Your Love Is A Drug escrita por Julie Kress


Capítulo 16
Arrependimento


Notas iniciais do capítulo

O título já diz tudo, né???

Aqui está o capítulo inteiramente narrado pelo Nerd haha

Música do capítulo:

What Hurts The Most de Rascal Flatts.

Boa leitura!!!



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Semanas depois...

P.O.V Do Freddie

Grinch, o meu amado gato estava sumido à quase uma semana. Eu estava preocupado com ele, mas minha namorada não dava à mínima.

— Você devia se livrar dessa lata-velha e comprar uma moto de verdade! - Valerie reclamou.

Ela só sabia reclamar, choramingar, falar de coisas fúteis e se gabar o tempo todo.

— Estou juntando dinheiro para isso, Val. - Falei, mas eu gostava da minha Lambretinha e não via problema nenhum nela.

— Para onde você vai me levar, Tchuco? - Se agarrou em mim.

Ela era grudenta, do tipo grudenta até demais. E estava começando a me sufocar, ligava umas 30 vezes por dia, mandava umas 80 mensagens por dia. Sempre queria ficar sabendo o meu paradeiro, com quem eu estava, o que eu estava fazendo e coisas do tipo... Ela era uma namorada exagerada, para não dizer outras palavras.

E eu odiava os apelidos que ela me dava: Tchuco, Freddyco, Ursinho, Frêh, Fofinho, Fredbaby e etc... Era cada apelidinho bobo.

— Nós vamos ao Burguer Rory's. - Respondi lhe entregando o capacete.

— De novo? - Me olhou incrédula. - Eu tô de dieta, Frêh! Quer me ver gorda e com a pele oleosa? Eu não como hambúrguer, nem frituras e muito menos qualquer comida gordurosa. Faz mal para a saúde e são nojentas! - Torceu o nariz, enojada.

— Podemos ficar no meu apartamento, então, assistir algum filme, tem sorvete, eu posso fazer pipoca, o que acha? - Eu fazia de tudo para agradá-la.

— Eu escolho o filme. Nada de terror, ação ou suspense. Já te falei, você não me ouviu? Estou de dieta. Odeio sorvete e pipoca faz mal. - Colocou o capacete.

Fomos à locadora, Valerie quis levar 5 filmes, todos com o gênero romance/drama, só pelos títulos percebi que eram melosos demais.

Quando chegamos ao meu apartamento, fiz pipoca apenas para mim e colocamos o primeiro filme. 'Jamais Te Esquecerei, Amor'.

Pensa num filme meloso, sem graça e muito entediante.

— ACORDA! - Valerie gritou me sacudindo.

Quando acordei, vi que ela estava chorando.

— Não acredito que você dormiu, Tchuquinho... Ah, ele morreu... Morreu... - Começou a soluçar.

— Quêm morreu? - Esfreguei os olhos, confuso.

— Quêm mandou você dormir? Saberia se não tivesse caído no sono. Que droga, Ursinho! - Ela me olhou irritada.

Colocou o segundo filme que se chamava 'Um Amor Sem Barreiras'. Se aconchegou em mim e me fez assistir outra chatice melosa.

Comecei afagar seus cabelos, os fios eram escuros, bem lisos e fininhos.

— Ai, para! Não enrole o meu cabelo. Ele vai ficar todo embaraçado! - Reclamou se afastando e me olhando irritada.

Eu nem tinha percebido que estava enrolando suas madeixas.

— Foi mal... - Me desculpei sem jeito.

— Ela morreu... - Voltou a olhar para a tela. - Ah, meu Deus, a coitadinha morreu... - E mais uma vez caiu em prantos.

[...]

— Ah, assim, não. Não me aperta, não seja bruto, Frêh. Eu sou delicada e você fica me apertando... Não quero ficar com marcas e eu não gosto quando você deixa chupões no meu pescoço. Fica feio e é difícil de encobrir... - Reclamou quando estávamos no meio de um amasso.

Delicada. Muito delicada e cheia de frescurinhas. Valerie sabia como acabar com o clima.

