O Casamento do Meu Melhor Amigo escrita por Paula SC


Capítulo 6
Conta Comigo.


Notas iniciais do capítulo

OLHA QUEM VOLTOU.
"Paula, bateram a meta?"
Não, por dois cometários não baterem. Porém, EU RECEBI DUAS RECOMENDAÇÕES MARAVILHOSAS. Recebi elas ainda estávamos no 73 e eu pensei, foda-se vou postar no dia 9 pq essas recomendações foram fodas. MTO OBRIGADA MissDream e La Volpe, serio amei de mais ♥ ♥
Agradeço as 27 pessoas que comentaram, não vou escrever o nome como eu fiz nos outros dias pq estou com pressa de postar. Vou responder todos os cometários assim que possivel


GENTE GENTE GENTE
Sobre o ultimo ep nove de arrow, a parte que ele beija a lasbigoia eu me sentiti exatamente assim (EU NÃO SEI SE DOU NA CARA DELA OU BATO EM VC) fdp, mata o namorado da Fel (eu confesso que gostei) e não dá um abracinho nela? poxa Ollie.

AVISO IMPORTANTE.
é o penúltimo cap da fic.
"Mas Paula não iam ser 8?"
Ia mas eu mudei de ideia e vai ser 7.
Espero que gostem, e me perdoem qualquer erro.



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Wide Awake - Katy Perry
 


Yeah, I was in the dark

I was falling hard
With an open heart
I'm wide awake
How did I read the stars so wrong?


I'm wide awake
And now it's clear to me
That everything you see
Ain't always what it seems


I'm wide awake
Yeah, I was dreaming for so long
I wish I knew then
What I know now
Wouldn't dive in
Wouldn't bow down
Gravity hurts
You made it so sweet
Till I woke up on
On the concrete

Subi as escadas correndo sentindo as lágrimas caírem, por mais que eu puxasse o ar parecia que ele não chegava ao meu pulmão, meu corpo tremia, sentia uma corrente elétrica passando pelas minhas veias. Eu sabia o que era aquilo, eu estava tendo uma crise de ansiedade, coisa que não acontecia desde o meu primeiro dia na faculdade. 

Fui diretamente para o quarto onde costumava ficar nas férias. Quando fechei a porta foi como se tudo desabasse, um soluço escapou de minha garganta e minhas pernas fraquejaram, senti o chão colidindo com meus joelhos. Passei as mãos pelos meus cabelos respirando rapidamente. Toda a dor que tinha evitado o dia inteiro me encobrindo de uma vez só. 

O ar se tornava cada vez mais difícil de ser puxado, meu pulmão ardia e os soluços se tornavam altos e frequentes. Como eu tinha chegado naquele ponto? Tinha me controlado o dia todo, mas foi apenas e ter que mencionar seu nome em voz alta que tudo explodiu. 

—Felicity – ouvi a voz de Oliver abafada. Eu estou louca, completamente louca. Não podia ser ele. Oliver estava em um avião rumo a Nova Iorque para sua entrevista no emprego dos sonhos. - Felicity. - A porta se abriu. Era ele, sabia não só pela voz mas pelo perfume que preencheu o quarto. -O que aconteceu – perguntou preocupada se ajoelhando na minha frente prendendo meu rosto em suas mãos. 

—E-eu... Ela... - as frases simplesmente não se formavam e cada vez a dificuldade de respirar aumentava e isso não passou despercebido por ele. 

—Está tudo bem, tudo vai ficar bem. - garantiu. 

Em um simples movimento ele passou um dos braços em minha cintura e outro em minhas pernas e me pegou em seu colo, afundei minha cabeça na curvatura de seu pescoço e agarrei seu ombro como se minha vida dependesse dele. Oliver se sentou na cama ainda comigo em seus braços, começou a afagar meus cabelos e me apertou um pouco mais me trazendo conforto. 

—Ela se foi – murmurei e a voz saiu abafada e estranha. - E nunca vai voltar. Ela estava bem Oliver, ela estava bem. - O choro se tornou alto e ele beijo o topo da minha cabeça. 

—Acontece, Felicity. Tudo tem sua hora, infelizmente a da sua avô chegou. 

Estava no meu apartamento estudando para as provas finais do meu último ano no MIT quando o telefone tocou, era minha tia me informando que minha avô Amélia havia falecido. Imediatamente peguei o básico e fui para Coast City. Durante o funeral inteiro eu permaneci forte, eu tinha que ser forte pela minha mãe, nunca a tinha visto tão devastada, mas eu não conseguiria ser forte para sempre. 

Seu cheiro, seus braços e seus carinhos fizeram meu coração diminuir o ritmo, minha respiração voltou ao normal e os soluços sessam, apenas as lágrimas continuavam caindo e ensopando a camisa social preta dele. 

—O que você está fazendo aqui? - indaguei me afastando quando as lágrimas deram trégua. 

—Onde mais eu estaria? - revidou colando uma mexa do meu cabelo para trás enquanto me olhava com ternura.  

—Não se faça de sonso – me levantei limpando os vestígios das lágrimas. - Você deveria estar em Nova Iorque. É o seu futuro que está em jogo. 

—Minha melhor amiga precisava de mim. - explicou como se fosse óbvio. 

Após se formar Oliver começou a trabalhar na empresa da família, ele odiava, seu sonho sempre foi fazer parte da marinha americana, mas seu pai se recusava a aceitar isso, não queria ver seu filho indo se arriscar em alto-mar, Robert conhecia os métodos da marinha, sabia como era puxado e achava conhecer seu filho o suficiente para supor que ele não aguentaria. Queria que ele se tornar-se seu sucessor, além do mais, era tradição Queen passar os negócios para as mãos do primogênito. 

