O Anel Claddagh escrita por ferporcel


Capítulo 4
Capítulo 4: Perguntas




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Capítulo 4: Perguntas

 

Hermione tivera um dia bem cansativo na companhia do auror Molyneux, que parecia ser muito menos hospitaleiro durante as operações de campo do que fora enquanto repassavam teorias nas internas. Hermione estava com dor de cabeça. Meu Deus, como o homem gritava!

 

Ela tirou as botas e flexionou os dedos doloridos. Talvez devesse se perder num banho perfumado esta noite, colocar seu corpo dolorido de molho e simplesmente relaxar. Paris tinha tanto a oferecer, e ela não tivera a oportunidade de aproveitar nada ainda. Estava feliz com a chegada do final de semana.

 

Ela considerou comer antes do banho, mas decidiu que aproveitaria melhor a refeição quando estivesse limpa e relaxada. Deixou a poltrona, passou pela outra idêntica e a lareira quente que ficava em frente a elas, despreocupada com as botas que deixava para trás. Passou por uma pequena mesa, onde deixou a bolsa, e continuou andando até onde estava a cama, perto da janela. Era tudo um grande quarto; maior que o normal para um hotel, mas também mais aconchegante.

 

Ela tirou as vestes e foi pegar o livro que estivera lendo no criado mudo. Uma carta estava em cima dele. Ela quebrou o lacre.

 

Srta. Granger,

 

Eu não acho que a senhorita entende a gravidade da situação. Preciso que mande o anel imediatamente. A senhorita ficou exposta a ele por um longo tempo; não está em posição de tomar uma decisão como a de ficar com ele até voltar à Bretanha, muito menos de participar das investigações.

 

Mande o anel para mim.

 

Eu pedi especialmente para a senhorita não bancar a grifinória sobre o assunto, mas acho que a senhorita ainda é infantil demais para entender porque eu pedi isso.

 

Severo Snape

 

Infantil? Ele é quem ainda está apegado a preconceitos de Casa!

 

Snape, sendo o bom e velho insuportável de sempre, não era o que ela precisava para somar ao seu dia. Se ele pensava que ela mandaria o anel depois de um pedido tão rude, ele estava muito enganado. Quem ele pensava que era? Seus dias de pupila dele estavam acabados; ela não o devia obediência ou qualquer cortesia que ele mesmo não oferecesse a ela.

 

Hermione jogou a carta sobre as vestes na cama, pegou o livro, e entrou no banheiro com propósito. Aquela carta fora a última gota no seu copo já cheio; ela ignoraria Molyneux e Snape e tomaria seu banho relaxante. Ah, tomaria sim.

 

o0oOo0o

 

Paris era maravilhosa em qualquer época do ano – foi a conclusão de Hermione. Ela estivera fazendo turismo a manhã toda e parara num café para aproveitar o almoço. Inexistente era o estresse do dia anterior, com o trabalho e o auror Molyneux. Ela não podia dizer o mesmo do Snape, entretanto.

 

A missiva que a irritara tanto na noite passada ainda ocupava sua mente hoje, especialmente agora que estava apenas observando os transeuntes. O que a irritara, agora a intrigava. Era um defeito do seu caráter, ou era o que Rony sempre dizia, o fato dela sempre tentar encontrar uma razão por trás do comportamento detestável de Severo Snape. Após analisar as palavras dele com menos raiva, ela percebera algo inusitado sobre elas: eram quase suplicantes.

 

Severo Snape não suplicava, assim como ele nunca se desculpava ou admitia que estava errado. Todo mundo sabia disso. Então, por que ele estava fazendo isso agora? Ele queria o anel tanto assim? Se sim, por quê? De certa forma, Hermione duvidava que fosse com seu bem-estar em mente; aquilo violava outro princípio diretor do homem: Severo Snape não era bondoso.

 

Muito intrigante...

 

O anel também era muito intrigante por si só. Era um anel Claddagh, e como todos do gênero, seu desenho mostrava mãos segurando um coração central com uma coroa em cima. O coração deste anel em especial era incrustado com três pedras verdes que Hermione nunca pensou em confirmar se eram esmeraldas. Ela o usava porque era bonito e não pelo seu valor.

 

Mas também, talvez ela o usasse por seu valor, só que não o material, mas sim o sentimental. Ela o encontrara na Casa dos Gritos depois da Batalha de Hogwarts. Estivera lá para recuperar o corpo de seu ex-professor, o mesmo homem que vira morrer algumas horas antes, e não encontrara nenhum corpo lá, apenas aquele anel.

 

Talvez usar o anel fosse um sinal de respeito por todos aqueles que morreram durante a batalha. Talvez fosse simplesmente para lembrá-la que o inesperado podia acontecer, e que não precisava necessariamente ser algo ruim.

 

Aqueles eram dias que ela deixara para trás, em sua maioria. Snape, com esse negócio de anel, estava sugando ela de volta para lá; não era a companhia que ela escolheria.

 

Hermione terminou o almoço e decidiu visitar o Louvre. Já estivera lá antes, mas nunca se cansaria do lugar. Mais tarde se encontraria escrevendo uma resposta para o Snape, mas decidindo não mandá-la.

 

Domingo de manhã, entretanto, uma coruja podia ser vista voando da janela do seu quarto de hotel, levando com ela um envelope de pergaminho.

 


 

No próximo capítulo... Snape fica perturbado com a resposta de Hermione.


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