Vestige escrita por Camila-chan


Capítulo 5
Capítulo 5 - Quinta etapa - A Fé.


Notas iniciais do capítulo

ola pessoinhas!! ;p
capitulo novo pro ceis! XDD


valeu Anna por achar um tempinho para corrigir o capitulo!! ;p
bjitos ;p


Leitora-beta: Annaa



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5ª Etapa – A Fé.

 

“Ainda que eu falasse línguas, as dos homens e as dos anjos, se eu não tivesse caridade, seria como bronze que soa ou como um címbalo que tine. Ainda que eu tivesse o dom da profecia, o conhecimento de todos os mistérios e de toda a ciência, ainda que tivesse toda a fé, a ponto de transportar montanhas, se não tivesse a caridade, eu nada seria. Ainda que eu distribuísse todos os meus bens aos famintos, ainda que entregasse o meu corpo às chamas, se não tivesse a caridade isso nada me adiantaria.” (1 Coríntios 13, 1-3)

 

                - Ei! Teme! – ouvi uma voz atrás de mim

                Ao me virar vi Naruto correndo em direção a nós sem nem um pouco de pudor.

                - Não corra na igreja Naruto! – ouvi o garoto vestido de coroinha ao meu lado dizer.

                - Oh! Desculpe! – disse ele rindo enquanto coçava a nuca. Mania que ele sempre teve.

                - Não diga “Teme” dentro da igreja Naruto! – eu ralhei com ele – Você está atrasado!

                - Desculpe, mas é que meu tio estava enrolando conversando com umas mulheres na porta da igreja e não me deixava vir. – respondeu ele indo para minha frente ficando ao lado do outro garoto

                - Seu tio está ai? – perguntei curioso, mas fingindo desinteresse arrumando a minha máscara no rosto

                - Sim! – me disse Naruto e cutucando o garoto ao seu lado o ouvi cochichar – Ei! Noami está ali, Sasuke.

                - E o que eu tenho com isso? – respondeu o garoto irritado

                - Nada! Nada! – disse Naruto dando de ombros com um sorriso pequeno na boca – É que estão dizendo no orfanato que ela gosta de você.

                - Não diga asneiras Naruto! – pediu Sasuke e se virando para mim ele disse – Está na hora Padre Kakashi!

                - Então vamos! Comecem a andar! – eu disse ouvindo o órgão antigo da igreja começar a tocar

 

                Sem saber o porquê me peguei pensando em memórias tão de repente que era como se alguém as assoprassem para mim algo já esquecido. Foi então que ouvi alguém me cumprimentar. Eu desviei meus olhos do meu livro preferido fechando-o no meio da bíblia.

                - Bom dia Padre! – ouvi alguém me cumprimentar com a voz baixa e fina

                - Bom dia Hinata. – eu cumprimentei de volta ao ver a garota que há um tempo atrás queria ir para o convento – Como vai?

                - Vou b-bem... – respondeu ela tímida – E o se-senhor?

                - Vou bem. – respondi sorrindo – Poderia me levar ao quarto da Senhora Minami?

                - Cla-claro Padre! – respondeu-me ela sorrindo sem graça – Irá visitar o Sasuke-san também?

                - Por quê? Ele não está bem depois da cirurgia? – perguntei olhando-a um pouco assustado

                - E-está sim Padre! – me disse ela rapidamente sorrindo sem graça – Ma-mas o Naruto-kun disse que e-ele está com câncer mesmo. Ele começou a-as sessões de quimioterapia hoje.

                - Oh! – eu exclamei olhando Hinata andando ao meu lado – Então a biópsia deu positivo?

                - S-sim. – me disse ela afirmando com a cabeça também

                - Espere! O Naruto? Amigo do Sasuke? – questionei e a vi ficar vermelha

 

                Hinata tinha passado tempo bastante na igreja junto com as irmãs quando se mudou para a cidade e achou que sua vocação fosse religiosa, mesmo que ela estivesse na igreja todos os dias desde então, isso aconteceu quando Naruto já tinha deixado de ir à igreja, na época algumas pessoas até achavam que ela e Sasuke tinham algo, mas não era isso. Ninguém tinha sido capaz de tocar no coração adormecido de Sasuke, isso até eu conhecer essa tal de Sakura, e ela está fazendo tão bem a ele que achei que não precisava mais me preocupar, mas pelo visto o câncer o abalou. Naturalmente.

