Timeline escrita por Frost


Capítulo 2
Secret Plan


Notas iniciais do capítulo

Obrigada a ''Mystic'' pelo apoio no capítulo anterio. Espero que gostem.



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''I promise that I'll hold you  When it's cold out''

20 de julho de 2036

 

As férias passadas em Star City eram as preferidas de Nora.

Era o tempo em que ela podia sair do radar de proteção excessiva de sua mãe, e aproveitar o tempo com seus amigos. Adorava Star City por vários motivos: a beleza da cidade e o fato de ela ser cheia de vida — apesar de já ter tido seus dias ruins — mas o lugar se reergueu, e virou um verdadeiro espetáculo de luzes.

Normalmente, Nora não costumava ir contra as ordens dos seus pais — não que ela fosse uma boa menina — mas, ela só não queria trazer mais problemas para vida deles. Ao contrário de Noah, que vivia se metendo em encrencas, e muitas vezes fazia Nora duvidar se eles eram realmente irmãos gêmeos.

Mas naquela noite, nem o céu de Star City que sempre ostentava um brilho espetacular, resolvera cooperar com a situação. O céu estava coberto por nuvens escuras e carregadas, e o ar estava frio demais para aquela época do ano. Ao longe, ela podia ouvir a música de algum artista pop recém-descoberto estourar nas caixas de som de alguma boate mal frequentada.

Ela sabia que estava metida na maior encrenca da sua vida — soube assim que recebeu a breve e escassa mensagem de texto de Thomas —. Nora suspirou antes de subir a escada de ferro que dava para o telhado de um armazém e desviando de algumas latas enferrujadas, andou até o meio do prédio e ele estava exatamente como Nora pensou que ele estaria.
Enquanto ela observava cada ponto de luz da cidade que conseguia enxergar, o vento gelado bagunçou seus cabelos loiros e soprando a camiseta preta e com as mãos no bolso da calça, Nora se perguntou a quanto tempo deveria estar ali em cima. Suspirando, ela andou — com passos firmes — até a ponta do telhado.

— Tommy?

Ele se virou para encará-la. Por um instante ele sentiu seu rosto se suavizar, como se Nora fosse algum tipo de balsamo, que aliviaria toda aquela loucura, e Nora podia sentir toda a angústia e raiva que ele emanava.

Thomas sorriu, e finalmente Nora sentiu seu coração se aliviar. Era o sorriso familiar que apenas Thomas tinha, aquele que iluminava qualquer lugar. Ainda emocionada, ela correu para seus braços. Estava em Star City a mais ou menos dois dias e ainda não tinha abraçado seu melhor amigo.

— Você quase me matou do coração — disse dando um tapa no braço do mais velho.

— Você fugiu de Central City ou sua mãe não te aguenta mais e te botou para fora de casa? — perguntou ele, tentando soar brincalhão. Mas, para Nora ele continuava parecendo angustiando e diferente, estranhamente diferente — Eu precisava falar com você, mas não precisava vir como um trem-bala.

Nora balançou a cabeça e se sentou em uma daquelas latas enferrujadas, sendo seguida por Thomas.

— Sobre o que exatamente?

— Sobre a liga — explicou ele — você disse que sempre estaria do meu lado Nora.

— Isso é loucura, Thommy — ela sussurrou — Você não pode estar falando sério.

— Nora, eu preciso consertar as coisas, eu preciso fazer o que for preciso.

— Até matar? — Nora quis saber — Você se tornaria um assassino?

— Eu me tornei um assassino no instante em que Grace morreu, Nora.
— Você não precisa fazer isso, Thommy. Ninguém te culpa por isso, não seja um idiota — ela esbravejou.

— Eu vou fazer – relutou ele, se levantando - Já me decidi.

— Você só precisa falar com o tio Ollie, Thommy. Sua mãe não vai aguentar — choramingou sentindo seu coração bater mais depressa do que o normal. Ela sabia que Thomas não ia voltar atrás, ele era um grande idiota.

— Nora eu preciso trazer Grace de volta, você não entende?

— A que custo, Thomas?! — ela gritou, já cansada daquilo e se levantou da lata — A que custo você que trazer Grace de volta?

— Não importa — o loiro respondeu friamente — Eu vou fazer isso com ou sem você, pra mim não faz a menor diferença.

Thomas pegou uma mochila preta, que até então Nora não tinha notado e jogou por cima dos ombros; girou nos calcanhares e começou a andar em direção a mesma escada que havia subido poucos minutos antes. Nora sentiu seus olhos arderem por causa das lágrimas. Se ela não o fizesse, sabia que Thomas daria um jeito de nunca mais ser achado.

— Você sabe que tem exatamente oitenta e sete por cento de chance de isso dar errado?! - ela gritou, fazendo o loiro a olhar espantado.

— Então, gênio, eu tenho meus treze por cento de chance, e vou aproveitá-lo — seu amigo deu um sorriso, a fazendo revirar os olhos.

Deus! Como ela o odiava naquele momento.

— Se meu pai sonhar que vou te ajudar nisso, estou muito ferrada.

— Você sabe que isso não vai acontecer – disse, limpando uma lágrima que escorria pela bochecha levemente rosada de Nora.

— Thomas Queen! Se você morrer naquele lugar — disse fazendo cara de desgosto — Tia Felicity jamais vai me perdoar.

— Gênio, fica calma! Quando foi que eu te coloquei em confusão? — disse Thomas, arqueando uma sobrancelha — que Fez Nora rir.

Ele sabia que já tinha colocado aquela garota em muitas confusões, mas nenhuma tão grande quanto aquela que discutiam.

— Você me mete em confusão desde quando éramos crianças — falou Nora, fazendo o loiro a sua frente abrir um enorme sorriso.

— E você, Nora Allen, nos livrou de todas elas.

[…]

Nora estava sentada no quarto que disseram ser seu, com uma caneta na mão. Tinha em sua frente um pequeno caderno – que parecia mais uma agenda. Havia se passado quase meia-hora desde que Caitlin deixara ali.  Apenas a luz do sol que entrava por uma fresta da cortina iluminava as palavras que ela escrevia rapidamente.

Ela não podia esquecer nada, tinha que se prevenir.

A primeira vez que aquilo aconteceu, Nora tinha treze anos, e estava brincando de ''pique'' com seu Lucy e seu irmão. Ela sempre fora competitiva demais, e acabou correndo mais do que devia, acabou desmaiando, e quando acordou estava no seu quarto um dia antes da brincadeira. De alguma forma seu pai sabia o que ela tinha feito, e foi o maior escândalo na casa; seu pai quase a deixou surda de tanta bronca, e a repreensão só não foi maior porque ela e seu pai resolveram omitir aquilo de sua mãe. Por sorte, Nora não mudara a linha do tempo, seguiu o dia exatamente como tinha feito no dia anterior, tirando a parte de corre feito um trem-bala desgovernado.

Ela não tinha certeza de como tinha feito aquilo, tirando o acidente de quatro anos atrás, ela nunca mais tinha corrido daquela forma. Talvez tenha sido o medo ou a vontade de salvar Thomas. O fato é que dessa vez ela havia mudado sua linha do tempo, e ela precisava consertar aquilo antes que as coisas piorassem.

''Meu nome é Nora Allen. Não Raymond. E Barry é meu pai'' Ela sussurrou para si mesma.


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Notas finais do capítulo

Até o próximo capítulo amores ♥



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