Protegida por um Anjo escrita por Moolinha


Capítulo 20
Vinte


Notas iniciais do capítulo

Em comemoração à recomendação que recebi, vou adiantar o capítulo dessa semana hihi
Obrigada, Bia ♥
E ahhhhh! Eu criei uma página no face da fic, então, curtão! É uma ordem u.u (ou não)
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Hoje é dia de natal. Meu pai quis porque quis um jantar comigo, ele e Ana. Concordei sem muita relutância apenas para evitar brigas desnecessárias. Além do mais, esses últimos dias foram tão felizes para mim que até que estava um pouco no clima para cear.

Jimmy e eu estávamos bastante próximos. Seus olhos de cor azeitona e seu sorriso extremamente branco me encantavam todas as noites, em que ficávamos horas e horas trocando beijos e carícias.

— Pai, sé nós formos jantar fora, eu preciso no mínimo ir à cabeleleira — disse avisando, como se fosse quase uma ordem a ele e, em outras palavras também, um “eu quero dinheiro”.

Assim que recebi a verba, meu pai me levou ao salão que era um pouco longe dali. Jimmy estava ao meu lado e o tempo todo piscava um de seus olhos pra mim, fazendo-me ter que segurar o riso para que meu pai não achasse que eu estava ficando maluca.

Assim que cheguei, desci do carro e fui em direção ao balcão. A mulher que me atendeu era uma moça parda, com cabelos pretos e lisos e olhos também pretos.

— Quero escovar meu cabelo e fazer maquiagem. — Disse assim que ela desocupou.

— Nome, por favor?

— Belatriz.

— Sobrenome?

— Keaton.

— Pode se sentar no sofá, já já uma de nossas funcionárias irá lhe atender.

Sentei-me. O sofá era enorme e extremamente macio. Logo após eu falar com a recepcionista, outra mulher entrou no local. Ela andava com um salto extremamente alto, usava um sobretudo branco por cima de calça vermelha. Ela pegou uma revista que estava no suporte e se sentou ao meu lado. Observei-a por alguns instantes, ela aparentava ser magra, percebi ainda mais isso quando ela tirou seu cachecol e o sobretudo, pois nem mesmo sua blusa de mangas compridas conseguiram esconder tamanha magreza. Seus cabelos eram cacheados e curtos. Ela sorria às vezes enquanto analisava as páginas das revistas.

Já estava ficando impaciente naquele local. Ele estava muito lotado e eu já estava desistindo da ideia de sair com meu pai. Nem mesmo Jim estava lá para me tirar do tédio, mas eu entendi seu lado, se nem eu estava aguentando ficar ali, que é meu habitat, imagine ele.

Olhei de soslaio para a mesma moça e percebi que ela também estava olhando para mim. Sorri involuntariamente e ela falou:

— Ninguém merece ficar aqui esperando.

— Concordo — disse aliviada por alguém estar conversando comigo e tirando-me do tédio.

 — É a primeira vez que venho aqui, mas se nos outros dias forem igual a hoje, acho que vai ser a última vez também. — Ela revirava seus olhos enquanto falava.

— Nem me fale e só de imaginar que quando terminar ainda terei que esperar meu pai vir me buscar!

Ela sorriu e assentiu com a cabeça.

— Adolescência é a pior fase — ela completou — você é tratada como bebê para ter um carro, mas é tratada como adulta para as responsabilidades.

— É justamente isso!

— Quando eu era mais nova, eu não aguentava tanta pressão de meus pais, foi aí que eu fugi. Vim morar aqui em NY.

 — Nossa! — Disse — E como você se virou? — Perguntei instintivamente. Percebi o qual indelicada estava sendo, mas por sorte uma funcionária me salvou, pois eu seria atendida.

Fiz tudo que tinha direito. Cabelo, maquiagem e unhas. Quando terminei, paguei a conta e sentei-me novamente no sofá no intuito de tentar ligar para meu pai.

Já estava bem na décima ligação, mas nada dele me atender. Na verdade, nem completava a chamada. Revirei meus olhos e me afundei no sofá entediada.

A mesma mulher que antes estava conversando comigo passou pela minha frente e sorriu.

— Nada do teu pai?.

— Nem notícia.

— Se você quiser, eu posso te dar carona.

— Não, não precisa. Eu agradeço muito, mas não quero ser incômodo.

