POV Jason

Mãe? Piper teve um filho? Ela se casou? O que tá acontecendo?

Estava surpreso, mas me abaixei para cumprimentar o garoto.

— Você é um dos amigos da minha mãe? — ele me perguntou.

Olhei pra cima, encarando Piper. Sorri.

— Eu sou? — perguntei a ela.

— Você é? — ela rebateu.

— Eu sou — me voltei para Tyler.

POV Leo

— Conseguimos — falei sorrindo pra Calipso.

— É — ela riu — que incrível — ela me olhou e me beijou.

— Que tal sairmos pra comemorar a noite? Só nos dois...

— Parece ótimo.

— Gente... — Thalia nos chamou — o que tem lá encima? — ela apontou pras escadas.

— Ah... Eu levo vocês lá — Calipso disse — é o nosso escritório.

Observei-o caminhar. Quando ela já estava no pé da escada, a chamei.

— Caly, espera — falei e fui até ela. Ela estava no segundo degrau, então me abaixei e amarrei os cadarços do tênis dela.

— Por que não só me avisou?— ela sorriu.

— Porque sou um cavalheiro — respondi.

— Certo, obrigada — ela riu e beijou minha bochecha. Então ela e as meninas subiram as escadas.

POV Annabeth

A oficina era linda e bem decorada, Leo e Calipso fizeram um bom trabalho.

Eu estava na varanda de trás sentada em uma mesinha, conversando com as meninas.

Thalia contava alguns assuntos da empresa e era muito interessante. Mas meus pensamentos não saiam de Percy. Sabe, aqui ele está normal comigo. Fica perto de mim, coloca o braço em torna do meu pescoço, enfim, tudo normal, mas ele não me olha nos olhos ou fala comigo.

Antes, nossas brigas (a maioria) era por causa dele, mas ultimante eu que estou causando todas as discussões.

Eu vou parar, eu tenho que parar.

—Ei, Chase! —Thalia me cutucou.

—Oi! —falei voltando a prestar atenção.

—Tá tudo bem?

—Sim, claro —menti, e sou péssima nisso.

—Pode falar —Piper sentou sorrindo —quando você fala assim é que tem algo errado.

—O que aconteceu? —Caly chegou servindo suco de pêssego e me olhando.

—Você ainda pergunta? —Thalia falou —Ela brigou com o Jackson.

—Discutimos —corrigi.

—Você devia estar acostumada —Hazel disse bebendo um pouco do suco. —Vocês brigam desde quando começaram a namorar.

—Pois é —Thalia revirou os olhos —eu te falei que ele é um...

—Para com essa implicância com Percy —sorri a olhando —mas... Eu que comecei a discussão.

—Por quê? —Calipso sentou-se ao lado de Piper.

—Percy... Ele disse que quer ter um filho comigo —olhei para o chão.

—Sério??! —Piper sorriu.

—Ai, Annie! Isso é tão fofo! —Calipso basicamente pulava na cadeira.

—É, lindo. E vocês brigaram? —Thalia me olhou.

—Eu fiquei nervosa! Eu não estou com cabeça pra isso e...

—Ele não pode fazer planos para vocês não? —Hazel me olhou séria —Annie, é lindo ele querer ter um filho com você.

—Eu sei... É que... —apoiei meus cotovelos na mesa e minha cabeça nas minhas mãos —Eu queria dar isso pra ele. Mas... Eu não posso, não agora.

—Eu sei, Annie —Thalia passou a mão em minhas costas —mas ele não está te pressionando ou...

—Não! Ele é... Tão paciente e calmo comigo... E eu sou nervosa e me irrito com isso. Ele me xingou, quando eu reclamei e mesmo assim... Até mesmo ele irritado comigo, Percy fala com tanto carinho.

—Você quer que ele brigue com você? —Piper disse confusa.

—Não eu... Eu só queria que ele às vezes gritasse comigo como eu faço com ele. Eu erro muito com Percy e ele sempre fica tranquilo com tudo.

—É o jeito dele —Hazel sorriu —você sabe, Percy sempre foi... Lento.

—Olha, vai lá nele, pede pra vocês darem uma volta e se resolvem —Piper disse.

—E não precisa voltar —Calipso sorriu —você sabe o lugar que as pessoas vão quando param de brigar.

—Onde?

—Na cama, né —Thalia basicamente gritou.

Meu rosto corou e eu olhei para trás tentando não rir, as meninas fizeram o mesmo.

Os garotos olharam para a gente e eu comecei a rir. Percy me encarou sério e eu o olhei da mesma forma.

—Tá vendo? —Thalia continuou —Começa é com olhares —ela me cutucou.

—Vai lá, Annie —Calipso falou.

Me levantei e fui até onde eles estavam. No caminho Percy e eu não desviamos os olhares.

Sinceramente? Eu amava quando ele me olhava assim. Esses olhos verdes me olhando intensamente... Nem sei descrever o que eu sinto.

—A gente pode dar uma volta? —falei chegando até ele.

Percy suspirou e se levantou.