— Desculpa. - Eu já estava ficando cansado de ficar pedindo desculpas.

Ela era cheia de: 'Não toque aí', 'Não me aperta', 'Vai devagar', 'Não bagunce o meu cabelo', 'Não me deixe marcada' e blá, blá, blá...

— Fica por cima, mas vai devagar... - Ela já estava parcialmente nua.

Valerie tirou o sutiã rosa-pink, seus seios eram pequenos, retirou a calcinha rosa, ela era toda lisinha e por ser delicada, ficava reclamando na hora H.

Seu corpo era magro, não tinha muito onde pegar. Seios pequenos, pernas longas e finas, cintura muito fininha, quadris estreitos, bunda pequena e aqueles ossos ressaltados de suas costelas me causavam certo incômodo...

Valerie quase não comia, vivia à base de saladas, frutas e dietas malucas com pouquíssima calorias. Aquilo era preocupante. Ela estava ficando muito magra.

Fizemos sexo, mas não foi muito satisfatório para mim. Foi rápido, mecânico e só ela chegou ao orgasmo em menos de 4 minutos. Pelo menos, foi bom para ela.

A morena acabou adormecendo nua, a cobri com o edredom. Fiquei a abservando, seus cabelos compridos e lisos espalhados pelos travesseiros, o corpo encolhido, o rosto sereno.

Seu cheiro estava em mim, na colcha da cama, nos travesseiros e no meu edredom. Perfume e loção corporal, aroma adocicado e enjoativo. E confesso, o seu perfume já estava me deixando nauseado.

Era uma mistura de amoras e cerejas.

E no fundo, eu sentia falta do cheiro de uma certa garota... Morango. Apenas uma essência, um cheirinho gostoso e nada enjoativo.

Os cabelos da garota adormecida na minha cama, ao meu lado, eram bonitos, lisos e compridos, mas não se comparava aos cachos curtos e dourados com cheiro de lavanda. Nem a maciez se comparava... Os cabelos de Valerie tinham cheiro de pêssego, outro aroma enjoativo.

O tom de pele, a cor dos olhos.

Sua pele era clara, mas não tão clara. E ela não tinha pintinhas espalhadas pelos ombros, costas, busto e barriga. Não tinha uma bela pintinha no canto da boca e nem curvas ressaltando seu corpo...

Seus olhos era bonitos, num tom verde-claro, mas os olhos azuis-esverdeados que mudavam de cor me encantavam mais.

A voz. A personalidade. Seu estilo. Seu jeito. As manias.

Elas eram opostas. Impossível compará-las.

"Merda! Por quê tenho que tentar compará-las em tudo? Por quê tô pensando nela? Eu tenho namorada, porra! Estou com a Valerie. A Sam não é nada para mim... Por quê não consigo parar de pensar nela? Por quê diabos estou sentindo falta dela? Por quê?"

[...]

No dia seguinte...

— Tenho planos para hoje, Fredbaby. Vamos passar o dia inteirinho no shopping. O que você acha, môzinho? - Perguntou super animada.

Havíamos acabado de tomar café da manhã. Eu ia deixá-la em casa, pois ela morava com os pais. Era filha única e super mimada.

— Valerie, precisamos conversar, que tal sentarmos? - Indiquei o sofá.

— Que tom é esse? Você está tão sério, Tchuquinho. Está me preocupando. Aconteceu alguma coisa? - Perguntou alarmada.

— Por favor, senta! - Pedi.

Ela sentou, ainda relutante e colocou a bolsa sobre as coxas.

Decidi não enrolar. Fui direto ao ponto.

— Eu não quero mais namorar você. - Senti um certo alívio ao colocar aquilo para fora.

— O quê? Está brincando, né? - Levantou num pulo.

— Não estou brincando, Valerie. Para mim, esse namoro não está mais dando certo. - Aquilo era verdade. - Mas ainda podemos ser amigos. E vou te dar um conselho, você é uma garota linda e não precisa passar fome para se manter magra. Você precisa se tratar, Valerie, ou vai acabar morrendo. - Falei preocupado.