Durante um ano ele trabalhou contra gosto na filial em Boston, foi o acordo que conseguiu fazer para continuar lá. Mas Oliver não queria mais trabalhar na CQ e Robert queria o filho em Star City, após uma longa discussão seu pai o deu uma chance, apenas uma. Ele faria a prova, os testes, tudo. Se ele passasse, pararia de insistir que o filho virasse CEO, mas caso falhasse, teria que se mudar e assumir o cargo na empresa e dar o melhor de si. Ele aceitou. E no dia em que minha avô morreu era o dia da prova final em Nova Iorque. 

—Oliver, você não pode fazer isso por mim, não pode abandonar seu sonho por algo idiota. - ele se levantou e parou na minha frente. 

—Você não é algo idiota. Eu sei o que eu fiz, eu sei as consequência que isso vai me trazer. Mas como eu poderia estar lá enquanto você está aqui, passado por um momento tão difícil, precisando de mim? - perguntou firme e senti meu coração da piruetas.  

—Oliver... -tentei novamente mas fui cortada. 

—Você pode me dar uma bela bronca, um sermão de padre, pode fazer o que quiser. Mas eu não vou sair daqui. - impôs se mantendo firme. - Você é minha melhor amiga, é para isso que melhores amigos servem, para estarem presentes nos piores momentos. 

—Você está desistindo do seu futuro!- repeti, era estupidez. 

—Estar com você não significa que eu desisti, significa que eu entendi que aquela coisa talvez não seja tão importante. Além do mais, eu não conseguiria ficar tanto tempo longe das pessoas que eu amo.  

—E se você se arrepender? - não resisti de questionar. Ele estava desistindo do sonho, do futuro, apenas para me apoiar. 

—Não existe arrependimento quando inclui passar um tempo com você. - as lagrimas tornaram a cair e ele me abraçou.  

No momento ele não estava facilitando para eu parar de amá-lo. Eu sabia que se ele conseguisse entrar na marinha nos afastaríamos completamente, eu até poderia me mudar para a cidade onde ficaria sua base, mas mesmo assim, a marinha exige muito tempo e esforço. Parte de mim contava com aquilo. Contava que essa distancia me ajudaria a superá-lo. 

Deitamos na cama abraçados. Eu não conseguia sorrir, nem pelas coisas fofas que ele havia dito. Foi um dos piores dias da minha vida, a dor que senti, toda agonia... eu lembrava dos sentimentos claramente, como se pudesse revivê-los. 

—Eu sabia que ela ia morrer.  - falei de repente. - Ela já era de idade, tinha problemas de saúde. Mas... 

—Nunca estamos realmente prontos – completou enrolando meus cabelos em seus dedos enquanto eu brincava com o botão de sua camisa. 

—Quando meu pai foi embora...-  Oliver se ajeitou na cama, ficando atento, eu não costumava a falar muito sobre a época que e meu tinha ido embora.- Minha mãe teve que se redobrar no trabalho, então,  depois da escola eu ia para casa de uma amiga sua, que ficava comigo até minha mãe voltar, jantar comigo e me colocar para dormir trancar toda casa e ir para seu outro trabalho. Ela só ficava das seis as onze da noite em casa, então nas férias para eu não ficar muito tempo sozinha ela me mandava vir para cá,  ficar em Coast City com minha avô. Todas as férias, desde os meus seis anos até os dezesseis eu vinha passar aqui. Ela foi minha segunda mãe. Apesar de não ter muito, ela que me pagou os cursos de informáticas, me comprou o meu primeiro computador... - o nó na garganta voltou impossibilitando minhas falas. 

—Você não precisa continuar. 

—Eu só... - as lagrimas se tornaram mais grossas. -Minha mãe e ela deram tudo que podia para que eu pudesse ser uma pessoa melhor, me deram uma chance. Eu não sei como viver sem ela, eu sei que ainda tenho minha mãe, mas você sabe como ela é - ele riu. - Foi minha avô que disse que eu conseguiria, foi ela que disse para eu não desistir, foi ela que acreditou em mim, quando minha mãe não tinha tempo nem de acredita nela mesma. Não sei como continuar sem ela me apoiando 

—Você vai conseguir, com um passo de cada, eu só vi ela duas vezes e eu posso dizer que ela ficaria muito desapontada com você se você desistisse. E eu sempre vou estar aqui para te ajudar, você sempre vai poder contar comigo. 

Tornei a ficar quieta, apenas sentindo seus dedos em meus cabelos, seu calor que servia como uma espécie de calmante. Logo adormeci. Tive um sonho estranho, uma mistura de fantasia com lembrança, sonhei com a minha avô e da época que ela sempre costumava me levar a cabeleireira todo fim de férias, dizendo que para um recomeço de alma, devemos mudar o exterior.  

Acordei assustada quando não senti ninguém ao meu lado. Desci as escadas correndo e percebi que todos já tinham ido embora, minha mãe estava na sala, seu olhar abatido, segurava um porta retrato em mãos. Sentei-me ao seu lado e vi que era a foto minha e dela, foi tirada duas semanas antes de eu ir para a faculdade, meus cabelos estavam castanhos claros e eu usava um óculos de grau redondo. Minha estava com seu uniforme de barista e sorria orgulhosa enquanto segurava comigo o meu diploma. 

