Minha boca tremeu desejando imediatamente responder àquilo que eu ouvi! Mas logo então ela se fechou correndo, com medo por todas as palavras de resposta que simplesmente me faltaram assim que tentei procurar por elas!
"Eu ouvi certo? Será que eu-...? Não, mas como eu poderia ter entendido errado se ele também acabou de me-...!"
Cada uma das frases que eu ainda conseguia pensar não estavam sequer mais sendo terminadas pela minha mente! No que ao fim de cada uma delas, eu me notava diante de um forte latejar no meu peito, um intenso sentimento que me dominara ante àqueles olhos vermelhos. Ao que no que eles pareciam me encarar com muito menos turbulência agora, os meus por outro lado começaram a tremer com exatamente a mesma ansiedade! Me fazendo fechá-los nervosamente, por não saber o que fazer diante daquela sua inesperada confissão e da minha própria reação que parecia estar cada vez mais fora de controle! Me agoniando, ao ponto de no desespero eu só conseguir falar uma única palavra!

— "D-Damian-..."
— "Me escuta, eu odeio muito-... o fato de que eu te amo! Mas eu ainda sim amo você, e não posso fazer nada sobre isso. Eu não vou fazer nada sobre isso. Eu não quero."

Balbuciando aquelas palavras que cada vez mais ele parecia não querer ter que elaborar, Damian então cortou qualquer nova chance de explicação e apenas voltou a me pressionar contra sua boca como se ele mesmo quisesse arrancar de nós dois uma nova chance de conversa! Nos prendendo juntos naquele gesto que o poupava de ter que racionalizar ainda mais o que não dava para ser racionalizado, ao que isso também me acabou afastando de qualquer noção -ou desejo- por uma explicação!
À essa altura, eu apenas cedi ao egoísmo das suas vontades! Me permitindo mergulhar dentro daquela torta fantasia, daquela pérfida ilusão da qual que eu não sabia mais questionar se queria me deixar ou não ser tragado para dentro! Era como abandonar toda a minha sobriedade. Era como ver esse conceito perder qualquer significado ou necessidade. E no que ele insistia mais e mais em não parar, mais e mais seu calor então pareceu dissolver o resto das coisas que ainda restavam dentro de mim. Medo, frustração, palavras-... sua falta de noção me contaminou por inteiro!

Seu vigor parecia anular o meu resguardo, sua força parecia violar os meus bloqueios, e foi assim que eu notei o seu tal "amor" me negar a chance de mentir ainda mais para mim... eu estava diante do óbvio, e nada mais me possibilitava de continuar a não admití-lo.
"E-eu... amo. Eu amo ele também!!"
Quase querendo gritar aqueles sentimentos para fora de mim de forma revoltante, ao que eu sabia! Eu sempre soube que estava sentindo isso! Apenas não queria admitir. Eu não queria aceitar essa verdade, e ver as consequências que a seguiriam logo atrás, mas-...! Mas agora era impossível, porque o que minha voz não profanou, meu corpo por outro lado já o estava fazendo. Seus beijos que antes me pegaram desprevenidos agora estavam sendo respondidos com cada vez mais empolgação minha, e então-... então eu me vi obrigado a admitir para mim mesmo. Eu amo ele, e também não há nada que eu possa fazer sobre isso porque cada vez mais que eu rejeito esse sentimento, mais forte ele parece se tornar!

E no que eu finalmente abracei aquilo dentro de mim, as mãos de Damian então me soltaram de contra aquela gelada parede. Me puxando ainda mais de contra o seu corpo e para dentro do calor de seus braços, ao que era quase como se ele próprio pudesse ter ouvido a conclusão à qual eu cheguei! Deslizando uma de suas mãos até a lateral do meu rosto, e me amparando contra a palma de sua mão ao que a cada minuto em que nos mantínhamos presos naquele interminável momento, mais e mais eu então era pego pela surpreendente passionalidade que havia dentro dele, mesmo sendo ele ainda só um Skrea!
Talvez fosse porque eu nunca havia sentido algo tão intenso assim por outra pessoa mas-... Aquele beijo que ele estava me dando, mesmo sendo só um beijo, ainda sim-...! Ainda sim era como se não fosse "só um beijo"! Aquele momento não era em nada novo para mim, eu já havia beijado outras várias pessoas, só que-... eu sequer estava sendo capaz de comparar Damian com qualquer outra pessoa agora! Ele não era qualquer outro, ele era diferente. E tomado por aquela insaciável curiosidade de descobrir até onde aquela diferença iria chegar, foi que eu o permiti continuar até onde ele quisesse ir. Envolvendo meus braços ao redor do seu pescoço, e me aconchegando sob a sutil diferença de altura entre nós dois que o permitia de vez em quando se inclinar sobre mim, me engolindo por inteiro com a sua presença, e com o ardor de um sentimento que em suas mãos era tão arredio!

