Protegida por um Anjo escrita por Moolinha


Capítulo 28
Vinte e Oito




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Passei mais dois dias no hospital.

Na maioria do tempo, Jack ficava comigo falando sobre Bridget e os últimos acontecimentos de sua vida na fazenda. Meu pai ficava comigo em seu horário de almoço e dava uma passadinha rápida no final do dia, já que tinha que ir para casa cuidar de Ana. E Jimmy? Bem... Ele não saiu de perto de mim nem por um minuto. Digo a verdade. Ficava boa parte da noite conversando e me acomodando do melhor jeito. Ele estava cumprindo verdadeiramente o que disse e isso fez com que eu o amasse cada vez mais.

Quando cheguei em casa tive de ficar de repouso absoluto, assistindo a programas de auditório e vestindo roupas nas Barbies de Ana. Como disse o médico, eu tinha de ficar sentada, sem fazer esforços e assim fiz por um bom tempo até o médico decidir que era a hora certa de retirar.

— Aconteceu uma coisa estranha naquela noite.

Desliguei a TV do meu quarto e tirei minha bota ortopédica, já que eu não sentia mais dor no pé, embora ainda não tivesse tido a ordem médica para isso. Andei até Jimmy e me sentei ao seu lado, no braço da poltrona.

— O que é?

Seus olhos estavam cheios de alegria. Pude perceber quando ele deu seu sorriso para mim, repleto de malícia, tirando toda a impressão de que talvez tivéssemos uma briga ou um desentendimento.

Coloquei minha franja pra trás da orelha e continuei a olhar para ele. Ele se levantou e começou a andar por todo meu quarto.

— Eu falei com Louise.

— O quê? — Perguntei num sussurro.

— Você estava desacordada ou... Sei lá! — Ele embolou as palavras de tão empolgado que estava. — Eu apenas liguei e... Deu!

— Você não disse que é impossível, Jim?

— Eu disse, claro. Mas eu nunca tentei. — Ele voltava a se aproximar de mim. — Foi tão estranho quando ouvi a voz de Louise. Você não podia ficar naquele estado, tive de tentar falar com ela e consegui.

— Fico feliz por você, mas então...

— Então quer dizer que quando eu estiver salvando você, ou fazendo algo para sua segurança, eu participo do seu mundo, Bells. Do seu mundo real. Eu posso fazer isso!

— Seria ótimo se você estivesse em contato com o meu mundo real, mas eu estou tão feliz por isso ter acontecido.

Era estranho. Ele estava morto e mesmo morto ele conseguiu conversar com Louise. Mas por um outro lado, deve ser horrível ser reconhecido só por uma pessoa. E eu percebi, honestamente, que eu nunca tinha visto Jim tão feliz. Ele tinha tanta saudade dela e para ele deve ter sido uma sensação indescritível.

— Mas eu estou aqui, não é? — Ele continuou a sorrir, puxando-me para seus braços.

Calada no calor dos seus braços, percebi seu charme diabólico e me apertei mais a ele, passando minhas mãos no seu cabelo plumoso. Nossos rostos ficaram tão próximos, a ponta do nariz dele tocando a ponta do meu. Nosso beijo começou delicado e foi se tornando selvagem a ponto de eu sentir o calor tomando conta de grande parte do meu corpo.

E como na fala de um livro que eu li, “Como gasolina e fogo, nós explodimos outra vez”.

Mãos familiares deslizavam e reconheciam minha pele, queimando-a. Seus lábios reconheciam cada centímetro do meu rosto. Puxei-o para mim, como se houvesse algum meio possível de ficarmos mais perto. Ignorei a dor da fratura do meu pé e envolvi minhas pernas na cintura dele, com a parede lilás atrás de nós fazendo o apoio de que eu tanto precisava. Sua língua se contorcia com a minha, quase dando um nó e não havia parte da minha mente que não fosse invadida pelo insano desejo de que ele me possuísse.

Aquela familiar onda de adrenalina correu por todo meu corpo e fez meu coração dar frenéticas e incansáveis marteladas. Minhas mãos agarraram o tecido da camisa dele, arrancando-a. Tive a impressão de que se ele ainda fosse vivo, poderia ser modelo de cuecas da Calvin Klein. Suas mãos apertavam a pele das minhas costas. Senti os músculos do tórax dele sobre minhas palmas e me separei de sua boca para poder respirar enquanto seus lábios se grudavam na pele quente do meu pescoço. Afundei minha cabeça em seu cabelo, cravando minhas unhas nas suas costas e deslizei minha outra mão no seu peitoral malhado, fazendo um reconhecimento de seu corpo.

Então deitamos em minha cama e nos abraçamos. O seu beijo era quente, sedutor e voraz. Eu mal conseguia respirar, mas parecia até que não tinha necessidade disso. Ele apertava minha coxa com força, mas não forte o suficiente para me machucar. Sua outra mão envolvia minha cintura e me apertava em seu corpo como se nós dois tivéssemos feito sob medida para estarmos naquela posição. Entre nossos beijos, eu sorria. Sim, sorria, pois não conseguia conter a felicidade, que só Jimmy me proporcionava. Sorria por estar com alguém que amo, sorria por essa pessoa ser o meu anjo da guarda.

— Você sabe como me deixar sem fôlego. — Eu disse, hesitante.

Quando falei isso, ele deu aquele sorriso malicioso que é só dele e que me faz delirar. Era incrível a sensação de estar presa nos braços dele. Ele parecia incrivelmente grande, resistente e forte. Como se alguma coisa pudesse bater nele e não feri-lo de forma alguma. Seus olhos perturbadoramente lindos grudaram no meu rosto de forma intrigante, deixando meu coração pular descontroladamente no meio peito. Pude senti-lo. Era meu nome que ele sussurrava ao abraçar meu corpo.

Quando demonstrei meu amor pra ele com beijos e abraços, descobri que olhos não mentem e sim, são uma estampa do coração. Através de seus toques delicados, seus olhares e seus sorrisos, percebi que o que ele sente por mim também é verdadeiro, e que através de suspiros e carinhos ele disse “eu amo você” incansáveis vezes, fazendo-me acreditar e ter mais certeza do que eu sinto por ele e a coisa mais concreta do mundo, porque amar está além da compreensão.


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