Black Desert escrita por Kallin


Capítulo 91
O fim de um longo dia


Notas iniciais do capítulo

Ya-hoo minna-san (pessoal)!! \(≧▽≦)/
K.K. está constrangida pelo capítulo da semana passada que faltou, e que só hoje ela está postando! Ugh, que falha a minha!! (;⌣̀_⌣́)
Porém acontece que muita coisa deu errada na semana passada (como ela esquecer a versão mais atualizada de Black Desert no computador do trabalho, ou ela ficar sem luz em casa por dois dias seguidos... ლ(¯ロ¯"ლ) ), fazendo assim com que eu não conseguisse no fim das contas escrever e postar no último domingo (ou nesses dias anteriores) o capítulo de hoje como eu realmente pretendia! Putz... σ( ̄、 ̄〃)

Mas não é realmente só sobre isso que eu gostaria de falar aqui antes de dar espaço para a história. (-_-) Como vocês podem imaginar, por estar muito em cima da hora K.K. não vai ter condições de postar também o capítulo extra dessa semana de compensação, ( ̄□ ̄」) e igualmente não devo conseguir postar o da próxima semana também porque vou estar em uma correria pré-viagem de carnaval! (vish!!) Σ( ̄。 ̄ )
Sendo que todos já aprendemos que K.K. não consegue postar durante uma viagem, então muito muito provavelmente ela só conseguirá fazer a próxima postagem mesmo depois que voltar, na quarta-feira de cinzas... (×_×)⌒☆ E eu realmente sinto muito por isso porque eu já tenho desandado mais do que queria com essas postagens! ( " _ _)人

Nisso eu então devo provavelmente ao fim do carnaval estar devendo uns 4 capítulos para vocês no total! (・・;)ゞ E mesmo que isso soe muito absurdo, K.K. promete que vai se esforçar 120% para conseguir entregar eles todos! ヽ( `д´ )ノ Eu ficarei escrevendo durante a viajem, então muito provavelmente teremos o retorno das postagens exatamente assim que o carnaval passar -sem quaisquer atrasos! Yay!! (ノ◕ヮ◕)ノ*:・゚✧
Então minha gente, já adianto um bom carnaval para todos nós (aproveitem muito o feriado!), um bom capítulo para vocês hoje, e nos vemos em um futuro não tão distante -sem falta!! (b ᵔ▽ᵔ)b Mata ne (até mais)~! ( ° ∀ ° )ノ゙



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Os ventos deviam de ter começado a soprar com mais força não fazia muito tempo, ao que meus olhos pendidos na direção do chão acompanhavam os grãos de areia que eram arrastados contra a sua vontade pelos vários corredores de prédios à minha frente. Corredores que urravam em sinfonia, ao que as correntes de vento raspavam contra suas paredes se alternando em várias intensidades. E brincando com isso também de tentar arrancar o meu manto de cima do meu corpo, ao que o insistente balançar daqueles panos por sobre as minhas costas já estava começando a atrapalhar um bocado o meu andar.
Porém, independente daquele clima que agora se tornara o meu inimigo, eu não diminuí em nada o meu passo. Cortando por alguns prédios menos situados, ao que quanto mais eu me afastava das regiões que beiravam os muros externos da Citadela, mais dava para se perceber a avançada idade das construções que se encontravam próximas ao seu centro -abandonadas pelos seus criadores, e adotadas pela sua raça irmã inferior.

Arraigando tal impressão sobre mim ainda mais dentro daquela noite traiçoeira, ao que eu precisei abraçar a solidão das ruas abandonadas como sendo nessa noite aquele o meu único escudo contra o azar. E a companhia do distrativo movimento de minha sombra diante do queimar do fogo vindo das várias luminárias de pedra adornando as ruas nas quais eu andava, como a única presença que agora eu poderia ter comigo.
Sendo que aquelas luminárias alheias à eletricidade que sustentava já grande parte da cidade, continuavam a desafiar os meus sentidos graças ao balançar das formas e dos movimentos que suas chamas agora davam para cada abandonado objeto naquela rua.
Desde os grãos de areia que rolavam sob meus pés, até os fios de energia que cortavam os céus por sobre mim, e conectavam os prédios ao meu redor com frágeis emendas que o vento ameaçava romper.

