O Casamento do Meu Melhor Amigo escrita por Paula SC


Capítulo 7
Questão de Tempo


Notas iniciais do capítulo

Primeiramente quero agradecer de coração a recomendação maravilhosa da yElisapl, mtoo obg ♥
Seguidamente - Feliz Natal e Feliz Ano Novo.
terceiramente - Não me matem.

Vamos por tópicos para não ficar confuso.

*Motivo da minha demora
—Não foi por mal, ou bloqueio (talvez um pouco), eu estou trabalhando, em edição e como tenho um prazo curto parar muitas edições eu foco apenas nisso.
— Além do trabalho as festas de fim de ano me tomaram um bom tempo, família junta eles não me deixavam ficar em casa.
— Também teve questões com o psicológico e com a condição que eu vivo.
— E tbm, o mais importante, foi um cap complicado de ser escrito.
— Desculpem do fundo do meu coração.

* O cap não terá um flashback pq tem a parte da versão do Oliver.
*Sei que muitas de vocês querer ver o tal primeiro beijo, no epilogo vcs vão entender pq não vai ter essa cena.
*Obrigada a toodas vcs que comentaram.
*Serão duas musicas nesse cap
—lembrando que c vc clicar no nome da musica ela te leva até o video com a legenda.
*é o ultimo cap e terá um epilogo
*Espero que gostem.



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Passenger - Let Her Go 
Well, you only need the light when it's burning low
Only miss the sun when it starts to snow
Only know you love her when you let her go
Only know you've been high when you're feeling low
Only hate the road when you're missin' home
Only know you love her when you let her go
And you let her go

 

Oliver

Encarei fixamente o pequeno objeto circular de ouro em minhas mãos, o dedilhei sentindo sua textura lisa. Respirei profundamente e coloquei o anel na mesinha ao lado da poltrona que eu estava sentando. Olhei para as gostas de chuvas que marcavam a grande janela do escritório. Senti meu peito se cumprir com a imagem que se formou em minha cabeça. 

A imagem dela... 

Como pude ser tão burro, como não pude ver o que estava na minha frente de forma chamativa, como pude ignorar tudo aquilo...? Como pude ser tão covarde ao ponto de ter feito tudo isso de propósito? Ela não podia se apaixonar por mim, não podia me amar, Felicity sempre foi boa de mais para mim, nova de mais, pura de mais... e graças as esses meus pensamentos ela se foi. 

Meu sonho impossível, o fruto proibido, era ela. Sempre foi, desde o momento que à vi pela primeira vez. Dizer que me apaixonei à primeira vista é hipocrisia considerando que não acredito nisso, mas o lugar no meu coração sempre a pertenceu antes mesmo de nos conhecermos, ela sempre foi a coisa que faltava, o detalhe que muda tudo. 

Eu soube quando ela se apaixonou, a loira nunca foi boa em esconder as coisa, principalmente na adolescência, não pude retribuir, não naquela época, não como o rapaz que eu era, inconsequente, irresponsável, ignorante. Tentei me tornar um homem melhor para ela, fiz tudo ao meu alcance, parei com a troca de mulheres, terminei com Laurel, me dediquei aos estudos por ela. No nosso segundo ano de amizade eu ia dizer, ia dizer que à amava e que sabia que ela me amava de volta, contar tudo, porém as coisas mudaram. 

Ela mudou. 

Felicity aprendeu a esconder os sentimentos, começou a namorar, começou a deixar bem claro que éramos amigos. Quando perguntei para Tommy, quando contei para ele sobre meus sentimentos, seu conselho foi simples. 

—Você pode ser o que ela precisa? - perguntou meu amigo me fazendo refletir.  

Poderia? 

 Não.  

Minha garota merecia alguém estável, inteligente como ela, responsável, maduro. Tolo eu era na época, Felicity Smoak merecia o que ela quisesse, até por que, o que não era tão bom, ela transformava no melhor. Coloquei na minha cabeça que era isso e pronto, para mim ela tinha superado, fechei meus olhos para algo mais. Segui minha vida, sempre mantendo ela por perto, já que a ideia de não ama-la como queria era mais suportável do que não conviver com ela. 

Então meu pai ficou doente, foi quando eu decidi me estabilizar, eu iria propor Laurel. Terminamos o namoro antes de eu a propor e em uma viajem nos encontramos e todos os acontecimentos me levaram a pedi-la em casamento. Fazia sentido fazer isso, eu seria o CEO, assumiria o cargo do meu pai, Laurel e eu namoramos por anos, nos conhecíamos desde sempre e Robert sempre me quis ver casado. 

Na hora fui tomado pelo sentimento de entusiasmo, tudo foi muito eletrizante, algo novo e empolgante, a semana que tinha passado com Laurel foi... incrível, o sexo, os momentos, tudo foi romântico, sensual, inesquecível. Ao voltar, Felicity estava estranha, Tommy mudado, Sara tinha ido e todos me recusavam a contar seus problemas, fui levando e foquei no casamento. 

Ao pedir ajuda para minha amiga, não foi por maldade, acreditava de corpo e alma que a minha garota do TI tinha superado, que eu tinha superado, não sabia o quanto aquilo ia nos machucar. Só que tudo que passamos juntos naquele mês me provou que eu nunca a superaria. Podem pensar que é hipocrisia, porém foi horrível ver o quanto o casamento nos separou. Mas nada, absolutamente nada me preparou para o momento que ela disse que ia embora. Fiquei arrasado, e logo depois ela me soltou outra bomba, que ainda estava apaixonada por mim, que isso nunca mudou. 

Foi algo tão chocante que eu paralisei, a deixei ir em bora. E percebi tarde a burrada que tinha feito. 

—Oliver – me virei na direção do som e vi Laurel na porta receosa.  

—Oi – dei um sorriso de leve que ela retribuiu. 

—Precisamos conversar – comunicou vindo até mim em passos lentos. Isso nunca significava algo bom. 

—Sim, precisamos – suspirei alto. 

Laurel tinha chegado no dia que Felicity havia ido, já sabia o que esperar quando chegou, não conversamos muito, não estava no clima, me tranquei no quarto por vinte e quatro horas. Essa seria a primeira vez que conversaríamos desde que a morena voltou de viajem. 

