A Lenda de Yuan escrita por Seok


Capítulo 2
Feliz dezesseis anos!


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem da narrativa, e da história, de modo geral. Aceito reviews e prometo receber todos muito bem, inclusive — e, talvez, principalmente — as críticas.



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A vida no anel inferior de Ba Sing Se não é exatamente algo que a maioria das pessoas queira. Desde que o Príncipe Wu aboliu a monarquia do Reino da Terra, o atual presidente da Cidade Impenetrável  está trabalhando em melhores condições de vida para todos os cidadãos, entretanto, ainda há muita coisa para se melhorar. Eu tenho o sonho de me tornar um empreendedor e, quando for mais velho, me mudar para a Cidade República e formar algo grande, assim como as Indústrias Sato. A maioria dos meus amigos possuem o desejo de se tornarem grandes mestres na dobra de terra — inclusive o meu irmão gêmeo. Ele é um excelente dominador, e sempre faz de tudo para impressionar as garotas. Vive desafiando os outros meninos para disputas de força, que funciona mais ou menos assim: eles erguem uma pilastra de terra e um de cada lado empurra com a sua própria dominação; quem cruzar a linha primeiro, vence. Eu gostaria de fazer parte desse universo de dobras, mas o talento de dominação não parece estar em mim. Eu sou um dobrador de terra, mas não acho isso algo tão legal, e nem sinto vontade de aprimorar minhas habilidades — costumo comparecer às aulas da academia porque meus pais obrigam e só. Sendo o mais sincero possível, acho que meus pais me deram o nome certo: me chamo Yuan, e essa é a moeda oficial do Reino da Terra. Acho que eu levo jeito com empreendedorismo e vendas. Já o meu irmão, Shun, tem o desejo de se juntar ao Dai Li — um grupo de dominadores de elite que servem como policiais na nossa cidade — e trazer honra à nossa família. Somos completamente opostos.

Aquele era o meu dia. Eu e Shun somos gêmeos, então nossos pais sempre faziam nossas festas em conjunto e convidavam os outros alunos da academia de dominação, o mestre Jiao, e alguns amigos da família, já que o pai costuma fazer amizade com qualquer um. Eu não vou dizer que estava muito animado para os meus dezesseis anos; para ser sincero, meus pais tinham um estranho dom de me fazer passar vergonha em todos os meus aniversários. Tudo bem, a intenção é boa, eu sei, mas eu não pude evitar ficar um pouco ansioso. E, além disso, eu e meu irmão completávamos mais um ano na academia do mestre Jiao e, como teste para passar de um nível para o outro, precisávamos mostrar o que aprendemos. Não estava com muita vontade de levantar da cama, essa era a verdade. O máximo que pude perceber foi quando passei os olhos pelo quarto e meu irmão já não estava mais lá — sem dúvidas ele acordara cedo para não perder um momento da chance de se exibir. Voltei a aconchegar meu rosto no macio do travesseiro e fechei os olhos. Meu prazer, entretanto, foi momentâneo; um grito estridente invadiu meus ouvidos. Era minha mãe.

— Yuan! Você está ATRASADO!

Decidi fingir que não ouvi. Talvez se eu me esforçasse bastante, ela sentiria pena de mim e me deixaria descansar mais um pouco. Até parece, Yuan…

— Se eu tiver que subir até aí, você vai se ver comigo!

Acho que a melhor alternativa no momento foi não afrontar. Tive que reunir toda minha coragem ao levantar da cama e lavar o rosto. Meu cabelo estava um tanto bagunçado, mas com certeza voltaria pior depois do treino, então decidi deixá-lo como estava. Fui até a cozinha e mamãe estava correndo de um lado para o outro, tentando preparar o meu café.

— Filho, você acordou muito tarde — disse mamãe. — Shun já foi para a academia, por que você não se dedica como ele?

— Você vai me comparar ao meu irmão no dia do meu aniversário? — minhas palavras saíram sem nenhuma emoção. Quase revirei meus olhos.

