Vestige escrita por Camila-chan


Capítulo 8
Capítulo 8 - Oitava etapa – Você e Eu


Notas iniciais do capítulo

eu sei!! eu sei!!
povo desculpe!!!
eu demorei!!!
mas foi que aconteceu umas paradas ai!!
notas no final e explicaçoes tbm!!
espero que tenhao uma boa leitura e gostem do capitulo!! ;p

Leitora beta: Annaa



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8ª Etapa – Você e Eu

“Eu não sei por quê, mas não consigo tirar meus olhos de você...”

                - Ahh... que cheiro é esse? – ouvi uma voz delicada exclamar ao meu lado – Vamos Sasuke-kun sente-se aqui. – pediu ela conduzindo-me até o sofá da sala – Vou abrir essas janelas!

                Observei ela deixar as minhas malas no chão para em seguida vê-la caminhar apressada até as cortinas grandes e escuras da sala de estar, ela as puxou e logo em seguida abriu todas as janelas do cômodo, sorriu ao sentir os raios de sol tocarem sua pele alva e olhando a paisagem da janela exclamou feliz:

                - A vista é linda da janela. – e se virando para mim ela se aproximou e seus olhos brilhavam de uma maneira que nunca achei que brilhariam – Como se sente?

                - Bem. – respondi olhando o doce sorriso que ela tinha em seus lábios rosados

                - Vamos, levante-se! – pediu ela em um tom de ordem como se eu não tivesse respondido a pergunta dela – Você precisa descansar. – e segurando meu braço ela ajudou-me a levantar do sofá – É melhor você deitar um pouco na cama, você esta um pouco pálido.

                - Sempre fui pálido Sakura. – respondi, mas ela continuou me conduzindo para meu quarto como se eu nada tivesse dito

                - O que você quer comer no jantar? – ela perguntou, mas nem respondi sabendo que ela não me ouviria e escolheria o que a mesma queria fazer – Nossa essa casa precisa de uma faxina urgente. Parece inabitada há anos.

                - Porque talvez ela realmente estivesse inabitada. – eu respondi olhando-a pelo canto do olho e ela estava pensativa

                Como eu previa, ela me ignorou e não demorou muito para que eu estivesse sozinho deitado na cama do meu quarto no escuro enquanto eu só ouvia o barulho do ventilador que Sakura havia ligado ali e sem demora eu adormeci sabendo pela primeira vez que não estava sozinho nesse lugar.

                - Ai! Acho que não é esse botão. – disse Sakura sentada ao meu lado no banco do motorista enquanto eu a observava perdida nos botões do painel do carro

                - Sakura? Por que não me deixa dirigir? – eu perguntei impaciente no banco ao lado do dela – Tenho certeza que corro mais perigo com você atrás desse volante do que se eu estivesse com as mãos e os pés amarrados. – eu disse e sorri de canto ao ver ela me olhar irritada

                - HA! HA! Muito engraçado Sasuke! – disse ela mexendo no cambio de marchas – Nunca dirigi esses carros chiques tenha paciência. Sem contar que sou uma ótima motorista.

                - Sei... Mas Sakura... Esse carro é de três anos atrás. – eu respondi observando as sobrancelhas dela unidas enquanto ela pisava na embreagem para colocar a primeira marcha – Ainda prefiro que você me deixe dirigir.

                - Sem chance! – ela disse irritada – Eu sou paga para cuidar de você, da sua saúde e da sua casa.

                Então ela finalmente pisou no acelerador fazendo o carro começar a andar. Se eu chegasse ao hospital vivo eu nunca mais duvidaria da existência de um milagre. Sakura dirigia como louca, ela nunca se lembrava de olhar pelo retrovisor e quando fechava alguém e recebia uma buzinada ela realmente xingava os carros, mesmo que todos os vidros estivessem fechados e fosse impossível dos motoristas ouvirem.

                De repente senti o carro parar e o motor ser desligado e então dedos delicados tocaram meu ombro.

                - Sasuke-kun? Você está bem? – ouvi a voz delicada dela, quem diria que atrás disso tudo tenha uma assassina no trânsito – Você está um pouco verde...

                - Sakura... – eu chamei olhando o rosto preocupado dela e estendendo minha mão em direção da chave que ainda estava no contato eu a puxei rápido – Você nunca mais vai dirigir esse carro.

                - O que...? – questionou ela sem entender minha reação, mas quando ela olhou para a mão que segurava a chave do carro observei o rosto dela mudar para de raiva – AHA? Vamos lá Sasuke-kun nem foi tão ruim assim. Deixe de ser bobo e me devolva essa chave.

