POV Percy

Seguimos as meninas até uma balada perto do centro. Parece ser nova, porque eu nunca vi esse lugar antes.

Eu e os meninos entramos e eu logo vi Annabeth escorada no bar e é claro que eu fiquei admirando a vista né.

—Tarado —Leo cutucou meu braço e eu ri.

—Aonde estão as outras? —Luke olhou para os lados.

—Vamos procurar elas —Leo começou a andar.

—Vou ir na loira. Boa sorte —sorri andando até Annabeth.

Tudo bem, eu amei aquele vestido nela, amei muito mais poder a olhar nele, mas eu não era o único que olhava.

A medida que eu ia me aproximando, vários idiotas olhavam para ela. Se fosse apenas olhares de "nossa que menina bonita", estaria tudo bem, mas não, estava mais pra "eu quero levar essa garota pra cama".

Quis socar a cara de cada um que olhava a minha namorada, mas me segurei. Cheguei até ela e escorei ao seu lado.

Annabeth pareceu nem me notar.

—O que o senhor vai querer? —a garçonete veio me atender.

—Me da uma dose de vodka —falei.

Ao escutar minha voz, Annabeth se virou pra mim.

—O que você está fazendo aqui? —ela me olhou.

—Bebendo —peguei o meu copo e virei ele todo na minha boca.

A bebida desceu queimando e eu fiz uma careta. Annabeth começou a rir e voltou a se escorar no balcão.

—Não devia ficar nessa posição —falei a olhando.

—Por que não?

—Vários idiotas ali atrás deve estar tendo pensamentos nada inocentes com você.

Annabeth sorriu e se virou. Foi uma cena até engraçada, vários homens virando a cabeça como se não estivessem olhando para ela e desviando os olhares.

—Céus —Annabeth corou. —Eu estou digamos... Vulgar?

—Você está completamente deslumbrante —sorri.

—Obrigada... Qual o seu nome? —ela disse lembrando do combinado de hoje.

—Percy Jackson —peguei sua mão e a beijei —e você?

—Annabeth Chase. É um prazer conhecer o senhor —ela sorriu.

—Digo o mesmo.

—Agora eu vou encontrar minhas amigas —ela começou a sair, mas eu segurei sua mão.

—Vamos conversar um pouco —eu não queria que ela entrasse na pista de dança.

—Sobre? —ela voltou.

—Anh... Você acha mesmo que eu sou virgem?

Annabeth sorriu e olhou para o chão.

—Bem, —ela ficou na minha frente —não acho legal homens que ficam dando cantadas, ainda mais se esses homens falam para a mulher ir para a sua cama mais tarde. Por isso eu te chamei de virgem.

—Você parece ser bem inteligente, senhorita Chase.

—Eu sou —ela se gabou.

—Deixe me adivinhar, você é arquiteta? —sorri.

—Quase, me formo esse ano —ela sorriu. —e o você?

—Sou diretor da WEA —falei.

—Wooww! Sério?? —ela disse animada. —Eu gostaria de trabalhar lá.

—Verdade?

Eu não sabia disso. Talvez seja só uma brincadeira dela, mas se fosse verdade...

—É —ela respondeu e havia sinceridade em seu olhar.

—Quando se formar, talvez eu arrume algo pra você —sorri.

—Acho melhor não. Prefiro resolver minhas coisas sozinha.

—Caso mude de ideia, me procura —pisquei para ela.

Ela sorriu e foi até a pista de dança. Como eu não sou burro, fui atrás dela.

Annabeth começou a dançar, estava quase alcançando ela, quanto um idiota começou a dançar com ela. Meu sangue ferveu, mas Annabeth parecia não se importar.

Até que ele colocou a mão na cintura dela e a puxou para si. Ele não tentou nada, apenas a aproximou dele, mas mesmo assim, eu estava morrendo de raiva.

Annabeth olhou para mim, sorriu e piscou. Então ela estava fazendo isso para me provocar.

—Com licença —falei separando os dois. —Não devia ter feito isso, senhorita Chase —falei em seu ouvido.

—Por quê? Eu nem te conheço —ela me olhou.

—Vai ser assim então?

—Vai —ela sorriu.

—Quando esse jogo acabar você vai se arrepender por ter me provocado —sorri.

—Vou?

—Você nem imagina —mordi sua orelha.