—Oliver foi comprar algo para janta – informou pegando minha mão. - Foi um longo dia hoje. 

—Sim. - suspirei. 

—É minha menina. O tempo passa e não perdoa um. - tentou brincar e eu ri de leve. 

—Ela vai deixar saudades- comentei deitando a cabeça e seu ombro. 

—Sim. - Donna olhou para foto e se perdeu em seus pensamento e logo sorriu abertamente.  

—O que foi mãe? 

—Sua avô sempre brigou comigo por eu ainda morar em Las Vegas. - contou– Acho que está na hora de deixar seu espirito em paz. 

—O que você quer dizer com isso?- franzi as sobrancelhas 

—Vou me mudar para Central City. Não tenho nada que me prenda lá. Isso vai ser algo bom 

—Absolutamente. - concordei, sempre quis que minha mãe muda-se para um lugar mais calmo. Agora ela não precisava mais de dois empregos, eu já estava para me formar e facilmente ela se estabeleceria em outro lugar.  

—Sua avô adorava mudanças.  

—Sim... ela adorava. 

Olhei para foto mais uma vez e me lembrei do sonho. Passei a mão demoradamente em meus cabelos. Me virei para minha mãe animada. 

—Você ainda sabe pintar cabelo? - ela sorriu de ponta a ponta. 

E foi com uma bela bagunça no banheiro, muitas risadas e um Oliver confuso que eu fiquei loira. 

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—Sara! - exclamei animada abraçando-a quase fazendo nós duas ir ao chão. 

—Parece que alguém sentiu minha falta – disse retribuindo o abraço com força. Ao nos soltarmos dei-lhe um tapa na cabeça. - Ai! - reclamou me olhando confusa. 

—Nunca mais suma sem avisar! - a repreendi tornando a abraça-la. 

—Você nunca muda, Felicity Smoak – falou rindo. 

—Sara? - Oliver apareceu ao meu lado, soltei a loira que logo foi abraçada pelo loiro... meu Deus, muitos loiros para um lugar só. - O que está fazendo aqui? - quis saber. 

Dei o olhar cumplice para ela, o olhar que apenas ela entenderia. Não conte. Pedia meu olhar e claro que ela entendeu. 

—O que você acha bobinho, seu casamento com minha irmã, vim ajudar nos últimos detalhes. - dedilhou seu nariz e depois com toda sua delicadeza de égua nos empurrou para entrar. -Papai está reformando a casa toda, está um inferno, então vou dormir aqui, como nos velhos tempos. - anunciou jogando sua mala em uma canto e deitando no sofá. 

—Tommy vem aqui com frequência – comentei querendo saber a reação dela. Oliver me olhou intrigado, o ignorei. 

—Pensado bem...- levantou-se e foi pegar sua mala. -Prefiro ficar no hotel.- A barrei antes que pudesse sair do apartamento e ri de sua reação.  

—Precisamos conversar, você fica. - Me virei para Oliver. - E você vai. - instrui apontando para porta. 

—É isso, é só ela chegar que eu viro descartável? - perguntou indignado. 

—Saia Ollie –ordenou Sara. - Vamos falar sobre coisas de garotas. 

—Agora só por que eu tenho um pinto no meio das pernas não posso entender o que vocês garotas falam? - Já estávamos acostumada com o pequeno showzinho, ele ficava puto quando tinha que sair para nós conversamos. - É preconceito hein. - empurramos ele e fechamos a porta. - Isso, fecha mesmo a porta na minha cara, se considerem desconvidadas do meu casamento. - gritou antes de se render e ir embora. 

Minha amiga foi direto para cozinha preparar algo para comermos, ficou indignada quando provou meu chá. Fui no banheiro e quando voltei aproveitei e contei tudo a ela, cada detalhe, o inicio quando eles chegaram, Moira falando comigo, o beijo, o momento no provador, a conversa com o pastor e até o que tínhamos conversado a poucos minutos atrás. 

—Ollie conseguiu me provar que ele é mais idiota do que eu achava. - concluiu assim que terminei de contar. - Você é sutil como uma mula no shopping quando se trata de esconder seus sentimentos. 

—Realmnte não sei onde você arruma essas comparações. - deu de ombros 

—O ponto é, hoje em dia você até que esconde melhor, mas duvido que ele não sabia antes. - falou trazendo uma bandeja com sucos e pratos de panquecas recheadas com carne e queijo. - Mas, você foi idiota ao aceitar isso. Deveria ter ido embora assim que ele veio com essa ideia.  

—Está dizendo que era melhor eu ter me mudado de cara? - não entendi bem seu ponto, na verdade achei que tentaria me fazer ficar. Ela me entregou meu prato e meu suco e sentou-se ao meu lado. 

—Se você não pode ficar com ele, para que continuar sofrendo? Eu conheço Laurel e Oliver desde que nasci, são orgulhosos demais, não tem volta para eles, esse casamento vai acontecer.  

—Eu sei que sim, eu só quis ajudar. - murmurei brincado com a comida.  

—Não Lici, você tinha esperança de que ele percebesse algo, que ficasse com você, que abandonasse essa ideia de casamento – a verdade jogada na cara doía. - Mas não vai acontecer, eu adoraria que vocês ficassem juntos, sempre deixei isso claro, mas vamos ser realistas. Não vai acontecer. Vá para Gotham, namore com Cooper, ele é bom rapaz e te ama, recomesse.  - senti minhas entranhas se remexer. 