—Eu acho... - falamos ao mesmo tempo. 

—Você primeiro – incentivei e ela negou se sentando na poltrona a frente. 

—Você primeiro. - apontou 

—Eu acho... - não era algo fácil de falar. -Que devemos cancelar o casamento. 

Após muito tempo pensado, isso era o certo a fazer, cancelar tudo independente da reação dos meus pais e da mídia; não podia me casa com Laurel enquanto eu amava Felicity. Não queria magoar ninguém, apenas fazer o certo. 

—Sim – me surpreendi ao ver um sorriso em seus lábios, achei estranho e tentei me explicar. 

—Eu sei que está em cima da hora, você pode achar que é besteira ou frescura, que estou fazer isso só por que Felicity foi embora... 

—Você não poderia casar comigo mesmo se Felicity estivesse aqui.- cortou-me e a o olhei assustado e confuso.- Não sou cega Ollie. É ela, sempre foi. -Meu estomago se revirou. Ela sabia. Laurel abaixou a cabeça e começou a brincar com os detalhes da sua calça. - Eu sabia e mesmo assim aceitei me casar, eu não quero parecer uma vadia... 

—Hey, nunca diga disso. - a repreendi, a morena sorriu e tornou a me fitar. 

—Eu tenho vinte e nove anos, Ollie. Farei trinta em cinco semanas. - Tombei de leve a cabeça não entendo a razão dela estar falando aquilo.- Teve uma reunião de turma, você tinha viajado. Foi agonizante, todas as minhas ex-colegas casadas, tendo filhos e eu ainda presa no mesmo relacionamento de vai e volta com meu namorado do colegial. 

—Isso foi o motivo da nossa última briga –Lembrei, ela concordou. 

—Eu fui egoísta, aceitei casar com você mesmo sabendo dos sentimentos dela, mesmo sabendo dos seus sentimentos sem mesmo você perceber. Pode-se dizer que foi uma crise de meia idade e na hora... 

—Pareceu o certo a se fazer- completei. 

Ficamos em silêncio por um tempo. Pelo visto todos sabiam que eu amava Felicity e ela me amava, menos eu. Fiquei aliviado com a conversa, no fim tínhamos sido idiotas juntos, nossa última idiotice juntos como casal. Eu achava que era, pelo menos. 

—Como você está? - perguntou, e eu sabia ao que ela se referia. 

—Indo. Não é fácil.  

—Por que você ainda não foi atrás dela? 

—Eu fui. Duas vezes – senti meus olhos pinicarem – Eu travei quando ela me contou, mas logo no outro dia fui atrás dela, em sua casa, cheguei tarde, ela adiantou o voo. Eu fui até o aeoroporto, esperava encontra-la lá. Mas era tarde. 

No fim a vida não era uma comédia romântica, eu não ia para o aeroporto com alguma musica do Ed Sheeran de fundo e lá estaria ela me esperando de braços abertos, nos beijaríamos e teríamos nosso final felizes. A realidade é que eu a machuquei e estava pagando por isso. 

—Você podia ter ido até Gotham. - sugeriu. 

—Eu ia, mas Sara não deixou. - A advogada rolou os olhos.  

—E você deu ouvidos a Sara?- indagou com mau humor. 

—Ela estava certa. Ela conhece Felicity como eu, até melhor as vezes, sabe, elas tem essas coisas estranhas entre mulheres – nunca entendi bem amizade entre mulheres, para mim sempre foi algo sinistro. - O ponto é, ela precisa de tempo, nesse mês eu a machuquei muito sem perceber, eu a feri de todas as forma, fui um bastardo. 

—Você sempre foi um bastardo e nem por isso ela parou de ser amiga – sorri entendendo seu ponto, mas a decisão foi tomada. Eu ia dar a ela um espaço, para pensar. 

—Resolvo isso depois, temos um casamento para cancelar. - disse e ela confirmou com desgosto, não seria fácil - Você ainda não me contou sobre a viagem... - Incentivei tentando fugir da responsabilidade com mais conversa. 

—Bem... sobre a viagem- vi Laurel corar, ela não era de corar. - Foi uma viagem... emocionante – seus olhos brilharam 

Uma coisa que  percebi quando ela chegou, estava diferente, sua áurea vibrante, um sorriso radiantes e os olhos mais cintilantes. Eu conhecia aquilo. 

—Conheço esse olhar, você está apaixonada- acusei em tom divertido.  

—Desculpe... eu... foi inevitável... Ollie eu te amo mas... 

—Ei- a parei. - Não fique assim, estou feliz por você. Estávamos falando do meu amor por Felicity agora pouco, só estou mais tranquilo de não ter sido o único a estar fudido. - ela corou novamente.- Quero que me conte tudo, quem e como aconteceu. 

—Charlie Morris. - respondeu e eu arregalei os olhos. 

—O cara que você se casou em Vegas? O motivo da sua ida para Inglaterra? - confirmou e realmente fiquei surpreso. 

Então Laurel me contou tudo, a forma como eles se deram mal no inicio, brigavam sempre, o fato de que eles passaram a viagem toda juntos, quando se beijaram e tudo mudou, como eles viajaram por toda a inglaterra. Uma verdadeira historia de filme clichê, fiquei completamente feliz, era visível o quanto aquele homem mexeu com ela, da forma que eu nunca consegui. 

Apesar da conversa ter durado bastante não podíamos enrolar para sempre, a advogada foi para casa contar a novidade para sua família e eu ia contar á minha, começando pelo meu pai. Quando Laurel foi embora tive um pressentimento horrível, mas decidi ignorar, minha intuição não estava em seus melhores dias. 

Fui para o quarto de meu pai do qual ele passava boa parte do dia, dispensei e enfermeira que ajeitava suas coberta, Robert me olhou confuso, percebeu meu semblante sério. 

—O que foi filho? - questionou com a voz fraca. Ele tinha piorada bastante desde a última ida ao médico. 

—Preciso te contar algo. - sentei-me na beirada da cama. 