Saimos da oficina e fomos até a praça (que era bem perto dali), não falamos nada até chegarmos.

—Fala alguma coisa —o olhei, enquanto andávamos.

—Não tenho nada pra falar.

—Caramba, Percy —chutei uma pedrinha do caminho. —Olha, eu também quero ter um filho com você.

Percy parou de caminhar, mas eu continuei.

—Eu sei —ele disse me alcançando.

—Sabe? —o olhei e ele sorriu sem me olhar.

—Você falou isso um dia, enquanto dormia.

—Sério? —ele arqueou as sombrancelhas e eu suspirei —E eu sei que você vai esperar o meu tempo, também sei que você me ama e eu valorizo muito tudo que você faz por mim.

Olhei-o, Percy caminhava olhando para o chão, ele não disse nada.

—Eu vou te provar tudo isso. Eu não vou ser tão insegura, não vou reclamar mais de tudo que você faz pra mim.

Finalmente Percy levantou os olhos para mim, mas continou calado.

Segurei seu braço, o fazendo parar de andar.

—Eu juro que falei tudo aquilo da boca pra fora —olhei em seus olhos. —É que... Eu sei que você nunca vai fazer isso, mas eu tenho medo de te perder. Eu também morro de ciúmes de você.

Voltei a andar, Percy veio atrás de mim.

—Ciúmes? —ele disse ficando ao meu lado.

—Principalmente da sua secretária.

—Natalie? —ele me olhou e sorriu.

—Eu meio que tenho que ter ciúmes de você com ela. Você sabe como as secretárias são nos filmes.

Percy riu e eu sorri o olhando. Fiquei feliz por ver que ele estava mais alegre. Ele parou de andar e se aproximou de mim, me abraçou e eu correspondi.

Percy beijou minha cabeça colocando uma mão em meu rosto.

—Hoje a noite, quer que eu vá para o seu apartamento?—o olhei.

—Acho melhor não. A gente podia ir em algum bar que tem show hoje.

—Tudo bem por mim, mas porquê?

—Vou evitar ficar em lugares fechados que tenha só nós dois.

—Por quê?

Percy sorriu e olhou para o chão.

—Porque nesse instante eu já estou louco pra te levar pra cama, imagina quando ficarmos sozinhos.

—Bem, não tem nada te impedindo. — sorri e passei a mão em seu abdômen.

—Você sabe que tem.

—Percy...

—Annie, não insiste.

—Olha, não tem como eu te provar agora! Tem que ter uma situação e essas coisas! —falei —Mas até esse momento chegar, a gente tem que tá normal, porque quando eu for tomar uma decisão, eu a faça do jeito que eu quero, e não porque eu quero que você volte a ser o que era comigo.

Ficou confuso, eu arrumei essa desculpa de última hora. Mas acho que vocês e ele entenderam. Percy olhou para o chão pensando.

—Faz sentido —ele disse depois de um tempo.

—Então! Você vai...

—Você está disposta a mudar? —ele me cortou.

—É claro!

—Então tá. —ele me olhou —Você quer ir morar comigo?

Fiquei boquiaberta. Um convite desse agora?

—O que... —falei tentando processar o que ele falou.

POV Percy

Se ela está disposta a ser melhor, ela com certeza iria aceitar, a gente sempre quis morar juntos, mas depois de um tempo isso saiu da cabeça dela, mas não da minha.

—É cansativo eu ir todo dia pra sua casa e também pra você ir até a minha. Por que não morarmos juntos? —sorri.

Annabeth tinha um expressão que eu não sabia o que era, algo como surpresa e desespero. Ela olhou para o chão.

—E aí —segurei seu queixo, a fazendo me olhar e acariciei seu rosto com a minha outra mão —qual vai ser a desculpa dessa vez?

—Eu vou morar com você, Jackson —ela disse me olhando.

Foi a minha vez de ficar espantado. Sério que ela aceitou?

—Por essa você não esperava, né? —ela riu. —Quer voltar atrás?

—Óbvio que não —sorri.

—Já que você quer ser meu pai, você vai pagar minhas contas, e eu quero um cartão de crédito —ela sorriu.

—Eu não quero ser seu pai, se eu fosse, eu não poderia te beijar ou...

—Já entendi —ela me cortou sorrindo e me abraçou.

—Quer mesmo um cartão de crédito? —falei olhando para ela.

—Não —ela riu. —Eu estava brincando nessa parte. A gente tem que falar com meu pai sobre a mudança.

—Eu te levo pra sua casa e a gente conversa com ele—sorri e a beijei.

Annie correspondeu sorrindo, passando os braços em volta do meu pescoço.

—Vamos? —ela disse tomando fôlego.

—Vamos.

(...)

Achei que o pai de Annie fosse me matar, e ele parecia que estava prestes a fazer isso.

Quando contamos que Annabeth ia se mudar para o meu apartamento, sua reação foi totalmente o contrário que imaginamos. Ele se levantou e ficou andando de um lado para o outro e eu nunca o vi olhar com tanta raiva pra mim.

Annabeth segurou minha mão, ela também estava assustada pelo visto, mas a vida é dela, Annabeth que decide o que faz ou deixa de fazer.