—Pois eu acho que você perdeu a prática —ela falou em meu ouvido.

—O quê?

—De chegar em garotas.

—Tadinha —sorri passando a mão em seu rosto, a debochando.

—Te proponho um desafio então —ela sorriu.

—Diga.

—Se você chegar em alguma garota e ela quiser ficar com você, eu deixo você me fazer arrepender por ter te provocado —ela sorriu colocando a mão em meu abdômen.

—Huum, gostei. Continue —sorri.

—Mas se a garota não quiser, você faz tudo que eu mandar por uma semana.

—Tudo? —arqueei minha sombrancelha.

—Tudo —ela confirmou.

—Fechado. Escolhe a garota —sorri.

—Aquela —Annabeth apontou para uma garota sentada sozinha, mexendo no celular. Estava na cara que ela não queria estar ali.

—Prepare-se para quando chegar em casa, Chase —beijei sua bochecha e fui até a garota.

POV Annabeth

Voltei a dançar com aquele rapaz que eu não sabia o nome.

—Seu namorado? —ele me olhou.

— Não por hoje —sorri e ele ficou confuso.

Percy havia sentando ao lado da garota e falava com ela, mas a menina parecia não dar muita bola para ele. Acabei sorrindo.

Percy continuava insistindo mas era óbvio que ela não queria. Ele, derrotado, voltou para mim.

—Você ganhou —ele disse chegando —aquela é impossível.

—Fico feliz por ela não ter te dado moral. Tenho várias ideias pra essa semana —pisquei para Percy.

—Eu não entendo! Por que ela não quis ficar comigo? Eu fui tão educado e...

Percy se virou para olhar para a garota e ficou calado.

Olhei na mesma direção que ele, não aguentamos e começamos a rir.

Ela estava ficando com outra garota.

—Eu sabia que tinha um motivo!! —Percy se virou para mim —Pode escolher outra, Chase, você ainda não ganhou.

Droga.

—Tudo bem, aquela —apontei para uma garota que estava apoiada na janela. —E só uma coisa, se alguma quiser, não é pra você...

—Eu sei, —ele sorriu —sou fiel —Percy piscou pra mim e foi até a menina.

Mal passou um minuto que ele estava conversando com ela, a oferecida começou a passar a mão nele e aproximar demais.

Percy me olhou vitorioso, e eu bati palmas de uma forma mais tediosa possivel. A menina então beijou o pescoço de Percy, que estava distraído me olhando, ele se virou para ela e segurou seus braços a afastando.

Fechei a cara e fui até eles.

—Sai daqui —olhei para ela.

—Quem você pensa que é? —ela colocou a mão na cintura.

—A namorada dele. Sai daqui agora.

—Arrogante —ela disse me olhando e saiu dando um leve empurrão em mim.

—Você ganhou —revirei os olhos.

—Vejo que alguém está com ciúmes —Percy sorriu me envolvendo com seus braços.

—Que oferecida —disse brava.

—Não fica nervosa —ele sorriu e beijou meu pescoço. —A idéia foi sua. Eu não tenho culpa de ser tão lindo e de as garotas se jogarem em mim.

—Convencido —sorri.

—Devo dizer, que esse vestido está te fazendo ficar muito mais fascinante do que já é, sabia?

—Fascinante? —sorri.

—Melhor do que ficar falando que você está absurdamente gosto...

—SH —coloquei meu dedo em sua boca e acabei rindo. —Já entendi, obrigada.

Percy sorriu, colocou a mão em meu quadril e me beijou.

POV Piper

Quando chegamos em casa, o pessoal da mudança já tinha deixado tudo no apartamento.

— Eba, nossas coisas chegaram! — Tyler pulou no sofá, que no caso estava no meio da sala.

— Ainda precisamos arrumar, Ty — falei colocando minha bolsa junto a uma das caixas que estavam na cozinha.

— A gente devia tirar o sofá dali — Jason disse e eu concordei.

— Querem ajuda? — Tyler perguntou.

— Na verdade, tenho uma tarefa muito importante pra você, aceita? — olhei-o.

— Sim!

— Tá vendo essas caixas? Preciso que você as abra e separe as minhas das suas.