                - Nem morto! – eu respondi observando os lábios dela se transformarem eu um biquinho manhoso. Céus ela era tão linda. – Eu tenho corrido risco de vida suficiente sem você no volante. Nem pense.

                - Foi tão ruim assim? – perguntou ela abaixando o olhar, mas ainda bicuda sentada no banco do motorista de braços cruzados

                A cena era encantadora, impossível de resistir, isso se eu não estivesse realmente querendo ficar vivo por mais um tempo.

                - Vamos já está quase na hora da consulta. – Eu disse abrindo a porta do carro, ouvindo-a abrir a porta rapidamente

                Eu estava com certa dificuldade para mover as penas e andar era realmente complicado e lento e isso de certo modo me incomodava muito, mas Tsunade havia dito que seria temporário. Ela disse que a quimioterapia e a radioterapia poderiam mexer com o meu equilíbrio também e dificultaria ainda mais o meu andar, mas eu não estava sentindo muita diferença desde que fizemos a primeira sessão de radioterapia, mas é claro, Sakura não sai de perto de mim e já estava a minha frente me ajudando a sair do carro.

                Caminhamos lentamente até o hospital, já que minhas pernas não se mexiam mais rápido que isso e me recusei a ser ajudado por ela, se tinha uma coisa que não tinha mudado em mim era o meu orgulho, eu não aceitaria a ajuda de uma mulher frágil e falante como ela.

                Eu havia feito radioterapia ainda nessa semana e saído do hospital ontem e hoje aqui estava eu de novo, mas dessa vez para uma conversa com Tsunade e uma sessão de fisioterapia para fortalecer minhas pernas. O tempo no hospital foi rápido e a fisioterapia também não demorou.

                Já estávamos indo para o carro e Sakura caminhava na mesma velocidade que eu enquanto falava alegremente sobre algo que parecia dizer respeito ao almoço, ela também carregava algumas coisas nos braços que o fisioterapeuta havia me passado para uma fisioterapia em casa e eu caminhava me apoiando no corrimão que havia no corredor do hospital olhando para minhas pernas bambas e sem força me lembrando do olhar preocupado que Tsunade tinha em mim durante a fisioterapia, ela fizera questão de assistir minha primeira fisioterapia, mas pelo olhar dela em mim talvez nem tudo estivesse indo tão bem quanto eu imaginasse.

                Talvez fosse uma mudança de humor ou o cansaço pela fisioterapia eu não sabia dizer, mas no final das contas a própria Sakura dirigiu e ela parecia estar dirigindo melhor ou talvez fosse só o fluxo menor de carros nesse horário, eu não sabia dizer exatamente eu estava adormecido quando senti o carro parar.

                Eu não me lembro exatamente como cheguei a minha cama, mas eu me lembrava de caminhar com a ajuda de Sakura sentindo sua mão envolta da minha cintura e um do meu braço sobre os ombros dela enquanto ouvia ela murmurar algo sobre estar pesado.

                Sentei-me na minha cama acendendo o abajur, olhei envolta vendo meu quarto cheio das tranqueiras que costumava trazer das viagens que eu fazia para dar palestras e promover mutirões de ajuda as pessoas necessitadas. Olhei para a cômoda em frente da cama enquanto um ícone da Virgem Maria e do Menino Jesus pendia torta na parede e eles pareciam me olhar fixamente, então me veio a mente que eu não havia terminado o ultimo estudo que eu tinha começado do livro de Tobias na bíblia.

                Apoiando-me no criado mudo me levantei vagarosamente observando a porta fechada do banheiro ao lado do criado a casa estava estranhamente silenciosa o que era raro desde que Sakura se mudou para cá. Ao invés de ir ate a cômoda pegar minha bíblia e meu caderno de anotações, caminhei em frente em direção da porta que dava pro corredor, será que já era noite e eu havia dormido o dia inteiro? Parecia-me que eu tinha dormido somente algumas horas.

                Passei pela porta e por causa da grande claridade tive que esperar uns segundos para meus olhos se acostumarem, mas então pude perceber que essa luz toda não vinha de uma lâmpada nem nada parecido e sim que era simplesmente os raios de sol que invadiam o corredor que estava estranhamente claro, brilhante e limpo.

                De um lado eu via as portas dos quatro quartos abertas e a porta do banheiro também. Pus-me a caminhar em direção contraria a tais cômodos e não precisei de muitos passos para perceber que era a sala, que estava ainda mais clara que o resto da casa. Vasculhei o local com os olhos encontrando Sakura sentada num sofá de costas para mim, se não fosse seu cabelo rosa eu provavelmente teria passado reto achando que fosse uma almofada ou algo do gênero.

