Meu nome é Lynx Black. Eu sou filha de Sirius Black com Marlene McKinnon.

Minha mãe morreu na guerra protegendo seus amigos. Essa guerra era contra um Bruxo das Trevas que acreditava que nós, bruxos de sangue puro, erámos melhores que os nascido trouxas. Meu pai estava em Azkaban por ter traído esses mesmos amigos. Ele havia delatado esses amigos tempos depois de mamãe ser assassinada.

Fui criada por Andromeda Tonks, prima de meu pai. Algumas vezes no ano a prima Narcisa me buscava e me levava para brincar com Draco, seu filho. Por mais conturbada que toda a história da minha família fosse eu os amava, e no fundo eu queria que tudo fosse mais fácil.

Era dia de ir para Hogwarts. Meu primeiro ano.

Se a Narcisa visse-me com os gêmeos Weasley provavelmente ela surtaria. Mas eu não estava me importando. Minha prima Nymphadora Tonks estava em seu quinto ano de Hogwarts e estava no vagão com seus amigos da Hufflepuff e eu estava vagando pelo trem tentando achar um lugar para ficar. Foi assim que eu acabei no mesmo vagão que Fred e George Weasley.

Eles eram engraçados e por duas vezes me enganaram, mas logo eu conseguira identificar quem era quem. Fred costumava sorrir para mim de forma mais calma e admirada, enquanto George ria de mim e tirava sarro do meu nome.

— Eu queria que você parasse de ler esse livro Lynx. – Fred comentou comigo e eu o observei por cima do livro Hogwarts: uma História de Tonks.

Lhe dei um pequeno sorriso ao fechar o livro e cruzei minhas pernas depois de me ajeitar no banco, sorri para Fred e suspirei.

— Eu tenho que exercitar minha mente para não ficar como você e George. –  respondi e vi o irmão de Fred resmungar algo como ‘Black maldita’.

— Você nos conhece por menos de uma hora. – George falou depois do resmungo e eu sorri de lado.

Fui para mais perto deles como se fosse contar um segredo e eles chegaram mais perto de mim.

— Foi tempo o suficiente para conhecer vocês, Weasley. – eu respondi e Fred deu uma risada.

— Você é tão insuportável Lynx, acho que seremos bons amigos – o sorriso calmo e levemente fechado que surgiu nos lábios de Fred me fez sorrir em retorno para ele.

— Minha prima Narcisa vai ficar louca quando souber que fiz amizade com os Weasley. – me ouvi comentar.

Mordi os lábios imaginando o berrador que eu receberia e dei uma leve risada encarando os dois ruivos em minha frente.

— Imagina quando ela descobrir que você não irá para a Slytherin. – George comentou e eu gargalhei acompanhada dos dois.

Logo um menino de cabelos escuros e olhos cinzas entrou em nossa cabine e olhou para os Weasley sorrindo.

— Fred, George. Olá. – ele cumprimentou os meninos a minha frente e olhou para mim me avaliando.

— Olá Cedric. – respondeu Fred em um tom cordial, fazendo-me encara-lo.

— Eai Diggory? – George olhou para o menino, medindo-o.

Arqueei a sobrancelha para os meninos e fechei o livro, deixando-o repousar em meu colo, cruzei os braços e encarei-os tentando avaliar o que estava acontecendo ali.

— Vocês não vão me apresentar a amiga de vocês? – o menino, que provavelmente se chama Cedric Diggory, perguntou e eu revirei os olhos.

— Lynx. – eu respondi em um tom ríspido quando virei meu rosto para observar o rapaz – Lynx Black.

— Você é muito bonita Lynx. – ele me disse e eu revirei os olhos acompanhada de Fred e George, notei um brilho no olhar do rapaz e ele me olhou confuso – Black... Como... – começou a falar.

— O que você quer Diggory? – Fred o cortou bruscamente, encarando-o.

O menino deu os ombros e saiu da cabine me fazendo suspirar. Voltei meu olhar para o horizonte que conseguia observar da janela e fechei os olhos levemente. Nunca houve um pingo de orgulho em mim sobre eu ser uma Black. Eu nunca quis ser conhecida pelos pecados de meu pai.

— Aparentemente você já tem um admirador Lynx. – comentou George e eu lhe direcionei um olhar de poucos amigos, recebendo um sorriso travesso do mesmo.

