Protegida por um Anjo escrita por Moolinha


Capítulo 21
Vinte e Um


Notas iniciais do capítulo

Meninas, vocês me matam! DUAS RECOMENDAÇÕES essa semana!! Eu estava pensando em postar apenas na outra sexta, mas como tive esse presentão, deixei dois capítulos mesmo nessa semana u_u obrigada Clarissa, sua linda! Essa capítulo é dedicado a vc :p.
E não se esqueçam, meninas, curtam a página da fic:

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Depois do terrível natal que tive, passei um bom tempo mofando na minha cama com o Jim tentando me consolar. Passei literalmente duas semanas deitada, saía quando era necessário e só tive coragem de sair de casa quando o recesso do final de ano acabou e minhas aulas voltaram. Sério, fiquei destruída inteiramente, não tinha coragem nem de abrir os olhos.

E a sensação de ver aquele monstro em todo canto?

Nem me fale.

Fico me imaginando como seria se eu não tivesse um anjo da guarda.  Estaria morta, mortinha. E é por isso que sou muito grata por Jimmy estar comigo.

Os meses que se passaram foram relativamente calmos. Deu até tempo de me recuperar – um pouco, de tudo que estava sofrendo ultimamente. E confesso também que o Jimmy teve todo o mérito, pois se por um lado existe um monstro, que é Harry... Existe o meu herói, tanto fisicamente como psicologicamente.

Enquanto andava abobada pelo corredor da minha escola, a senhorita Feck, a adorável diretora baixinha do meu colégio me parou no meio do corredor aberto que dava acesso para o campo, e perguntou:

— Está gostando da nova escola, querida?

Certo, já não é nova escola mais. Entrei em Setembro, já estamos em Fevereiro, ou seja, estudo na Academia Nicolau Glover há cinco meses e a Senhora Feck vem me dizer que é um novo colégio. Ok, ela deve estar ficando maluca.

Olhei para ela e sorri.

Mesmo com a pergunta boba dela, eu estava com um sorriso radiante, é claro. Porque quando meu despertador tocou, Jimmy estava me abraçando dormindo e eu estava com um sorriso mais radiante.  E quando o vi atrás dela, fazendo uma brincadeira pelo tamanho dela, sorri mais ainda, de orelha a orelha.

— Estou adorando, Senhora Feck. Adorando! — Olhei para Jimmy e dei meu melhor sorriso pra ele.

Ele sorriu.

— Vem, vamos! — Louise me puxava irritada, ignorando a diretora.

— Bom, tenho que ir, Senhora Feck. Até mais. — Segui Louise pelo corredor, acenando um adeus para a diretora.

Atrás de nós, Jimmy caminhava pelo corredor vagarosamente, com a mão nos bolsos.

Olhei para os lados para me certificar de que Harry não estava ali, e quando percebi sua ausência, me animei, sentando-me ao lado de Louise.

— Harry não está mais aqui. — Louise olhou para mim, séria. — Sei que está procurando ele.

— Como é? — Não tirei os olhos de Jimmy.

— Ele saiu do colégio e parou de estudar. Os pais deles não sabem onde ele está, e estão dizendo por aí que ele fugiu de casa. — Ela mordeu sua maçã, satisfeita.

— Por quê? — Olhei para ela, atenta.

— Ele andava mexendo com coisas erradas... — Ela pausou, pensativa. —Você sabe! Dizem que ele estava ficando pirado.

Já sei que ele é pirado faz tempo.

Fiquei radiante. E quando Louise viu o sorriso que aflorava em meu rosto, perguntou:

— Você odiava ele tanto assim? — Sua expressão era confusa.

— Claro. O cara quase esmagou meus braços. — Respondi, na lata.

Ela sorriu e balançou sua trança bem-feita.

— Então você não vai precisar se preocupar, não é? Ele simplesmente sumiu, Belatriz. — Ela deu outra mordida em sua maçã.

— Falando em preocupações, Lou, como vão as suas preocupações?

— O quê? As garrafas? — Ela deu um sorrisinho.

— Sim.

— Elas sumiram. — Seus olhos brilhavam. — Faz dois meses que elas não aparecem e nada de estranho ocorre lá em casa.