Só que mesmo que eu não o tivesse detido em qualquer instante, o próprio Damian então decidiu se afastar de mim de repente, sem qualquer aviso! Separando nossos rostos de um modo que eu não fui capaz de segui-lo, e fazendo com isso meus olhos se abrirem surpresos, ao que diante de mim havia agora um Skrea completamente sem fôlego tentando recuperar seu ar e sua postura! Traindo seus olhos que ainda me encaravam com um intenso desejo fervilhante, enquanto que o resto de seu corpo por outro lado parecia agora querer tomar um tempo para poder se recuperar daquilo que ele mesmo havia começado.
"Me pergunto se ele iria ter parado, se fosse EU a pessoa sem ar-...!"

Eu pensei frustrado, ao que graças àquilo eu então me dei conta de quão sem ar eu também havia ficado! Respirando fundo enquanto o encarava em perplexão. Ao que eram tantas coisas dentro de mim querendo roubar a minha atenção ao mesmo tempo, tantas coisas inexpressáveis, que eu mal pude com isso me dar conta do quão sem fôlego eu também havia ficado nas mãos dele!
Me constrangendo por dentro durante o breve momento de silêncio que tomamos para nos recompor, ao que agora, olhando em seus olhos, nada mais eu pude fazer senão encará-lo com todas as dúvidas possíveis que podiam ser refletidas em meu conturbado olhar. Soltando seu pescoço por um breve momento, ao que sua mão que ainda repousava sobre meu rosto fora meu único alento durante o retorno do meu bom senso. Da minha noção de realidade. Dos meus sempre tão constantes receios.

"Eu-... eu não imaginei nada disso, não é? Isso realmente aconteceu. Algo-... algo que não dá para voltar atrás."
Minha mente aferiu, ao que pelo menos para mim o significado daquilo tudo, por trás, carregava um peso maior do que eu me sentia ser capaz de aguentar. Rolando timidamente os meus olhos então para a direção do chão seco que estava sob os nossos pés. E me impedindo com isso de torturar ainda mais a minha cabeça com a realidade que estava bem diante de mim. Me segurando. Me amparando de uma forma gentil porém extremamente ameaçadora.
Só que agora já era tarde também para eu fugir, para eu tentar me alienar, e nessa certeza foi que meu corpo todo estremeceu em um honesto arrependimento, já que, depois do que nós fizemos não tinha mais como olhar para trás e dizer que eu estava maluco. Que eu não estava com a cabeça no lugar certo. Que eu não iria querer mais ele por perto -quando que para o resto do mundo, o certo seria eu dizer isso! Como fantasiar agora esse sentimento?! Como eu vou poder afastá-lo?! Como eu conseguirei mascarar algo que sinto, quando nunca ter sentido isso antes está me rendendo tão impotente para saber a real forma de reagir?!

Aquilo me assustou demais. Mais ainda do que cogitar antes ter interesse em Damian, porque apenas agora eu pude olhar de frente a verdadeira intensidade do que eu estava sentindo! A verdadeira força contra a qual eu iria lutar, caso tentasse!
E isso sequer passava perto de todas as outras pessoas que eu já considerei em outro momento poder ter amado-... isso era diferente. Isso não era um sentimento gentil. Isso era muito mais aterrador. Isso era muito mais inexplicável, e carregava muito mais consequências consigo! Sendo que não tinha mais como eu rejeitar essa verdade, ao que o próprio Damian já estava traduzindo à sua própria forma e com seus próprios toques os meus sentimentos!
E isso, mais do que sobre todo o resto, eu não podia fingir qualquer ignorância. Ele ainda era um Skrea, e por isso suas emoções nada mais eram do que um reflexo das minhas próprias. Se ele fez o que fez, foi apenas por conta de algo que nasceu dentro de mim, antes de aparecer dentro dele também!