Não era uma má ideia, mas eu tinha uma vida, uma história em Star City. Todo o mês eu agi de uma forma meio automática, nem ao menos tinha pensado sobre como seria depois que eu mudasse, o que aconteceria, mas era como Sara disse, um recomeço.  

— Recomeço... é isso que você está fazendo. - deduzi, toda a mudança repentina a falta de contato. Por que? - questionei. - Por que você decidiu recomeçar? - a encarei em uma busca de uma resposta. 

—Eu sempre quis esse estágio... Mas... Quando Tommy se declarou eu... eu não podia lidar com aquilo. Minha vida não foi fácil, eu passei por muito coisa, toda a coisa de sexualidade. -Sara era bissexual. - O divorcio dos meus pai, meu relacionamento conturbado com Nyssa. - eu me lembrava bem, foi uma das coisas mais confusas que eu presenciei.- E então do nada, meu amigo de infância se diz ser apaixonado por mim desde que éramos pequenos.  

—Você não o ama, por isso foi embora? 

—Pelo contrário, eu fui embora por amá-lo – arqueei as sobrancelhas não entendo. - Qual é Felicity. Estamos falando de Thomas Merlyn. O mesmo que fechou um puteiro para si próprio. O festeiro inconsequente. - suspirou. - Eu tenho vinte e sete anos, não quero mais aventuras amorosas, quero algo sério, quero me envolver com alguém que eu possa ver um futuro. Tommy não é esse pessoa. 

Ela começou a comer sua panqueca e fiquei inquieta. Tinha uma coisa que ela não sabia, uma coisa que ela precisava saber antes de julgá-lo, antes de decidir recomeçar, antes de falar que ele não é um homem para se desejar ter um futuro junto. Por estar convivendo com ele eu podia dizer. 

—Ele mudou. - comecei a fazendo parar de comer. -Ele mudou Sara, não posso dizer que ele virou um santo, o senhor da castidade, mas ele mudou. Tommy começou a trabalhar como consultor de venda, não quis começar do topo, ele se dedica ao trabalho, só vai a boates aos sábados e não saiu mais nenhum escândalo. Está pagando seu próprio aluguel, comprou até um cachorro. - Contei e ela me olhou surpresa. - E nesse meio tempo, foi ele que me ajudou a passar por tudo isso. Ele mudou – garanti. 

Não tocamos mais no assunto Oliver e Tommy. Comemos e ela me contou sobre seu estágio. Logo fomos dormir, tinha sido um dia cansativo. 

(...) 

Terminei de colocar o brinco e me olhei no espelho orgulhosa. Usava um conjunto formado por um cropped justo vinho com desenhos geométricos e uma saia que ia até o meio das minhas coxas, a roupa deixava a mostra um pouco na minha barriga, os saltos meia pata pretos deixava minhas pernas mais torneadas. Meus cabelos estavam soltos e a maquiagem era até pesada para o que eu costumava usar. 

—Nós vamos nos atrasar Felicity. - gritou Sara da sala. 

Ao me virar acabei tropeçando em uma caixa, meu quarto estava cheia delas, me xingo ao novamente ao lembrar que esqueci de ligar para Cooper para um amigo dele vir pegar minhas coisas para levar para Gotham. Assim que Oliver tinha ido embora na outra noite, Sara me ajudou a organizar tudo. Suspirei ao pegar as coisas que tinha caído da caixa, eu ainda não tinha contado e ficava preocupada com sua reação. 

Percebo que um quadro caiu, o pego e analiso a foto dentro da moldura prateada, era a foto que Oliver tirou em nosso "baile". Sorri bobamente. Muitos me acharam idiota por fazer o que estava fazendo, que não valia me machucar daquela forma por ele, mas para mim valia, pois só eu sabia o que ele já tinha feito por mim. Ele não era perfeito, longe disso. Era um cego quando se tratava de ver o que eu sentia, porém sempre estava lá quando eu precisava. 

Guardei o retrato e fui para sala. Sara me aguardava sentada no sofá digitando rapidamente no celular. Era estranho ver minha sala tão vazia, apenas com os móveis, sem nenhum enfeite ou decoração que lembrasse que se tratava do meu apartamento. 

Minha amiga vestia uma vestido justo branco, curto como o meu, estava de sandálias de saltos e os cabelos presos em um coque bagunçado. 

—Está tão animada assim para ver Tommy? - provoquei andando até ela que me lançou um olhar ameaçador. 

—Vai se fuder. - retrucou levantando-se. 

—É a primeira vez que vocês se veem desde que você foi embora. - disse enquanto saímos do apartamento. - É normal estar nervosa – acrescentei ao trancar a porta. 

—Você fala como se também não estivesse. Você vai pegar um voo para Gotham em menos de vinte e quatro hora e ainda não contou para Oliver. - rebateu e engoli seco. 

—Estamos fodidas. 

—Sim estamos.  

Estávamos indo para a despedida de solteiro, estava adiantada quatro dias, já que Tommy insistiu que fosse mais que apenas a despedida de solteiro, fosse também a minha despedida, eu iria contar a Oliver assim que a festa acabasse. Após falar muito com Tommy ele concordou em desistir dessa ideia de minha despedida, mas não mudou o dia já que Oliver tinha gostado da ideia de ser adiantada e o próprio decidiu que na despedida queria todos seus amigos e amigas e nada muito grande. 

Até porque, a ultima coisa que ele gostaria é escanda-los, já que todas as festa de Tommy estavam envolvidas em algum. 