Ela suspirou pesadamente antes de dar continuidade ao diálogo, conforme arrumava a mesa e preparava alguns bolinhos de arroz com molho. Típica comida pesada para um dia de treino pesado — nada que eu detestasse mais.

— Desculpe, querido. Feliz aniversário. Seu café já está pronto.

Eu agradeci com um gesto da cabeça e comi o mais rápido que pude. O melhor de misturar o bolinho de arroz com molho, é que ele fica ligeiramente agridoce, o que é uma delícia, por sinal. Me despedi da mamãe com um beijo e corri para pegar o trem que leva ao anel médio.

 

 

— Ficou grudado na sua cama, Yuan? — disse-me o mestre Jiao, assim que cheguei. Todos os alunos já estavam em posição. O treinamento para passar de nível consiste em uma batalha um-contra-um em alguém que esteja no mesmo estágio que você, e a maioria já parecia ter lutado. — Guardei um oponente especial para você. Veremos como se sai. Shun, pode se aproximar.

Desejei ter tomado um soco no estômago. Acho que a sensação teria sido melhor do que ter que lutar contra meu irmão em uma luta séria. Ele era um excelente dominador e raramente mostrava piedade em seus combates; eu já o tinha visto nos testes passados e ele sempre pegava bastante pesado com os adversários.

— Posição! — bradou o mestre.

Shun e eu ficamos frente a frente. Suas pernas imediatamente tornaram-se rígidas, com uma postura típica de um dobrador de terra tradicional. A minha, entretanto, consistia nas pernas brevemente espaçadas e as palmas das mãos semelhantes à de um louva-deus — daí o nome, estilo louva-deus, o mesmo da antiga, porém lendária, Toph Beifong. Meu irmão olhava-me bem nos olhos, como se tentasse me intimidar. Éramos exatamente iguais — a mesma pele morena, o cabelo castanho-escuro, os olhos verdes —, mas ainda assim, ele aparentava ser muito mais ameaçador que eu.

— Comecem!

Shun não perdeu tempo. Pisoteou o chão duas vezes, erguendo duas pedras do chão e, num ímpeto, golpeou o ar bruscamente e as disparou sem piedade contra mim; consegui desviar de uma, e a outra tive que aparar com a minha própria mão, despedaçando a estrutura rochosa em vários estilhaços. Eu hesitei em atacá-lo, um erro fatal. Meu irmão atirou mais duas rochas na minha direção e eu só tive tempo de cruzar meus braços em um formato de ‘’X’’, a colisão gerada me obrigando a recuar. Eu girei minha perna por cima do corpo quando ele arremessou outra rocha, e fiz com que essa mesma pedra se voltasse contra ele, colidindo-a contra o seu corpo e arremessando-o para trás. Seus pés imediatamente firmaram-se no chão, brutos, e com um soco no ar em diagonal de baixo para cima, ele fez com que um pilar de terra brotasse direto contra as minhas costelas, atirando-me contra o chão. Deixei com que meu corpo deslizasse, apesar de sentir dor, e ergui os braços em lateral, projetando uma elevação de rochas que seguiam como um deslizamento para cima na direção de Shun. Ele não teve problemas ao erguer um muro diante do meu ataque e, depois, golpeou seu próprio forte e repartiu-o em duas partes, disparando-as violentamente contra mim. Aquilo me atingiu em cheio, primeiro no rosto e depois na barriga, e meu corpo foi expulso aos capotes pelo chão, quicando três vezes aos rodopios antes de parar completamente. Eu estava totalmente dolorido, mas parecia impossível para mim lutar a sério contra meu próprio irmão. A dor das rochas já era demais. Tentei me levantar, mas minhas pernas fraquejaram. Era o fim.

— Basta — ordenou o tutor.

Pensei que Shun fosse me ajudar a levantar, mas ele pareceu só se importar com o som dos aplausos que recebeu dos outros alunos. Seus braços abertos faziam o gesto típico de um vencedor exibido. Aquilo me irritou profundamente. A forma como ele se exibia, mesmo quando se tratava de mim, seu próprio irmão, era algo desumano e completamente esnobe. Eu estava totalmente dolorido e tentei me levantar, até que, inesperadamente, um menino envolveu meu braço em seu pescoço. Não parecia estar muito confiante, mas ele me levou para a parte interna da academia e me deixou sentado em um dos Futons. O silêncio se instalou por alguns longos instantes até que um dos dois finalmente decidisse falar, e foi ele quem o fez:

— Você foi bem.