—Diga-me então. 

—Eu peço desculpa por isso, não estava nos plano, sei que o senhor estava animado com tudo e sempre foi seu sonho... 

—Você não tem que se desculpar por cancelar o casamento. - arregalei os olhos surpreso – Filho eu te conheço, não vou mentir, fiquei muito feliz com o casamento mas... Não era Laurel. 

—Até o senhor viu e eu não - ri sem graça. 

—Estou devendo um joia para sua mãe agora – tombei a cabeça em descrença. 

—Não vai me dizer que você apostaram sobre meu casamento? - ele sorriu culpado. 

—Moira apostou que você desistiria encima da hora, eu que se casaria com ela e depois se divorciaria. - contou e balancei a cabeça em descrença com humor. Mas o humor se foi rapidamente e dei um longo suspiro ao me lembrar de Felicity – O que foi? 

—Demorei tempo demais para perceber o óbvio. - constatei cabisbaixo. 

—Nunca é tarde meu filho. Ainda não acabou. A historia de vocês ainda não acabou. 

—Como pode ter tanta certeza? 

—Por que eu sei, apenas sei. Eu quero que você vá atrás dela, quero que vá atrás de sua garota, ou vai se arrepender para sempre.- Ele puxou o ar com um pouco de dificuldade. -, Eu vi o quanto aquela garota te ama, e sei que você a ama da mesma forma, você cometeu um erro, mas deixando ela ir sem lutar, está cometendo um pior, que não terá volta. - engoli seco observando seu tom sério. - Esqueça minha doença, esqueça o que eu quero. Te provi de muita coisas achando saber o que era melhor para você, dessa vez eu tenho certeza, vá atrás dela. - mesmo com a voz fraca seu tom era autoritário.  

—Eu fui atrás dela. - contei ignorando a fagulha que se ascendia dentro de mim. 

—Ela sabe? - neguei - Então não sei o que você está fazendo aqui ainda. 

—Não posso ir assim de repente- me alarmei levantando-me da cama. -Não tem como eu ir de moto ou carro, são horas de viagem. 

—Você é Oliver Queen, herdeiro de uma das maiores fortunas da américa, me desaponta que seja tão burro. Vai pegar o helicóptero, não te paguei aulas atoa. - a fagulha se tornou uma grande queimação de ansiedade. O olhei com carinho, agradecido por ter jogado as coisas em minha cara quando novamente fui cego. 

—Obrigada pai. 

Sorri abertamente com a minha burrice. Eu iria atrás dela, iria dizer como me sentia, iria me ajoelhar e pedir perdão, tentaria tudo que tinha ao meu alcance. Corri para fora do quarto, atravessei os corredores da mansão quase esbarando em um emprega no caminho. Desci as escadas mais rápido que minhas perna aguentavam pouco importando com o risco de cair. Ao chega a porta dos fundos fui parado pela voz da minha irmã. 

—Ollie. - me virei na direção de Thea, ela e seu dom de atrapalhar momentos importantes 

 -Thea, agora não dá eu...- a frase morreu em minha boca ao ver sua expressão e as lagrimas peste a cair em seus olhos. - O que houve? - perguntei indo até ela. 

—É Laurel.- naquele momento todo meu mundo caiu novamente.  


Felicity Smoak
(...)


Alex e Sierra - Little do You Know
 

Underneath it all, I'm held captive

By the hallowed sight
I've been holding back by the feeling
You might change your mind

I'm ready to forgive you
But forgetting is a harder fight
Little do you know I need a little more time

Meu estomago começou a roncar no instante em que Sidney descobre quem é o verdadeiro assassino por trás da mascara. Decido ir para a cozinha prepara algo. Ao sair do sofá ouço alguns resmungos de Curtis sobre perder a melhor parte, não fazia muita diferença considerando que eu já sabia até as falas de todos os 4 filmes. 

Estávamos assistindo Scream 2. Era o ultimo sábado do mês, dia de maratona. Geralmente vinha Barry, Caitlin, Sara e Tommy, mas todos estavam ocupados, achei um pouco estranho os quatro se ocuparem no mesmo sábado. Mas ignorei. 

Meu apartamento era um pouco menor do que o de Starling e por mais que eu tentasse não conseguia deixa-lo parecido comigo, tinhas minha coisas, a decoração do meu gosto até meu cheiro e mesmo assim faltava algo. Eu sabia o que era, mas me proibi de até pensar em seu nome. 

Fui até a geladeira e peguei um pedaço do bolo de nozes que tinha comprado na padaria da rua mais cedo. No mesmo momento a campainha tocou. Percebi que Curtis continuava sentado assistindo o filme. 

—Curtis – gritei o fazendo pular. 

—Felicity sua vadia, quase morro. - xingou me fuzilando com os olhos e colocando a mão no coração, Revirei os olhos com seu drama diário. 

—Vá atender a porta. -Ordenei procurando um garfo na gaveta. Ouvi seus resmungos sobre algo do tipo, você sabe o filme, eu não, porem acabou indo. Meu colega de apartamento costumava reclamar bastante.  

Morar em Gotham sozinha foi um plano falho logo na primeira noite quando tive o meu primeiro pesadelo em anos. O lugar me assustava, ficava perto da linha de trem e de um parque, sempre barulhento, sem contar que de noite quando alguém no andar de cima andava parecia que estava na minha sala. Cooper não podia ficar todas as noite comigo e eu não tinha nenhum amigo e não conhecia ninguém. 

Isso mudou no terceiro dia quando Curtis que trabalhava no meu departamento se sentou comigo para almoçar, logo descobri que ele estava procurando um lugar para dividir. Mal sabia que ele se tornaria um dos meu melhores amigos. 

A porta foi aberta, nada no mundo me preparou para o momento em que ouvi sua voz. Por um minuto achei que estava alucinando. Não seria improvável, não seria a primeira vez, todos os meses foquei em esquece-lo, esquecer sua voz, seu cheiro, seu calor, até seu nome. Vez ou outra a batalha em minha cabeça era perdida e eu lembrava, acabava parecendo real... Não podia ser real. 

