As aulas retornaram e lá estava eu embarcando no trem.

Eu não tive tanta vontade de procurar Frederick assim que vi Scorpius Malfoy.

Sobre Frederick, ele não me procurou, nem eu, não nos falamos mais e sem magoas.

De inicio meu planejamento era realmente procura-lo no trem, só que acabei reatando a amizade com Scorpius, pareceu-me bem mais interessante ficar conversando com Scorpius na cabine do que ir atrás de Frederick.

E acabei deixando passar e de repente falar com ele não me pareceu mais urgente, mas aproveitar a companhia de Scorpius Malfoy era muito melhor e era viciante.

A primeira partida do ano foi Grifinoria versus Sonserina, vendo Frederick jogar ele não me parecia tão incrível, outra pessoa em campo pela Grifinória roubava toda a minha atenção, Scorpius Malfoy, seus cabelos brilhavam e todo aquele clichê.

Scorpius Malfoy foi minha primeira paixão.

Tínhamos diversas coisas em comum, como a paixão por sorvete de abobora, éramos julgados pelos nossos sobrenomes, amávamos os mesmos doces e gostávamos dos mesmos livros e falávamos dos mesmos assuntos.

Lembro que a Grifinória ganhou e como melhor amiga fui parabeniza-lo, ele deu um beijo estralado na minha bochecha, eu corei.

Eu estava apaixonada por Scorpius e adorava aquele sorriso que apenas ele sabia fazer e aquele habito estranho que Serena Amber tinha de escrever o nome dele atrelado ao dela nem parecia mais tão bizarro.

E devo dizer, eu detestava quando Serena Amber respirava perto dele ou se jogava.

No meio do ano letivo recebi uma carta da minha mãe, ela havia conseguido um intercambio em Beauxbatons para mim, para o meu quinto ano e não me prejudicaria nos NOMS.

Fiquei com o coração na mão, eu não queria ir para Beauxbatons e deixar o Scorpius para trás, naquela época e para minha cabeça nada madura de catorze anos aquilo era o fim do mundo.

No mesmo dia corri até ele, estava no salão comunal e lia uma carta dos pais e parecia desolado.

― O que houve? ― Perguntei.

― Minha família vai se mudar por um período para a Rússia, vou ter que me transferir para Durmstrang. ― Ele explicou, pelo que eu sei, mudar para Rússia era mais vantajoso para os negócios da família Malfoy. ― Vou assim que terminar o verão.

― Ano que vem vou fazer um intercambio para Beauxbatons. ― Comuniquei e nos abraçamos e decidimos aproveitar o ano que nos restávamos.

Estudávamos juntos na biblioteca e nossos joelhos sempre se tocavam por debaixo da mesa e um dos dias marcantes foi quando alguém decidiu eleger a menina mais bonita do Grifinória.

Serena Amber ganhou, eu fiquei em segundo lugar, eu não ligava para o titulo, mas tão pouco gostava de Serena Amber, perder para ela, mesmo em algo fútil não foi muito legal.

Na tarde em que eu fazia drama sobre o assunto e Scorpius me ouvia, estávamos na biblioteca conversando aos sussurros.

―Olha, Rose, Serena pode ser a garota mais bonita da Grifinória, na realidade segunda, por que você também é Grifana, mas você é a mais bonita de Hogwarts. ―Ele comentou e logo em seguida ficou mais vermelho que meus cabelos, pegou seus livros e deu o fora da biblioteca.

Fiquei catatônica e nos dias que se seguiram eram essas indiretas e esse lenga lenga todo de romance pré adolescente, onde os dois são tímidos e não sabem o que fazer.

Mas era isso que dava um toque daquela magia e parecia deixar tudo mais especial.

Quando o ano letivo acabou e antes de descermos do trem na estação, ele me beijou e o beijo dele era bom.

O de Frederick era uma porcaria, o beijo de Scorpius tinha gosto de menta e eucalipto.

Aquilo foi meu primeiro beijo, não aquela troca de saliva que tive com Frederick, aquilo era um beijo de verdade.

―Adeus Rose Weasley. ― Ele virou as costas e foi embora, fiquei um tempo sem vê-lo e um verão inteiro para superar toda a Bad.