— Deixa de ser besta, menina — Ela falou isso, ao mesmo tempo que puxava meu braço.

— Vamos, meu carro está logo ali.

Saímos do salão e adamos um pouco, eu fiquei procurando algum carro que combinasse com o estilo daquela mulher. Foi quando, além dela, outra pessoa segurou o meu braço.

— Está entregue — ela disse.

Olhei para o lado e vi Harry. Nesse momento, uma corrente elétrica atravessou minha espinha e senti um enorme buraco em meu estômago.

— Quem é você? — Perguntei para a mulher.

— Olha, seu namorado me pediu para te trazer até aqui. Não me leve a mal, eu só queria dinheiro fácil. Estou com fome.

Ela disse isso e saiu de perto de nós dois. Tive vontade de estapear aquela mulher, socar a cara de Harry e sair correndo daquele local.

— Me dá um tempo, Harry. — Disse revirando os olhos.

— Não sentiu saudades, meu amor? — Ele falou, dando uma gaitada, parecendo até que tinha contado a melhor piada do mundo — Você não achou que eu iria deixar essa data passar em branco, não é mesmo? Com certeza eu tenho um presente para você! Mas vou avisando logo, eu também quero o meu.

Esfriei com o que ele tinha dito. Certamente, o presente que ele queria que eu o desse um saco de pancadas, na qual, o saco seria eu.

— Meu pai já está chegando. Ele vai notar minha falta.

— Eu não estaria preocupado com isso se fosse você — ele falou dando uma gargalhada e me jogando para dentro do carro com muita força.

Olhei para o relógio, eram 6:00 P.M. e nada do meu pai ou de Jimmy. Era impressionante como Jim tinha o dom de sumir exatamente quando eu precisava dele.

Harry deu a partida no carro de forma violenta e seguiu o caminho em uma velocidade enorme. O caminho que ele estava tomando não era desconhecido para mim. Era o mesmo caminho que meu pai tomaria, caso fosse para casa. Mas duvido muito que Harry fosse me levar para casa.

— Onde está me levando, Harry? —Perguntei agressivamente.

— Calada.

— Vai para o inferno! Assim que meu pai der falta de mim, irá à policia e você não quer isso, não é mesmo?

Harry ficou em silencio. Seus olhos estavam vidrados na frente. Ele ultrapassava diversos sinais vermelhos e eu me perguntava se não viria nenhum guarda detê-lo.

Eu vou confessar uma coisa. Tinha medo de olhar para Harry. Ele parecia mais maluco o que as outras vezes e eu temia por mim mesma. Seus olhos estavam vermelhos, talvez fossem drogas, mas talvez fosse apenas uma noite em claro, após pensar diabolicamente no que fazer comigo.

Nós nos aproximávamos do Central Park. Meu coração estava aceleradíssimo e eu faltava pouco não conseguir respirar de tanta angústia.

— Eu vou parar esse carro, mas nem se atreva a sair correndo, pois caso contrário — ele levantou uma parte de sua camisa e eu consegui ver nitidamente parte do revolver que ele escondia.

Embora ele tenha decido do carro, eu ainda continuei ali dentro. Não queria nem imaginar o que ele estava pretendendo fazer ao estacionar dois quarteirões atrás da minha casa.

— Desça.

Nós estávamos em frente ao Central Park West Hostel. Um hostel velho onde diversos estudantes moravam. Nunca entrei ali, nem tenho vontade, pois a impressão que tenho é que iria cair sobre minha cabeça.

— O que viemos fazer aqui? Deixe-me ir para casa!

Harry continuou me puxando com força e eu praticamente estava sendo arrastada.

— Eu não quero entrar aqui!

Mesmo eu protestando, nada adiantou. Ele continuou me puxando com muita força e me obrigou a subir as escadas até o ultimo andar, passando, dessa forma, por diversos andares, nas quais os dois últimos estavam completamente desertos.  Assim que chegamos ao local que ele queria, Harry me empurrou para dentro de um quarto. Tremi, ao pensar onde ele estava querendo chegar.

Com o seu empurrão, eu acabei caindo e tentei me levantar, mas a única coisa que consegui foi um soco no rosto que me fez cair novamente ao chão. Com uma única mão Harry puxou meu casaco e jogou bem longe de onde eu estava. Deixando-me apenas com a blusa de mangas compridas que usava e a calça jeans.

— Hoje você será minha, isso não é romântico, Belatriz? —Ele disse com uma voz cavernosa.