                Aproximei-me com meus passos lentos esperando que aqueles olhos verdes me encarassem a qualquer momento, mas nada... Quando estava próximo o suficiente para ver seu rosto vi que seus olhos estavam fechados, a boca estava semi-aberta e sua respiração estava calma. Parei incapaz de continuar a caminhar diante daquele delicado rosto que estava levemente corado e de repente os lábios dela se mexeram levemente como se estivesse dizendo algo e ela virou a cabeça dizendo:

                - É lindo... – Isso era uma surpresa. Quer dizer que ela falava dormindo? Com o que será que ela estava sonhando? Observei a cabeça dela se mover novamente para o meu lado – Sasuke-kun...

                Senti que meus olhos se arregalaram. Ela estava sonhando comigo ou estava acordada? Observei-a calado incapaz de me mexer nesse momento, mas então ela moveu a cabeça novamente ainda desacordada. Pensei por um momento se devia acordá-la ou não, mas decidi que não adiantaria em nada ficar ali parado olhando pro rosto dela.

                Aproximei-me lentamente assim como minhas pernas me permitiam, mas antes de alcançá-la ela deu um pulo gritando.

                - A COMIDA! – foi então que ela me viu com uma das mãos levantada em sua direção ela me olhou sem entender o que estava acontecendo

                - Você cochilou. – eu disse ficando ereto de novo

                - Desculpe Sasuke-kun. – pediu ela se levantando rapidamente – Sente-se aqui eu já vou servir o almoço.

                Observei ela caminhar para a cozinha apressada. Pouco tempo depois estávamos almoçando.

                Os dias se passaram lentamente, até que me dei conta de que já fazia quase dois meses que eu havia descoberto o câncer. Naruto viera aqui algumas vezes dizendo que estava fazendo uma visita para me alegrar, mas ele falava tão alto que quase o mandei embora a chutes, como se não bastasse, as dores de cabeça da cirurgia eu tinha que ficar ouvindo ele? Definitivamente não! Para minha surpresa ele está saindo com alguém que na minha opinião ela deve ser cega ou maluca.

                Sakura continua dirigindo como uma louca e da última vez que fomos ao hospital ela sentou ao banco do passageiro e eu do motorista. Minhas pernas já estavam bem melhores e agora era só exercitá-las para que voltem ao normal.

                Tsunade esteve estudando os últimos resultados de exames que fiz e a pericia das amostras dos tumores e achou melhor começarmos com a as sessões de quimioterapia, pois eram mais eficientes mesmo que os efeitos colaterais fossem mais fortes então hoje seria minha primeira sessão de quimioterapia e teria que passar a noite no hospital em observação, então Sakura iria fazer uma visita a sua mãe.

                Dirigi normalmente até o hospital e logo eu já estava entrando pelas portas automáticas carregando uma pequena mala de mão com algumas coisas que seriam necessárias durante minha estadia no hospital. Sakura caminhou ao meu lado ate que eu estava sentado em uma das cadeiras da sala de espera.

                - Você tem certeza? Não quer que eu fique com você? – ela perguntou de pé na minha frente

                - Sakura isto é um hospital. Está cheio de enfermeiras e médicos, não se preocupe. – eu disse cansado de dizer isso de novo – Vá ver a sua mãe.

                Ela me observou com um olhar de dúvida que eu ignorei e olhei para a recepcionista de Tsunade andando em minha direção.

                - Uchiha Sasuke? – perguntou ela quando se aproximou mais de mim

                - Sim. – eu respondi me pondo de pé

                - Vamos? Tsunade-sensei te aguarda. – disse a mulher

                - Nos vemos a amanhã Sakura. – eu disse me virando para Sakura sorrindo levemente com o canto da boca tentando passar-lhe confiança – Traga meu carro inteiro, olhe nos retrovisores antes de fazer ultrapassagens.

                - Fique bem! – disse ela, sempre preocupada demais ignorando o que eu havia dito – Eu li sobre a quimioterapia e as chances de cura são altas.

                - Certo. – eu respondi lembrando do último livro sobre a doença que ela havia comprado que era intitulado como “Os benefícios e os riscos da quimioterapia”

                Segui a mulher, recepcionista, deixando Sakura sozinha na sala de espera e não demorou muito para que eu chegasse ao quarto em que Tsunade me esperava reconhecendo-o imediatamente.

                - Como se sente hoje? – perguntou Tsunade me olhando dos pés a cabeça

                - Bem. – respondi – Hoje é um daqueles dias melhores.

                - Entendo. – disse ela indicando com a mão que eu me sentasse – Vou explicar-lhe o procedimento da quimioterapia. – ela disse se sentando também depois que eu havia sentado – A radioterapia parece não ter afetado muito o seu organismo, me diga se tiver reparado em algo do que irei te perguntar. Tem tido tontura?