Saímos do prédio e fomos para o meu carro. Não demorou muito para chegarmos a mansão Merlyn. Malcon não ligava para as festas do filho, já que nem em casa ele ficava direito. Fomos para grande porta de carvalho da mansão moderna branca com varias janelas. Tocamos a campainha. 

Eu escutava a musica levemente abafada, mas aquela com certeza não parecia ser uma das famosas festas de Thomas Merlyn, não tinha gente saindo por tudo conter canto da casa, não tinha filas de carros virando a esquina, nenhum vomito no gramado... pra começar era nove horas da oito, nunca que uma festa dele começava as oito. 

A porta se abriu e um sorridente moreno, vestido em jeans escuro e blusa polo azul apareceu, seu sorriso morreu ao encontra a loira ao meu lado. 

—Sara...- balbuciou não tendo certeza do que seus olhos viam. 

—Hey. - cumprimentou desconfortavelmente. 

Eles começaram a se encarar e senti o clima tenso e reslvi intervir. 

—Está esfriando e eu quero beber. - falei fazendo-os quebrar o contato visual. 

—Ah, claro. -e ele abriu espaço para passarmos. 

Ao entrar dou de cara com hall principal vazio, Tommy nós leva ao que parecia uma sala de jogos com um bar no canto e vários sofás e poltronas espalhadas. Já tinha chegado alguns dos convidados. Barry e a nova namorada, Caitlin, Iris e Edie, John Diggle o guarda costas de Oliver e sua esposa Lyla, alguns colegas da faculdade, outros da empresa, poucas pessoas. 

—Sara, será que podemos conversar?- questionou Tommy parando ao lado da minha amiga. 

—Não acho que seja um bom momento- respondeu indo em direção aos sofás me puxando. 

—E quando vai ser? Quando você decidir ir embora de novo? - fiquei quieta apenas prestando atenção. Confesso que aguardava ansiosa aquele momento. 

—Tommy...- ela suspirou 

—Eu disse que te amava e você me pediu um tempo para pensar, no dia seguinte eu descubro que você foi para França sem falar nada.- (uuuuuuh, olha a treta)  

—Eu precisava de um tempo, do nada descubro que meu amigo de infância me ama. Não é uma coisa que se lida de uma hora para outra. 

—Não? - deixei escapar e ela me fuzilou com os olhos- Desculpa. - pedi abaixando a cabeça. 

—E para isso precisava mudar de continente? Não era mais fácil lidar com a novidade, ou a menos me dar uma resposta e não me deixar com apenas um "preciso pensar" e desde então ignorar minhas ligações? - (isso mesmo, joga na cara) Tommy parecia bravo, a mandíbula travada e punhos cerrados. Sara o encarava com pesar, eles estavam a um palmo de distancia, a tensão era palpável, eu apenas observava sentada. 

—Será que Oliver iria embora se eu contasse para ele? - pensei em voz alta sem perceber novamente, agora ambos me fuzilaram com o olhar – Desculpa –pedi novamente tornando a abaixar a cabeça. 

—Não vou discutir isso agora, Thomas. Temos coisas mais importantes para resolver. - e novamente ambos olharam para mim, agora com um olha cumplice. 

—O que? - perguntei confusa. Nesse momento Oliver entrou pela porta. A atenção de todos foi direcionada a ele. 

—Ok gente, eu sei que eu sou maravilhoso, mas não precisam ficar me encarando, assusta. - disse e as pessoas riram de leve. Por onde ele passava iam o cumprimentando, dando-lhe os parabéns. Tommy puxou Sara pela mão que foi reclamando o caminho todo e sumiram pelo ao passarem pela porta. 

Oliver vestia uma calça jeans escura e uma camisa social vermelha que contornava seus músculos, seu cabelo estava arrepiado e parecia mais novo devido a barbar que ele havia tirado. Preferia ele com barba, dava um ar mais sexy. O loiro se aproximou de mim e sentou-se ao meu lado. 

—Está muito bonita Senhorita Smoak - elogiou olhando em meus olhos. Sorri de ponta a ponta. 

—Também não está nada mal, Senhor Queen. 

—Como vai seu relacionamento com o... - ele desviou o olhar. -Cooper –proferiu seu nome com desgosto. 

—Muito bem – respondi cruzando as pernas. 

—Bom... - ele molhou os lábios, preparando-se para perguntar. - Você e ele... 

—Nop. - respondo rapidamente estalando os lábios. - O lacre continua no seu devido lugar, intocado.. Quer dizer... eu já fiz algumas coisa, sabe, as preliminares, mas isso não conta como tirar a virgindade, até porque um dedo só....  

—Ok – ele se levantou abruptamente e eu corei ao perceber sobre o que estava falando. - Eu tenho pessoas para cumprimentar. Já que Tommy sumiu com Sara... espero que não se matem -Eu também esperava. Se inclinou e deixou um beijo em minha testa. -Aproveite a noite. 

—Vai e deixar aqui sozinha? - indaguei indignada. 

—Claro que não. - Ele olhou em volta procurando por alguém. - Barry – chamou. Meu ex namorado olhou assustado, cochichou algo para namorada que conversava com Lyla e Iris e depois veio até nós com um sorriso. 

—Oi. O que ouve? - quis saber. 

—Felicity não quer me deixar ir cumprimentar meus convidados por medo de ficar sozinha. - explicou. 

—Ei! - intervi. -Isso não é verdade. 

—Dramática como sempre. -falou o moreno e Oliver concordou e foi-se, Barry sentou-se ao meu lado. -Já estava enlouquecendo ali, elas estavam falando sobre a nova coleção de outono. - Ri dele. Barry e eu sempre nos demos bem, em todos os momentos, desde que nos conhecemos na quinta série. 