A tensão e a calma pareciam dançar ao meu redor. Já que eu podia pressentir com meus poderes cada pequeno animal escondido nas sombras, ou pessoas resguardadas em suas casas. Porém mesmo assim, eu não conseguia confiar inteiramente nessa sensação sozinha já que o som do vento e o tremular do fogo queimando me davam a impressão de estar cercado por coisas que eu sozinho não poderia ser capaz de perceber. Ou pior, me atrapalhariam percebê-las antes que elas por outro lado pudessem ter a chance de pular sobre mim.
E com essa tensão me assombrando à cada esquina que eu virava, eu então me vi perder completamente a capacidade de medir quais realmente poderiam ser as minhas chances agora de acabar acidentalmente me encontrando com um Skrea -ou com a própria Oráculo.

Um resguardo que me assombrou por toda a prolongada quietude daquelas ruas, até que então finalmente eu avistei ao longe o brilho emanando do Gargalo, e minha calma por fim superou a tensão!
"Certo, daqui em diante as chances de eu encontrar um Skrea são muito remotas. Acho que posso me tranquilizar."
Eu pensei comigo mesmo ajustando melhor o manto ao redor do meu pescoço, e prosseguindo assim com mais coragem para dentro daquela região que à essa hora possuía igualmente tão pouco sinal de vida quanto todas as outras regiões pelas quais também passei. Sendo o silêncio ainda meu maior companheiro, ao que por outro lado as ruas mais abertas agora permitiam que o vento se movesse com menor alvoroço e ruído. Assim como as luzes das casas ao longe também passaram a me preencher com maior aconchego e segurança.

Não me entenda mal, eu não estava totalmente tomado pelo reconforto porém. Já que minha mente nunca iria me deixar esquecer que o lugar aonde eu agora caminhava era um lugar de imensa animosidade. E que tanto as expressões das pessoas como suas portas poderiam se fechar para mim, caso eu desse o azar de me ver entrando em qualquer perigo!
Uma certeza que me exigia continuar tendo cautela, mas que por outro lado não se viu sendo capaz de frear aquela sensação reconfortante de que à cada passo que agora eu dava, mais próximo então da real segurança eu iria estar. Isso, até por fim eu ser capaz de me deparar com aquela simpática vizinhança de casas beirando a rua que dava até a Clínica de Sal.
Aquecendo cada uma delas o meu peito por dentro graças à fumaça quente de suas lareiras que saiam por cima de diversas aberturas em seus desalinhados e tortos telhados, e espantando com isso o frio tão ermo e solitário daquela noite.

Ao que eu finalmente respirei aliviado, quando me vi por fim diante daquela discreta porta da Clínica das Feiticeiras! Parando assim de frente para seus imperceptíveis degraus que se afundavam no chão, antes de então pousar minha mão sobre aquela porta de madeira e dar duas curtas -e hesitantes- batidas nela.
"Espero que ainda haja alguém aqui dentro. Eu não tinha pensado muito nisso, mas realmente já está tarde demais para qualquer uma das meninas ainda estarem de serviço..."
Minha mente então me lembrou desse detalhe, ao que a mera falta de qualquer resposta vinda de dentro da clínica me fez muito facilmente virar de costas para a entrada e cruzar os meus braços em desistência, me perguntando agora aonde eu poderia ficar, pelo menos até que mais uma vez amanhecesse nos desertos e as pessoas voltassem às suas rotinas diárias...

"Voltar para casa não é uma opção, pedir abrigo ao Ebraín pode dar certo, mas eu ia ficar muito exposto andando depois de manhã pelas Escadarias... e esperar aqui fora a noite toda iria acabar me congelando por inteiro antes que o sol sequer pudesse surgir no horizonte! Sendo assim-..."
Eu tentei conversar comigo mesmo, mas-... antes que qualquer boa ideia pudesse surgir à minha mente, o som então da velha porta de madeira sendo destrancada por dentro e abrindo me dissolveu todas as preocupações de uma só vez! No que eu me virei correndo em sua direção, e acabei dando de cara com ninguém menos do que a própria Sal -carregando uma expressão cansada porém convidativa, antes mesmo de ter a certeza de quem é que havia batido na porta da Clínica àquela hora da noite!

— "Sim, posso aju-...? Yura?!"
— "Sal! Me desculpe pela hora, mas preciso de um abrigo por hoj-... N-na verdade, eu preciso é te pedir um favor muito sério!"
— "Mas é claro! Entre, entre e saia desse frio!"

Eu segui na direção em que a mão de Sal agitadamente me indicou, ao que o mero som da porta atrás de mim se fechando pareceu fazer o meu corpo inteiro então instintivamente começar a esquentar. Relaxando por uma fração de segundo, antes de eu me recompor e lembrar de que haveria de falar agora diretamente com ela sobre coisas demais -coisas complicadas demais... antes de tentar por outro lado querer me sentir seguro e bem-vindo ali dentro -especialmente, dado a eu não saber se ela ainda estava chateada ou não comigo graças nosso último (desastroso) encontro!