— Eu levei uma surra do meu próprio irmão — respondi, áspero. — Eu não fui bem. Fui um fracasso.

— Perder faz parte — respondeu o garoto. — O que importa é não desistir, entende?

— Me desculpe pela indelicadeza, mas… quem é você?

Agora que pude observar o rapaz diante de mim com mais atenção, percebi que ele não fazia muito o estilo típico dos moradores do anel inferior ou do anel médio. Parecia mais um garoto rico, bem novo, cerca dos quatorze anos. Era bronzeado, em um tom queimado do sol, e os olhos eram bastante azuis.  Sua cabeleira cor-de-cobre era visivelmente bem tratada — algo incomum para um dobrador de terra, visto que a grande maioria vive com resquícios de poeira de rochas ou coisas do gênero em cada mecha — e contrastava perfeitamente com suas vestimentas aparentemente de primeira mão. Também estava usando uma espécie de bolsa pendurada no ombro,  sustentada no ombro por um pano dourado até a cintura. De qualquer forma, ele era até bonito, mas desconhecido. Eu nunca o vira em toda minha vida, nem de relance. Talvez fosse só um novato querendo ser útil.

— Meu nome é Fang. — respondeu, ajoelhando-se bem perto de mim. — Me permite? — E abriu uma caixinha antes depositada na bolsa que carregava consigo, aparentemente medicinal. Fiquei um pouco constrangido, já que era um completo estranho, mas assenti com a cabeça.

Fang pegou a parte traseira da minha perna, a panturrilha, e a sustentou com a palma da mão. No momento em que senti seu toque, acabei torcendo um pouco os lábios por causa da dor. Ele retirou, então, de dentro de sua caixinha de primeiros socorros, uma pequena garrafa d’água e a destampou. Para a minha surpresa, ele movimentou as mãos como se chamasse o líquido, e ele seguiu seus comandos. Com gestos suaves, a água traçou um caminho no ar até englobar minha perna e, então, adquiriu um brilho azul-celeste. O mero contato com a água fez um arrepio de prazer percorrer todo meu corpo, e ela pareceu levar embora, gradativamente, toda a dor. Fang era, claramente, um dobrador de água. Ele permaneceu em silêncio por alguns instantes, concentrado em sua dominação, até finalmente rompê-lo, englobando sua mão com a fina camada de água.

— Onde mais está doendo?

— Minhas costas…

— Eu cuido disso.

Ele levantou e posicionou a mão na parte traseira do meu corpo, e novamente, pude sentir o líquido entrando em contato com a minha pele, promovendo mais arrepios em meu corpo e uma sensação de alívio e um frescor maravilhoso de se sentir. Eu resmunguei um pouco quando o curandeiro guiou a água novamente para dentro de seu compartimento, visto que a sensação era uma das melhores que eu já sentira.

— Melhor? — perguntou Fang, dando um sorrisinho quase imperceptível.

— Muito melhor — garanti. — Você é um dobrador de água? O que faz aqui em Ba Sing Se?

— Eu moro aqui. Minha mãe é dobradora de água e meu pai é um dobrador de terra. Parece que eu puxei mais pro lado maternal, então trabalho como curandeiro aqui na cidade. — Ele indica seu ''kit'' de primeiros-socorros com um gesto das mãos, dando alguns tapinhas sobre ele. — Não pude desenvolver minha dobra d’água ao nível de luta, já que não tem um mestre de dobra aqui e minha mãe não é uma mestra.

— E por que estava aqui, em uma academia de dominação de terra?

— Porque o meu irmão é um, e esse é o primeiro ano que ele faz um teste para passar de nível, então eu decidi vir.