 

                - A-a-aqui é o q-qua-quarto da S-senhora Mi-mi-minami, Padre. – disse-me Hinata vermelha parando em frente a uma janela de vidro da UTI do hospital, onde uma senhora de idade avançada estava deitada

                - Obrigado Hinata. – eu disse sorrindo por trás da máscara – Ah! O Naruto é um tanto lerdo para perceber as coisas, então tenha paciência com ele.

                - T-t-tu-tudo b-b-bem Padre! – disse-me ela ficando ainda mais vermelha – N-n-na verdade... N-nós s-sa-saímos on-ontem.

                - Oh! Mesmo? – perguntei surpreso, será que o Naruto finalmente deixou de ser tapado? – Lhe desejo sorte com ele.

                - O-obriga-do! Padre... – me disse ela tímida, ainda vermelha

 

                Sorri para ela e entrei no quarto da Senhora Minami ela já tinha seus 92 anos e tinha caído no banheiro, então era complicado para uma senhora de idade tão avançada. Fiz a visita e a confissão dela e em meia hora eu estava indo em direção ao quarto de Sasuke. Era horário de visitas e eu esbarrei com algumas pessoas nos corredores do hospital.

                Quando avistei o quarto de número 140 vi o nome completo dele escrito numa plaquinha ao lado da porta de correr: Uchiha Sasuke

                Bati duas vezes lentamente na porta e a abri dando de cara com um olhar esperançoso de Sasuke que logo murchou quando me viu e olhando a minha volta não encontrei Sakura só um Naruto que resmungava.

                - Ah? O que você faz aqui Kakashi? – me perguntou ele depois de ser interrompido por mim em algo que contava para Sasuke

                - Visitas! – respondi olhando de Sasuke para Naruto – Vim visitar a Senhora Minami que foi internada ontem e aproveitei para passar aqui. – e voltando meu olhar cansado para Sasuke perguntei – Onde está Sakura?

 

                Vi o Sasuke virar o rosto para janela irritado como se não quisesse falar nisso e Naruto olhou de mim para o amigo com um olhar dividido.

 

                - Bom... – começou Naruto olhando sem saber se devia mesmo dizer algo, mas o amigo não se pronunciou – Sakura está procurando um emprego, disse que não pode mais ficar aqui parada, ela precisa pagar a hipoteca da casa que mora com a mãe. – disse-me Naruto olhando rapidamente para Sasuke que continuava imóvel e voltando o olhar para mim ele continuou – O Sasuke ofereceu dinheiro para ela pagar a hipoteca, mas ela disse que não queria. Que não queria dinheiro dele, então que por causa disso apareceria menos vezes no hospital.

                - Hum... – eu murmurei para Naruto vendo Sasuke irritado

 

                Aquela não foi uma das melhores visitas que fiz, mas estava claro que Sasuke estava irritado por Sakura não estar ali. Era óbvio que não era eu nem Naruto que ele queria ali agora. O que será que eles dois já haviam conversado a sós? Aposto que a vida de Sakura também não foi fácil. Ela tem traços de sofrimento em seu rosto, um olhar pesado eu diria, talvez um dia o peso saia dela.

                Caminhei até o carro da paróquia e ao entrar nele dei partida e fui para a igreja. Ela era um pouco longe, então o carro era necessário mesmo que estivéssemos passando por apertos na igreja e no orfanato das irmãs. Desde que Sasuke ficou doente as arrecadações caíram, pois ele não ia atrás de novos doadores.

