O Último Desmoronar escrita por Saori


Capítulo 1
Capítulo Único — O Último Suspiro.


Notas iniciais do capítulo

Então, essa é a minha primeira fanfic de TWD e, lamento muito que tenha que ser sobre a morte do meu personagem preferido. É, meu personagem fav. Bom, de qualquer forma, espero que gostem. ♥



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E, então, senti o primeiro baque.

Nunca pensei que minha vida acabaria de forma tão peculiar. Um bastão de beisebol coberto por arame farpado. Nunca imaginei que isso aconteceria, não depois de tanto tempo fugindo e lutando contra os errantes. Chegava a ser irônico.

Eu vi tudo desmoronar tantas vezes, que era difícil de acreditar que essa seria a última vez que isso aconteceria. Perdi minha família, encontrei uma nova família e, então, perdi outras pessoas da minha nova família e tudo desmoronou novamente. Mas, em meio a todo esse caos interior e exterior, eu a encontrei. E, em pouco tempo, ela coloriu meu mundo de uma forma que eu nunca havia visto antes.

Maggie Greene se tornou o verdadeiro motivo da minha felicidade. Quem diria que em meio a um mundo de caos e desordem eu seria feliz, não é mesmo? Mas eu fui, feliz como jamais fui antes. Eu encontrei o amor diante daquela confusão em que qualquer vestígio de felicidade parecia impossível. E, por mais insano que tudo parecesse, eu estava prestes a construir a minha família.

No entanto, tudo acabaria ali. Não por completo, de fato, porque, de alguma forma, eu sabia que sempre os acompanharia. No fundo, eu tinha certeza de que Maggie sabia disso. Eu nunca a deixaria, mesmo depois de partir desse mundo.

De repente, eu sentia que já não pertencia mais a este mundo, ou a este corpo ao qual estou habitando. Contudo, de alguma forma, eu queria resistir. Eu tentava, de algum modo, permanecer forte, mesmo sentindo aquele sangue escorrer diante do meu rosto e o ar esvaindo-se do meu pulmão.

Eu queria ficar ali por eles. Eu tinha certeza de que poderia ajudá-los em muitas coisas ainda, mas, infelizmente, ainda que eu estivesse disposto a isso, o destino não quis assim.

Eles estavam sofrendo por mim, eu conseguia ver isso claramente em suas feições. Assim como eu, junto deles, havia sofrido pelo Abraham. De alguma maneira, aquilo me dava certa paz de espírito. Eu sabia que eles não queriam que eu fosse embora, ou, sequer, desejavam a minha morte, mas eu me sentia acolhido e amado e foi exatamente isso que me fez perceber por que eu pertenci a esse mundo catastrófico. Eu estava ali por eles e eles estavam ali por mim, isso foi o suficiente durante todo esse tempo.

Com a visão completamente embaçada, eu tentei encará-los, porque eu sabia que não conseguiria continuar ou aguentar por muito tempo. Eu estava no meu limite. Meus olhos, finalmente, repousaram sobre o rosto de Maggie, cujo desespero era evidente. Eu teria que deixá-la e eu jamais me perdoaria por isso. Eu a vi perder toda a sua família e sabia como aquilo a havia devastado. O Hershel, a Beth... Eu sabia que ela sentia falta deles todos os dias e, agora, eu entraria para essa lista que tanto a assombra e persegue. Lamentavelmente, isso aconteceria justamente quando estávamos prestes a nos reconstruir, formando a nossa própria família.

Em meio à minha confusão mental, eu sabia que precisava dizer algo a ela. Tentei reunir forças de onde já não existiam, enquanto o ar tornava-se cada vez mais raro e enquanto sentia a vermelhidão tomar conta de uma parte ainda maior da minha face.

— Maggie, eu vou encontrá-la.

Foram as únicas palavras que eu consegui dizer. Eu já não pertencia mais a aquele mundo e a minha hora havia chegado. Eu sentia, eu tinha certeza. Eu precisava dizer adeus aos meus companheiros, mas não existiam mais forças e tudo em volta não fazia mais o menor sentido.

Costumam dizer que quando estamos à beira da morte, um filme sobre tudo o que passamos acontece em nossa mente. Em meio ao ápice do meu desespero, eu posso dizer que esse clichê é uma mera verdade. Eu consigo lembrar de cada momento, de quando encontrei o Rick, quando conheci minha nova família e, especialmente, de quando a conheci.

De repente, a dor física não era mais um incômodo. Quanto ao meu emocional, é óbvio que é difícil ter que deixar tudo e todos para trás. Mas eu carrego a minha consciência limpa, porque fui um bom homem. Ajudei a todos que pude e ajudaria ainda mais se tivesse uma nova oportunidade. Não me arrependo de nada, faria tudo do mesmo jeito. A morte chega para todos, de fato e, em um mundo como o que vivemos, não é mais surpresa para ninguém.

Agora, o que me aguarda é o descanso eterno. Não aquele imaginado pelos pessimistas, solitário e distante, mas exatamente o oposto. Na verdade, eu me reuniria a meus antigos companheiros, todos aqueles que, em algum momento, me deixaram, como agora estou deixando este mundo. E, junto deles, ficarei a observar a minha eterna família.

No fundo, eu estarei sempre com eles, apenas de um lugar mais distante.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado do texto, eu escrevi com muita dor e sofrimento, mas eu precisava colocar isso tudo para fora. Eu ainda não acredito que ele morreu, de verdade. Ele merecia mais, mas aqui está minha gratidão por ele ter ficado conosco por tanto tempo.



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