Eu nem havia acordado e a loira aguada já estava na frente da minha casa. Acordei, me levantei, andei até a janela e olha só, ela estava lá me esperando. Me arrumei e o demorei o máximo que pude pra fazer ela esperar bastante. Quando desci ela estava tão entediada que até ficou alegre ao me ver.

— Oi.

Eu disse entrando em seu carro e fechava a porta. Não a olhei e nem deixei que respondesse.

— Hoje vamos no shopping. Eu quero comprar umas coisas.

— Está bem. Vamos fazer compras.

Ela falou tão entusiasmada que eu repensei seriamente se era o que eu queria fazer, mas apenas a olhei séria e continuei com os meus planos para aquele dia.

Quando chegamos no shopping, fomos a várias lojas e eu comprei inúmeras coisas. Paramos em uma loja masculina e eu não pude perder a oportunidade de provocá-la e de fazer Holbrook se lembrar de mim. Eu entrei na loja e ela ficou do lado de fora sem entender. Comprei uma camisa e pedi para que embrulhasse de presente. Quando sai fui toda sorridente para o lado dela e a entreguei o embrulho.

— Para o Holbrook. Pode entregar?

Ela me olhou de cima em baixo e pegou o pacote.

— Claro! Ele vai amar, aliás, eu aposto que vai usar quando for jantar comigo amanhã.

Eu tentei com toda minha força não olhar para ela com raiva, mas foi quase inevitável, porém eu disfarcei bem. Continuamos o passeio e então resolvemos ir jantar em algum lugar. Durante todo o jantar não conversamos muito, e na hora de ir embora ela ia pedir ao manobrista que pegasse o carro, mas eu acabei insistindo que fossemos logo andando, pois demoraria muito.

Antes que chegássemos ao carro um cara, que usava máscara, atacou Chloe. Ele a jogou no chão e deu alguns chutes. Ela conseguiu levantar e lutou com ele por um bom tempo, talvez uns vinte minutos. Eu me afastei e gritava por socorro olhando para os lados, mas havíamos cometido o erro de parar o carro muito longe de todas as coisas daquela rua. O que poderíamos fazer se o estacionamento do restaurante estava lotado e a rua também, era um restaurante renomado e quase sempre estava lotado, o problema é que não havia ninguém do lado de fora que pudesse nos ajudar. Quando voltei a olhar os dois rolando no chão ele bateu sua cabeça na de Chloe e a mesma desmaiou, naquele momento eu entrei em pânico e comecei a dar passos para trás. Ele saiu de cima dela e vinha em minha direção, quando tentei correr ele veio atrás e me alcançou tão rápido que nem pude acreditar. Ele me pegou e caímos no chão por mais uma tentativa de fuga, ele me chutou bem no estomago e eu finalmente consegui dar-lhe um soco e fugir enquanto o homem cambaleava, mas foi praticamente em vão, pois ele havia novamente me alcançado. Eu estava de frente para ele e mais uma vez dando passos para trás até que por puro impulso chamei por Derek.

— Derek.

Eu sussurrei olhando para o homem em minha frente. Olhei para os lados por alguns segundos e o olhei novamente. Eu sabia que Holbrook não estava lá, mas como eu disse, foi puro impulso. Naquele momento meus olhos já estavam cheios de lágrimas.

— Holbrook.

Eu sussurrei novamente, mas quando falei o sobrenome de Holbrook o homem na minha frente parou de andar até mim, parecia estar em choque e foi ai que eu consegui correr até o carro e fugir. Me lembrei que Derek havia me falado seu endereço durante o tempo que ficou comigo, então eu dirigi até a casa dele. Quando já não aguentava mais permanecer sentada devido o chute, sai do carro e caminhei até a frente de sua casa. Eu estava na entrada de sua rua e não seria tão demorado, mas a dor era tão insuportável que eu acabei cambaleando e encostando em algum carro que disparou o alarme. Eu não me importei, apenas estava feliz porque todos ouviriam e iam vir me ver, especialmente Holbrook.