I Wish You Were Here. escrita por vanprongs


Capítulo 5
O primeiro presente que eles me deram foi aos 13 anos.




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Cedric Diggory estava em minha frente e eu o encarava com os olhos semicerrados.

Minha expressão fechada, eu estava sentada em uma poltrona de nosso Salão Comunal e via Diggory andar de um lado para o outro, ele parecia estar um pouco preocupado, o que me fez revirar os ombros e apoiar o cotovelo em meu joelho, deixei meu rosto descansar na palma de minha mão e fechei os olhos levemente, eu queria me desestressar.

Tentei cinco vezes seguidas fingir que eu estava sozinha, mas os barulhos constantes dos passos do meu querido companheiro de casa me faziam lembrar que eu não estava sozinha e que aquele pequeno incidente não era um pesadelo ou fruto de minha fértil imaginação.

Suspirei pesadamente e me levantei da poltrona, o rapaz que antes andava de um lado para o outro se colocou em minha frente e eu soltei outro suspiro, dessa vez mais alto e que soou como irritação e Cedric inclinou a cabeça levemente para o lado, tentando fazer uma expressão fofa.

— Você não vai dar outro soco em Cho, vai? – a voz dele fez minha expressão se fechar ainda mais, o que fez ele soltar um pequeno suspiro – Lynx...

— Não venha com Lynx para cima de mim... – murmurei irritada – Eu só preciso achar os Weasley e acabar com essa palhaçada. – dei os ombros e tentei dar um sorriso, que pela expressão do menino em minha frente foi algo bem horrível de se fazer – Eu prometo, Diggory. – completei tentando soar convincente.

— E desde quando eu devo acreditar em você? – me perguntou enquanto tinha a expressão vazia.

Pendi minha cabeça para o lado esquerdo e o encarei enquanto pensava em alguma resposta.

— Porque você sabe que eu sei que você fica todo bobo perto de Cho. – falei com um sorriso divertido nos lábios – E que foi exatamente por isso que me afastou dela.

O menino me encarou com os lábios levemente abertos e os fechou rapidamente arrumando sua postura levemente surpresa por minha pequena observação. Deixei meu sorriso se tornar convencido.

— Não fale o que não sabe, Black. – Cedric falou com um tom de voz ríspido, assumindo uma postura rígida.

Dei os ombros e me levantei da poltrona que eu estava sentada.

— Eu não vou contar para ninguém. – comentei ao passar por ele e assim que estava perto do quadro para sair do Salão Comunal, virei meu corpo e sorri para ele – Assim como eu não vou atrás de Cho Chang. – completei verdadeiramente e virei meu corpo novamente, saindo do Salão.

Fechei os olhos levemente assim que adentrei ao corredor que poderia me levar a cozinha. Revirei meus olhos ao ver Fred e George entrando pela porta lateral da cozinha e deixei meu corpo dar meia volta e meus passos seguirem pelo corredor.

Estava andando sem rumo até perceber que eu estava em frente a biblioteca. Sorri com o pequeno pensamento que se passou por minha mente e deixei meus pés me guiarem até a prateleira de livros de Objetos Trouxas. Passei a mão por alguns até achar o exemplar número cinco. Agarrei-o com a mão esquerda e trouxe para perto de meu peito. Dei quinze passos até minha mesa habitual e sentei-me na cadeira marrom de estofado vinho. Coloquei o livro sob a mesa e o abri na primeira folha. Mordi meu lábio ao ver o nome de minha mãe como uma das pessoas que o havia pego e fechei os olhos sorrindo.

Eu queria tanto tê-la conhecido.

Marlene McKinnon.

Toda sua coragem, lealdade e bondade. Todo o seu lado bom e todo aquele lado fuck girl que prima Andy comentava comigo quando eu pedia para ela me contar histórias de minha mãe. Eu queria, desesperadamente, ser como ela. E eu torcia, para que eu conseguisse.

Comecei a folhear o livro e parava para ler vez ou outra as anotações de minha mãe ou de Lily Evans (mais conhecida por mim e por outras pessoas como Lily Potter), eu havia decorado suas caligrafias e até mesmo o que estava anotavam e conversavam no livro, mas era simplesmente um vício reler aquilo quando eu sentia que precisava dela mais perto de mim.

