Os amores de Rose Weasley. escrita por Pudim de Menta


Capítulo 12
23 a 25 anos - Juan Delaver


Notas iniciais do capítulo

Oie Peoplessss, sei que dei uma fina baphonico no ultimo cap e sumi, mas é terceirão, to trabalhando ainda e está um caos.
Mas consegui um tempinho para escrever.



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Assim que pus os pés na Espanha percebi que as coisas seriam diferentes, com toda a certeza lá não era o Canadá, o idioma era mais sutil e complicado e com uma entonação que variava do engraçado ao charmoso.

O clima não congelava meus ossos, em vez disso me abraça de modo morno, não era cinzento feito a Inglaterra ou Canadá, a Espanha tinha um clima maravilhosamente ensolarado.

Meline e Juan estavam morando na Espanha, eu havia mandado uma carta para eles e na semana seguinte iríamos a uma cafeteria que ambos adoravam.

Instalei-me muito bem no meu apartamento, admito que enquanto estava ajeitando minha mudança joguei todas as coisas que me lembravam de Scorpius fora.

Para que um pôster de Durmstrang se eu não era mais uma acadêmica? Um vestido de formatura que nem me servia mais? Cartas velhas que já foram respondidas? Uma presilha que eu nunca mais usara e tão pouco gostava do penteado? Uma rosa murcha?

Eu não tinha mais espaço para esse tipo de bagagem, seja ela emocional ou material, simples assim.

O compromisso na cafeteria chegou, encontrei Meline e Juan, ela não me surpreendeu muito, tinha uma mecha azul no cabelo e eles estavam maiores e muito mais encaracolados, pelo que sei ela estava trabalhando como desfazedora de feitiços no Gringotes, eu sabia dessas coisas por que ainda trocávamos cartas.

Mas o Juan? Eu não o via desde os meus 15 anos e eu só tinha uma coisa a dizer sobre ele, o tempo fizera muito bem a ele, fora o melhor amigo dele.

Nos tempos de escola ele era magricelo e desajeitado, mas UAU, ele devia estar malhando, ele não era mais o adolescente confuso, as espinhas tinham sumido e nas suas bochechas na época juvenis, agora tinham uma barba muito bem cuidada, o cabelo mal cortado e arrepiado estava no corte certo.

Na época ele não tinha o mínimo de carisma ou jeito social, mas no momento ele exalava charme, assim que entrou na cafeteria, uma ou duas mulheres olharam para ele.

Até eu fiquei meio balançada olhando para ele ali.

Meline me abraçou e disse que eu estava linda, depois Juan apertou minha mão, seu aperto de mão era firme e ele exalava um perfume maravilhoso.

Nós sentamos e pedimos um chocolate quente, colocamos o papo em dia, Meline como sempre odiava o trabalho e com seus velhos jargões de abaixo o capitalismo.

Juan não falava muito, sei que ele era especialista em leis mágicas e principalmente jurisdição bancaria.

―Juan é o bruxo mais bem pago no trabalho! ―Salientou Meline.

―Cadê seus discursos de abaixo capitalismo? ― Alfinetou Juan. ― Você ganha mal por que quer!

Os dois começaram a discutir assim como nos tempos de escola.

Ouvi um celular tocando, não era o meu, mesmo sendo bruxa eu adorava celular.

―Não sabia que tinha comprado um celular Meline. ― Disse Juan.

―Ah é, comprei ontem, tinha esquecido. ― Ela riu de si mesma. ― Trouxas são geniais

―Então atende. ― Juan objetou e ela pegou o telefone e se despediu com um thau amorzinho, já estou chegando.

―Como assim, você está namorando e não me contou Meline?

―Comecei a namorar semana passada! ― Ela me respondeu e Juan revirou o os olhos. ― E por falar nisso, já estou saindo, indo ver meu amorzinho.