 

                - Quem é esse Koji-san? – perguntou uma criança de uns 13 anos, os olhos negros dele me analisavam cuidadosamente

                - Esse é Kakashi, Sasuke. – disse o senhor simpático de idade que estava ao meu lado enquanto passava a mão carinhosamente nos cabelos arrepiados e negros do garoto – Ele que ficará no meu lugar. Você sabe que meu tempo nessa cidade acabou e minha saúde tem pedido para que eu vá a um lugar mais calmo.

                - Mas eu não quero que você vá. – disse o menino com o olhar chorão

                - Sasuke... – disse ele com um olhar amável pro menino – Deus nos dá missões e nós obedecemos. Por que queremos a vida eterna certo? – perguntou o Padre com a voz fraca, mas amável e o menino acenou um sim com a cabeça – Deus nos ama. Então confie nele. Está bem?

                - Sim Padre! – disse o menino chorão. Então o Padre Koji o puxou para um abraço e o menino relutante deixou que algumas lágrimas escorressem – Vou sentir sua falta oji-san!

                - Eu também sentirei a sua Sasuke. Cuide das outras crianças do orfanato está bem? – pediu o senhor bagunçando os cabelos de Sasuke com a mão, fazendo o pequeno sorrir brevemente – Venha, vamos mostrar o orfanato para o Padre Kakashi.

 

                Outra memória surgiu como um flash na minha cabeça me fazendo lembrar o quanto Sasuke tinha sofrido. O antigo padre, o Koji, havia me contado a história de Sasuke. A família dele voltava das férias na praia e enquanto Itachi, o irmão mais velho de Sasuke, dirigia, ele perdeu o controle na pista molhada e acabou indo parar na contra-mão, onde vinha um caminhão que trombou no carro do lado em que os pais de Sasuke estavam. O pai na frente e a mãe no banco de trás. Sasuke e Itachi sobreviveram, mas os pais dele não.

                Os pais de Sasuke sempre iam a igreja e tinham um contato com o Padre Koji amigável, como se ele fosse da família, mas quando Sasuke ficou 1 mês internado, Itachi fugiu do país pois se sentia culpado pela morte dos pais e não conseguiria encarar Sasuke depois disso. “Culpa minha.” Dizia Itachi segundo Koji, desde então ele acolheu o pequeno Uchiha com os seus 7 anos, como um neto e o levou para morar no orfanato, pois eles não tinham nenhum parente próximo.

                Quando assumi o lugar do Padre Koji, Sasuke não gostava de mim. Talvez achasse que eu tivesse pegado o lugar do senhor por ser mais novo, mas logo 2 semanas depois chegou a noticia na paróquia que por complicações em sua saúde o Padre Koji havia falecido. Sasuke se afastou de todos a partir daquele dia. Ele não tinha mais ninguém.

                Estacionei o carro na garagem e desci dele sem saber por que estava me lembrando de tudo aquilo. Cumprimentei a Irmã Sofia que tinha chegado recentemente para nos ajudar de Portugal e caminhei em direção ao Santíssimo para minha oração da tarde, as Vésperas, mas antes peguei minha liturgia das horas e ao colocar meus pés dentro da igreja em direção ao Santíssimo me espantei. No último banco da igreja encontrava-se Sakura sentada de cabeça baixa.

                Parei suspirando pesadamente e puxei minha bíblia que eu carregava debaixo do livro da liturgia das horas e puxando o livro que eu carregava dentro da bíblia para a última página a abri aleatoriamente em alguma passagem da bíblia abrindo em 1 Coríntios 13, no Hino à Caridade, passagem que eu não precisava ler para saber o que dizia. Suspirei mais uma vez e me pus a caminhar em direção a Sakura.

 

                - Boa tarde Sakura. – eu disse com a voz baixa me aproximando dela, mesmo que àquela hora a igreja estivesse vazia, na verdade não tínhamos muitos fieis. Se não fossem as Irmãs e as crianças no orfanato eu acho que às vezes rezaria a missa para 1 pessoa ou 3.

                - Padre? – questionou Sakura sem levantar o rosto enquanto passava as mãos pela bochechas, então julguei que ela secava as lágrimas – O Senhor pode perdoar os pecados?

