Timeline escrita por Frost


Capítulo 4
Lost Girl




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— Você vai acabar se engasgando — disse ele — Scandy só é um pouco exagerada, mas eu a vi uma vez e ela me pareceu uma pessoa bem agradável.

— Ela estava vestida como um balão de festa – disse, e levou mais uma pouco de macarrão a boca – daquele bem feios, tipos os de Halloween.

— Nora, você é impossível — falou ele, divertido — senhorita escandalosa, quando foi que você começou a dar os nomes por aqui?

— Ela é um desastre de ser humano — resmungou — Você já ouviu uma das músicas dela? São piores do que os mantras malucos que minha mãe anda cantando.

— Deus! Se eu escutar mais um mantra daquele um juro que pulou da janela.

Nora concordou, antes de se levantar e jogar o resto da comida em um lixeiro. Estavam a quase duas horas tentando encontrar um jeito de fazer aquela geringonça funcionar. Ela não entendia muito sobre tecnologia, mas sabia que aquilo estava bem longe de mandala para o passado

— Não acredito que meus pais não se falam mais, isso é loucura — se lamentou.

—Isso não foi culpa sua Nora — Cisco disse, antes de bebericar seu refrigerante — Quando você nasceu foi uma alegria até pra ele.

—Isso não importa agora, mesmo tendo o nome da mãe dele, ela nem consegue falar o nome do meu pai.

Nora disse, se sentando no chão próximo a seu tio.

— Você bem que poderia me dizer oque aconteceu — disse — como tudo isso aconteceu?

— Tudo isso o quê?

— Não se faça de maluco — ela cruzou os braços — Meus pais não se falando, minha mãe virando a maluca dos mantras e Ronnie um filho da mãe.

— E isso importa?

—Inferno. Foi meu pai, não foi?

Cisco deu uma risadinha antes de beber mais um pouco do seu refrigerante.

—Seu pai não foi o culpado dessa vez.

Antes que Nora abrisse a boca pra responder, Dr. Wells os interrompeu entrando como um furacão. Aquele Dr. Wells não era tão diferente quanto o Wells que Nora conhecia. Na verdade, Wells sempre fora um mistério para ela, e, apesar dele ser o cara mais rabugento que Nora conhecia, Wells sempre tivera um carinho especial por ele e seu irmão.

[…]

Março de 2032

 

Fazia quase duas horas que estava sentada naquela cadeira. Fazia quase duas horas que seu pai os havia arrastado até os laboratórios S.T.A.R, agora ela estava lá rodeada pela sua mãe que não parava de lhe espetar agulhas. Todos sabiam que aquilo aconteceria mais cedo ou mais tarde, só não esperavam que aconteceria com os dois. Noah parecia bem mais animado do que Nora, não parava de tagarelar o quando ''‘incrível’'' era a sensação, já Nora mantinha o mesmo olhar preocupado do seu pai.

— Você não precisa ficar tão assustada — Dr. Wells disse, sentando na maca — Tenho certeza que você vai ser sair bem com isso tudo.

—Você não acha que meu pai me deixar sair correndo por aí vai? — questionou, mordendo o interior da sua bochecha.

Wells riu pelo nariz, balançando a cabeça negativamente.

— Você acha que seu pai vai deixar a garotinha dele correr por aí? - retrucou

— Ele quase teve um ataque cardíaco quando me viu correr com Noah — Nora disse — De qualquer forma, não pretendo usar meus poderes.

—Se eu fosse Barry, não me preocuparia tanto assim com você — disse ele antes de se levantar da maca — Vamos rezar pra que Noah pense do mesmo jeito que você.

[…]

 

Sozinha no seu quarto, pronta para se deitar, Nora abriu o caderninho – o mesmo que ela havia escrito suas lembranças. Já se passaram quase três dias em que havia se metido naquele problema, e apesar de seu pouco tempo, já sentia tanta falta dos seus pais que chegava a doer. E agora que começara a perder suas lembranças, sentia que estava perdendo sua casa a cada minuto que se passava.