— NÃO! - A morena gritou. - Você não pode estar falando sério, não pode. Vamos fingir que você não falou nada disso, ok? Eu não estou brava. - Forçou uma risada. - Agora se arrume, porque nós vamos passar o dia todo...

— Não, Valerie, eu não quero mais continuar com esse namoro. Me escuta, foi legal ficar com você, foi bom, mas não está mais dando certo. Você é uma garota bonita, inteligente e eu gosto de você, mas não da maneira que eu achava que gostava... Não estou apaixonado, essa é a verdade, não podemos mais ficar juntos e eu sinto...

— Nem termine essa frase, Fredward, nem termine. - Me interrompeu. - Você não me merece, sou boa demais para um cara como você que nem tem dinheiro para me levar a um lugar legal. Nem sei porque perdi meu precioso tempo com você! Você é chato, não tem bom gosto e pilota uma Lambretinha feia. E tem mais... EU TE TRAÍ! - Valerie gritou jogando na minha cara. - Eu te traí com um cara mais velho, ele dirige um carro bacana e tem dinheiro para me bancar! - Ela disse sem remorso algum. - Adeus, fracassado! - Dizendo isso, ela me deu as costas e foi embora batendo a porta com raiva.

Fiquei ali parado, tentando digirir tudo aquilo.

Como assim ela havia me traído?

Me senti um pacana, troquei uma garota legal, engraçada e incrível por uma patricinha interesseira, chata e infiel.

"Bem feito, seu imbecil, você merece isso!"

Meu arrependimento apenas aumentou. Deixei a garota certa e acabei me envolvendo com a garota errada.

A Sam não merecia o que eu tinha feito com ela.

Só fui perceber que estava apaixonado pela loirinha marrenta quando o arrependimento bateu à porta.

[...]

Uma semana depois...

Faltava uma semana para as férias acabarem, uma parte de mim estava feliz porque em breve eu retornaria às aulas. Era o último ano mesmo, minhas notas eram as mais altas da turma.

A Sam fazia falta na loja, meu cunhado Brad me perguntava por ela e eu sempre não sabia o que responder. Carly ficou muito triste quando soube que a loira não morava mais comigo.

A culpa era minha. Toda minha por ela ter ido embora e por ter se demitido da loja.

Eu sentia uma tremenda falta dela. Muita falta mesmo.

Do seu sorriso grande e radiante. De sua risada escandalosa, da gargalhada engraçada. Do brilho no seu olhar. Da sua voz e de sua cantoria. Do seu perfume frutal e do aroma de seu shampoo. Do seu jeito único de ser. De seus beijos. Do seu corpo. De tê-la por perto.

Eu até sentia falta dos apelidos que ela inventava para mim. De suas manias. De sua implicância. Da bagunça que ela deixava...

Eu simplesmente sentia falta de Sam Puckett.

— Por quê está quase chorando? - Brad perguntou tocando no meu ombro.

— A Sam foi embora porque eu a magoei. - Falei para o meu melhor amigo/cunhado.

— Cara, o que você fez com a loirinha? - Indagou, indignado.

— Tenho vergonha até lembrar... Agora ela me odeia. - Falei triste, cheio de remorso.

— Pisou feio na bola, então... Coitada da Sam, seja lá o que você fez, ela não merecia... - Disse decepcionado e com razão.

— Nenhuma garota merece o que eu fiz com ela. Eu fui um covarde e me arrependo muito pelo que fiz... - Admiti.

Horas depois...

Assim que passei pelas portas-duplas do Vitamina Da Hora, eu logo a avistei no estabelecimento. Linda como sempre.

Com seus cachos curtos em uma bela 'desordem', com um certo volume. De jaqueta, jeans e botas sem saltos. Tão linda... Sexy como sempre foi e eu pouco reparava.

Ela não precisava de maquiagem para ficar bonita. Pois ela já era linda do jeito que era... Como eu não havia percebido antes?

Eu queria ir até lá, onde Sam estava... Contei até dez tentando obter coragem. Travei no segundo passo.

Sam não estava sozinha.

