum canto, logo percebi que teríamos sérios problemas.


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