 

Nora apoio sua cabeça no travesseiro, e leu duas vezes a primeira lembrança escrita no caderninho.

 

Todos os dias, antes de dormir, papai canta ''little snowflake' para você e Sophie.

 

Aquela música sempre a acalmava, mesmo tendo seus dezessete anos, escutar seu pai cantando aquela música de ninar para ela e sua irmã fora uma das coisas que ela mais sentia falta naqueles três dias. Barry adorava colocar suas meninas para dormir, chegava a ser um ritual na casa, enquanto Noah só conseguia dormir enroscado em Caitlin, Nora só conseguia dormir ouvindo seu pai cantar. E isso se prolongou até ambos terem idade suficiente para dormirem sozinhos.

 

Nora lembrava da primeira vez que ouviu seu pai cantar a sua música de ninar para Sophie, lembrava de ter chorado, e de ter desejado que Sophie não existisse. Naquela época, não entendia o porque de Caitlin e Barry ter outro bebê. Ela sentiu que estava sendo substituída pela aquele pequeno bebezinho de bochechas rosada que só sabia chorar. Sentiu que estava perdendo seus pais e sua casa para ela. O que era uma grande besteira. Barry amava ela da mesma forma que amava Sophie e Noah. Nora fora sua primeira filha, a primeira que ele pegou no colo e prometera proteger de tudo e oito minutos depois veio Noah, o qual ele prometera ensinar tudo sobre o mundo. Não demorou muito para Nora amar Sophie, na verdade quando o ciúme passou, Sophie virou uma das coisas mais importantes para ela.

 

Ah verdade e que sentia falta da sua família, do seu pai cantando para ela e sua irmãzinha, de Noah e Thomas a metendo em encrencas, e da sua mãe brigando com ela e Noah por ter se metido em encrencas.

 

Deus! Como ela queria que seu pai estivesse ali, nem que fosse para dizer o quão irresponsável ela havia sido.

[…]

 

O dia amanheceu nublado e frio e Nora acordou sonolenta depois de uma noite mal dormida. Resolveu não tomar café da manhã aquele dia, estava com um péssimo humor e enfrentar Caitlin e Ronnie aquela hora, era tudo que ela menos queria. Nunca pensou que agradeceria por sua mãe ser uma louca liberal.

 

Segurando um copo de chocolate quente, Nora seguiu até o laboratório. Não queria arriscar correr outra vez e perde mais uma das suas lembranças.

 

—Nora! — gritou um ser  correndo em sua direção e ela viu que era Cisco.

 

Ainda era muito cedo, mas ele já estava segurando uma chave de fenda em uma das mãos. Nora sorriu antes de ver a cara de assustado que seu tio fazia.

 

— Acho bom você manter sua boca grande fechada – Ele sussurrou, fazendo Nora ergue uma sobrancelha.

 

—Tio você bebeu alguma coisa? - questionou – você parece afobado

 

Cisco fez uma cara de indignação. Seus pés desaceleraram antes de entrar no córtex e Nora percebeu o olhar nervoso dele.

 

— Olha ela aí, Nora você está tão crescida!

 

Nora sentiu os braços de Barry a apertar. Não teve tempo para assimilar as coisas, seu pai estava ali a abraçando. Seu primeiro impulso foi abraçá-lo de volta, mas não teve êxito em segurar o choro que guardou a noite anterior.

 

Barry a abraçou com mais força, e sentiu seu coração se aperta com o choro da garota. Fazia quase quatro anos que não via Nora, e Deus! Como ela estava parecida com Caitlin.

 

Nora respirou fundo antes de soltar do abraço de seu pai. Abriu um sorriso franco e desejou que conseguisse segurar a sua boca grande.


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Notas finais do capítulo

Ah Barry ♥ o que será que a Nora vai ficha esse bico?