Um cara com estatura mediana, ruivo, com estilo despojado, usando uma simples jaqueta jeans a abraçou por trás e depositou um beijo em seu pescoço.

A loira sorriu pegando dois copos de vitamina que estavam sobre o balcão, se virou para ele recebendo um selinho e ele a conduziu para uma mesa perto da vidraça.

Foi como um soco no estômago.

Sam já estava com outro.

E o pior de tudo, o cara ruivo era o mesmo carinha que havia ficado com ela no parque de diversões.

Eles estavam num encontro. Juntinhos. Rindo. Trocando beijos e carinho. Ela parecia estar feliz com ele.

Dei meia volta e saí dali com pressa. Peguei minha Lambreta e fui pra casa.

[...]

"Eu posso aguentar a chuva no telhado desta casa vazia
Isso não me incomoda
Eu posso chorar algumas lágrimas às vezes e apenas deixar que elas saiam
Eu não tenho medo de chorar
De vez em quando
Mesmo que continuar com você longe ainda me deixe triste
Tem dias"

Sentei na cama e retirei meus tênis.

Ela estava com outro, ele a estava fazendo feliz. Não consegui evitar as lágrimas.

"De vez em quando
Eu costumo fingir estar bem, mas não é isso que me deixa triste
O que machuca mais, era estar tão perto
E ter tanto a dizer
E ver você indo embora
E nunca saber, o que poderia ter sido
E não ver que amar você
Era o que eu estava tentando fazer"

Namorar a Valerie serviu para me mostrar que eu não a amava. Nunca amei. Era apenas pura atração, que acabou chegando ao fim.

A garota que eu amava estava do meu lado, eu fui cego, muito idiota por ter percebido tarde demais... A gente só sente falta quando perde. Valerie nem me fazia tão feliz. Às vezes eu tinha que fingir que tudo estava bem entre nós, porque eu não queria admitir...

Não queria admitir que eu não tirava a Sam da cabeça.

"É difícil lidar com a dor de te perder
Em todo lugar que eu vou
Mas eu estou fazendo isso
É difícil forçar aquele sorriso quando vejo nossos velhos amigos e eu estou sozinho
Ainda é difícil levantar, me vestir, viver com esse arrependimento
Mas eu sei que se eu pudesse voltar atrás"

Se eu pudesse voltar atrás... Se arrependimento matasse... Eu estava cansado de forçar sorrisos para a Carly toda vez que ela vinha me visitar... E eu já estava cansado do Brad perguntar pela Sam, ele tinha um grande carinho por ela, eram amigos e ele estava preocupado por ela não ter dado mais sinal de vida.

"Eu trocaria,
Colocaria para fora todas as palavras que eu guardei em meu coração, que deixei de falar
O que machuca mais, era estar tão perto
E ter tanto a dizer
E ver você indo embora
E nunca saber, o que poderia ter sido
E não ver que amar você
Era o que eu estava tentando fazer"

E vê-la com outro foi doloroso. Senti raiva dele. Ciúmes dela. Odiei vê-la sorrindo, se divertindo e beijando aquele cara...

"O que machuca mais, era estar tão perto
E ter tanto a dizer
E ver você indo embora
E nunca saber, o que poderia ter sido
E não ver que amar você
Era o que eu estava tentando fazer
E não ver que amar você
Isso é o que eu estava tentando fazer"

Sam estava tão perto. Tão perto. Mas eu não a valorizei. Não a tratei como devia. Eu a magoei. Falei coisas horríveis. A machuquei, a usei da pior forma... E eu não sabia e nem queria lidar com a dor que eu estava sentindo naquele momento.

Pois tudo aquilo era minha culpa. Somente minha. Ela tinha ido embora, e a culpa era toda minha. Eu estava completamente arrependido.


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Notas finais do capítulo

Bem feito para o Nerd bestão hahaha

Será que o Grinch abandonou o dono???

Ainda teve a cabeça enfeitada kkkkkkkkkkkkk

Agora ele está arrependido e está sofrendo haha

Viu a Sammy com o ruivinho haha

O que acharam do capítulo? Bjs



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