Ele não veio atrás de você Felicity, ele nunca vai vir. - Repeti a frase em minha cabeça fechando os olhos com força sentindo minha garganta se fechar. 

—Olá, como posso ajudar? - cumprimentou Curtis com sua voz de flerte. Rolei os olhos. Infelizmente não dava para ver quem estava na porta. 

—Sou Oliver Queen, estou procurando por Felicity Smoak. - O prato com o pedaço de bolo, talheres e o copo de leite, todos foram ao chão. Meu sangue congelou e meus músculos se tencionaram. 

—Meu santo das picas. - Curtis olhou assustado pra mim. 

Consegui mexer a cabeça em negação, as palavras presas em minha garganta. O moreno assentiu entendendo o gesto 

—Sinto muito – voltou-se para Oliver. - Felicity saiu para um viagem de emergência e não volta hoje 

—Tem certeza? - pergunto desconfiado. - Parece que eu ouvi um barulho... 

—Ah, sim você ouviu, é um bom sinal, não está surdo. Mas ela não está, tenho certeza. O barulho foi o gato. - e é assim que se mente. 

Não podia ser ele, não tinha como ser ele. Oliver deixou bem claro quando me deixou ir pela primeira vez, quando não foi atrás de mim, quando me esqueceu da noite para o dia e decidiu seguir com o casamento. Eu demorei para superá-lo, mas sabia que seria fácil mandar todo o esforço de superá-lo ao espaço só com sua presença. 

—Ok – o ouvi suspirar rendido. - Você pode deixar dar um recado para ela? - Curtis olhou para mim procurando por alguma resposta, assenti. Por mais que negasse, queria saber o porquê dele ter vindo. 

—Claro. - respondeu com falsa animação. Apoiei-me sobre o balcão para ouvi-lo melhor e impedir do meu corpo colidir com o chão. Apenas a sua voz me dava arrepios. 

—Fale para ela que... - pude sentir o receio em sua voz, a tristeza – Eu sinto muito. Por tudo que eu fiz, por não ter percebido, por ter feito ela sofrer, mudar de cidade. Sinto muito por ter a deixado ir quando deveria ir atrás. E o mais importante, sinto por ter escondido dela o quanto a amava. - Meu mundo terminou de ruir. - O quanto eu a queria, a desejava. Sinto muito por ter escolhido um dever do que ficar com a mulher da minha vida... - respirou fundo – Eu sei que é tarde... mas eu precisava que... que ela soubesse. 

As lágrimas já cortavam meu rosto, quebrando a promessa que fiz de nunca mais chorar por ele. Não via mais nada em minha frente, a raiva que eu sentia impedia todos os meus sentidos de funcionarem. Quando dei por mim estava abrindo a porta já fechada e parando no meio do corredor, o vi se virar assustado. 

Imaginei esse encontro milhares de vezes, o que eu deveria fazer, como reagir, nunca tive uma resposta, mas eu sabia agora, eu queria brigar com ele, bater nele até descontar toda a minha dor, era um sentimento horrível sim, desumano, mas eu guardei muita coisa por muito tempo e precisava extravasar, e essa era minha hora, minha hora de tirar tudo que me sufocava de noite. 

—Você não tem o maldito direito de vir aqui depois de seis meses, dizer todas essas coisas para fuder com a minha vida. - gritei enfurecida sentindo meu sangue borbulhar. Sua expressão assustada se tornou um misto indecifrável. Ele me analisava de cima para baixo. 

—Felicity... 

—Não ouse proferir meu nome. Você não tem o direito. Eu levei meses para superar tudo, para superar você. - interrompi. 

—Você cortou o cabelo – balbuciou e quase o estrangulei por prestar mais atenção no meu novo corte de cabelo do que em minhas palavras. 

—Cheguei a escrever em uma nota que você não viria atrás de mim por que você nunca me amou... 

—Isso não é verdade – negou com falsa calma. 

—Você foi um canalha, desgraçado que não se importou comigo, que só conseguia ver seu próprio nariz. Depois de tudo que nós passamos você...Você escolheu ela... -sussurrei sem força. Dizer aquilo fez meu estomago se contorcer e meu coração falhar, toda minha raiva sendo substituída pela decepção e tristeza. - Você escolheu ela. - repeti mais alto. - Você casou com ela, Oliver. Você casou com ela dois dias depois de eu ter ido embora... Dois dias depois de eu ter dito que te amava. 

—Que canalha! - Virei-me para trás encontrando  a Srª.Johnson observando a briga ao lado da Srtª.Consuelo e seu afilhado Ruan. 

—Acho melhor você entrarem. - propôs Curtis intervendo. - Eu vou dar um volta – saiu olhando para nós com pesar. 

—Eu vou entrar, você vai embora e voltar para o inferno de onde você nunca deveria ter saído. - voltei para dentro fechando a porta com força, as lagrimas quentes descendo em grande quantidade. 

Eu sabia que ele não ia embora, eu não queria, queria continuar a briga, tirar todo o peso das minhas costas, soltar todas as frases que estavam entaladas na minha garganta. 

A porta tornou a abrir e fechar-se brutalmente, não precisei me virar para saber quem era.  

—Você acha que eu nunca te amei? Você acha que eu te esqueci da noite pro dia? - perguntou com escárnio. 

—Tenho muita certeza. - confirmei encolhendo meu corpo e cruzando meus braço. 

—Não teve um dia desses malditos seis meses que eu não pensei em você, que eu não me arrependi de não ter dito antes, de não ter lutado mais por você, por não ter dito o quanto te amava anos atrás. - esbravejou. 

Novamente meu sangue gelou. Anos atrás? Foi isso que ele disse?  

Ri com sarcasmo e virei-me para encara-lo, sua face fechada, maxilar trincado e os olhos vibrando. 

—Como você pode ser tão hipócrita e egoísta? - sua expressão se tornou de choque. - Depois de todo esse tempo você vem até aqui, importunar minha vida. Você sentiu falta da trouxa que sempre estava com você? Tem algo errado com seu casamento e veio procurar um braço para chorar?- entoei com ironia e desgosto. - Fale a porra da verdade ao invés de mentir na minha cara. 