— Aparentemente, eu gostaria de não ter, Weasley. – soltei levemente irritada e pude observar Fred dando um pequeno sorriso orgulho.

[...]

— Lynx Black – ouvi a voz da professora me chamar.

Estávamos sendo selecionados para nossas casas. Fred e George tinham ido para a Gryffindor, obviamente. Aquele tal de Cedric tinha ido para a Hufflepuff e eu torcia para não ir a Slytherin.

Meus pais tinham sido da Gryffindor, para mim seria interessante ir para lá. Mas algo me dizia que não seria a minha casa.

Mesmo que eu fosse corajosa, não era um dos meus maiores feitos. Eu queria ir para Ravenclaw ou Hufflepuff. Na realidade eu sabia que eu pertencia a uma dessas casas.

Eu subi a pequena quantidade de degraus e me sentei na cadeira. Fred deu um sorriso para mim e George acenou sorriso. Tonks abriu um sorriso enorme e piscou para mim. Senti a Professora McGonagall colocar o chapéu perto de minha cabeça e fechei os olhos.

— Hufflepuff – a voz do chapéu falou e eu suspirei aliviada.

Eu abri os olhos e fui em direção a mesa de minha casa. Sorri para os irmãos Weasley e eles acenaram para mim, ambos com grandes sorrisos nos lábios. Passei por Diggory que fechou a cara quando eu não me sentei ao seu lado e fui para o lado de minha prima.

Tonks passou seu braço pelo meu ombro e encostou seus lábios em meus cabelos.

— Narcisa ficará louca – ela murmurou, fazendo-me rir.

[...]

— O chato de não estarmos na mesma casa é que você não vai saber sobre as nossas brincadeiras. – a voz de George se fez presente atrás de mim enquanto eu andava pelos degraus do castelo.

— Vocês podem sempre me manter atualizada durante as aulas. – comentei com ele e sorri – Temos os mesmo horários. – completei, dando os ombros levemente; olhei para o lado procurando por Fred – Onde está o outro gêmeo?

— Seu amigo estava te procurando. – ele comentou com um sorriso torto.

Eu senti meu rosto corar violentamente e balancei a cabeça negativamente, fechei meu pulso e soquei o ombro de George levemente, enquanto revirava os olhos para ele.

— Você está aqui. -  a voz de Fred se fez presente assim que eu senti seus braços pelos meus ombros.

— Claro que eu estou aqui. – mordi os lábios antes de sorrir para ele.

— Vocês formam um casal tão bonito. – Diggory comentou sarcástico passando por nós – Você só não pode torcer pela Gryffindor no Quidditch, Black. – meu sobrenome soou em tom de deboche e fechei minha expressão naquele momento.

Pude ver Fred revirar os olhos e George se arrumar em uma posição defensiva. Eu apenas cruzei os braços em frente ao meu corpo e tentei fazer a melhor expressão de desdém que o pequeno Draco Malfoy havia me ensinado há alguns anos.

— Cale a boca, Diggory. – minha voz saiu e ele ergueu a sobrancelha para mim.

Tirei a mão de Fred do meu ombro e entrelacei nossos dedos, peguei a mão de George e sai puxando os dois Weasley comigo.

— Diggory realmente te irrita. – observou George.

— Ele me pediu para que ficássemos juntos em todas as aulas e que fossemos algo a mais do que amigos. – suspirei irritada – Ele acha que eu vou o que? – perguntei irritada – Me casar com ele aos onze anos de idade? – resmunguei – Por Merlin.

Parei de andar quando senti algo me puxando de volta. Encarei Fred com uma expressão séria no rosto e eu o encarei com o corpo cheio de tensão.

— Se você precisar que a gente dê uma lição nele... – o ruivo comentou e eu suspirei chegando perto dele.

— Eu consigo me defender, Weasley. – comentei sarcástica, tentando não demonstrar o pequeno brilho de felicidade que se instalara dentro de mim naquele momento.

— Então se defenda, Black. – o gêmeo me respondeu e eu dei uma pequena risada.

— Cara vocês têm realmente aquela tensão que Bill fala que alguns casais têm desde o começo. – a voz me lembrou que ele estava ali e me distanciei de Fred dando um sorriso para o irmão dele, tentando conter a queimação em meu rosto.

— Cale a boca George. – Fred reclamou voltando a andar ao meu lado.

— É George, cale a boca. - ralhei com ele e me coloquei ao lado de Fred andando pelos corredores do castelo.