Sendo assim eu me voltei em sua direção sem gastar qualquer outro minuto, notando que a própria Sal também parou tudo o que estava fazendo só para me encarar de volta. Juntando nisso suas mãos para aquecê-las em um gesto de preocupação, antes de então procurar alarmadamente entender com o seu paciente silêncio o que é que havia me trazido à essa hora até ali -pois acredito que à essa altura, minha discreta ansiedade também já estava mais do que aparente para ela!

— "Sal, eu estou com alguns problemas e preciso de um lugar seguro (escondido) para ficar por enquanto."
— "'Problemas'? Haah, Yura, não me diga que você foi sozinho tratar daquele assunto sobre a Flor da Meia-Noite!? Isso pode acabar se tornando muito perigos-...!"
— "Não, não tem nada a ver com isso! Eu-... eu estou precisando me esconder por um tempo de uns Skreas. É isso."
— "Skreas!?"

Ouvindo aquilo Sal subiu o tom da sua voz no susto, ao que sua feição foi toda tomada por um tipo de assombro que suas palavras sequer ousaram pronunciar por uma segunda vez! Deixando dessa forma que apenas a expressão de seus olhos falassem agora por si, enquanto que ela me encarava completamente engasgada com suas próprias palavras, e eu a revidava com muito acanho! Desviando timidamente meus olhos para o lado, como se fosse eu agora nada mais do que uma mera criança que fizera besteira... E não tendo com isso muito mais o que poder fazer, senão me questionar se realmente iria ser boa ou não a ideia de prosseguir com o que eu poderia ter para lhe dizer...

"Eu sei que ela vai querer saber exatamente tudo o que aconteceu, e que Damian insistiu muito para que eu não saísse dizendo tudo sobre isso para as outras pessoas, mas-... se eu não puder falar sobre o que está acontecendo com Sal, então eu sei que ela não vai ter como realmente me ajudar também! Eu preciso abrir o jogo todo -ao menos com ela! Não importa que tipo de reação ela terá por conta disso, ou quais palavras duras ela vai decidir querer me dizer depois de me ouvir até o fim, eu tenho que dizer tudo dessa vez!!"
Sendo assim eu tentei começar a fazer as palavras saírem de dentro de mim. Reticente de início, ao que mesmo se aquela fosse a realidade por trás de toda a situação, ainda sim no meu peito aquelas palavras nada mais continham senão uma mentira na qual a Oráculo e Damian conseguiam acreditar, mas eu veemente não conseguia!

— "... Eu não sei como e nem porque, Sal... mas uma Skrea muito estranha resolveu começar a cismar comigo, achando que eu sou um daqueles tais Vessels! Ela me emboscou no meio das ruas sem aviso, e por muito pouco eu-!... eu escapei dela. Por isso que então resolvi fugir -a pedido de um amigo- das áreas aonde eu sei que posso esbarrar novamente com ela. E vim até aqui no intuito de pedir pela sua ajuda!... Não porque eu realmente acredito no que ela está dizendo, mas, sim porque estou preocupado que ainda mais Skreas possam acabar acreditando nela também! E igualmente vindo atrás de mim caso eu fique muito exposto! Por isso eu preciso de ajuda, pelo menos, enquanto esse assunto ainda está muito fresco! Então se for possível, por favor-...!"
— "!!"

Sal reagira àquelas minhas várias e contínuas palavras com extrema surpresa, deixando que lentamente então seu contido silêncio trocasse aquela sua expressão por algo um pouco mais sombrio, não escondendo em nenhum momento a (rara) severidade que agora pareceu querer dominar suas várias reações diante daquilo que eu a revelava com muita insegurança e revolta. Absorvendo nisso cada uma das coisas que saíram de minha boca, até que então a última fosse dita e ela pudesse finalmente me responder... tirando dela com isso porém nada mais do que uma única pergunta.

— "Quantos Skreas você tem CERTEZA de que estão atrás de você agora Yura?"
— "Apenas uma como eu disse. Essa mulher de idade que se cobre com um manto marrom, e anda sempre acompanhada de alguns guardas."
— "E esses guardas também estão te caçando? Algum outro Skreas também mostrou interesse em você e nesse assunto?"
— "N-não realmente. Por enquanto ninguém além dela parece estar se importando com isso na verdade-... ou pelo menos, até onde eu sei."
— "Entendi..."