Conversamos sobre varias coisas, seu relacionamento, nossos trabalhos, sobre séries (a maior parte do tempo na verdade). Sara e Tommy não deram mais as caras, na pior das hipóteses alguém havia morrido e o outro estava enterrando o corpo no jardim. Oliver estava com o grupo da faculdade bebendo e rindo de baboseiras.  

Foi ai que a realidade bateu. Eu ia embora, eu ia embora e deixaria toda minha vida, minha historia em Star City. Eu iria recomeçar e nem ao menos sabia como isso seria possível. Nova casa, novos amigos, novo emprego... tantas coisas novas e eu nem ao menos tinha me despedido direito das antigas. Meus olhos encontram com os mares azuis intensos. 

Deus, eu tinha que contar a ele. Oliver ficaria arrasado. Mas não tinha volta. Minha vida não podia girar a entorno dele, precisava seguir meus próprios passos sem esperar que ele esteja lá quando eu tropeçar. Durante todos esses anos ele foi minha muleta, meu apoio, meu braço para me ajudar a levantar. Mas, estava na hora de eu aprender a andar sozinha, aprender a levantar sem a sua ajuda. 

—No que está pensando? - questionou me fitando com curiosidade. 

—Na mudança. - respondi voltando minha atenção para o moreno. 

—Deve ser difícil, é uma bela mudança. - Concordei sem ânimo. -Já contou para ele? 

—Não. 

—Você sabe que não tem mais como enrolar não é mesmo? - concordei novamente. 

—Eu ainda não sei como falar isso para ele, não é apenas chegar e falar. Hey Oliver, vou começar trabalhar nas industrias Wayner e por isso terei que mudar para Gotham amanhã.  

—Você vai o que? - meu coração falhou bruscamente e o sangue em meu corpo gelou. Olhei para trás assustada, torcendo para ser coisa da minha cabeça e encontrei o loiro me encarando confuso e indignado. 

—Oliver... - sussurrei não conseguindo formular uma frase. 

—Eu acho melhor eu voltar para lá. - avisou Barry antes de se afastar. 

—Pode repetir por favor, acho que não ouvi bem – pediu alto demais atraindo olhares. 

—Oliver, venha comigo. -ordenei puxando-o pelo braço. Não tinha escapatória, não podia mais mentir ou ocultar a verdade, mas também não podíamos discutir no meio da festa. 

Ele não resistiu, me acompanhou pela casa, não fazia ideia de onde estava indo, até porque, as poucas vezes que eu tinha estado na casa de Tommy era para as festas e eu ficava muito bêbada para lembrar. 

Entrei em uma das portas e por sorte era um dos quartos de hospede. Oliver me olhava tentando descobrir algo, o fiz sentara na cama e respirei fundo. 

—Me diga que o que eu ouvi estava errado- pediu. 

—Sinto muito, mas não posso. - ele se levantou negando com a cabeça . 

—Isso é uma mentira, uma grande mentira, uma pegadinha de Tommy provavelmente. - parecia desesperado. 

—Um mês atrás eu recebi uma proposta. - comecei contando. 

—Não, pare eu não quero ouvir- exigiu. 

—Uma proposta incrível - continuei, o loiro se sentou na cama e afundou o rosto nas mãos. - Trabalhar como diretora do departamento de TI nas empresas Wayner. Você sabe eu sempre foi meu sonho trabalhar com Lucius Fox. 

—Você já é diretora do departamento de TI da QC. - argumentou levantando o rosto. 

—Você sabe que não é a mesma coisa... - suspirei – Eu vou me mudar para Gotham. 

—O inferno que vai. -esbravejou se levantando novamente. 

—Já me demiti da QC, já paguei o aviso prévio, assinei o contrato com a Wayner, vendi meu apartamento e comprei outro lá. Não tem mais volta.- contei o vendo rir sarcasticamente. 

—Quando, quando você vai?- perguntou amargamente. 

— Amanhã, as seis horas da tarde. - Oliver passou a mão no cabelo o bagunçando mais ainda e depois a pousou na boca, estava muito irritado, seus olhos estavam vermelhos. 

—E você está me falando isso agora? - sua voz tinha se elevado. - Esse mês inteiro você mentiu para mim – acusou. 

—Com essa coisa de casamento eu achei melhor esperar- me defendi. - A última coisa que você precisava era mais coisas na cabeça. 

—Eu tinha o direito de saber. - gritou. Senti as lágrimas ameaçarem cair.  

—Eu não te contei porque sabia que você ia ficar insistindo para eu ficar. Eu ia ceder, e não poderia. - expliquei. 

—É claro que eu insistiria. - respirou fundo e voltou a abaixar a voz. -Você não pode ir embora. - se aproximou e segurou meu rosto entre suas mãos. -Não pode ir, não pode me deixar. Não posso viver sem minha melhor amiga. 

—Desculpa – sua feição era triste, seus olhos mostravam que ele estaria preste a chorar, assim como eu. -Não tem volta, já está decidido. -Se afastou novamente. 

—Se isso foi pro causa do beijo, do casamento, do que aconteceu no trocador. Me perdoe, esqueça isso. Você não pode ir. -ele fez algo que me surpreendeu, se ajoelhou na minha frente e segurou minhas pernas. - Eu imploro, você não pode ir. - Nessa hora não consegui mais segurar, as lágrimas desceram em grande quantidade. 

—Não torne isso mais difícil do que já é. - pedi alisando seus cabelos.  

