Mais Uma Vez escrita por KL


Capítulo 1
Capítulo Unico


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoas!

Essa foi uma ideia que me surgiu do nada e me perceguiu por muito tempo até que ela me convenceu a sentar e escrver. Passei mais ou menos uma semana trabalhando nessa fics e terminei ela apenas hoje, depois de muito penar para conseguir escrever o final hauhauhauhhau'

Espero que gostem e leiam o aviso no final ♥



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Temari andava para lá e para cá dentro do espaço que era o banheiro de seu quarto. O cenho franzido, os braços inquietos, uma ardência na garganta, o peito apertado.

Como aquilo fora acontecer?

Não que não tivesse acontecido antes. Shikadai tinha sido um susto gigantesco quando tinha acabado de se casar com Shikamaru e ainda estava se adaptando a vida em Konoha. Foi uma gravidez tranquila, apesar de emocionalmente difícil. Ela ficou assustada como nunca se sentiu e um tanto instável com tudo que acontecia de uma vez em sua vida somado aos hormônios. Ela agradecia aos céus por ter uma sogra como Yoshino por perto durante todo o tempo de gravidez e mesmo nos primeiros meses com um recém-nascido e, principalmente, agradecia o marido que nunca teve preguiça de cuidar dela ou Shikadai. Apesar de tudo, foram bons pais de primeira viagem, com muito menos trapalhadas dignas de nota do que Naruto e até mesmo que Sai. Shikadai foi um bebê tranquilo a maior parte do tempo, mesmo tendo herdado seu gênio difícil que fazia o moleque ser arrogante e teimoso igual um burro empacado as vezes. No geral, mesmo com muitas lágrimas e alguma dor, criaram bem o menino que recém tinha se formado genin.

Mas, quando se descobriu grávida com vinte e três anos e poucos meses de casada, era jovem, sem muita experiência, atrapalhada e quase inocente, assim como seu marido, ainda mais novo que ela. Já estavam com as carreiras como ninjas encaminhadas, mas tinha muito menos responsabilidades. Engravidou praticamente na mesma época que Ino e Karui, duas cabeças de vento como ela própria, e criaram seus filhos juntas na mais unida geração do InoShikaChou, apesar das crianças mais fugirem do treinamento do que qualquer outra coisa.

Agora estava ela ali de novo, o teste de farmácia marcava dois risquinhos rosa e ela não sabia o que fazer. Como iria contar para Shikamaru que ele seria pai de novo depois de doze anos?

Saiu do banheiro, seus pensamentos a milhão. Sentou-se na beira da cama, sentindo-se subitamente cansada, lembrando de como se sentia cansada nos primeiros e últimos meses que estivera grávida de Shikadai.

Grávida... Céus, ela estava grávida novamente. O pensamento acertou-lhe como se só agora ela realmente entendesse de verdade o significado daquilo. Tocou o ventre com as duas mãos, os olhos encheram-se de lágrimas, como da primeira vez que descobriu que vida crescia dentro dela. Toda aquela emoção se apoderou de Temari e ela deixou as lágrimas caírem e chorou como a muito não fazia. Como um filme, lembrou-se dos primeiros enjoos da gravidez de Shikadai, do medo, do pânico de saber que seria mãe, a felicidade de Shikamaru em saber que seria pai, do carinho e amor que foram se misturando aos sentimentos ruins conforme a barriga crescia, do primeiro chute, do parto doloroso, de Shikamaru chorando a primeira vez que viu o filho, de sua própria emoção ao segurar Shikadai pela primeira vez nos braços. Lembrou-se dos primeiros sorrisos de seu primogênito, as primeiras palavras, os primeiros passinhos, do primeiro “problemático” e o primeiro “mamãe”, exatamente nessa ordem. Do primeiro aniversário e o primeiro tombo. O primeiro dia na academia e, fazia tão pouco tempo, a primeira missão.

Ela viveria tudo aquilo de novo. Ela estava vivendo tudo aquilo de novo naquele exato momento. Sorriu. Não sentia medo dessa vez. Diferente de sua primeira gravidez, Temari sentiu o amor inunda-la imediatamente, sem toda aquela sensação de pânico, apesar de totalmente inesperada e de com certeza está em choque nesse momento. Era o mesmo amor que sentia cada vez que se pegava olhando seu filho dormir ou discutindo com o pai, tão parecidos e tão diferentes. Jogando shogi, reclamando ou fazendo suas obrigações. O mesmo amor que sentia quando ele a abraçava em suas raras, mas nunca rasas, demonstrações de carinho. Temari já desconfiava a quase uma semana antes de tomar coragem de fazer o exame, tentando dizer a si mesma que aquilo era impossível, que ela e Shikamaru não podiam ter sido tão descuidados de novo. Mas agora, com a certeza, também tinha a certeza que já amava aquela criança.

