Eu comecei a ter minhas “paixões” bem cedo, a primeira, que nem considero a primeira (Por motivos que serão discorridos mais tarde), foi Matt Callangh.

 Aos nove anos Rose Weasley? Sim! A Dominique diz que é por que eu sou libriana, apesar de que eu nunca acreditei em astrologia, mas se essa desculpa lhe convém ok.

Até por que não era bem paixão, estava mais para uma certa admiração.

Desde sempre imersa em contos de fadas eu sabia que em algum ponto do mundo devia estar o meu príncipe encantado, e eu admito que era “apaixonada” pelo príncipe que estava desenhado em meu livro de contos de fadas trouxa, o príncipe Eric, da pequena Sereia, eu até achava que a princesa Ariel era uma versão minha sereia dos trouxas, mas eu sabia que as sereias eram bem diferentes do que a bela moça retratada.

Onde conheci Matt Callangh? Na escolinha trouxa.

Foi em meados de 2015 que minha mãe me decidiu matricular lá, talvez para que pudesse socializar com outras crianças que não fossem meus primos.

Matt era um garoto dos cabelos negros e olhos surpreendentemente azuis, eu achei que havia encontrado o meu príncipe Eric, acabamos virando amigos, pois eu era isolada de todos, a maioria me considerava demasiada estranha e ele era rechonchudo e meio nerd e o chamavam de calango, acho que nosso isolamento proporcionou nossa amizade.

Andávamos juntos para lá e para cá e eu estava deslumbrada com todo aquele mundo, principalmente com seus aparelhinhos trouxas, como seu videogame e descobrimos que éramos vizinhos, eu ia toda a tarde até a casa dele e jogávamos por horas.

Ele era trouxa demais, eu sabia que não existia nenhum pingo de magia nele e que iríamos estudar em escolas diferentes, ele jamais iria para Hogwarts e se eu contasse, ele me acharia louca, mas valia à tentativa.

Em uma tarde em que jogávamos videogame parei de apertar os botões e lhe perguntei.

―Matt você acredita em bruxas?

―Bruxas como as dos filmes, narigudas e verruguentas e muito más? Não acredito. ― Ele me respondeu e continuou a apertar os botões do controle freneticamente.

―Não essas, bruxos bons, como uma comunidade, algo como se eles tivessem um governo no meio dos trou... De nós, uma escola de magia e essas coisas, acredita?

Seu eu planejava ter um relacionamento com Matt era bom que ele soubesse quem eu realmente era.

―Não Rose, bruxas não existem, a ideia é muito ridícula! ― Ele comentou e continuou a jogar, nessa altura eu já havia soltado o controle.

Depois Matt apenas deu um pulo comemorando sua vitória e eu sai de lá pisando duro.

Ele bateu na minha porta por várias vezes me pedindo desculpa por achar minha ideia ridícula até que o perdoei e decidi que era bom por um tempo que ele permanecer na ignorância.

Duas semanas depois Matt comunicou que sua família ia se mudar em breve.

Nos dias que antecederam o verão e varias pessoas carregavam caixas para um caminhão de mudança e Matt assistia de seu jardim, cutuquei Matt e sussurrei no ouvido dele.

― Preciso falar com você.

―Fala.

―Aqui não. ― Revirei os olhos. ― No meu quintal.

Peguei ele pela mão e o conduzi, meus pais não estavam em casa e a babá estava bem ocupada com Hugo, quando cheguei ao centro do meu quintal logo soltei.

―Matt eu gosto de você.

―Eu também. ― Ele deu um dos seus sorrisos fofos.

―Mas como os príncipes e as princesas! ― Expliquei, ele ainda pareceu confuso. ― Como Percy e Annabeth.

Percy e Annabeth eram personagens de um livro trouxa que ele adorava, depois dessa comparação ele pareceu compreender e ficou aturdido e eu dei um beijo na bochecha de Matt e ele correu e eu me tranquei no quarto, não o vi mais por anos.