                - Raramente. – respondi depois de pensar por um momento – Nem me lembro quando foi a última vez.

                - Uhum... Secura na boca?

                - Sim. Muita. – respondi sentindo como se não bebesse água há horas

                - Sim, mas é inevitável! Não há o que fazer sobre. – ela disse escrevendo em sua prancheta – Observou feridas no couro cabeludo? Ou em outras partes do corpo? Como manchas, feriadas, ardência...

                - Não. – respondi sem me lembrar de nada sobre isto

                - Certo. Náuseas? – perguntou ela fazendo anotações em sua prancheta.

                - É comum depois das sessões... – respondi – Mas nada comparado a como era antes.

                - Você chega a vomitar? – perguntou-me

                - Não. – respondi rapidamente

                - Sei. Queda de cabelo? – perguntou ela olhando rapidamente para minha cabeça

                - Não. Não que eu tenha reparado. – eu disse tentando puxar na memória

                - Ok Sasuke! – disse ela e tirando os olhos da prancheta me encarou com o olhar cansado – Você tem estado bem resistente aos efeitos da radioterapia, mas a quimioterapia é bem mais forte. As náuseas aumentarão e você passará provavelmente a vomitar. A resistência do seu organismo diminuirá e você ficará doente facilmente. Haverá risco de convulsões, fraqueza, problemas de equilíbrio e coordenação motora, dificuldades de concentração, raciocínio e memorização. Ah! E é claro a maioria perde os cabelos no tratamento. – disse ela analisando minha reação – A quimioterapia será intravenosa, ela atuará destruindo células que apresentam um ritmo de proliferação acelerado que é o seu caso e você passara a tomar esses comprimidos a partir de amanhã.

                “As recomendações são as mesmas de antes. Nada de fazer esforços, exercícios físicos, de pegar friagem, e relações sexuais nem pensar! Evite o estresse e não passe raiva. Durma bastante, se agasalhe bem e se alimente bem. Entendido?”

                - Sim. – eu respondi tentando guardar tudo o que ela havia dito pegando um envelope com a medicação

                - Vamos começar em breve se deite na cama e tente relaxar. – certo quando médicos falam isso é por que o negócio vai ser feio

                Deitei-me na cama tentando parecer calmo enquanto Tsunade sai do quarto para poucos minutos depois uma enfermeira entrar empurrando um pequeno aparelho com um soro pendurado no topo. Não demorou muito e a agulha já estava no meu braço.

                Com toda certeza esse dia foi um dos piores da minha vida. Eu nunca pensei que alguém fosse capaz de vomitar tanto em um curto espaço de tempo, mas eu fui. Mesmo que não tivesse nada no meu estômago eu fui capaz. Quando o dia amanheceu no dia seguinte as náuseas estavam mais fracas e minha barriga doía muito então dormi de tão cansado e esgotado que eu estava.

                Eu não sei quando Sakura chegou, mas quando comecei a recuperar os sentidos do meu corpo ela estava lá ao meu lado com seu olhar preocupado sobre mim, mas meus olhos se fechavam antes que alguma palavra saísse pela minha boca. Não sei quantas vezes acordei e dormi vendo-a ao lado da minha cama.

                Quando acordei dessa vez eu estava mais ciente do meu corpo e podia ouvir vozes que eu conhecia no começo não entendi o que elas diziam, mas depois os sons foram ficando entendíveis e eu lutei contra minhas pálpebras pesadas para se abrirem.

                 - Sasuke-kun? – ouvi a voz de Sakura me chamando então olhei para o rosto dela tentando focá-lo – Você está acordado agora?

                - Estou... – respondi vendo um sorriso fraco surgir no rosto dela

                - Ele está bem Hinata? – ouvi a voz dela preocupada se virar para a outra pessoa ali

                - De u-um tempo a e-ele, Sakura-chan. – ouvi ela responder com sua voz baixa e tímida

                Olhei o quarto ao meu redor sentindo que minhas pálpebras já não lutarem tanto para se fecharem contra minha vontade. Quando meu olhar cruzou com o de Sakura ela me olhava com os olhos avermelhados como se estivesse chorando e Hinata estava com uma das mãos no ombro dela, mas nos seus lábios havia um pequeno sorriso. Seus olhos maravilhosamente verdes refletiam os meus, comuns e negros, era como se nós dois estivéssemos olhando um fino fio de esperança que nos interliga ficar mais grosso e forte a cada minuto que passávamos juntos.