 

                E nesse momento eu senti que ela não era uma garota normal e que era bem ali que estava todo o motivo de seu sofrimento.

 

                - Padre? Sabe como conheci Sasuke? – me perguntou ela soluçando pelo choro e então eu me sentei no banco a sua frente ficando de lado para vê-la pelo canto do olho

                - Não. – eu respondi calmamente

                - Foi quando tentei me matar me jogando do alto de um monumento da praça no centro da cidade. – me disse ela soluçando de novo – Isso é pecado?

                - Todos nós já sentimos vontade de nós matar por um motivo ou outro Sakura, mas sim. Se matar é pecado, mas concordemos que você não concluiu essa vontade. – eu disse tentando confortá-la

                - Então Padre... – disse Sakura soluçando alto de novo – O que eu faço para não cometer esse pecado? – me perguntou ela finalmente levantando o rosto para me fitar rapidamente – Por que eu quero me matar agora.

 

                Ao olhar para as mãos de Sakura eu vi que ela segurava uma corda com um laço feito nela como uma corda de forca. Talvez eu entrasse em pânico como entrei quando me deparei com isso pela primeira vez na minha vida, mas se outras pessoas já tinham sido salvas, por que eu não poderia salvá-la também?

 

                - Sakura? Gostaria de rezar comigo? – perguntei vendo-a acenar rapidamente um sim com a cabeça, então abrindo a liturgia das horas na segunda fita eu pedi a ela – Repita meu gesto Sakura.

 

                Ela enxugou as lágrimas rapidamente e ainda de cabeça baixa me olhou, coloquei o dedão da mão direita na ponta do nariz e ela repetiu meu gesto, então sem precisar da liturgia para dizer o que precisava dizer eu disse:

 

                - Abri os meus lábios, ó Senhor. – e enquanto dizia fiz o sinal da cruz naquela região da boca indo da ponta do nariz ao queixo e nas laterais da boca indo primeiro ao lado esquerdo e depois ao direito voltando ao queixo e ela repetiu o sinal – Agora quero que repita a frase que vou dizer agora. – pedi e ela fez que sim com a cabeça – E minha boca anunciará o vosso louvor. – eu disse fazendo o sinal da cruz com a mão, primeiro na cabeça, depois no peito, ombro esquerdo e logo em seguida o direito e voltei a mão ao peito

                - E minha boca anunciará o vosso louvor. – repetiu ela com facilidade repetindo meu gesto

 

                Enquanto eu lia os salmos e cantos eu a ensinava o que devia fazer e a cada palavra as lágrimas foram parando de descer e sua cabeça se ergueu um pouco para ouvir melhor o que eu dizia, foi quando chegou a hora da leitura breve.

                - Vou ler a leitura breve agora, ela muda a cada hora de oração. – eu expliquei a ela – Preste a atenção. – eu pedi antes de virar a página para lê-la e anunciei – Leitura breve.

                 “Meus irmãos, deveis passar por diversas provações, considerai isso motivo de grande alegria, por saberdes que a comprovação da fé produz em vós a perseverança. Mas é preciso que a perseverança gere uma obra de perfeição, para que vos torneis perfeitos e íntegros, sem falta ou deficiência alguma.”

                Vi quando Sakura mordeu o lábio ao ouvir essa passagem de Tiago 1, 2-4 era uma palavra forte. Nada que eu tivesse escolhido para ela ouvir, afinal aquela era a leitura dessa hora. É incrível ver como Deus prepara nossos caminhos. Continuei as orações partindo para o responsório breve, ensinando-a como rezá-lo, pois esse era um pouco mais complicado, mas ela se saiu muito bem sem dificuldade nenhuma para aprender.

 

                - Hora da reflexão Sakura. – eu disse olhando-a observar o livro em minhas mãos como se quisesse ver se eu não tinha inventado nada, deixei que ela visse e continuei dizendo – Em que tudo o que lemos até agora chamou nossa atenção? – eu perguntei vendo-a abaixar a cabeça para cobrir o rosto com o cabelo. Eu iria pular as leituras para tornar a véspera mais curta assim como fazíamos com as crianças e também porque depois dessa leitura breve eu não precisava dizer mais nada para ela

 

                Ouvi um soluço baixo vir na direção de Sakura e deduzi que ela voltará a chorar.