— Tudo bem — Tyler sorriu e correu até as caixas. Levaria um tempinho, estavam lacradas com fita adesiva, mas eu apenas fiz isso pra ele não inventar de ajudar a levantar um sofá pesado... E porque eu precisava abrir as caixas.

POV Jason

Piper e eu começamos a mover o sofá.

— Onde quer colocar? — perguntei.

Ela observou o cômodo.

— Perto da janela.

— Sim, senhora — comecei a puxar e ela a empurrar o sofá.

Conseguimos colocar os dois no lugar, mas agora tínhamos outra tarefa. Montar o móvel da sala.

Enquanto isso, Tyler se distraía com as caixas.

— A gente vai precisar de ferramentas — falei e Piper encarou as partes do móvel no chão.

— Bom, tem um vizinho aqui do lado que eu acho que deve ter...

— Você acha?

— É, já ouvi ele usando ferramentas, não sei se eram dele, sei lá, eu vou lá ver...

— Mamãe... — Tyler a chamou.

— Sim?

— Essa foto sua estava na minha caixa de brinquedos — ele tinha uma foto nas mãos — esse é você, Jason?— ele me olhou e Piper pegou a foto.

Fiquei ao lado dela e a olhei.

Era uma foto nossa, no colegial. Piper estava de líder de torcida e eu com uma camisa com o nome do time da escola. Estávamos claramente em um jogo e Piper e eu estávamos abraçados na foto, os dois sorrindo pra seja lá quem foi que a tirou.

Piper observou a foto e se virou pra mim.

— Vou pegar as ferramentas com o vizinho.

Ela saiu e fechou a porta atrás de si.

— Era você né? — Tyler me olhou.

— É... Complicado.

— Minha mãe sempre diz isso. O que é tão complicado que eu não entendo? Sou bem inteligente, tá legal?

— Eu sei, Ty, é que... É uma parte complicada do passado que não falamos mais sobre.

— Você é minha mãe namoraram?

Pensei por um segundo. Eu devia mesmo falar? Se ele não sabia, era porque Piper não tinha contado, e ela provavelmente tinha um motivo.

Mas pensando bem, ela nunca ouviu minha versão da história, ela provavelmente ainda achava que eu fiz tudo aquilo por não sentir nada, e foi exatamente o oposto.

— Jason?

— Sim, nós namorávamos.

POV Piper

Antes de bater na porta do vizinho, fiquei parada olhando a foto. Eu nem lembrava dessa, quem tirou isso? Quando foi tirada?

Tentei afastar os pensamentos e bati na porta.

Olhando a foto, me lembrei do tempo do colegial. Como tudo era mais simples, como nesse dia, que eu não me lembrava exatamente qual, mas que eu tinha certeza de que estava me divertindo. Afinal, estava com Jason... Foi bom naquele tempo.

— Oi — meu vizinho abriu a porta.

— Ahm, oi — sorri — desculpa vir aqui agora, mas eu acabei de me mudar pro apartamento ao lado, será que você tem uma caixa de ferramentas pra me emprestar? Meu amigo e eu estamos tentando montar uns móveis.

— Ah, claro — ele sorriu. Ele parecia ter uns trinta anos. Era bonitinho, mas não era lá meu tipo.

Ele entrou por alguns segundos e voltou com uma caixa de ferramentas preta.

— Aqui — ele me entregou.

— Obrigada... Ahm, eu sou a Piper — estendi minha mão.

— Jake — ele sorriu.

— Obrigada, Jake.

— Disponha, Piper. Precisa de alguma ajuda lá?

— Ah, não, temos tudo sob controle, obrigada.

POV Jason

— Ela nunca me disse que tinha namorado um dos amigos dela... — Tyler tinha se sentado no sofá e eu na escada.

— É uma história muito confusa, mas o que importa...

— Voltei — Piper voltou com uma caixa de ferramentas nas mãos.

Nós dois a encaramos.

— O quê? — ela parecia confusa.

— Por que não me disse que já namorou o Jason? — Tyler perguntou e eu senti que ela queria me matar.

Meu olhar e o de Piper se encontraram por um segundo.

— Eu... Não sei, o assunto nunca surgiu, Ty. Pra que eu falaria?

— Não sei, por que terminaram?

— Eu... — comecei.

— Olha, casais brigam e as vezes se separam, foi a muito tempo, por que não voltamos a pensar em colocar tudo no lugar?

