O Potter concordou. Com um simples aceno da varinha as memórias foram duplicadas dentro do pote.

—Eu estou curioso com uma coisa, se você é um Auror. Como você e a Mione se conheceram?- Harry perguntou.

— Bem…- Hermione ficou vermelha.- Eu sou uma das pessoas vigiadas pelo Ministério por causa do meu … probleminha. Charlie se tornou o Auror designado a me vigiar, passamos a conversar bastante e acho que em algum momento a amizade se tornou algo mais.

— Oh, eu entendo. Comigo e com a Ginny foi assim, me lembro quando a paixão de fã dela se tornou amizade e em algum momento amor. - Harry sorriu um pouco, mas depois sua expressão se tornou confusa.- Que probleminha?

— Você sabe, aquilo.- Hermione o olhou e percebeu que ele não sabia.- Você realmente não sabe , não é? Acho que minha vida foi realmente diferente no seu mundo, você disse que meus melhores amigos eram você e o irmão mais novo de Charlie não é?

— Sim. Eu, Ron e você eramos inseparaveis. A alma, o coração e o cérebro, éramos como um.

—Imagino que vocês devem ter impedido meu terrível destino por apenas existirem.- A castanha olhou tristemente para o Potter. - Você sabe que eu sou uma nascida trouxa não é?

—Sim.

— Quando eu era mais nova, antes de descobrir que existia um mundo com magia. Coisas estranhas aconteciam ao meu redor, objetos se moviam quando eu estava estressada. Minha magia acidental acontecia muito frequentemente e coisas estranhas não eram bem vistas pela minha família. Eu era estranha, uma aberração. Fui levada a várias igrejas e lugares religiosos para que expulsasse o “demônio” em mim que me fazia ser estranha. Meus pais não entendiam, e nem eu. Passei a odiar a mim mesma, a minha magia e eles a me afastarem. Durante grande parte da minha infância fui afastada, colocada em colégios internos. Colégios religiosos. As freiras me maltratavam, tentavam afastar o demônio e minha magia ficava cada vez mais exaltada. Fui ensinada a odiar a magia, odiar quem eu era. - Hermione respirou lentamente e Charlie segurou a mão dela.- Eu fui expulsa do colégio, meus pais estavam gritando comigo até que alguém bateu na porta. Lá estava a Professora Potter com a minha carta para Hogwarts, ela explicou que também era uma nascida trouxa. Explicou que existia um mundo secreto, cheio de magia e a pessoas iguais a mim. Eu não era uma aberração, meus pais ficaram aliviados ao saber que eu não era a única assim e que um lugar poderia me aceitar como eu era e me treinar para não ser perigosa.

—Mione disse que antes passou por muitos internatos. - Harry falou arregalando os olhos.- Mas nunca disse o porque. Ela nunca mencionou nada… a família dela sempre foi muito carinhosa.

— Minha família se tornou carinhosa depois de me entender.- Hermione disse.- Mas, esse não é o problema. Eu fui ensinada a odiar quem eu era, o que eu era. Pensei que em Hogwarts eu seria aceita, seria igual aos outros. Eu fui selecionada para a Grifinória, o chapéu disse que eu era muito corajosa por ter enfrentado tudo o que enfrentei na infância. No entanto, meus colegas não gostaram de mim, meu cabelo alto demais, meus dentes grande e minha inteligência que deveria estar em um Ravenclaw não em uma Grifa.  Me zoavam, jogavam coisas em mim. Passei a odiar eles, e principalmente a mim mesma que não era aceita nem mesmo no mundo ao qual eu devia pertencer. Um dia Lila Brown cortou o meu cabelo, me deixando quase careca, todos riram de mim. Eu estava tão irritada com ódio, raiva que tive uma explosão de magia. Foi a primeira vez que meu Obscurus apareceu.  Eu me tornei um Obscurial. O último Obscurial registrado foi Credence Barebone e quando o descobriram, ele destruiu metade de Nova York.

—Então…- Harry olhou sua amiga com novos olhos.