—Mentir? 

—Sim, menitr, sinto muito por não ter dito o quanto te amava anos atrás . Você acha que eu sou idiota... ou melhor, que eu continuo idiota? Acha que eu vou cair em seu charme de novo? Você é um desgraçado que acha divertido brincar com os sentimentos de quem um dia você chamou de melhor amiga. Você não tem ideia do que foi superar esses seis anos, você não tem idea do quão difícil é esquecer alguém que você foi apaixonada por tanto tempo e... 

—Eu sei – interrompeu com a voz calma e gentil, Oliver caminhou até mim parando na minha frente me fazendo recuar dois passos.  

—Não, você não sabe. -cuspi as palavras. 

—Eu sei, Felicity. Acredite, eu sei o inferno que você passou. E posso garantir que passei por uma parte bem pior dele. - rolei os olhos. Ele deu mais um passo e dessa vez eu não recuei, podia sentir seu cheiro pela proximidade. -Pode não acreditar em mim, mas eu te amo desde o inicio da nossa amizade, você acha que foi difícil ser apaixonada por mim por 6 anos? Experimente estar apaixonado por sua melhor amiga por sete anos tendo uma namorada, sendo um canalha, e logo perceber que ela também sente o mesmo e não poder fazer nada. 

—Oliver... - tentei interromper, aquilo tudo estava me deixando tonta. 

—Eu estou falando agora, eu te escutei, minha vez – falou em seu comum tom autoritário. - Posso nunca ter te dado um motivo para suspeitar dos meus sentimentos, ou dei e você ignorou – lembrei da insinuações de Tommy durante os anos. -Mas eu te amei felicity, e eu nunca falei por não ser bom suficiente para você. - fiquei realmente surpresa. 

—Eu teria que julgar isso, não acha? 

—Não, e não me arrependo de não ter me envolvido com você no inicio, ter falado sobre o que eu sentia. Eu podia sentir nos meus ossos que nosso envolvimento iria acabar com a amizade, eu era um garoto que ia acabar te machucando. Só que eu fiz de tudo para mudar e quando eu mudei... era tarde... - abaixou o rosto e suspirou. 

—Como você podia ter tanta certeza de que era tarde? Tarde é agora Oliver, não naquela época, tarde é agora. - murmurei arrasada. -Você é meu passado agora. 

Toda sua declaração sendo processada em minha cabeça, e a única certeza de que eu tinha certeza, era que ele era passado... ou ao menos minha cabeça tentava convencer meu coração disso. 

—Eu poderia muito bem aceitar isso – ele envolveu meu rosto com seus mãos e fitou meus olhos. - Sair daqui e aceitar que acabou, pois eu sei que você merece melhor, melhor do que um cara que te fez sofrer tanto.  

—Então por que não sai e me deixa em paz Oliver? - perguntei em um súplica. Ele se aproximou colando nossos corpos, segurei em seus braços para me manter firme. Eram muitos sentimentos de uma vez. 

—Por que eu sou egoísta e não estou disposto a desistir da mulher da minha vida. - antes que pudesse raciocinar as palavras seus lábios se chocaram com os meus em um beijo desesperado. 

Queria poder dizer que fui forte, que o afastei, o mandei embora e voltei com minha vida, mas seria uma tremenda mentira, me rendi ao beijo mais rápido do que o possível. Era intenso e calmo, cheio de saudades porém era como se eu nunca tivesse beijando-o antes, fez meu coração palpitar. Quando pensei que estava perdida, que não conseguiria mais me afastar de seus braços, lembranças me invadiram. 

Parei o beijo bruscamente e afastei-me deixando um tapa estalado em seus rosto, senti minha mão arder. Oliver que não se moveu um centímetro com o tapa me encarava perplexo com a mão sobre o local. Meus lábios ainda pinicavam devido a sua barba, minha respiração alterada e meu sangue bambeando rapidamente, a raiva tornando a surgir. 

—Eu levei meses para te superar Oliver, eu sofri da forma que eu não desejaria nem para o meu inimigo. Você não pode aparecer aqui e... e...- fechei os olhos tentando de alguma formar parar as lágrimas. -Deus, você é casado. - sentenciei mais para mim e sentei-me no sofá apoiando minha cabeça em minhas mãos. 

—Eu me divorciei, Felicity. - contou se agachando em minha frente erguendo meu rosto para encará-lo. 

Ele achava que era algum tipo de declaração, que falar aquilo me faria imediatamente jogar-me ao seus pés? Ri com desprezo levantando-me do sofá e indo até o balcão que dividia a cozinha. 

—Mas é claro! Por isso está aqui? Porque seu casamento não deu certo? – Oliver afundou a cabeça no sofá. - Quando eu soube pela televisão que o grande casamento tinha sido cancelado, uma esperança surreal cresceu em meu peito, e tão rápido como surgiu foi destroçada com a seguinte notícia que vocês tinham se casado em um lugar privado. Depois de chorar por horas, prometi a mim mesma que ia esquecer você a todo custo. 

—Eu e Laurel tínhamos decidido cancelar o casamento no dia em que você se mudou – contou me fazendo-o olha-lo, o loiro tinha se sentado na mesa de centro.  

—Vá embora Oliver- pedi mais uma vez, meu emocional completamente abalado, eu precisava de um descanso, aquilo estava acabando comigo. 

—Eu vou, mas antes me deixe, por favor, contar o que aconteceu, depois eu vou embora e nunca mais volto. - ponderei por alguns instantes a proposta, em nome dos seis anos de amizade, ele merecia ser ouvido. 

—Ok. - me rendo sentando na ponta do sofá em uma distancia segura. Ambos olhávamos para lugares aleatórios. 

—Quando você me contou que ia embora - começou - Eu surtei, fui um idiota... E depois fui mais idiota ainda, mas acontece que eu me encontrava em uma briga interna, meu coração lutando com a minha razão, eu travei quando você foi... eu... travei. 

—Poderia ter ido atrás de mim. - murmuro. 