— Eu nunca serei tua — protestei, tentando fugir das garras daquele maluco.

No entanto, assim que tentei me levantar. Harry puxou-me pela gola da minha blusa e jogou-me contra a parede. Fazendo-me sentir uma enorme dor.

Eu gritava, mas por mais que eu tentasse fazer um alarde, mais ficava sem fôlego, por conta da pressão que Harry fazia em mim contra a parede, parecendo até que meu corpo estava colado a ele e a parede.

Sua boca passava pelo meu pescoço e suas mãos pressionavam com força os meus seios e seu quadril estava grudado ao meu. Eu reunia todas as forças que eu tinha, eu o empurrava e tentava esquivar o máximo possível, mas nada estava adiantando.

— Para, por... — tentei falar, mas estava ficando sem forças.

Mal ele me soltou daquela posição e foi logo rasgando a minha blusa verde de mangas compridas que estava usando. Deixando-me apenas de soutien.  Olhei para os lados, mas não via Jimmy. Onde ele estaria em uma hora dessas? Porque ele tinha esse dom de me abandonar tão facilmente?

— Até que você tem um corpo bonito, farei bom proveito dele — disse. Agarrando-me novamente e me jogando na cama.

Foi quando visualizei o abajur, que estava a poucos metros de distancia de mim e o bati com toda força que eu tinha na cabeça de Harry, saindo rapidamente da cama logo em seguida.

— Sua vadia! Pagará muito caro por isso! 

Pensei que conseguiria me livrar, mas Harry me puxou novamente pelos cabelos e arranhou minha barriga, tentando puxar-me novamente contra seu corpo.

Eu segurava com toda força o trinco da porta, até quando minhas mãos deslizaram de vez e ele acabou conseguindo-me agarrar de novo e jogar-me na cama para mais uma sessão de socos e esperneios meus para tentar fugir novamente.

Harry conseguiu, em um descuido meu, algemar-me à cama, deixando-me presa e mais indefesa ainda. Com suas pernas, ele segurava as minhas, o que acabou deixando-me imóvel e começou a deslizar sua mão pelo meu corpo, chegando a desabotoar meu soutien. Eu tentava me contocer, gritava e o xingava. Até que vi o brilho fantasmagórico de Jimmy, dando-me esperança novamente.

— Jim, me ajude!

Os olhos de Jim se encheram de ódio e sem dizer qualquer palavra, ele segurou Harry com as duas mãos e o lançou contra a parede contrária a porta de entrada do quarto, fazendo sua cabeça bater violentamente contra o vidro da janela, na qual, este chegou a rachar.

— Vamos, Bells, vamos sair logo daqui. — Falou ele com sua voz imponente, mas ao mesmo tempo, tranquilizadora.

Assim que tirou as algemas de mim, ele pegou meu casaco que ainda estava inteiro e nós dois saímos rapidamente daquele local, deixando Harry desacordado e trancado pelo lado de fora.

— Obrigada — disse.

Então abracei seu tórax, ficando o mais perto possível dele enquanto descíamos as escadas. Assim que saímos dalí, fui correndo para minha casa. Afinal, o local era apenas dois quarteirões do Central Park, fazendo-me perguntar o porque de Harry ter escolhido um local tão próximo da minha casa.

Talvez fosse para que não levantasse nenhuma suspeita para o meu pai, já que seu plano era me maltratar e eu voltar para casa com a alma em pedaços antes da “ceia” que meu pai reservou em um restaurante.

— Você já chegou, minha filha? — Disse meu pai ao me ver entrando.

— Sim pai, os pais de Louise me trouxeram. Eu a encontrei no salão também.

Entrei em meu quarto e me deitei ao lado de Jimmy. Ficamos um bom tempo agarrados, sem dizer nenhuma palavra ao outro, mas eu sabia o quanto nós dois estávamos afetados por aquilo que acabara de acontecer.

Minutos depois, ele me beijou, de forma serena, acariciando o meu corpo de forma sublime, mas intensa o suficiente para me lembrar o quanto sou grata por tê-lo em minha vida, fazendo, dessa forma, uma gota de lágrima descer pelo meu rosto.

— Eu sempre estarei contigo, Bells — disse ele limpando a lágrima.


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Notas finais do capítulo

Desculpem, esse capítulo foi bem doloroso, mas é isso... Estamos aí, :(



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