— Eu precisava de uma âncora, algo que fizesse com que eu gostasse da magia, que eu gostasse de mim mesma. Provavelmente sua Hermione não se tornou um Obscurial por ter você e irmão de Charlie. Nesse mundo, eu não tive vocês. Você estava morto e o outro nem sequer existe. Desde aquele dia eu sou acompanhada por algum Auror, meus pais não sabem, mas todas as casa ao nosso redor foram compradas pelo o ministério. E todos os nosso vizinhos são bruxos prontos para me matar se necessário Acho que na verdade metade deles adorariam me matar, serem conhecidos por terem matado um Obscurial, um ser feito apenas de magia. Charlie foi designado como meu Auror acompanhante no 5 ano.  A verdade é que eu não posso ter fortes emoções. .- Hermione olhou para o Potter.- Você disse que sente muito por eu ter morrido para salvar você, que fomos perseguidos por um bruxo das trevas desde os 11 anos. Mas, não se desculpe . Deve ter sido melhor do que ser metade de uma criatura mágica feita de ódio e magia em um mundo onde todas as criaturas mágicas são caçadas e as as que não são mortas são expostas em lugares como zoológicos. Diga para seu elfo doméstico ter cuidado , um dos únicos lugares no mundo onde ainda existem elfos é em Hogwarts.

—Todas as criaturas?- Harry olhou para Remus Lupin, ele não tinha nenhuma cicatriz. Nada que o liga-se  a um lobisomem. - Mas, a maioria é inofensiva ou vive a própria vida sem interferir na dos trouxas e bruxos.  Os Lobisomens por exemplo, são inofensivos se utilizarem a Wolfsbane  já que ela os impede de perder a mente. - Harry se lembrou de Snape o ensinando a fazer a poção se algum dia eles precisassem.

—Wolfsbane? A planta? - Perguntou Lily.

— Não , a poção inventada por Damocles Rowle.- Harry se lembrou vagamente de ter comprado um sapo de chocolate com o cartão Rowle.

— Rowle? Acho que essa família não existe mais.- Blaize disse.

Harry se assustou tinha esquecido do Slytherin, na verdade se esqueceu de todos que estavam na sala. Harry Potter percebeu que esse mundo não era muito diferente do seu, os preconceitos apenas eram para coisas diferentes. Enquanto em seu mundo existia o preconceito de sangue, neste o preconceito se dirigia às criaturas fantásticas ou a mestiços. Falando em mestiços, se lembrou de Fleur Weasley (Delacour)  ela era um quarto de Veela.

—E as Veelas? Ou os meio-veelas? - Harry se preocupou e dessa vez olhou Bill.

— Criaturas horripilantes.- Comentou Bill Weasley estremecendo um pouco.- Encontrei uma na frança uma vez, ela estava se escondendo e  com muita raiva atirava fogo pelas mãos  e parecia muito com uma harpia. Acho que o nome era Fleur Delador … Delasar… não me lembro o sobrenome. Aparentemente antes da caça as criaturas ela pertencia a uma família muito influente da França-Bruxa. Mas, ao saber da caça ela se juntou a resistência.

—Delacour.- Disse Harry, olhando com uma mistura de pena e descrença para Bill.- Em meu mundo, Fleur Weasley Delacour um quarto-veela. Competiu no torneio tribruxo, e mesmo depois do noivo Bill Weasley ter sido arranhado por um lobisomem se casou com ele e disse que não importava se ele tinha características de alguém com lycanthropy. Molly não tinha a aprovado porque disse que alguém de uma família rica como a dela não podia estar realmente apaixonada por um Weasley. Demorou algum tempo para Fleur conquistar Molly, mas elas se tornaram quase como velhas amigas. O casamento de Fleur foi um casamento duplo. Eu e Ginny, ela e você Bill.

— Eu não me sinto bem depois dessa conversa. Vou para o que acho ser o meu quarto. - Harry se levantou e pegou Teddy dos braços de James.- Hermione não ligue para o que disserem de você, Molly a amaria de qualquer forma, Ron a amaria de qualquer forma e eu a amo de qualquer forma. Não importa qual é a sua origem , ou qual é o seu sangue. Meu mundo foi arruinado por preconceitos como esse, eu lutei minha vida inteira pela igualdade entre todos. Perdi meus pais para um lorde das trevas porque eles defendiam o direito dos nascidos-trouxas de viverem. A maioria aqui lutou e morreu por esses direitos em meu mundo, retirando é claro o traidor e zabini.  O pai desse menininho aqui, o pai de Teddy é um lobisomem e ele foi um herói e a mãe dele é  uma metamorfa meio-sangue, filha de m trouxa e uma mulher de uma antiga casa puro sangue cheia de preconceitos.

Harry Potter se virou e saiu da sala .