— Eu devo conhecer o seu irmão, eu acho…

— Acredito que não. Ele faz aulas particulares, já que não gosta muito de se expor.

— Sifu Jiao dá aulas particulares?

— Nossa família tem bastante dinheiro, então foi bem fácil conseguir.

— Dá pra notar. Você não parece o tipo de pessoa que mora no anel inferior…

— Eu sou do anel superior. Bem, até logo. Qual seu nome mesmo?

— É Yuan.

— Foi um prazer, Yuan.

O rapaz levantou-se e um singelo sorriso resplandeceu em seus lábios. Inclinou-se como despedida e seguiu até a porta. Inúmeros pensamentos se passaram por minha cabeça a cada passo que Fang dava. Eu devia agradecê-lo de alguma forma, tanto por ter sido gentil, quanto por ter me curado. Ele já estava quase cruzando a porta quando as palavras dispararam para fora de minha boca.

— Ei, espera! — exclamei. — Hoje é meu aniversário, eu queria saber se… bem, já que você me ajudou… quer ir à minha festa?

Ele parou de andar e virou novamente para mim, como se me estudasse dos pés à cabeça. Ele fez que sim com a cabeça e eu combinei de me encontrar com ele aqui mesmo, na academia, para que eu pudesse levá-lo até minha casa. Eu o questionei se ele não preferia ir sozinho, no entanto, ele refutou minha pedida ao dizer que nunca andara sozinho no anel inferior e que tinha medo que algo pudesse acontecer. Decidi não argumentar e nem prolongar muito o assunto. Finalmente nos despedimos e eu voltei para o lado externo da academia. No momento em que bati o olho em meu irmão, senti meu corpo ferver de raiva; tanto pela forma egocêntrica como ele estava agindo, quanto pelas expressões de triunfo presente em seu rosto. O professor fez sinal para que todos os alunos — inclusive eu — se reunissem para que ele pudesse escolher os que foram aprovados para passar para a próxima faixa. Eu não estava lá muito confiante de que seria escolhido, e pra ser sincero, estava torcendo para ser escolhido.

Um a um, nosso mestre foi passando a distribuindo as faixas para aqueles os quais ele julgava qualificados. Ele passou por mim, me olhou por alguns instantes e balançou a cabeça negativamente, depois de prosseguir. Eu não fui aprovado. Talvez eu conseguisse, se meu adversário não fosse meu próprio irmão. Para mim, parecia uma tarefa quase impossível enfrentá-lo à sério, mas para ele, parecia prazeroso poder me bater. Quando finalmente todas as faixas foram distribuídas, os discípulos foram dispensados e meu irmão e eu fomos pegar o trem de volta para o anel inferior.

Nossos pais já estavam armando os preparativos para a festa quando chegamos. Meu irmão, obviamente, foi saudado no momento em que contou sobre sua faixa nova. Eu, por outro lado, não recebi nenhum elogio ou mesmo um consolo. Fui completamente deixado de lado, ofuscado pela sombra do meu irmão. Sei que meus pais não faziam de propósito, ou pelo menos, eu queria acreditar que não era de propósito, mas acho que Shun era realmente um filho melhor que eu. Fui direto para o quarto e tentei me arrumar da melhor maneira possível, mas digamos que eu não tinha lá roupas muito formais e nem chiques, como o meu novo convidado, o Fang, com certeza tinha. Levei meia hora tentando encontrar alguma roupa que chegasse perto das que ele tinha, nada muito formal, mas que fosse estiloso. Quando eu estava pronto, o sol já não se fazia mais presente no céu, deixando com que a lua brilhasse em todo o seu esplendor, magnânima, na noite permeada de estrelas. Não quis deixar Fang esperando, então saí de casa assim que pude e peguei o trem.

 

Lá estava ele, na frente da academia, como combinado. Usava uma roupa tradicional da tribo da água, embora um tanto mais moderna e fina. Ele me parecia um pouco ansioso com algo e ficou a maior parte do tempo olhando para as próprias unhas — embora eu tenha tido a ligeira impressão de que ele já tinha me visto. Fiquei um pouco sem graça de falar com ele, já que parecia bastante desinteressado, contudo, reuni coragem e me anunciei com um elogio:

— Sua roupa é incrível!