— Mas... — Tyler não parecia convencido.

— Leva essa caixa de brinquedos pro seu quarto, filho.

— Tá bem — Tyler pegou a caixa e subiu as escadas, ainda pensativo.

— Você contou pra ele? — Piper cruzou os braços e me encarou.

— Que outra escolha eu tinha? O que tem de tão mal nisso, Piper? Por que ele não pode saber da sua própria vida? Você é a mae dele...

— Eu sei, é que... É confuso, não quero involvê-lo nisso.

Fiquei observando ela olhar a foto.

— Sabe que eu... — comecei, mas ela não me deixou terminar.

— Vamos só terminar de arrumar isso, tá bem?

— Tudo bem — concordei.

Piper começou a organizar as caixas enquanto eu tentava montar algumas peças dos móveis.

Mas antes que eu começasse, a observei. Queria tanto falar o que tenho pra falar desde aquele dia em que ela foi embora, tenho tanto pra esclarecer, mas ela simplesmente parece não se importar.

E depois de ouvir o que Thalia me disse naquele dia, sobre Piper não ter se casado e o pai do Tyler os ter abandonado... Me senti tão culpado por ter dormido com aquela garota, Alex. Não sei por que exatamente, talvez a culpa por ter dormido com outra sem explicar pra minha ex, quem eu não via há sete anos que por acaso voltou com seu filho, os meus motivos.

Não era o momento certo, então voltei ao trabalho.

POV Thalia

Eu tinha me perdido totalmente das meninas. Estava andando há uns cinco minutos atrás da Annabeth.

Consegui chegar nas mesas na área mais escura do bar, estava até indo bem quando me deparei com uma cena. Annabeth encima do Percy no banco se agarrando. Loira fácil.

— Fala sério — me virei e larguei os dois se pegando lá mesmo.

— Oi — quando me virei, Luke estava em pé bem atrás de mim.

— Que susto!

— Não fomos formalmente apresentados — ele sorriu.

— Aham...

— Sou o Luke.

— Thalia.

— É um nome muito bonito — ele disse — o que acha de darmos uma volta por aí?

— Desculpa, não sou tão fácil como minha amiga ali, aliás, minha mãe me ensinou a não confiar em estranhos — sorri e saí andando.

Não vi pra onde Luke foi, tentei me misturar na multidão. Era hora de me divertir um pouco com ele.

POV Luke

Thalia sumiu. Ela saiu andando e do nada se misturou na multidão.

Eu não vou desistir. Ela se faz de difícil, mas eu sei o que fazer pra conseguir a atenção dela.

Encontrei Thalia dançando no meio da pista. Ela estava rodeada de pessoas. Alguns olhavam pra ela, outros dançavam junto a ela e alguns apenas passavam por ali.

— Você se faz de difícil com todos? — me aproximei.

— Agh! Pensei que tinha me livrado de você — ela disse séria se virando e ficando cara a cara comigo, mas depois sorriu de leve.

— Eu também posso jogar esse jogo — sorri me aproximando mais dela.

— Veremos — ela se virou de costas pra mim, nossos corpos ainda colados.

Então ela saiu andando.

— Jura?— a alcancei.

— O quê? — ela perguntou, inocente.

— Você tá fugindo de mim.

— Ah não — ela riu — é que eu sou difícil mesmo — ao dizer isso, ela saiu andando até o bar.

— Espera aí, você tá sendo difícil agora? — me sentei ao lado dela.

— Sempre fui.

— Que eu me lembre, há sete anos, naquele campo de futebol, você simplesmente me beijou e começou a tirar a roupa, e aí...

— Não era pra fingirmos não nos conhecer?

— Eu estava tentando.

— Eu também.

Ela me olhou e eu a olhei.

— Continua — ela disse.

— Você é bonita — falei.

— Obrigada — ela sorriu — também te achei um gato — ela sorriu e fez algo com a sobrancelha que foi bem fofo.

— Tem namorado?

— Não por hoje. Namorada?

— Hoje não — sorri.

— Legal.

— Legal...

Ela comprimiu seus lábios e encarou as pessoas que passavam.

— Posso te beijar? — perguntei.

Ela me olhou, me avaliando dos pés à cabeça.

— Vou permitir — ela sorriu e eu também. Então me inclinei e a beijei, lentamente.