Meline mandou dois beijinhos no ar e foi embora, deixando a mim e a Juan furiosos, ela tinha insistido tanto naquele compromisso e simplesmente foi embora no meio dele.

―Ai ai, odeio esse cara. ― Ele falou para nada.

―Quem? ― Perguntei.

―O babaca que a Meline chama de namorado! ― Exaltou. ― É do trabalho, ele fica no setor de acidentes mágicos dentro do Gringotes, reverte feitiços, cuida de quem cai dos carrinhos, Meline até se acertou com uma azaração só para o “enfermeiro” ir para lá e ela o “azarou”.

―Meline fazendo Melinices. ― Comentei e ele riu, a risada era áspera, mas era deliciosa. ― E pode namorar colegas de trabalho?

―Poder não pode, mas você acha que Meline se importa?

 Ri em confirmação, terminamos nossos pedidos e Juan me convidou para dar uma volta.

Fomos até a praça bruxa de Madri, era um lugar bem legal, ficava cercada por prédios de arquitetura do período moderno e bem no centro havia um chafariz e alguns bancos aqui e ali, paramos naquele ponto e nos apoiamos na fonte.

―Eu e Meline trabalhamos ali. ― Ele apontou para o Gringotes, era um prédio bem bonito que os detalhes dourados reluziam no sol.

Virei-me 180° graus e apontei para a embaixada.

―Trabalho ali.

―Então acho que nos veremos sempre na praça. ― Juan sorriu charmosamente.

O palpite de Juan se concretizou, no horário do almoço sempre nos víamos lá e no fim do expediente também parávamos lá para bater um papo.

As conversas que eram sobres lugares legais aonde ir evoluíram para debates sobre política e economia, esses debates evoluíram para conversas filosóficas, as filosofadas evoluíram para o cotidiano, o mesmo para histórias da infância e histórias de infâncias tornaram-se conversas profundas e intimas.

Se alguém nos tempos de Beauxbatons me dissesse que no futuro eu moraria na Espanha e teria conversas profundas com Juan em um chafariz, eu riria e muito e mandaria estudar adivinhação direito, isso me fez pensar o quanto à vida era irônica e engraçada.

Do chafariz começamos a sair juntos, museus, teatros, cafeterias, praças, parques e piqueniques, quando dei por mim Juan estava me pedindo em namoro e eu aceitando.

Porém havia momentos que eu me sentia mal, Juan me amava e muito, mas era mais do que eu poderia retribuir, mas uma hora eu saberia que as coisas iriam se acertar.

Os meses foram passando e eu fui me adaptando à vida na Espanha, ficando fluente em Espanhol e melhorando o meu português, pois havia boatos de uma promoção muito boa para Portugal.

Lembro claramente do dia 14 de setembro, no qual eu Juan faríamos dois anos de namoro e o dia que fui chamada para a sala do meu chefe, fui com a expectativa que seria chamada para Portugal.

Era perto da Espanha, dava para ir de lareira visitar o Juan aqui, pagava melhor e o trabalho era mais tranquilo.

Bati na porta do meu chefe e ele me cumprimentou em um inglês britânico impecável e como éramos britânicos nossa conversa foi toda em inglês.

―Olá Rose.

― Olá Senhor Scott. ― Devolvi o cumprimento.

―Sei que quer a promoção para Portugal, porém já a dei para o Dimitri. ― Scott falou calmamente e bufei por dentro, Dimitri era um idiota do meu trabalho. ― Vi no seu currículo que fala francês fluente, temos uma vaga na França, mesma função, mesmo salário e etc...

Já estava me preparando para recusar.

―Porém essa vaga na França está bem abaixo dos seus talentos, você não quer “Servir café” nas embaixadas para sempre?

―Sim, quero mais. ― Respondi convicta.

―É desse espírito que gosto e desse mesmo espírito que precisamos na nossa embaixada no Brasil como conselheira do cônsul chefe.