— Ah, obrigado. — Ele sorriu. — A sua também está ótima. Você mora muito longe?

— Não muito. Só precisamos pegar o trem e chegamos lá rápido.

— Eu nunca andei em trem — comentou Fang, como se fosse a coisa mais normal do mundo. — Normalmente o meu pai me traz em um satomóvel…

— Não é perigoso. Vamos indo!

Seguimos até à estação e esperamos pelo trem, em silêncio. Aparentemente, nem eu nem ele tínhamos assunto — ou talvez só estivéssemos com vergonha de parecer idiota um pro outro, isso é, se ele estivesse se sentindo da mesma forma que eu. Ele já me viu tomar uma senhora surra e eu não precisava parecer mais besta ainda. Levou pouco tempo até chegarmos em minha casa, e a festa já estava rolando. Mestre Jiao estava conversando com meus pais e pude ouvir de relance algo sobre como o Shun é um excelente aluno e será um grande dobrador, e eu decidi não interromper. Vários dos colegas do meu irmão estavam lá também, assim como boa parte da vizinhança. Enfim, uma típica comemoração da classe baixa.

— Eu não acredito que você aceitou vir pra cá. Pensei que um garoto rico como você fosse achar isso aqui uma espelunca.

— Eu não sou preconceituoso. Além do mais, você me pareceu ser legal. Por que não aceitar?

Eu não soube exatamente o que responder, então um sorriso foi responsável por dizer como eu me sentia com aquilo e decidi mudar de assunto.

— Você precisa voltar cedo pra casa?

— Eu não tenho um…

Fang estava prestes a concluir sua fala quando o Dai Li invadiu a rua. Uma pequena equipe de quatro desses militares, acompanhados de um homem idoso, com o rosto carimbado por marcas de idade e cicatrizes de batalha e portador de uma túnica azulada e uma flor de lótus branca no peito marchavam pelo estreito, e todos os cidadãos abriram espaço. O Dai Li, conhecidos tanto por sua tirania quanto por seu poder destrutivo, facilmente impôs sua supremacia em todos aqueles que ousaram ficar em seu caminho. O homem mais idoso entre eles aparentava ser uma pessoa de bom caráter, e pude identificar várias medalhas em sua túnica, além da flor de lótus. Toda a atenção da festa, inclusive a dos meus pais, irmão e mestre, foi imediatamente voltada ao pequeno quinteto. Papai imediatamente tomou a frente da multidão e seguiu até o membro mais velho, provavelmente reconhecendo-o.

— O que um grande membro do Lótus Branco faz em nossa humilde cerimônia, senhores?

E um silêncio sombrio fez-se presente em todo o cenário. O membro do Lótus Branco respirou pesadamente e suas falas saíram por entre dentes, como se tivessem sido ensaiadas.

— Estamos aqui para anunciar a identidade do novo Avatar.

Uma excitação e fulgor atípico começou. Alguns observadores mordiam os dedos em grande tensão. Outros nem piscavam os olhos, para não perder detalhes da cena. Muitos cochichavam entre si, ansiosos e curiosos pelo desfecho daquela cena. Depois dos grandes feitos do Avatar Aang e da Avatar Korra, o simples nome do portador do espírito da luz traria um fardo e respeito imensurável para o Escolhido.

— Será uma honra servi-lo. Todos saúdam o Avatar Yuan.

E creio que por um momento mínimo — quase inexistente — todo o meu corpo travou. Meu estômago pareceu se revirar dentro de mim. Rezei a qualquer força superior que existisse, algo que as pessoas creem serem os deuses, que meus ouvidos tivessem me enganado. Mas não fui atendido. Todos, inclusive os membros do Dai Li, estavam ajoelhados. Eu era o único de pé.

Gostaria de dizer que recebi bem a notícia.

''Eu sou o Avatar.’’, e meu mundo pareceu desabar quando esse pensamento me correu pela cabeça.


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