— Não brinca! — Não escondi a felicidade em minha voz.

— Sim. Meus pais desistiram da ideia de ir para uma nova casa. Está tudo como antes agora, é claro, sem Jimmy.

— Isso é... — Pausei. — Ótimo!

Dá pra acreditar? Ele parou! Fazem dois meses que eu pedi para ele parar! Ele parou de beber lá em sua antiga casa porque eu pedi! Sim, ele realizou meu desejo!

— O que foi? — Ela perguntou, quando viu um sorriso gigante abrir em meu rosto.

Lancei um sorriso satisfatório para Jimmy — que nos observava a alguns metros de distância — e depois olhei para Louise.

— Que bom! Que bom mesmo! — Suspirei, ao ver os olhos de Jimmy fixados em mim. — Como isso aconteceu? — Cruzei minhas pernas.

— Não sei, poxa. Elas só sumiram, sabe? Uma hora estavam lá na mesa de centro, me assombrando. E outra hora não estavam.

Arrumei meu cardigã ao corpo, levantando-me.

— Ei, preciso ir ali na biblioteca.

— Não demora! Estarei aqui. Volte logo.

— Tudo bem, tudo bem. Já entendi. — Dei um sorriso para ela.

Quando sumi da vista de Louise, caminhei com Jimmy até o ginásio da escola e ele possuía um tom melancólico.

— Algum problema? —Disse.

Ele sorriu.

Ele se sentou na arquibancada e ele passou um tempo em silêncio. Senti-me extremamente desconfortada imaginando o motivo dele estar daquele jeito. Fiquei olhando para o teto sem entender nada, mas não resisti, cortei o silêncio.

— O que foi? — Perguntei, mas ele demorou a responder, estava olhando fixamente para o jogo de basquete de alguns rapazes que eu não conhecia.

— São meus amigos. — Ele olhou pra mim e arregalou os olhos. — Quer dizer, eram meus amigos.

— Todos eles?

— Sim. Está vendo aquele que corre com a bola? — Ele apontou para um garoto alto, negro, forte e com o suor escorrendo por sua camiseta branca. — É Ben. Era meu melhor amigo.

Olhei para Ben e vi que ele fez uma cesta.

— Sinto muito. — Foi apenas o que eu disse. Não sou boa em consolar pessoas.

— Tudo bem, já estou morto mesmo. — Ele sorriu, cortando a tensão – era um cara incrível e muito inteligente, não me surpreende que tenha conseguido uma bolsa na Universidade.

Sorri, mas não sabia mais o que dizer.

— Ei, adorei o que você fez.

— O que mesmo que eu faço que você não adora?

Tentei não rir.

— É, claro. Mas é sobre as garrafas. Você parou! Obrigado, sério, sua irmã está radiante.

— Pensei no que você disse. Fui dar uma checada de vi que minha casa estava um inferno. Então — ele deu aquele sorriso pra mim.

— Pode me agradecer essa noite? — Propôs.

— Não acredito que você disse isso. — Eu ri, balançando a cabeça negativamente.

— Droga, Bells, nem eu. Foi a primeira coisa que me veio a cabeça.

— Juro que não acredito que você fez isso, Jimmy.

— Que diabos você tem na cabeça, Bells? É verdade, é, eu parei.

— Claro, que sei, mas Louise está tão feliz, parou com...

— Bells.

— Parou de ficar com medo das suas garrafas e de suas visitinhas...

— Belatriz.

— Com essas suas visitinhas noturnas, ela estava...

— Cale a boca, Belatriz! Pare de falar.

Encolhi-me.

— Desculpe.

Ele riu. Sua gargalhada fez meus pulmões arfarem rapidamente.

— Te vejo de noite, então? — Havia malícia em seu sorriso.

— Como?

— Seu pai vem te buscar hoje, não é? Já que Harry não está aqui...

— Tudo bem. — Sorri, tranquila por saber que Harry não estava mais ali no colégio.

Seus lábios tocaram os meus num piscar de olhos e ele desapareceu.

— Te vejo de noite. — Respondi, com um sorriso débil.


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