Fiquei em silencio, a oportunidade era única, era dada apenas aos funcionários mais velhos e experientes, para alguém de 25 anos era muita coisa.

―Lembre-se essa oportunidade pode ser o caminho para se tornar cônsul da embaixada no Greenwich e o salário é quatro vezes maior, se recusar agora pode ficar “servindo café” para sempre aqui na Espanha. ― Meu chefe salientou. ― Está liberada, tem à tarde de folga para pensar e quero a resposta até amanhã de manhã.

Sai catatônica da sala do chefe, peguei minhas coisas e telefonei para Meline enquanto estava sentada no banco da praça.

―Oie Rose. ― Ela atendeu.

―Olá. ― Tentei esconder a pontada de duvida na minha voz.

― O que ‘tá rolando? Sua voz ‘tá com um tom estranho. ― Meline perguntou. ― Não conseguiu a promoção para Portugal?

― Não― Respondi.

― Não fique triste, a vida tem dessas coisas. ― Ela falou com a voz mansa e suave.

―Consegui algo melhor. ― A interrompi e ela deu um grito.

―Sério?¡ O que? ― A curiosidade de Meline era muito evidente.

―Sabe que falo Português, fui chamada para o Brasil, salário quatro vezes maior, conselheira do Cônsul, oportunidade única, se recusar posso ficar condenada para sempre a “servir café” na embaixada da Espanha e se aceitar é o caminho para Greenwich.

Meline ficou em silêncio e depois de 24 segundos proferiu.

― E o Juan, como fica? Ele sabe?

―Não sei como ele fica, ele ainda não sabe. ― Respondi.

―Você quer aceitar essa proposta? ― Meline Perguntou.

―Quero. ― Revelei baixinho. ― Mas e o Juan.

―Rose, vou ser sincera, você ama o Juan?

―Amo.

―Seria capaz de largar toda essa oportunidade maravilhosa apenas por ele?

Não respondi, por que eu sabia que a minha resposta seria um sonoro não, eu estava disposta a abrir mão de Juan e nem cogitara um relacionamento à distância.

―Onde você se imagina daqui dez anos?

―Trabalhando na embaixada de Greenwich. ― Respondi.

―Juan está com você?

Novamente não respondi, ele não estava lá.

― Juan imagina vocês dois daqui a dez anos deixando os filhos na escolinha e oh céus Rose, você nem pensa em filhos! Sabe onde ele se imagina daqui 25 anos? Acompanhando os filhos de vocês no casamento, viajando o mundo e sabe onde ele se imagina daqui a 40 anos? Dois idosos juntos no parque jogando migalhas para os pombos e relembrando o romance da juventude. ― Ela subiu duas oitavas o seu tom de voz. ― Sabe o que mais?Juan largaria a vida que tem para ir atrás de você, mesmo que ele tivesse que limpar bosta de dragão no Nepal e eu sei que você não o vê nos seus planos futuros e que você não se importa com ele!

―Não é bem assim Meline. ― Ressaltei.

―Engole suas lorotas, você não o ama, não merece um cara como ele, não sabe da sorte que tem! Juan é bonito, sempre foi, é charmoso, é inteligente, educado, leal, é o melhor partido da Espanha e era na minha concepção o maior partido de Beauxbatons.

―Você é apaixonada por ele. ― Falei baixinho.