Um novo pedacinho de Shikamaru viria ao mundo. Seu amor pelo ninja das sombras estava trasbordando para fora deles mais uma vez.

—Tadaima. –escutou a voz de Shikamaru no andar de baixo.

Olhou o relógio em cima do criado mudo ao lado da cama. Perdida em lembranças, nem tinha visto a hora passar. Sentindo-se ainda um pouco entorpecida com toda aquela emoção, ela se levantou e secou as lagrimas rapidamente, descendo ao encontro de seu marido.

—Okairi. –ela respondeu já no fim das escadas.

Ele sorriu e caminhou até ela. Parou a centímetros do seu rosto, no meio do caminho do que seria um beijo em seus lábios, e recuou.

—Você estava chorando? –ele perguntou preocupado.

Temari arregalou levemente os olhos. A pergunta de mais cedo voltou aos seus pensamentos: Como iria contar para Shikamaru? Podia ser direta e dizer nesse exato momento, respondendo a pergunta com um “Parabéns, você vai ser pai... De novo sem nenhum planejamento porque mesmo com mais de trinta anos nas costas somos dois descuidados.”. Mas ela não se sentia pronta para dizer aquilo com todas as palavras, ainda absorvendo a informação e as emoções recém-descobertas. Decidiu-se por uma meia verdade.

—Eu... Estava lembrando de algumas coisas –ela começou. –Lembrando de quando casamos, de quando Shikadai nasceu, e me perdi na nostalgia.

Shikamaru erguei uma sobrancelha. Ele a conhecia o suficiente para saber que ela estava escondendo algo, mas também a conhecia o suficiente para saber que, se ela não falou nada naquele momento, ela tinha seus motivos e contaria seja lá o que fosse quando ela sentisse que devia. Ele a encarou por alguns segundos e então a beijou com leveza.

—Nosso moleque cresceu rápido, não é? –ele resmungou após o beijo.

Ela sorriu e disse:

—Logo ele chega, reclamando como é “problemático” fazer essas missões.

Shikamaru riu pelo nariz.

—Ele seria igualzinho a mim –observou –Se não tivesse herdado seu gênio problemático.

Temari revirou os olhos.

—Você é um idiota. –ela acusou.

Ele riu e a abraçou, tirando-a do chão alguns centímetros, apenas o suficiente para tira-la do penúltimo degrau da escada e colocou-a no chão ao seu lado. Temari sentiu uma leve tontura com o movimento um tanto brusco. Mas, se Shikamaru percebeu, não disse nada. Ele a beijou novamente com um pouco mais de entusiasmo.

—Vou tomar um banho. –ele disse, ainda a abraçando –Não quer me acompanhar enquanto nosso filho problemático não chega? –ele mordiscou sua orelha.

Ela sorriu maliciosamente, sentindo-se arrepiar com o gesto dele.

—Pode ser. –ela murmurou roçando seus lábios nos dele –Vá na frente, lavei as toalhas, vou busca-las.

Ele a beijou novamente, cheio de paixão e Temari suspirou. Ele sorriu de canto pra ela, soltando-a e subindo as escadas. Temari sentiu-se um tanto sem folego, seguindo para fora com um sorriso bobo, pensando que, mesmo depois de todos esses anos, Shikamaru tinha o mesmo efeito de quando eram adolescentes sobre ela.

Pegou as duas toalhas brancas e voltou pelo caminho que fizera anteriormente, subindo as escadas devagar, pensando se deveria contar a ele antes ou depois do banho. Não deixaria para contar outro dia, não era justo com ele e ainda precisavam contar a Shikadai. Quando chegou na porta do quarto, ainda sem decidir, estacou e seus olhos se arregalaram.

Shikamaru estava sentado na cama, de frente para a porta, já sem camisa, mas não olhava para ela. Ele fitava o objeto que parecia um termômetro cor-de-rosa em suas mãos, o rosto numa expressão indecifrável. Ela lembrou-se apenas daquele momento que tinha largado o teste em cima da pia do banheiro.

—Shikamaru? –ela chamou depois do que pareceu uma eternidade onde ele não se mexia, se aproximando hesitante.

Ele levantou a cabeça devagar. Seus olhos voltaram a marejar quando encontrou os dele, que a fitaram confusos.