— O que você está fazendo? – uma voz me tirou de meu transe e eu encarei Lino.

Lino era amigo de Fred e George. Suspirei ao encara-lo e mordi o lábio inferior rapidamente. Vi ele se sentar na cadeira em frente à minha e olhei para o resto da biblioteca, percebendo que outras cadeiras e mesas estavam vazias. Minha expressão se fechou novamente quando vi os gêmeos tentando se esconder atrás de um grande livro. Provavelmente a única coisa que eles não contavam é que eu reconheceria aqueles cabelos ruivos sem pentear em qualquer lugar.

Até porque Percy Weasley penteava seus cabelos, e eles não.

— O que eles te pediram para me falar? – perguntei seca deixando minha atenção voltar para o livro.

— Eles? – Lino se fez de desentendido e eu revirei os olhos ainda encarando as anotações do livro – Eu vim aqui lhe desejar feliz aniversário Lynx – voltou a falar com um sorriso forçado nos lábios – Não posso?

— Jordan... – o chamei pelo sobrenome e levantei meu rosto, encarando-o com um pequeno sorriso nos lábios – Você não se sentaria em minha frente com tantos lugares vagos na biblioteca somente para me desejar feliz aniversário. – dei os ombros e deixei minha cabeça se inclinar para o lado esquerdo – Você me desejaria no corredor rapidamente se nos esbarrássemos entre uma aula ou outra.

— Ou eu fugiria de você para não lhe parabenizar. – ele soltou levemente me fazendo sorrir.

Soltei o ar levemente e o encarei por um longo minuto.

— O que eles querem? – perguntei novamente.

— Fred e George querem conversar com você. – suspirou e deu um sorriso culpado para mim – E eu realmente acho que você deveria tentar conversar com eles.

— Tudo bem. – murmurei.

Lino Jordan me encarou com um pouco de choque em seus olhos.

— Tudo bem? – ele indagou e eu concordei com a cabeça – Por Merlin, eu achei que seria muito mais difícil. – murmurou muito mais para si do que para mim.

— Onde eles querem conversar? – perguntei encarando o menino em minha frente.

— Salão Comunal da Grifinória. – ele falou – As sete horas.

— Tudo bem. – lhe respondi novamente e o vi se levantar, virando seu corpo e começando a andar em direção aos gêmeos.

— Ah Lynx? – ele me chamou com o tom de voz um pouco mais alto e eu o encarei – Feliz aniversário.

Deixei meus lábios darem um pequeno sorriso para Lino e meus olhos irem até os Weasley. George me deu um sorriso e Fred me deu seu melhor olhar culpado. Eu suspirei e dei os ombros para os meninos, mostrei o livro rapidamente e voltei a ler. Falaria com eles as sete horas, não agora.

Agora eu tinha que me preparar para conseguir conversar com eles. E só eu sabia o quanto eu deveria ensaiar para não perdoar eles antes de ouvir o que eles tinham para me dizer. Porque a verdade era que depois que eu dei o soco em Cho Chang... Pude perceber que eu não sabia nem metade da história e aquilo me fez entender uma coisa: eu sequer sabia o porquê ela estava com aqueles itens.

Mas a única coisa que eu sabia e entendia com toda a força que existia em mim é que aqueles dois ruivos não fariam qualquer coisa para me ver mal.

 

[...]

 

Olhei para o quadro da Mulher Gorda e suspirei pesadamente. Ela me encarava com a mesma intensidade que eu a encarava, seu rosto tinha uma expressão fechada e ao mesmo tempo tentava esconder algum tipo de diversão.

— Qual a senha? – ela me perguntou e eu fechei os olhos tentando lembrar.

— Argh, eu não lembro. – reclamei.

Deixei meu corpo dar meia volta e comecei a dar alguns passos vagarosos.

— Mimbulus mimbletonia. – a voz da Mulher Gorda murmurou e eu virei meu corpo lhe dando um sorriso cumplice.

— Mimbulus mimbletonia. – falei com convicção e ela bateu palmas me encarando com felicidade.

Dei uma pequena risada ao ver o quadro se abrindo e dei cinco passos até estar dentro do Salão Comunal da Grifinória. As luzes estavam apagadas e eu soltei um suspiro pesado.

— Uma festa surpresa? – eu perguntei com a voz divertida.