                - Como se sente? – foi a voz de outra pessoa que eu não havia visto naquele quarto que fazia essa pergunta

                - Tsunade-sensei. – ouvi a voz de Hinata dizer se virando para nossa visitante, mas eu e Sakura ainda nos olhávamos. Eu podia enganar as outras pessoas e dizer que era mentira para elas, mas eu não podia enganar a mim mesmo eu tinha certeza de tudo o que sentia e nesse momento eu a amava do fundo do meu coração

                Os quatro dias que se passaram depois da minha primeira quimioterapia foram dolorosas e cansativas, mas eu estava bem mesmo que não pudesse dizer a mesma coisa de Sakura. Ela passava horas ao telefone com Hinata sua mais nova amiga, mas ela passou a me evitar, ainda era super protetora é claro, mas estava assustada e com medo eu podia sentir o ressentimento vindo dela.

                - Algum problema Sasuke-kun? – perguntou ela atrás do sofá que eu estava sentado – Está passando mal?

                - Eu estou bem Sakura. Não se preocupe, só estou sem sono agora. – eu respondi olhando para as cortinas que balançavam conforme o vento entrava pelas janelas abertas na sala de estar trazendo uma calmaria para meus pensamentos, eu gostava disso

                - Tudo bem. Se precisar de mim me chame eu vou me deitar. – ela respondeu e eu senti seu típico olhar preocupado sobre mim, mas ignorei

                - Uhum. – murmurei para logo em seguida ouvir seus passos receosos ecoando do chão de madeira

                Eu não sei exatamente quanto tempo fiquei sentado na sala ouvindo nada mais do que o barulho do vento nas cortinas fazendo-as se moverem até tocarem o teto, mas eu gostava de sentir a brisa me tocando era como se fossem as próprias mãos de Deus me acariciando a pele e me dando força para continuar a viver. Eu sei. A maioria das pessoas diria que estou louco se eu dissesse essas palavras a elas, mas é a verdade. Eu não mentia a mim mesmo seria como mentir a Ele, talvez por isso eu goste tanto daquela leitura em que Elias se encontra com Deus, “Um grande e impetuoso furacão fendia as montanhas e quebrava os rochedos diante de Iahweh, mas Iahweh não estava no furacão; e depois do furacão houve um terremoto, mas Iahweh não estava no terremoto; e depois do terremoto um fogo, mas Iahweh não estava no fogo; e depois do fogo o murmúrio de uma brisa suave.” Foi com a brisa suave que Elias soube que Deus estava ali e ele cobriu o rosto em respeito antes de dialogar com Iahweh.

                Logo depois de tanto pensar eu estava perdido nas horas dessa noite obscura então me levantei e caminhei procurando não fazer barulho algum indo direto para minha cama e eu adormeci rapidamente.

                No dia seguinte quando acordei já era tarde. Levantei vagarosamente e caminhei até o banheiro tomando um banho um tanto quanto demorado. Quando terminei sai do meu quarto e caminhei em direção a cozinha, mas parei antes de chegar nela.

                - Hinata, eu achei que ele fosse morrer. – ouvi a voz de Sakura dizer um silêncio se prolongou e deduzi que ela ouvia o que Hinata dizia do outro lado da linha no telefone – Não se trata disso. – ela fez mais uma pausa, mas logo continuou – Eu sei disso Hinata, mas eu vou ter que dizer isso para ele. Eu não sou capaz. – outra pausa e ouvi Sakura batucar algo no balcão da cozinha impaciente – Está bem Hinata eu vou pensar. Agora tenho que desligar ele deve estar para acordar. Certo! Beijos e até outra hora.

                Logo ela ficou em silêncio. Dei alguns passos para trás, mas logo que ouvi o barulho de uma cadeira sendo puxada eu parei de caminhar para trás. O que significava isso que eu havia acabado de ouvir? Fiquei parado por um tempo, que não sei dizer exatamente quanto, mas depois voltei a caminhar em direção a cozinha.

                - Bom dia Sakura. – eu murmurei sem vontade

                - Owh! Bom dia Sasuke-kun. – ela disse levantando o rosto do meio das suas mãos para me olhar

                - Algum problema? – perguntei vendo o olhar preocupado dela

                - Não. Nenhum. – disse ela se levantando e me olhando brevemente, sorriu de leve – Eu já vou servir seu café da manhã.

                - Obrigado. – eu disse me sentando a mesa

                Eu estava na sala olhando para as janelas abertas enquanto ouvia música, quando senti alguém se aproximando de mim.