—Eu fui. - o olho surpresa. - Eu fui na sua casa, mas você já não estava mais lá. - eu tinha conseguido adiantar minha ida. - Então fui no aeroporto - não conseguia acreditar naquilo. - Mas já tinha partido. Então voltei para casa, arrasado, me tranquei em meu quarto e dormi, já que tinha virado a noite pensado no que fazer. No dia seguinte, decidi cancelar o casamento, Laurel foi de acordo, estava certo, não ria mais ter casamento. Fui falar com meu pai e ele me incentivou a ir até você novamente e eu fui. 

Não fazia sentido, ele nunca apareceu e se casou. Aquela historia não fazia o menor sentido. A menos que... 

—Você desistiu, viu que não me amava e voltou para se casar com Laurel – conclui tornando a olhar um ponto qualquer. 

—Não. - e novamente meus olhos foram-se para ele que continuava a encarar o nada. - Laurel sofreu um acidente de carro indo para casa dos pais contar sobre o cancelamento. -prendi o ar, realmente não esperava por aquilo. - Não tinha como eu ir até você, não naquela hora, fui para o hospital. 

—Sara e Tommy não me contaram nada... - balbuciei. 

—Decidimos não contar, Sara decidiu, ela queria o melhor para você e naquele momento não era eu, não com o que eu iria fazer... O acidente a feriu muito, causou muitos danos em seu corpo o que resultou em várias cirurgias complicadas. Eu me casei com Laurel para poder pagar todas as suas contas hospitalares, para me tornar responsável, sua mãe e seu pai não estavam em condições, eu assumi a responsabilidade por ela, já que a própria não se encontrava em condições. Cancelamos o grande casamento, escondemos o acidente e fizemos um cerimonia simples no hospital. Ninguém além de meu pai sabia que iriamos cancelar, então não foi grande coisa. 

—Ainda sim, você poderia vir até mim, me explicar... 

—Não, eu não podia. - interrompeu-me subindo seus olhos para os meus.- Ninguém podia saber que era uma farsa. A ultima coisa que eu queria era ter algo com você escondido. E eu sabia que você precisava de um tempo longe de mim, Tommy havia me contado que você estava seguindo com a vida, crescendo sem minha ajuda. Como seu melhor amigo eu entendi que não podia aparecer em sua vida e virá-la de cabeça para baixo sem ter algo concreto a oferecer.  

—O que mudou? - quis saber. 

—Laurel saiu do hospital mês retrasado, entramos com o pedido de divorcio. Agora eu posso oferecer para você tudo que merece. Estou solteiro, financeiramente estabilizado, dirigido a QC e pronto para te amar até o fim do tempos. Eu queria poder mudar o passado, mas não posso, a única coisa que posso fazer é vir até você e dizer que te amo, e sempre vou te amar. 

Quantas vezes eu não havia fantasiado aquele momento? Onde finalmente ele se declararia e poderíamos ficar juntos, mas por que parecia tão errado? Ele tinha me machucado tanto que nem ao menos conseguia confiar nele. Oliver tinha perdido minha confiança. 

—Por que não veio dois meses atrás? - questionei evitando o fim da conversa, onde eu teria que tomar um decisão. 

—Meu pai faleceu e minha família precisava de mim. - respondeu de uma forma um pouco fria. 

Sabia que Robert tinha falecido, Sara me avisou. Passei horas tentando decidir se iria ou não para Starling reconfortar a família Queen, até porque, eu tinha um carinho especial por todos eles, no fim decidi apenas fazer uma simples ligação para Moira, que compreendeu completamente meu motivo para não ir. Claro que não dormi com a consciência limpa, eu havia prometido para Oliver que estaria com ele quando seu pai falecesse. 

—Sinto muito... por seu pai. Desculpe por não ter ido... 

—Tudo bem, você não tinha que ir.  

—Eu prometi que estaria lá. - argumentei. 

—E eu prometi que nunca iria te machucar. - rebateu com um sorriso amarelo. Um silencio agoniante tomou conta do lugar por incontáveis minutos até que ele o quebrou- Então, como vai sua vida? 

—Acho que você sabe bem , até por que aquele fofoqueiro do Tommy não consegue esconder nada.- rimos de leve. 

—Eu quero saber por você. - confessou me fazendo engolir seco. 

—Eu estou bem, o emprego é ótimo, o lugar, conheci novas pessoas... 

—Ainda está namorando Cooper? - perguntou de supetão não se aguentando. - Eu sei que não é da minha conta, mas você disse que está seguindo em frente em tudo e... 

—Eu e Cooper terminamos a dois meses atrás – o cortei. - Não estou saindo com ninguém no momento. - respondi sua próxima pergunta sem ela ao menos ter sido feita. 

—Você ainda... - sua face se ruborizou e soube do que ele que ele se referia, tratei de responder levemente envergonhada. 

—Não. Eu não sou mais virgem Oliver... hora ou outra eu teria que fazer isso com alguém. - o vi se remexer desconfortavelmente.  

Cooper foi uma amor comigo, o tempo todo, chegou uma hora que apenas beijos não eram suficiente, eu e ele queríamos. Foi inevitável, aconteceu e nunca que me arrependi, não poderia ter tido uma melhor primeira vez, apesar de dolorosa, a forma que ele me tratou foi maravilhosa, ele foi maravilhoso em todos os sentidos. 

Infelizmente o relacionamento acabou. Não foi briga, apenas decidimos que não daria futuro. 

—Você... o amava? – o clima estava mais estranho que o possível. 

—Isso não impostava muito... 

—Isso sempre importou para você - retrucou. 

—Eu confiava nele, Oliver. Eu confiava nele e isso foi o suficiente. - ele assentiu de leve. 

—Ele foi o único? - Deus, o que eu fiz para merecer isso? Conversar sobre o que eu fazia da minha vida intima nunca foi normal, sempre desconfortável.   

—Oliver... não temos que conversar sobre isso... Você não precisa mais fazer isso... - proferi corada, se ao menos ele ainda fosse meu melhor amigo.  

—Eu tenho. - rebateu.  

—Não, ele não foi o único... Jesus, isso não é nem um pouco confortável. - murmurei pressionando a ponta dos meus dedos em minha testa. - Teve mais um cara depois dele, saímos algumas vezes, foi só por diversão... e é tudo que você vai saber sobre isso.  