— Você estraga tudo. – a voz de Nymphadora se fez audível.

— Eu disse que deveríamos ter feito em outro lugar. – George comentou.

— Cale a boca. – Fred ralhou com o irmão.

Ouvi um barulho e logo o Salão Comunal estava iluminado novamente. Sorri para os gêmeos e encarei minha prima, ela tinha um olhar cumplice com os dois ruivos e foi a primeira a dar alguns passos para me abraçar.

— Sinto muito por toda a cena no Jardim. – ela cochichou para mim – Era necessário para você deixar os dois em paz.

Encarei-a em choque e voltei meu olhar para os dois, logo depois olhei atrás deles e vi Cho conversando com Cedric.

— Merda. – murmurei.

— Sinto muito. – ela repetiu e soltou uma risada – Mas pelo menos você mostrou que ninguém pode mexer com você. – Tonks completou e beijou minha testa.

Dei alguns passos até os meninos e os encarei com a expressão fechada. George passou seus braços por meu corpo, abraçando-me rapidamente e eu parei em frente a Fred.

— Vocês me fizeram socar Cho Chang para eu deixar vocês em paz para eu ter uma festa surpresa? – perguntei para ele e ele deu um sorriso divertido para mim.

— Não é como se você fosse deixar a gente em paz hoje. – ele murmurou e eu deixei meu lábio ir um pouco para cima, sorrindo levemente.

— E para nossa defesa. – o outro Weasley começou – Nós são sabíamos que você iria socar Chang.

— Você foi uma péssima menina. – Fred falou colocando o dedo na ponta de meu nariz e eu revirei os olhos.

— E vocês péssimos amigos. – murmurei e então ele me puxou para um abraço apertado.

— Desculpe, Lynx. – murmurou contra meu cabelo e eu suspirei.

— Eu desculpei vocês quando decidi vir para cá. – lhe respondi e ele sorriu, afastando-se de mim.

— Acho que você deveria olhar para fora. – Lino comentou após se aproximar de nós três.

— Antes disso. – Fred me chamou – Acho que você vai gostar da parte número um de nosso presente. – completou ao me entregar uma caixa.

Encarei a caixa e olhei para os gêmeos dando um pequeno sorriso. Abri-a e vi a blusa de minha mãe junto com o pingente.

— Isso não é mais que a obrigação de vocês. – murmurei fingindo irritação e ambos riram.

— Embaixo da blusa. – George falou risonho.

Foi então que eu vi.

Era uma foto de meus pais. Marlene McKinnon e Sirius Black. Com os uniformes do time de Quadribol da Grifinória. Ele tinha o braço direito passado pelos ombros dela. Ela encarou-o rapidamente e ele tinha um sorriso enorme nos lábios.

Meus olhos encheram-se de água e eu deixei a caixa cair assim que abracei meus amigos.

— Obrigada. – minha voz falha disse ao me afastar deles.

Ambos sorriram para mim e apontaram para a janela. Meu sorriso ficou ainda maior quando observei os fogos ao lado de fora do castelo. George ficou ao meu lado e Fred atrás de mim, apoiando seu queixo em minha cabeça.

— Obrigada. – murmurei novamente e deixei mais um sorriso escapar de meus lábios.

 

[...]

 

Uma hora após os fogos estávamos todos sentados nos sofás do Salão Comunal da Gryffindor rindo das transformações de Tonks e de alguma piada que George havia contato alguns minutos antes, o quadro abriu e um Percy pintado de amarelo e marrom apareceu com uma feição irritada.

Ele encarou os gêmeos e a mim e soltou um suspiro pesado.

— Você tem sorte por ser aniversário dela. – murmurou antes de andar até as escadas e subir, provavelmente, para seu dormitório.

Eu encarei Fred que estava sentado ao meu lado e ele deu os ombros com um sorriso maroto nos lábios.

— Ele descobriu uma hora antes da surpresa. – o gêmeo constatou para mim.

— Precisávamos dar um jeito de ele não estragar nada. – George completou sentando-se no tapete felpudo.

Soltei uma leve risada e encostei minha cabeça no ombro de Fred, dando um leve suspiro.

— Percy era um risco. – constatei.

— Percy era um risco. – Fred concordo.

E de alguma forma eu sabia que ele sorria.

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