Ouvindo aquilo, Sal então levou sua mão até seu queixo e desviou seus olhos finalmente de mim... Parecendo pensar muito firmemente em alguma coisa que ela não desejara dividir comigo, antes de por fim sua boca deixar escapar um murmúrio e sua voz finalmente se elevar até que eu conseguisse ouvir claramente aquilo que ela com muita pertinência remoía dentro dela.

— "Precisamos ter certeza da REAL seriedade dessa situação, mas para isso, teremos que aguardar um pouco... Essa noite você dormirá aqui comigo -por segurança-, e amanhã de manhã eu vou organizar as meninas para que elas possam nos trazer informações durante as entregas, da real movimentação desses Skreas -especialmente quando eles então notarem que você sumiu. Assim, eu vou poder ter a certeza de até onde eles estão realmente se importando com essa história, e o que nós vamos precisar fazer de verdade sobre isso."
— "Certo..."
— "Mas-... Ainda sim isso é uma coisa um pouco difícil para eu conseguir entender... As caças aos Vessels foram abolidas tem mais de 20 anos, e nunca mais esse assunto foi trazido à tona por eles. Então porque de repente uma única Skrea resolveu voltar a tratar disso? E logo agora, que nada de muito especial ou incomum vêm acontecendo nessa cidade...?"
— "..."

Eu me calei ante aquela sua indireta pergunta. Guardando para mim a resposta que talvez eu até pudesse ter para a sua dúvida, mas que por outro lado eu não pretendia dividir ainda com Sal -não, ao que eu tão pouco sabia ainda a respeito dessa parte para conseguir me garantir de elaborá-la direito...
E no que eu com isso então apenas me fechei em um silêncio indiferente, permitindo à Sal a chance de se distrair da minha presença, ela por sua vez decidiu caminhar pensativamente até uma bolsa que eu notara estar largada sobre o balcão de registros de paciente. Passando a tirar dali vários objetos de dentro, quase como se desfazendo tudo que ela tão cuidadosamente havia guardado em seu interior antes da minha imprevisível chegada.

E assim eu fiquei encarando-a em um discreto incômodo, ao que meus braços então se cruzaram e eu presenciei o silêncio simplesmente se instaurar entre nós dois fazendo aquela sua pergunta se dissolver pelo ar como se não tivesse sido escutada -ou sequer dita em voz alta.
"Por quê uma Skrea decidiu voltar a tocar no assunto dos Vessels..."
Eu me questionei então uma segunda vez, como se não soubesse já daquilo que Damian me disse -mas tão pouco me explicou. Fingindo certa ignorância à minha própria curiosidade, ao que tentar buscar uma resposta melhor do que a dele me trazia uma desagradável sensação de eu estar igualmente aceitando que tudo aquilo era na verdade real, e podia ser explicado! Não! Vessels não existem, e não há uma razão lógica para alguém dizer que eu devo também morrer-... eu me recuso a pensar assim! E eu me recuso a pensar que dá para entender eles!
"Para o meu próprio bem, eu preciso ser mais insistente do que aquela Skrea maluca. Ou então todos ao meu redor vão passar a pensar da mesma forma que ela!"

E nisso eu então engoli um revoltado rosnado! Procurando me acalmar com o único desejo que eu tinha agora de poder me ver logo -o quanto antes- livre do sádico interesse daquela Skrea, para poder com isso finalmente voltar a cuidar dos meus assuntos como eu estive fazendo até cruzar o seu caminho!
Afinal, comigo longe das ruas Gale irá agora estar mais livre do que nunca para fazer o que quiser! E Damian-... Damian também. Ele definitivamente não vai parar de arrastar (mesmo que sozinho) essa sua cega vingança para além de até onde já arrastou, só porque eu agora estou com problemas. Se colocando em perigos dos quais eu não ouso pensar, enquanto tudo que me resta fazer nesse meio tempo será me esconder aqui dentro! Me esconder, e rezar para Grivah que nenhum deles dois consigam se matar durante isso!

Sendo assim eu me senti amargar por dentro, ao que a impotência que me assaltava agora só podia ser compensada pelo meu frágil desejo de ainda sim enxergar aquilo tudo com a menor seriedade possível -e o menor impulso de acreditar que aquela situação iria perdurar também, por conta de não ser tão fiel à verdade quanto já desmerecia ser!