Billy Malone, o detetive de Gotham, nos conhecemos em um café, saímos algumas vezes, rolou algumas coisas, mas ele não queria se envolver em algo sério, muito menos eu, então foi apenas... sexo por diversão.  

—Ok. 

O silencio preencheu o ambiente novamente, um clima pesado se instalou e quis me afundar no sofá até sumir, Oliver me analisou calmamente com os olhos, como se estivesse guardando cada detalhe meu, fiz o mesmo.  A conversa tinha acabado, ele tinha se explicado e as coisas continuavam se revirando dentro de mim. 

Não era tão simples, não ia ser uma declaração e uma explicação que faria tudo ser esquecido, por mais que eu quisesse. A nossa historia teve um abalo tão grande que eu não sabia se haveria forma de restaurar tudo que se quebrou, por mais que eu quisesse. Então chegou a hora de eu tomar uma decisão, e minha razão já a tinha pronta e meu coração estava sendo completamente ignorado, ele já tinha arruinado muitas coisas. 

—Você se explicou, eu contei como estão as coisas... hora de você ir embora Oliver, como combinamos. 

—Felicity... - Oliver me encarava perplexo.  

—Não, foi o que combinamos, você me contou tudo, hora de você ir embora e nunca mais voltar – interrompi com uma falsa voz firme levantando-me do sofá, ele fez o mesmo. 

—Você não quer isso – assegurou se aproximando e eu agilmente me afastei indo para trás do sofá. 

—Eu quero. - minha voz falhou e ele sorriu vitorioso.  

—Você ainda não aprendeu a mentir, Smoak. - virei-me de costa para o loiro não ver o rubor em minhas bochechas. 

—Saia, Oliver- ordenei mais firmemente cruzando os braços. 

—Olhe para mim e diga que quer que eu vá, que quer eu suma da sua vida para sempre. - desafiou. 

—Oliver! Saia! - exclamei enfurecida com sua birra ainda sem encará-lo. 

Ouvi seus passos e logo senti seu corpo grudado ao meu, sua respiração no meu pescoços e suas mãos acariciando meus braços. Era impossível não perceber o quanto meu corpo correspondia ao seu, meus pelos se arrepiaram e minha respiração falhou. Por mais que ele tivesse me machucado, por mais que eu pintava em minha cabeça que eu o tinha superado e que minha vida seria melhor sem ele, meu corpo o queria imediatamente.  

—Eu sei que você não quer que eu saia, Felicity. Eu conheço você, sei que quando mente você cora e morde o lábio. - sua mão esquerda puxou meu cabelo o colando de um lado só, dando total acesso sobre meu pescoço. - Sei que você arrepia quando falam perto do seu ouvido – comprovou sua afirmação ao falar em meu ouvido e meus pelos traidores se erguerem.  - Sei que quando está com medo arranha a palma de sua mão. - Seus lábios pousaram em meu ombro e senti minha intimidade se encharcar. Ele sabia mexer com uma mulher. - E também sei que me ama, que por mais que eu tenha te machucado, por mais que fale que me superou, você me ama e quer mandar sua razão para puta que pariu e me amar da mesma forma que eu quero. 

—Por que você está fazendo isso? - choraminguei. 

—Passei anos mantando um limite, escondendo meus sentimentos sobre você, eu não preciso mais, agora é tudo ou nada, e vou usar todas as minha armas. Eu não preciso mais esconder nada, Felicity. Eu posso dizer aqui e agora para você - seus lábios rasparam em todo meu pescoço e pararam na linha do meu maxilar e orelha. - Eu te amo e quero ser seu, quero sair com você, quero me casar com você e ter filhos maravilhosos- suspirei tentando conter minhas emoções - Mas não pense que são apenas pensamentos fofos, eu quero te fazer minha- suas mãos puxaram meu quadril fazendo trombar com o seu e contive um gemido. - Quero fazer gemer meu nome, quero estar dentro de você e te mostrar a loucura que é meu mundo só de te olhar. 

Estava preste a ceder, a me virar e beijá-lo, esquecer de tudo e todos, deixá-lo me fazer sua como sempre quis, mas pelas graças o telefone tocou me impedindo de cometer uma bela burrada que me traria um belo arrependimento pela manhã. Por mais que eu quisesse, por mais que eu amasse Oliver, não podia ceder assim. O que ele fez... Escondeu que me amava quando sabia que o amava de volta, nos proveu de um relacionamento. Me fez participar do seu casamento, barrou diversos de meus relacionamentos por ciúmes. 

Sai de seu enlaço e fui para o telefone, deixando-o frustrado. Atendi o telefone e não me surpreendi com a voz através da linha. 

Felicity— chamou Curtis. - Eu não sei o que vai acontecer, nem se interrompi algo, apenas quero saber se posso voltar para casa hoje. Se quiser fico na casa de Poul 

—Não será necessário. Pode subir em meia hora, Oliver já está de saída. - respondi e olhei pelo cantos dos olhos Oliver me fitar decepcionado. 

Tem certeza? Olha, eu sei que ele te machucou bastante eu vi quase tudo, você me contou a historia, mas será que ele não merece uma segunda chance? Todos cometemos erro, inclusive você.  

—Tenho bastante certeza. - confirmei dando as costas para o loiro, seu olhar me agoniava. 

—Então por que ele continua ai?— a pergunta me fez ficar um pouco confusa por um tempo. - Se você estivesse tão certa de que sua história com ele acabou, por que você ainda não o mandou embora

—Tchau, Curtis – desliguei rapidamente. 

—Por que não podemos ficar juntos? Eu sei que eu errei Felicity, eu estou aqui tentando concertar as coisas. - questionou Oliver frustrado. 

—Não é algo que se concerta de uma hora para outra, Oliver. - argumentei me virando para ele. Seus olhos azuis pareciam duas chamas. 

—Eu sei que não, mas droga, me deixe tentar. Me perdoe, eu errei feio, eu te fiz sofre. Mas, droga, quantas vezes eu vou ter que te dizer que eu te amo e sinto muito? - questionou. 