—Não —ele disse olhando para ela.

—Perdão? —Annabeth levantou o rosto, o olhando.

—Você não vai se mudar.

—Pai, —ela se levantou —eu tenho vinte e quatro anos. Eu posso muito bem tomar decisões sozinha.

—Eu sou seu pai e digo que daqui de casa você não sai! —ele basicamente gritou.

—Você não manda mais em mim! —Annabeth elevou a voz —Você não tem esse direito.

Fredrick colocou a mão nos cabelos e voltou a andar pela sala.

—Por que essa ideia agora? —ele me olhou. —Por que você quer tirar ela de mim?

—Não entenda mal, senhor —me levantei —Annie e eu apenas achamos que...

—Então acharam errado! Vocês vão continuar como estão. Cada um em sua casa!

Annabeth ficou nervosa, eu sei o quanto ela odeia quando decidem algo por ela.

—Eu vou me mudar e ponto, pai. Não complica a situação.

Meu sogro sentou-se no sofá.

—Se for por causa da sua madrasta, eu converso com ela, eu juro.

—Não é por causa dela, talvez seja um pouco mas, eu quero começar a viver com Percy, pai.

—Você tem certeza? —ele me olhou e eu a olhei.

—Absoluta.

Depois de um momento em silêncio, Frederick foi até Annabeth e a abraçou.

—Me perdoe por ter sido um pai tão ruim na sua infância.

—Aquilo já passou —Annie tinha lágrimas nos olhos.

—Sempre vou estar aqui para você, tá bem?

—Eu sei —ela sorriu e eles se olharam.

Então ele se virou para mim.

—Estou confiado a minha filha a você, Jackson.—ele falou sério e eu engoli em seco, ele nunca me chamou de Jackson. —Não me decepcione.

Então ele se virou e subiu as escadas.

Annabeth se virou para mim.

—Achei que seria mais fácil.

—Eu também.

—Me ajuda a embalar as coisas? —ela segurou minhas mãos e sorriu.

—É claro —sorri e fomos para seu quarto.

(...)

Três? Quatro horas? Não sei o tempo que ficamos organizando suas coisas, apenas sei que demorou muito.

Annabeth estava inclinada pegando algo dentro da caixa. Dei um sorriso de leve ao ver ela nessa posição, quando ela foi se virar para mim, desviei o olhar rápido, porque sabia que eu ia levar uma bronca se ela percebesse que estava a olhando daquele jeito.

—É oficial, vou colocar uma biblioteca em meu apartamento —eu disse colocando uns cinco livros dentro da caixa, os últimos eu espero.

Annabeth riu e veio até mim.

—Acho que acabamos —ela colocou as mãos na cintura e deu uma olhada no quarto.

—Finalmente —sorri.

—E agora?

—Amanhã vou pedir para buscarem tudo.

—Okay.

POV Piper

Ficamos um bom tempo com o pessoal, Tyler e eu voltamos pra casa por volta das 3.

Tinha tanto a fazer. Pelo menos só teria que trabalhar depois do feriado, então teria tempo.

Tudo bem, tudo o que tenho que fazer é desfazer as malas, organizar tudo o que trouxemos e esperar pela companhia de mudança trazer móveis e o resto das malas amanhã cedo, aí sim tenho muito o que organizar.

Quando chegamos em casa, Tyler foi tomar um banho.

Quando eu cheguei em meu quarto, me sentei na cama e fiquei pensando.

Revi meus amigos, me diverti... Revi Jason. Fazia muitos anos que não o vira...

Conversei muito com meus amigos, principalmente minhas amigas. Foi incrível, eu sentia falta delas, mesmo elas tendo me visitado, já fazia bastante tempo.

Era tão fofo ver como cada uma planejava o futuro com os meninos. Eu planejava o meu com Tyler, depois que ele nasceu, meu foco era todo nele. Nos divertimos muito juntos e não precisava de um namorado no momento.

Olhei minha mala que estava no chão e decidi começar a desfazer.

Levei-a até o closet e comecei a organizar. Apesar de mais coisas chegarem amanhã, já dava pra encher algumas gavetas.

— Mãe — Tyler me chamou.

— No closet, amor — respondi.

— O que tá fazendo?

— Desfazendo a mala.

— Depois você me ajuda com a minha?

— Claro.

— Posso te ajudar?

— Se quiser...

Tyler se sentou ao meu lado no chão e pegou algo na mala.

— Então... Seus amigos são legais — ele disse colocando as roupas na gaveta.

— São mesmo, não são?

Ele fez que sim.

— Principalmente o Leo! Ele me mostrou como fazer aquele truque com as chaves do carro...

Sorri ao vê-lo animado.

— Podemos encontrá-los de novo?

— Vamos vê-los sempre, já que estamos em Nova York agora, o que acha?

— Que incrível!

— Hey, tá com fome?

— Muita — ele respondeu.

— Vamos ao supermercado? Não temos nada em casa ainda...

— Podemos comprar cereal?

— Veremos — sorri e nos levantamos.