—Você não pode ir, se você for eu vou atrás de você, faço da sua vida um inferno até voltar. -sentenciou. 

—Agora eu imploro para você não fazer isso. Você tem que me deixar ir. Eu estou fazendo isso para o meu bem. - revidei ele se levantou ficando a minha frente. 

—Como pode ser para o seu bem? Sua vida toda está aqui! - exclamou. 

—Eu não estou feliz aqui. - confessei e um soluço saiu pela minha garganta. -Eu não posso mais viver aqui Oliver, eu preciso recomeçar. Não posso continuar em um lugar onde eu não sou feliz. 

—Isso é insano. - proferiu antes de dar as costas e sair do quarto. 

—Oliver – gritei indo atrás dele. 

—Não faz sentido. Nada disso. Você está feliz – gritou de volta parando e virando para mim. -Você está feliz ou vai dizer que é mentira também? Que escondeu que estava infeliz todo esse tempo? 

—Desculpe – foi a única coisa que eu consegui dizer, ele tornou a dar as costas. 

—Quem mais sabia? - perguntou parando mais uma vez sem olhar para mim. 

—O que está acontecendo? -Tommy apareceu com Sara ao seu lado, ambos com roupas e cabelo amaçados, lábios inchado, pelo menos alguém estava se divertindo. 

—Quem mais sabia? - repetiu mais alto. 

—Sara, Tommy, Barry, Cooper, minha mãe... - respirei fundo, já tinha mentido demais. - praticamente todo mundo. 

—Ah. - o loiro se virou, os olhos com ódio misturado com tristeza e decepção. -Então eu era o único idiota que não sabia? 

—Oliver... -interveio Sara mas foi cortada. 

—Não fazia sentido eu saber não é mesmo? Até porque, eu sou só o idiota que você chama de melhor amigo. Para mim chega. - tornou a se virar e foi rumo a saída em passo largos,. 

—Oliver, por favor. - pedi tentando alcança-lo. 

—Não, Felicity, eu preciso ficar sozinho. - disse antes de sair, me deixando olhando a porta se fechar. 

(...) 

A festa acabou, todos foram embora com cara de velório. Demorou um tempo para as lagrimas pararem de descer, maldito dia que decidi usar a maquiagem pesada. Sara e tommy ficaram comigo o tempo todo. Tudo que aconteceu me fez perceber a verdade. Eu nem eu ao menos sabia que estava infeliz. 

Mas, eu ainda precisava conversar com ele, não poderia ir embora depois da briga, não me perdoaria se ficássemos brigados. Me levantei do sofá da sala. 

—Eu vou atrás dele. - anunciei indo em direção a porta. 

—Felicity, acho melhor não. Por que você não vai para casa e fala com ele amanhã. Foi uma noite muita intensa para ambos. - propôs Thomas. 

—Não, eu tenho que falar com ele hoje. - disse decidida – Sara, você vai ficar ou quer que eu te deixe no apartamento? - ela deu um olhar cumplice para Tommy. 

—Eu vou com você -decidiu me acompanhando até a saída. -Amanhã eu te ligo. - comunicou a Tommy que acenou de leve. 

As ruas até que estavam vazias, o caminho foi tranquilo, Sara não falou nada sobre a briga e eu não falei nada sobre a pegação dos dois. Ao chega na frente do prédio ela olhou para mim. 

—Você vai contar o real motivo de ir embora? - indagou. 

—Não sei ainda. - respondi sinceramente. -Mas estou considerando. 

—Ok. -ela deu um beijo na minha bochecha e saiu. 

Eu sabia onde ele estava, tinha certeza, segui rumo a mansão Queen, tentei não pensar muito, o que era meio impossível com tantas coisas se passando. Será que eu contava, ou apenas tentava acertar as coisas e ia embora sem ele nunca saber do meu segredo? Eram pergunta que só seriam respondidas na hora. 

Parei o carro no portão e o guarda me deixou passar, todos os empregados da casa me conheciam, contornei a mansão e fui para os fundos, estacionei o carro de mal jeito , tirei os salto e troquei pelos tênis que eu deixava de reserva no porta-malas. 

Liguei a lanterna do meu celular e sai em rumo a trilha que tinha para o morro. Demorou uns vinte minutos, foi assustador, os barulhos de bichos, a impressão de sempre estar pisando em algo perigoso, a sensação de ter sempre alguém atrás de você. 

Vi uma luz onde ficava a pedra, continuei e avistei Oliver sentado sobre a pedra, olhando a cidade, uma barraca montada atrás dele. Se ele me viu, preferiu não comentar, provavelmente sabia que eu ia aparecer, fui até seu lado e nem ao menos olhou para mim. Sentei-me ao seu lado na pedra. 

—Desculpa por não ter te contado antes. - desculpei-me olhando a vista da cidade iluminada pelas luzes das ruas e de algumas casas. 

—Você... você não pode ir embora. - murmurou. 

—Eu posso, e vou. Já disse, não tem mais volta. Eu vou para lá e não voltarei para Star pelos proxímos meses. 

—Isso quer dizer que você não vai estar no meu casamento? - assenti. -Então por que você está aqui? - questionou com a voz levemente rouca, ele tinha chorado, dava para ver pelas marcas das lágrimas em seu rosto. 

—Porque eu não quero ir embora com as coisas bagunçadas com você. - confessei virando minha atenção para ele.  