—Isso é o que eu estou pensando? –ele perguntou, levantando lentamente da cama –Quer dizer, é seu? Você está gravida?

—Eu... Sim –ela respondeu ficando repentinamente nervosa, pensando se Shikamaru não tinha ficado feliz com a notícia. –Eu estou pensando em como te contar isso desde antes de você chegar... Eu... SHIKAMARU!

Shikamaru a abraçou e a levantou do chão com empolgação.

—Eu não... –ele sussurrou em seu ouvido enquanto a abraçava –Céus! Pai! Eu não acredito que vou ser pai de novo!

Temari riu enquanto ele girou o corpo com ela ainda em seus braços, rodopiando. Ela sentiu quando as lágrimas dele molharam seu cabelo quando ele a pôs no chão e beijou sua testa. Seus olhos encontraram novamente com os de seu marido e ele sorria.

—Eu.. Desculpe... –ele pediu de repente, o sorriso sumindo –Você... Você está bem com isso?

Ela ficou confusa por um momento, porem logo entendeu a o que ele se referia. Ela entrou em pânico a primeira vez que descobriu que estava grávida e estava chorando quando ele chegou. Obvio que ele ficaria preocupado.

—Estou, Bebê Chorão –ela respondeu sorrindo e limpou as lágrimas que ainda caiam dos olhos dele. –Estou feliz, apesar de achar que podíamos começar a planejar filhos em vez deles resolverem brotar de repente dentro de mim.

Ele riu e a abraçou. Ela enterrou a cabeça no peito desnudo do marido, aspirando seu cheiro.

—Eu achava que nada no mundo podia me fazer mais feliz do que você e Shikadai, mulher. –ele murmurou –Mas eu estava errado. Sinto como se eu fosse explodir de felicidade nesse momento. –ele se distanciou um pouco, sem deixar de abraça-la, e pousou a mão em cima do ventre ainda liso dela –Céus, porque não pensamos em ter mais um filho antes?

— Shikamaru, não pensamos em ter nem o primeiro, que dirá mais um! –ela riu –Esses bebês Naras são muito intrometidos!

Ele riu também, concordando.

—Yare...Yare... –ele suspirou –Não estamos um pouco velhos demais pra isso? –ela separou-se um pouco dele, apenas o suficiente para fitar seus olhos, e levantou uma sobrancelha –Não estou te chamando de velha, problemática. Mas fazem uns dez anos desde a última fralda que eu troquei! Nem sei se lembro mais como se faz isso!

—Pois vai ter que reaprender! –ela exclamou, firme –Não pense que vai escapar das fraldas, nem das noites sem dormir, nem de limpar vomito ou qualquer uma das nojeiras que bebês fazem.

Ele riu novamente.

—Eu sei que não. –respondeu –E sinceramente? Não estou reclamando. –ele beijou sua testa e declarou: -Eu te amo, Temari.

Ela sorriu, fechando os olhos, sentindo as lágrimas voltarem, ele repousou o queixo em sua cabeça. Detestava ficar emotiva, mas como evitar? Ela nunca acreditou que sua vida pudesse seguir pelos caminhos que seguiu. Ela sempre pensou que tudo se resumiria a ser uma kunoichi de Suna e lutar por sua vila. Ela nunca acreditou que poderia ser amada daquele jeito, com tanto carinho e dedicação, companheirismo e aceitação. Ela nunca pensou que se casaria, que seria mãe e que seria extremamente feliz dessa forma. Temari continuava sendo uma kunoichi de alto nível, uma diplomata, representante de Suna em Konoha. Mas ela era mãe e esposa também e tudo isso fazia ela se sentir completa e plena consigo mesma. Ela aprendeu a equilibrar tudo aquilo dentro e fora dela com os anos.

—Eu também te amo. –murmurou de volta.

E agora ela seria mãe novamente. Não sabia se seria mais fácil ou mais difícil que a primeira vez. Porém, sabia que tudo mudaria novamente. Mas, mais do que isso, ela sabia que Shikamaru estava ali para ela, para o que desse e viesse, assim como estivera na primeira vez e todos os anos seguintes.


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Notas finais do capítulo

Então? O que acharam? Eu particularmente amei! A perspectiva de mais Naras nesse mundo, pricipalmente vindo desses dois lindos me anima e muito!!!

Ao aviso:
Eu estou pensando em trasformar essa one em uma long. Isso depende de se houverem interessados em ler uma continuação e se a inspiração vai ajudar hauahuah' Então comentem o que acham disso e o que vocês gostariam que pudesse acontecer. Vou deixar em aberto a história até me decidir se vou ou não continuar.