                - Seu remédio. – me virei para ver a dona daquela voz e encontrei Sakura séria olhando para um ponto qualquer na sala, enquanto segurava um copo de água em uma mão e na outra uma cartela de comprimidos

                Estendi uma das minhas mãos enquanto com a outra pegava o copo da mão dela, ela me entregou o comprimido e esperou que eu o tomasse, quando eu o engoli ela pegou o copo de água da minha mão e se virou em direção a cozinha.

                - Espere! – eu disse segurando o braço dela – Você quer me dizer algo! – eu afirmei sabendo disso mesmo antes de ouvir a conversa dela com Hinata

                - Quero? – ela perguntou percebendo que eu não havia feito uma pergunta

                - Você anda estranha, Sakura. Achou que eu não fosse perceber ou o que? – perguntei sentindo a irritação pulsar nas minhas veias

                - Do que você está falando Sasuke? – perguntou ela e olhei para ela interrogativo ao ouvir meu nome sem a presença do “kun” ela nunca havia pronunciado meu nome sem ele, mas ela realmente acreditava que iria me enganar assim?

                - Acha que sou burro Sakura? – perguntei me levantando do sofá e me virando para olhá-la de frente continuei – É só olhar como você está agindo! O que ...? – comecei uma nova pergunta, mas ao ver o olhar assustado dela a irritação foi contida – Olhe. Desculpe Sakura...

                - Olhe você Sasuke! Você quer que eu te diga algo? Ótimo eu digo! – respondeu-me ela com a voz levemente alterada – Então eu serei sincera! Isso não está certo! Definitivamente não está! – continuou ela com certa cautela – Eu fui infantil no começo! Na verdade eu fiquei empolgada quando ouvi essa idéia do Padre Kakashi e achei que podia dar certo eu viver como uma pessoa normal, mas eu não sabia no que estava me metendo...

                - O que você está dizendo? – eu perguntei a interrompendo sem acreditar nas palavras que a boca dela pronunciava

                - Sasuke você precisa de uma enfermeira aqui e não de mim. – ela disse levantando as mãos como se quisesse acalmar uma fera indomada

                - Não! Eu não preciso! – eu disse sentindo minha irritação de novo

                - Certo! Fique calmo. Eu posso ficar aqui até encontrarmos uma enfermeira para você... – ela começou a se justificar levantando os ombros como se isso tudo fosse algo insignificante

                - Calmo? – eu murmurei num tom de voz baixa, mas logo ela estava se elevando cada vez mais – É assim então? Quando você precisa de ajuda, ótimo! Agora quando eu preciso de ajuda... Foda-se! Você não tem esse direito não tem! – eu murmurei apontando meu dedo indicador para ela – O que eu sou para você, aham? Um banco? Pois é isso que parece! – eu murmurei dando passos para trás para controlar a raiva que havia se apossado de mim, eu podia sentir a veia no meu pescoço saltada e o olhar de medo dela sobre mim. Ao encontrar a parede eu a esmurrei descontando minha raiva – Droga! – eu gritei dando outro murro na parede – Vá embora então!

                - Que droga Sasuke! – ela disse elevando sua voz – Eu achei que você estivesse morrendo! – ela gritou me encarando e eu a encarei de volta – Quando cheguei ao hospital da visita que fiz para minha mãe e olhei para você naquela cama de hospital pálido e imóvel... – murmurou Sakura e percebi que ela lutava contra as lágrimas – Eu achei que você estivesse morto. Se Hinata não estivesse comigo não sei o que teria feito. Eu tenho medo... – a voz dela saiu baixa e então finalmente as lágrimas começaram a escorrer

                - Medo? – eu perguntei e acho que minha voz saiu num tom de zombaria

                Ela me olhou com os olhos arregalados e cheios de lágrimas e depois os desviou de mim se ela soubesse o quanto isso me irritava nunca mais tiraria os olhos de mim, mas decidi esperar paciente. Os lábios dela se mexeram levemente como se dissessem algo, mas eu não pude ouvi-la então vi quando ela deu uns passos para frente e quando me dei conta eu também havia dado querendo ansiosamente ouvir as próximas palavras dela.

                - Eu tenho medo de me tornar como minha mãe... Eu tenho medo de ser como ela. – ela disse com a voz baixa e então quando abri minha boca para concretizar minha confusão com as palavras que ela havia dito ela continuou respirando profundamente – Ela amou demais meu pai e ele a deixou. Eu não posso cometer o mesmo erro, mas... – ela respirou profundamente de novo e finalmente olhou para mim – Mas eu não tenho a força que achei que tinha para me afastar de você. Eu me apaixonei sem ao menos perceber isso.

                De repente observei minha mão tocar a pele dela, inconsciente do movimento que fez com que ela chegasse a tocar o rosto de Sakura, eu limpei as lágrimas que escorriam ali.