― E você é o que Rose Weasley? Tem uma fogueira nesse cabelo, é uma indecisa que faz merda atrás de merda, ele era apaixonado por você nos tempos de Beauxbatons e você se agarrava com o primo dele! O maior idiota da escola. ― Ela respirou fundo. ― Sabe por que você faz merda atrás de merda? Por que é uma carente que não aguentou levar alguns foras na adolescência e você é tão idiota que só envolve com idiotas, aquele seu namoradinho de Hogwarts, o perseguidor? E o garoto canadense que nunca te assumiu e você ainda levou um fora dele aos nove anos?Amoux? Que só serviu para uns amassos? E o idiota daquele Scorpius, te enrolou por sete anos em Hogwarts e depois foi para Austrália com o papinho “Se estivermos solteiros”, outra lorota, voltou casado da Austrália e mal sabe do que se livrou, Rose você é uma mal amada mimada, que não sabe o que quer, quando encontrou algo bom, estraga, se eu fosse você terminava com Juan, pelo menos para fazer algo bom para o mundo pelo menos uma vez e parava de empatar a vida dele, por que ele recusou uma promoção para o Japão só por causa de você!

Fiquei estática pelo balde de água fria que levei de Meline, desliguei sem dizer uma palavra, comecei a chorar na frente de todos em uma praça bruxa da Espanha.

E por que Juan não me contará sobre o Japão? E contará para Meline?

Continuei sentada chorando, até alguém que me cutucou, levantei a cabeça e era Juan, era o horário do seu almoço.

―Chorando pela queda do céu? Anjo. ― Dei risada e ele sentou-se ao meu lado.

―Não fui chamada para Portugal. ― Ocultei.

―Acontece. ― Ele sentou-se ao meu lado e colocou os braços sobre meus ombros.

― E que história é essa de ser chamado para o Japão? ― Indaguei.

Ele suspirou.

―Foi a Meline que contou? ― Perguntou e eu afirmei balançando a cabeça.―Há três meses o supervisor me chamou para a sala dele e me ofereceu um cargo na filial japonesa. ― Ele explicou. ― Recusei por dois motivos, você e por que não me adaptaria lá, mas você foi o principal, não suportaria ficar longe de você!

―Juan... ― Sussurrei com a voz embargada.

―Rose. ― Ele me interrompeu. ― Ia deixar para o nosso jantar, mas não aguentarei mais esperar, eu quero ter uma vida com você. ― Ele se ajoelhou e colocou as mãos nos bolsos. ― Estou andando com isso faz uma semana. ― E dos bolsos tirou uma caixinha de veludo preta e lá estava o anel de noivado mais bonito que eu tinha visto. ― Casa-se comigo, por favor.

―Juan. ― Comecei a chorar ainda mais. ― Eu não fui chamada para Portugal, fui chamada para o Brasil e eu vou aceitar, eu só empato sua vida, só o iludo, eu não mereço você.

Ele ficou silencioso.

―Quem plantou essas ladainhas na sua cabeça? ― Sua voz assumiu um tom desesperado para quem tinha ficado silencioso.

―Ninguém, eu cheguei à conclusão sozinha, onde você se vê daqui cinco anos? ― Inquiri.

―Com você, não importa aonde, seja na Rússia ou Uruguai!

―Juan. ― Respondi aos prantos. ― Eu me vejo daqui a cinco anos em um ponto entre Rússia ou Uruguai, mas não te vejo em nenhum ponto. ― Respirei fundo. ― Você quer ter filhos? Quantos?

―Sim eu quero! ― Ele respondeu convicto, ainda ajoelhado. ― Quero quatro, Amélia, Sirius, Levi e Selene. Terão seus cabelos, meu sorriso e serão as crianças mais maravilhosas do universo.

― Eu nem penso em ter filhos... ― Declarei. ― Não posso fazer isso com você, não posso empatar sua carreira, te condenar a infelicidade, eu o amo, mas não da forma que você merece, é o melhor partido da Espanha e do mundo! É tão bom que não merece uma pessoa como eu, estamos terminados Juan!

Levantei-me do banco, usei um feitiço para disfarçar que eu andara chorando, fui até a embaixada, entrei na sala do meu chefe e alterei meu destino mais uma vez naquele dia.

―SENHOR SCOTT, EU ACEITO A PROMOÇÃO.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? O que acharam?
Quem vocês acham que será o próximo amor dela? Dica, já apareceu na fanfic.



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