 

                - Reflitamos em silêncio um pouco. – eu disse, mas ao olhar de novo para ela eu vi que ela me encarava com um olhar questionador – Ou se quiser dizer algo ou perguntar faça Sakura.

                - Você leu várias vezes que Deus nos ama, que Jesus nos amou quando morreu na cruz e principalmente que Ele é bondoso. Onde está tudo isso se eu só tenho sofrimentos na minha vida? Se Deus me ama e é bondoso como você diz, por que minha vida é tão horrível? – questionou ela com um tom raivoso

                - Você ouviu a leitura breve, Sakura? – perguntei depois dela descarregar suas perguntas sobre mim

                - Ouvi! – me disse ela ainda com o tom raivoso

                - Então me responda. – pedi – Você tem fé em Deus?

                - Sim! – me respondeu ela rapidamente

                - Então é natural que as provações venham. Como disse na leitura: deveis passar por diversas provações. – eu disse, mas ela não aceitou

                - Então eu não quero ter fé! – ela disse

                - Então... – eu comecei procurando as palavras na leitura – “... a perseverança gere uma obra de perfeição, para que vos torneis perfeitos e íntegros, sem falta ou deficiência alguma.” Não queres ser perfeita e integra? Sem falta e sem deficiência? Pois eu vejo deficiência em você. – eu disse a observando – Sakura? Você tem fé nesse Deus?

                - Já disse que sim Kakashi! – respondeu ela

                - Mesmo? Então por que não aceita suas provações? – perguntei – Por que você quis se matar Sakura? Se você tivesse fé você teria abraçado essas provações! – vi que ela abria a boca para questionar então continuei rapidamente – Sakura? Sabia que eu não tenho fé?

 

                Vi a boca dela se fechar quando eu disse isso, afinal o que uma pessoa como ela que não ouve a palavra de Deus e não convive na igreja sabe de nós padres? Com certeza ela achava que eu como padre tenho fé, mas a vida mundana que trás uma felicidade momentânea é bem mais fácil e atrativa, então se eu não soubesse que depois da felicidade do momento vêm as conseqüências eu não seguiria pela vereda de Deus, porque é muito difícil, mas ela é a única que trás uma felicidade duradoura.

 

                - Você tem fé, Sakura? – tornei a perguntar

                - Eu... – começou ela em dúvida – Eu acho que não.

                - É... Eu também acho. – eu disse vendo-a de rosto baixo – Porque se tivesse, você não iria querer se matar, concorda? É mais fácil acabar com a vida para não passar pelas mesmas coisas novamente, mas já pensou que essa consequência te faça sofrer mais ainda depois? – questionei – Você não acha que está tentando acabar com a pessoa errada?

                - Como assim Padre? – perguntou ela

                - O causador do seu sofrimento não é você, certo? – perguntei sem esperar resposta continuei – Ninguém quer mal a si mesmo, Sakura. E nós somos carne da mesma carne de Deus, então você deve querer saber por que ele permite os sofrimentos e as provações, certo?

                - S-sim! – disse ela indecisa

                - Mas se alguém te faz sofrer e te leva ao pecado, não acha que tem que acabar com esse contato ao invés de sua vida? – perguntei

                - Eu não posso fugir dessas pessoas Padre. Eles me achariam onde quer que eu vá. – me disse ela

                - Sakura já pensou em pedir ajuda? – perguntei observando-a

                - Quem me entenderia Padre? – perguntou ela triste – Eu não sou o tipo de pessoa que todos gostam e que vive dentro das leis.

                - Já pensou em pedir ajuda para alguém que te ama? Alguém que você ame... – perguntei

                - Eu não poderia! – me disse ela abaixando a cabeça – Ninguém em sã consciência me iria querer por perto se souber do meu passado. Ninguém me ama.