                - Sasuke-kun... – ela murmurou fechando os olhos e então de repente minha mão estava suspensa no ar – Não me de esperanças Sasuke. Eu não quero...

                Logo eu estava na frente dela novamente, mas dessa vez eu segurava a cabeça dela levantada entre minhas duas mãos.

                - Você não será como ela Sakura. – eu disse e então senti as mãos dela espalmando meu peito – Por favor... – eu pedi olhando-a nos olhos

                Eu não sei exatamente como tudo aconteceu, pois depois disso estávamos nos beijando e eu tentava ser delicado com ela para mostrar meus sentimentos com o meu toque, afinal eu não era nem um pouco bom para dizê-los em voz alta. Nossos lábios se tocavam gentis, mas eu sentia que isso não passava de um vestígio do amor que ela sentia por mim e eu por ela. Como eu podia dizer? Isso era tudo realmente novo para nós dois.

                Quando nos separamos ela olhou para mim com um olhar preocupado e então eu sorri de canto como eu só fazia para ela, o que pareceu dar coragem a ela. A partir desse dia passávamos mais tempos juntos, passamos até a sair algumas vezes juntos quando eu começava a me recuperar da ultima sessão de quimioterapia.

                Era dia da minha terceira sessão de quimioterapia e eu não estava nem um pouco com vontade de sentir todo aquele mal estar mais uma vez, mesmo assim me levantei da cama me lembrando do olhar de esperança de Sakura noite passada quando ela me levou o comprimido que Tsunade me passara.

                Acendi a luz do quarto e caminhei até o banheiro ainda sonolento, quando vi meu reflexo no espelho que tinha sobre a pia percebi que minha imagem estava piorando com as sessões de quimioterapia, passei minha mão no cabelo olhando as olheiras que eu tinha mesmo dormindo muito todo dia. Suspirei cansado e quando olhei para pia para abrir a torneira havia alguns fios de cabelo caído ali e ao olhar direito para minha mão que antes eu havia passado pelo meu cabelo enxerguei vários fios enroscados nos meus dedos.

                Olhei para o meu cabelo refletido no espelho e ele parecia normal. Levei minha outra mão a minha cabeça e com ela puxei um tufo de cabelo, vendo vários deles ficarem nos meus dedos. Então era isso? Eu estava perdendo os cabelos agora.

                - Sasuke-kun? – ouvi uma voz me chamar pouco tempo depois houve duas batidas leves na porta do banheiro – Está tudo bem?

                - Já estou terminando. – eu respondi tirando meus cabelos dos dedos

                - Certo! – disse a voz suave de Sakura – Não demore que já está quase na hora de irmos para o hospital.

                Não respondi para Sakura e alguns segundos depois, ouvi os passos receosos dela no piso de madeira, eu ainda me encarava no espelho digerindo o novo efeito colateral da quimioterapia. Eu devia estar esperando por isso, mas por algum motivo eu acreditava que isso não aconteceria comigo. Nesse dia antes de sair do quarto coloquei um boné na cabeça e é lógico isso não passou despercebido dos olhos de Sakura, mas ela nada disse.

                - Que isso? – perguntei vendo Sakura segurar um embrulho a minha frente

                - Um presente. – respondeu ela sorrindo alegremente

                - Hoje é alguma data especial que eu não saiba? – questionei tentando me lembrar de algo mais nada me veio a cabeça

                - Não. – disse ela aproximando mais o embrulho do meu rosto – Mas você não pode passar o inverno usando bonés para esconder o cabelo. – disse ela sorrindo docemente e como eu previa, ela percebeu que eu não estava usando bonés por mais de uma semana porque queria – Você pode pegar um resfriado.

                Eu sorri de canto com a constatação dela e um pouco relutante peguei o embrulho.

                - Não precisava ter gastado seu dinheiro com isso. – eu disse olhando o rosto alegre dela

                - Não gastei nadinha. – disse ela sorrindo um misto de alegria e ansiedade – Abra! – exigiu ela

                Olhei pro embrulho simples em minhas mãos e logo comecei a desembrulhá-lo encontrando dentro uma toca de inverno feita de lã azul escuro.

                - Nada passa despercebido pelos seus olhos? – perguntei olhando o rosto dela inundado de curiosidade

                - Não! – disse ela rindo

                Os dias se passaram lentamente, mas quando me dei conta haviam se passado três meses e a cada dia eu me sentia mais apático e irritado. Kakashi passara os dois últimos meses trazendo a comunhão para mim em casa já que eu não conseguia passar 1 hora inteira sentado no banco da igreja e é claro que ele fez piada com a minha cara nessas visitas.