Sal estava certa, no fim tínhamos mesmo é que confirmar como as coisas realmente estavam... Eu me assustei de verdade quando Damian veio falar comigo mas, agora que eu posso pensar com mais calma, se eu procurar confiar mais na cautela de Sal, do que na preocupação de Damian, então isso significa que eu poderei ter uma chance maior de voltar em segurança o quanto antes para as ruas, ao invés de apenas ficar inutilmente aqui dentro pensando no pior por um tempo extremamente incerto!
E se isso significa mais ainda poder voltar a ter a certeza de que Damian não irá conseguir fazer nenhuma besteira, então será nisso que eu vou apostar agora todos os meus rubis!
"Afinal ele me disse que eu o precisava deixar tranquilo ficando em segurança aqui dentro, mas-... e eu?! Como ele acha que eu vou conseguir ficar sabendo que ele por outro lado não vai desistir de trocar a própria vida para chegar até Gale, e que Gale também não vai medir esforços para tirá-lo do seu caminho!? Haah... assim não dá!"

— "Yura, tudo bem?"
— "Ah-!"
— "Você fez uma cara péssima agora... Essa situação está te preocupando tanto assim?"
— "B-bem, de uma forma ou de outra, sim."

Ouvindo aquela minha resposta evasiva, Sal então sorriu para mim um sorriso muito aconchegante e pousou sua mão sobre meu ombro. Sacudindo-o brevemente em afeto, antes de procurar me dizer algumas palavras mais tranquilizantes do que as que eu estava conseguindo encontrar naquele momento dentro de mim.

— "Mesmo que até desejemos respostas para o quanto antes conseguirmos desafiar todos os nossos problemas-... nada disso vai realmente importar tanto assim. O que pensamos ou desejamos sequer é relevante para agora reverter o que já aconteceu. Então não pense tanto sobre como, e porque isso tudo está acontecendo... Ignore essa minha tola curiosidade, e dê apenas atenção à única coisa que realmente precisa lhe importar no momento."
— "E o quê seria?"
— "Você estar em segurança, meu querido... No momento, isso é tudo que realmente precisa importar para mim, e para você também. E o que eu pretendo fazer amanhã não será para entender o que está acontecendo, mas sim, para descobrir como conseguirei te deixar seguro de verdade."
— "Sal-..."
— "Agora sente-se um pouco naquela poltrona ali, eu vou preparar algo para nós dois tomarmos! Você está muito tenso e precisa relaxar. Eu já percebi por esse corte em seu pescoço que você está escondendo, que o seu dia foi muito difícil..."

Ouvindo aquilo eu então corri com a minha mão para amparar às pressas o meu manto -que folgadamente se enrolava ao redor do meu pescoço! Nervoso por ter sido pego em minha própria distração, antes de então eu conseguir confirmar que meu manto ainda cobria o talho em minha garganta e que na realidade Sal apenas percebera aquilo já que seus poderes a permitiram perceber-...
"Haah, ela não é considerada a maior Feiticeira D'água dessa cidade atoa... é claro que ela iria conseguir notar qualquer coisa estranha no meu corpo sem sequer tentar muito -e especialmente, comigo então surgindo assim no meio da noite e pedindo ajuda à ela como se o mundo estivesse finalmente chegando ao seu fim...!"

Sendo assim eu soltei com reticência o meu manto sem poder fazer muito sobre isso, ao que Sal então em meio a um sutil sorriso me deu suas costas e foi para um dos pequenos quartos na lateral da clínica. Que servia às meninas como uma pequena cozinha, banheiro e depósito. Ao que até mesmo elas precisavam de um pouco de conforto, já que a maior parte dos seus dias eram passados aqui dentro.
Me largando assim sozinho naquela recepção com nada mais além dos meus próprios pensamentos, duas poltronas esquecidas ao fundo, um balcão tão branco quanto as paredes, e apenas uma das luzes do teto ligadas -no que parte daquela entrada estava sutilmente adentrada nas sombras. Ao que eu sem cerimônia alguma então me joguei em uma daquelas poltronas, e apenas me deixei relaxar...

Agora não havia mais porque ficar tenso, ficar preocupado, não querer abaixar a guarda. E talvez por ter essa certeza, foi que então o meu corpo por fim também simplesmente afundou naquele estofado de couro e decidiu não mexer mais nenhum músculo.
Me alertando de quão no limite ele na verdade já estava, ao que minhas forças se esvaíram em um único piscar de olhos, e meus pensamentos se esvaíram no seguinte. Não aguentando eu piscar os olhos por uma terceira vez, já que eles se fecharam e não mais conseguiram se abrir...
Meus sentidos apagaram, minhas emoções perderam suas cores e força, e eu simplesmente desisti de lutar contra o cansaço por mais tempo que fosse -ao que eu já estivera lutando contra ele por até tempo demais hoje. Eu finalmente me permiti dormir.


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