—Como pode querer isso? No momento que você for embora tudo vai ficar bagunçado, você é minha melhor amiga, quando eu tenho problemas eu vou até você, não posso falar por telefone, não posso viajar sempre que quiser falar e compartilhar algo com você... - parei de ouvi-lo, apesar de fofa suas palavras minha atenção se prensou em seus lábios. 

Imediatamente me lembrei do sabor doce deles, da suavidade, da forma como se encaixavam nos meus, da sua língua dançando com a minha. Eu queria beija-lo, queria sentir seu sabor por uma ultima vez antes de recomeçar, queria fazer minha última burrada, meu último ato inconsequente, queria ser tomada pela impulsividade. 

—Oliver- interrompi seu discurso e com as pontas dos dedos virei seu rosto para mim, seus olhos azuis estava cheios de água novamente. 

—Felicity eu preciso que você desis...- cortei sua fala selando nossos lábios. Ele assustou com o gesto mas logo em seguida retribuiu o beijo, era intenso, meio bruto mas delicioso, era um beijo desesperado. 

O gosto era o mesmo que eu me lembrava, sua mão foi até meus cabelos puxando-os levemente para trás dando-lhe mais acessibilidade com a língua. Arranhei seus ombros e mordisquei de leve seu lábio inferior. Senti minha intimidade dar pontas com a intensidade e brutalidade do beijo.  

Afastei-me abruptamente e ele me encarou perplexo tentando entender o que tinha acontecido, estávamos ambos tentado recupera o folego que o beijo nos tirou . Me levantei. Eu tinha que ir para casa, terminar de arrumar as coisas. O beijo foi intenso de mais, meu raciocínio não estava em seu melhor. Não queria encara-lo agora, o beijo foi praticamente uma declaração. Precisava ir. Ao me virar de costas para ir sua mão me puxou me fazendo voltar. 

—Felicity, o que foi isso?- questionou com as sobrancelhas franzidas. 

—Nada. - dei de ombros. - Apenas queria que você ficasse quieto. Agora me solte, eu tenho que ir. 

Não me arrependia de tê-lo beijado, mas os sentimentos que o beijo trouxe átona, os sentimentos que eu consegui guardar nos últimos dias, todos voltaram, fazendo minhas estruturas ruir.  

—Você não pode ir. Felicity você tem que ficar. Por favor, fique. Não posso ficar sem minha melhor amiga - pediu e minha garganta fechou - Não se mude. Eu ainda preciso de você... preciso de você no casamento... na minha vida... não posso entrar naquela igreja sem você estando lá para me apoiar 

 Meu mundo terminou de cair naquele momento. Eu o beijei, e no beijo me entreguei de corpo e alma, ele retribuiu com a mesma intensidade e mesmo assim não via o óbvio e para piorar queria que eu fosse em seu casamento? Deus, eu estava puta da vida. 

—Não posso Oliver. Não posso mais fazer isso. Não consigo. -neguei amargamente.- Não posso mais atrasar a minha vida te esperando, esperando que um dia você perceba que talvez, só talvez, sua melhor amiga não te veja de uma forma tão pura, que talvez ela nutra sentimentos por você, não posso esperar você decidir se vai ficar com ela ou com a mulher que se diz sua noiva. 

—O que você quer dizer com isso? 

—Que eu sou apaixonada por você, seu idiota. Sou apaixonada por você a malditos seis anos. - confessei furiosa. 

—Felicty... eu... - ele tentou formular algo mas não conseguiu. 

—Eu cansei de colocar você acima da minha felicidade, cansei de sofrer para te ver sorrindo. Sempre me perguntava sempre qual seria o limite do amor, se ao menos existia algum, existe e eu cheguei ao meu. Eu vou embora, e eu peço que você nunca mais me procure Oliver Queen. - impus e ele me olhou assustado 

—Você não pode fazer isso, não pode me pedir isso. 

—Posso, e estou. E imploro que entenda e que pare de ser egoísta, eu te beijei agora mesmo e você teve a coragem de falar da porra do seu casamento. Eu não posso estar com você sem estar com você. Eu já te amei tempo suficiente para ter certeza de que eu não vou superar isso enquanto você estiver em minha vida. Então, se você não pode me amar de volta, peço que respeite minha decisão. 

—Felicity! Eu não quero que você vá! 

—Você pode me amar Oliver? Pode desistir desse casamento e me escolher? Escolher me amar? Escolher ter um futuro comigo? 

—Eu... isso... Isso é injusto.... 

—Injusto é eu passar seis anos da minha vida presa a você. Não precisa dizer mais nada, já deu sua resposta. - Me virei e fui embora correndo. Ele não tentou me alcançar, estava em choque. Mas demorei tempo de mais para perceber. Para perceber que eu sou a amiga e ponto final.


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Notas finais do capítulo

ENTÃO. gostaram.
Eu decidi mudar algumas coisas, o ultimo cap vai continuar como o planejado, mas esse e o que seria o penúltimo eu mesclei, percebi que só iria esticar o que não precisava. Próximo vai ser na visão do nosso loiro que vcs odeiam kkkkk não acredito que fiz tanta gente odiar o Oliver kkkk Espero que esse ódio acabe com o proxímo hahaha.

Comentem, favoritam, recomendam, venho no pvd caso tiverem alguma duvida.

PS: Sobre a minha outra fic, eu decidi terminar essa, escrever as duas estavam me confundindo e como essa já está no fim é mais fácil. Tenham calma.


PS 2: Poha gente, quase morri de tanto escrever, escrevi tudo, teve uma hr que meu dedo começou a bugar, ele ficou tremendo e vibrando.



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