—Não é uma questão de amor, Oliver. - ele me olhou confuso. - Como eu posso estar com você, se não confio em você? Você não quebrou apenas meu coração, você quebrou a confiança que eu tinha em você, isso não é algo que não pode ser remendado com palavras. - Confessei, ele avançou dois passos vacilantes. 

—Então me deixe tentar reconquistar ela, me deixe faze tudo de novo, tudo certo. Me deixe conquistar você Felicity. - propôs. 

—Oliver... - supliquei seu nome. 

—Pelos nossos anos de amizade, pelos nossos sentimentos, pela possibilidade de um futuro, por favor Felicity, me de uma chance. - implorou. 

Fitei seus olhos que estavam desesperados por minha resposta. Qual seria a certa? Dizer não, ser firme e tirá-lo de minha casa, de minha vida para sempre e esquece-lo? Não podia. Foram anos de amizade, acima de tudo ele era meu melhor amigo, eu não podia esquece-lo. Então eu deveria aceitar? Ir de cabeça, deixa-lo me reconquistar, ver até onde seu papo ia? Não podia, eu ainda estava com medo de que ele me machucasse, de que me fizesse sofrer de novo. 

Imediatamente a voz de minha mãe apareceu em minha cabeça, algo que ela sempre me dizia quando eu era pequena. 

"Minha pequena garota, o que nos mata não são os machucados, são os arrependimentos de não termos nos machucado." 

Eu nunca entendi muito bem essa frase, até por que, a frase para mim significava que o arrependimento de algo que não fizemos era o pior, mas agora eu entendia, a frase era sobre entrar de cabeça em algo mesmo sabendo que vai te machucar, por que mesmo que no fim machuque, o meio fez o fim valer a pena.  

Minha amizade com Oliver foi o meio, eu sabia que ia me machucar, e me machuquei muito, mas machucaria mais ainda se eu não tivesse estado com ele, pois foram momentos incríveis ao seu lado, sempre eram. Era por isso que eu amava, apesar de tudo, era as lembranças com ele que apareciam quando eu fechava meus olhos de noite e me faziam sorrir. 

—Ok. - respondi por fim. 

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—E depois disso? - pergunta Harley Quinn com um grande interesse. 

—Bem, ai entra em outra historia, para uma outra sessão, já que eu acho que a minha chegou ao fim. - respondo me levantando e estendo a mão para minha psicóloga. 

—Você não pode acabar um história assim, Felicity. - reclama Harley apertando minha mão. 

—Claro que posso, é o que a torna mais emocionante- rebato. - Posso dizer que Oliver Queen foi uma verdadeiro cavaleiro... Mas, você sabe o fim  da historia toda, não preciso contar. 

—O que a torna interessante são os detalhes. Mas tudo bem, na próxima sessão você me conta.  

—Feito. - Saio da sala contente.  

Amo contar essa historia, apenar de longa, foi preciso três sessões para contá-la inteira. Harley apenas escutava, até por que, já tínhamos debatidos essa história antes, mas eu nunca tinha contado ela inteira.  E aproveitando que seria minhas ultimas consultas antes de eu viajar pelos próximos três meses.  

Vou para casa, cansada, tinha sido um dia exaustivo, muitas coisas para fazer na empresa, apesar das consultas semanais sempre me acalmarem eu preciso de um belo banho quente. O trajeto não é longo então logo estou na frente da minha bela porta de mogno girando a chave. Entro no apartamento grande com pisos de madeira, paredes de tijolos e uma decoração colorida. Jogo meus saltos em uma canto e sento no sofá. 

Como eu quero me fundir com esse sofá agora mesmo. Sinto o meu lado do sofá afundar e braços me puxarem, aconchego-me no enlaço e deixo seu cheiro me acalmar. 

—Dia cansativo? - pergunta acariciando meus cabelos. 

—Você não tem ideia.- murmuro fechando os olhos. 

—Que tal eu pedir pizza, e você aproveitar pra tomar um banho de banheira, depois assistimos um filme? - propõem deixando um beijo na minha testa em seguida. 

—Acho uma excelente ideia. - concordo usando minhas ultimas forçar para me levantar e ir para o banheiro, sinto sua mão me puxar impedindo minha ida. - O que foi? - pergunto me virando. 

—Esqueceu uma coisa – falou. 

 Olhei em volta tentando me lembra do que, antes que pudesse perguntar o que ele me puxou fazendo me sentar em seu colo e selou nossos lábios em um beijo calmo. Correspondi o beijo de bom grado, explorando a boca já muito bem conhecida.Ele nos separa e fica fitando os traço meu rosto com ternura, sua mão alisando minha coxa. 

—O que foi? - pergunto quando um sorriso bobo toma conta de seus lábios. 

—Obrigado. - agradece me fazendo o olhar confusa 

—Pelo que exatamente?  - questiono enquanto encaro seus olhos azuis e brinco com os botões de sua camisa. 

—Por ter me dado uma segunda chance, Felicity – responde me fazendo sorri com paixão. 

—Eu que agradeço. Por insistir por uma segunda chance, Oliver. - digo e torno a colar nossos lábios, acabando com o plano de um banho sozinha.


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Notas finais do capítulo

Então, o que acharam? Não fiquem brava pela forma que acabar, até pq tem o epilogo, foco no epilogo kkkk
Como eu disse foi algo dificil de escreve, espero que tenha conseguido dar o meu melhor, eu tentei.
A fanfic nao saiu conforme os planos, mas eu gostei do resultado e vcs?
Obg por acompanharem tudo e serem paciente... uma parte, a outra queria me matar kkkk gente menos odio no core, sou mto nova pra morrer;
Então, recomendem, comentem, favoritem.

PS. - gente é importante que vcs me digam o que gostaram e não, para que eu possa melhorar minha escrita, não tenham medo, eu tenho um irmão gay, criticas não me assustam kkkkk
Piadas a parte, é mto sério, quero estar sempre melhorando, ainda mais que tenho tantos projetos pela frente e que se Deus... ou minha vontade quiser, vão sair o mais rápido possivel.
BJOOO amo mto vcs.



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