                - Sasuke seu safado. – disse ele sorrindo por debaixo da máscara branca e ao ver meu olhar confuso logo continuou – Não se faça de bobo, ehiem. Você e a Sakura-chan...

                - Não diga estupidez! – rosnei irritado para ele

                - Ei! Diga se é verdade! Ouvi dizer que os homens que fazem tratamento para se curar de câncer, que eles...? – Kakashi levantou o dedo indicador e depois o abaixou lentamente

                - Do que está falando? – perguntei perdendo a paciência

                - Você sabe do que estou falando! – ele acusou – Ele te deixou na mão logo quando você tinha a Sakura-chan nas mãos, foi?

                - Não diga idiotices Kakashi! – eu disse realmente irritado, mas não consegui evitar de imaginar a cena, ter Sakura em meus braços parecia algo maravilhoso e senti uma quentura subir pelo meu rosto enquanto Kakashi sorria vendo minha reação – Você realmente é um Padre?

                - Bom dia Padre Kakashi. – cumprimentou Sakura surgindo na sala

                - Bom dia Sakura-chan! – disse Kakashi para ela sorrindo por debaixo da máscara idiota que ele insistia em usar – Como vai?

                - Bem. – respondeu ela sorrindo em troca e ao me olhar vi os olhos dela se transformarem em preocupados e logo ela suas mãos tateavam minha testa – Está com febre? – Ouvi a risada um pouco alta de Kakashi ao meu lado e Sakura o olhou como se ele estivesse a insultando – Ele está vermelho Padre.

                - Não é nada! – eu respondi tirando as mãos dela do meu rosto e me levantei irritado me distanciando dos dois

                - Sente-se Sakura devo dizer-lhes algo. Uma moça tão bonita como você deve saber que quando um homem pedir para você provar a ele que o ama, não caia nessa de fazer sexo com ele. – disse Kakashi e vi um “Q” de interrogação no rosto de Sakura – Os homens são uns mentirosos e eles na verdade só querem te ter na cama como ele para depois te deixar e te trocar por uma nova vitima. Se ele te amar não ficará te pedindo...

                - CALE A BOCA KAKASHI! – gritei irritado com o rumo daquela conversa, se não logo ele estaria numa descrição detalhada sobre isso

                - Tem certeza que não está com febre Sasuke-kun? – perguntou-me Sakura me olhando preocupada

                - Tenho! – respondi virando de costas pros dois ouvindo outra risada de Kakashi

                Naruto também viera me visitar várias vezes e em uma vinda trouxe sua namorada para que eu conhecesse e para minha surpresa até Sakura já sabia que era Hinata a nova namorada dele, mas eu não duvidaria da boa índole de Hinata, ela não era nenhuma garota boba como as outras namoradas desse Dobe idiota e certamente eles se gostavam muito.

                Mesmo com tudo isso o que eu ainda mais queria saber era quando terminaria meu tratamento. Será que eu nunca melhoraria a ponto de não precisar mais dessa quimioterapia ou da radioterapia?

                - Esta é sua última sessão de quimioterapia. – me disse Tsunade como se tivesse lido minha mente – Devo dizer que a cirurgia para a retirada dos tumores, mesmo que arriscada, fez toda a diferença. Mesmo assim ainda faremos um acompanhamento do seu quadro todo mês durante um ano, depois de três em três meses, de seis em seis, de ano em ano até que tenhamos certeza que você está curado.

                - Obrigado. – agradeci realmente feliz por finalmente essa tortura de quimioterapia ter chego ao fim

                - Creio que em um mês você poderá começar a voltar calmamente a sua vida normal, mas se sentir alguma coisa estranha não hesite em me procurar. – disse-me ela sorrindo para mim e pela primeira vez vi seu semblante calmo

“Então prometa querido! Prometa que você estará comigo até o final de nossas vidas.”


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Notas finais do capítulo

bom ola povo nao me atirem pedras ok??bom... primeiramenteo capitulo esta pronto a mais de 1 mes, mas houve problemas!!XDDprimeiro eu viajei e a anna tbmentao e passou o maior do tempo viajando e nao betou a fic mas nao foi o q mais atrasou a fic!! nessas duas ultimas semanas eu fiquei sem net e a anna tinha me mandado o capitulo mais eu nao tinha como postar a fic!!mas agora estou com net e sem criatividade no momento entao a gente deve se ver daqui uns meses ai!!XDDtahparei =XXDmas nao agaranto nao!facul jah começou a todo vapor!!espero que gostei do capitulo novo!!Obrigado Cristalle por recomendar a fic!! e continuem recomendando ok? ;p(br />ah!! e eu nao abandonei a fic ok?Dbjitos ;pate++ povo!! o/bye bye