                - Isso é o que você acha. – eu disse – Por que não aceitou a ajuda de Sasuke?

                - É muito dinheiro Padre! Sasuke precisa dele para cuidar da sua saúde. – ela disse – Não quero me aproveitar da compaixão dele.

                - Será compaixão mesmo? – questionei

                - Sim! – disse ela convicta disso – Ninguém pode ter um sentimento melhor do que compaixão por mim sendo eu o que eu fui.

                - E o Sasuke sabe o que você foi? – perguntei – Talvez ele não se importe.

                - Eu não sei se poderia contar a ele. – disse ela em voz baixa como se compartilhasse um segredo comigo – Ele não merece alguém como eu.

                - Talvez ele devesse decidir isso. – eu disse – Você não acabou de ouvir que Deus te ama? Então você ainda acha que Sasuke está na sua vida à toa? Abrace essas provações Sakura, assim como diz na leitura que lemos.

                - Eu não sei se teria coragem. – disse ela

                - Pense sobre isso Sakura. Se você quiser te levo no hospital. O Sasuke está acostumado em ver e ajudar as pessoas que estão sofrendo sem olhar para si. Ele é uma boa pessoa, mas até agora ninguém tinha conseguido tocar no seu coração.

                - Ninguém tinha? – perguntou ela com o cenho franzido

                - Você não imagina o quanto ele está irritado por você não ter ido vê-lo hoje, ou melhor, por você não estar mais lá com ele. – eu disse olhando-a desviar o olhar de mim

                - Tsunade-sensei disse que não posso mais ficar no quarto de Sasuke fora do horário de visitas. – me revelou ela – É contra as regras do hospital.

                - Sei... – respondi a observando mexer na corda tristemente – Me diga? Quando você está com Sasuke, sente vontade de se matar?

                - Na verdade... Não. – respondeu ela sorrindo tímidamente

                - Você conseguiu um emprego? – perguntei vendo-a desfazer o sorriso

                - Não. – me respondeu ela voltando a mexer na corda

                - Sasuke logo sairá do hospital, e precisará de alguém para cuidar dele durante o tratamento. – eu disse observando ela tentar acompanhar meu raciocínio – Ele quer te ajudar e você não quer o dinheiro dele por compaixão. Então trabalhe para ele. Ofereça serviço. Mas para isso você deve contar a verdade a ele. O seu passado...

 

 

“A caridade é paciente, a caridade é prestativa, não é invejosa, não se ostenta, nãos se incha de orgulho. Nada faz de inconveniente, não procura o seu próprio interesse, não se irrita, não guarda rancor. Não se alegra com a injustiça, mas se regozija com a verdade. Tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. A caridade jamais passará.” (1 Coríntios 13, 4-8p)

 

OBS.: Na bíblia “caridade” também pode ser traduzida como amor, mas tratasse de um amor fraterno, onde se refere ao amor de Deus pela igreja, como sua esposa, em que na antiguidade da bíblia as esposas também eram chamadas de irmãs pelos maridos, por geralmente serem da mesma descendência e por também serem filhas de Deus assim como eles.


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Notas finais do capítulo

Ai esta o capitulo novo pessoinhas!! ;p
espero que comentem! por favor!
se vc lê a fic e nunca comentou ou deixou de comentar comente agora para me deixar feliz!!
ando triste pela falta de comentarios
eles vem caindo gradativamente!! T.T
tenho pensado que a fic nao esta boa!! T.T
se vc gosta da fic comente!!
Anninha jah cansou de me dizer para nao me esquentar com isso, mas eu sou teimosa!! T.T
XDD
Um obrigado super especial para Daffy e para Anna Carolina00 que recomendaram a fic... OBRIGADA!!! AMO VCS DUAS!! ;p
COMENTEM!! COMENTEM!! COMENTEM!!
COMENTEMMMMMMMMMMMMM!!!!!!!!!!!!!!
please? *carinha de anjinha*
é isso pessoas ;p
me sigao no Twitter!!! ;p

@camila_chan