A primeira consequência de aceitar gostar de um Skrea, era admitir isso...
E eu não ia agora começar a fingir que não sabia de onde realmente vinham os sentimentos que ele não deveria de ter dentro de si só para me poupar! Eu não tinha por quê me iludir achando que qualquer coisa vinda dele poderia ser original também, se nem mesmo ele iria ser ingênuo para tentar me convencer disso!
"Pelo contrário. Aposto que ele sabe exatamente porque está se sentindo assim, e não está dando a mínima para isso!"
E se logo ele -que é um Skrea- está conseguindo abraçar isso tão facilmente, então porque EU ainda estou me vendo na dificuldade de fazer o mesmo? Isso é tão injusto, ele conseguir lidar com os MEUS sentimentos melhor do que eu! E provavelmente abstrair dessa situação os medos que eu por outro lado não estou conseguindo!

Só que no que então meus olhos voltaram a observá-lo, indulgentes pela sua capacidade de passar por cima das coisas de uma forma que eu não era capaz, foi que eu pude finalmente notar o quão pouco incólume Damian realmente estava diante também dos seus próprios pensamentos.
Mesmo que minha sensação era ele estar mais no controle da situação do que eu (como sempre parecia estar), dava ainda sim para ver -refletido em seus olhos- que aquele seu controle era na realidade muito superficial! No que ele mesmo não estava mais conseguindo disfarçar também um claro incômodo que eu podia ver lhe tirar todo o sossego, antes de então sua boca soltar um pesado suspiro e sua testa simplesmente se apoiar -sem qualquer hesitação- contra a minha em um honesto gesto. Fazendo seus olhos me fitarem por sob as mechas negras de seu cabelo -que escorregaram e caíram por sobre seu rosto-, antes de então sua própria voz cortar aquele nosso silêncio, tomando um rumo que parecia na verdade me ignorar e ir de contra os pensamentos que claramente o estavam agora perturbando!

— "Sinceramente, você pode ser o que for, e eu posso me irritar com isso por quantas vezes tiver que ser-... Só que quem vai decidir o que eu vou fazer ou deixar de fazer sobre você será apenas eu, e mais ninguém!"
— "... Damian? Do quê você está falando?"
— "Estou falando que eu não vou te entregar para ninguém! E não quero saber se essa é uma decisão idiota que eu estou tomando agora, mas já me decidi e não vou voltar atrás nela!"
— "?"
— "Eu perdi coisas demais recentemente, e não quero passar por isso de novo... Eu não vou abrir mão de mais nada por enquanto! E por isso decidi que vou te proteger. Da forma que eu puder, mas ainda sim eu vou te proteger! E eu quero que você me deixe fazer isso, Yura!"

Ouvindo aquilo, meus olhos então se abriram em pura surpresa! Questionando sem verbalizar aquilo que eu escutara, ao que minha sensação era que o seu olhar para mim agora parecia adular algo que estava muito além de apenas nós dois naquele apertado beco!
Eu não sei explicar -especialmente porque a lógica por trás do que um Skrea sente é extremamente imprecisa para a minha forma de pensar. Só que eu pude ver ainda sim seus olhos brilhando, em uma mistura de tristeza e contentamento, antes de então sua mão apoiada sobre meu rosto começar a me acariciar de leve -tirando de sobre meus olhos algumas mechas de cabelo que (naquela confusão) acabaram se bagunçando sozinhas... em um raro gesto. Um raro gesto que me transmitiu sua tão bem resguardada gentileza -que eu até sabia que existia dentro dele, mas que nunca realmente havia visto até então se manifestar dessa forma tão-... tão firme e segura de si!

Sendo assim -sem nenhum aviso- Damian se inclinou mais uma vez e me roubou outro beijo. Dessa vez muito mais leve, rápido e reconfortante, que deixou em sua passagem uma sensação doce -mas igualmente amarga- na minha boca. Jogando seu corpo finalmente para trás, e se afastando de vez do meu alcance, ao que para um Skrea ele realmente estava tomando um longo tempo para recuperar a sua distância de mim. E me confiscar aquele calor ao qual eu já estava passando a me habituar. Foi só aí, que então eu finalmente me recordei de quão fria aquela noite estava sendo, e de quão solitário o frio também podia se fazer ser.
Ao que tão raramente aquilo me passara pela cabeça, como dessa vez, nesta única noite, neste único momento em que eu realmente me senti ser completamente envolvido pela existência dele.

Sentindo aquela sua mão deslizar para longe do meu rosto, no que meus olhos então se fecharam brevemente em uma tentativa de guardar comigo aquela sensação. Isso porque eu sei que não importa o quanto nós dois poderíamos nos entender sobre nossos sentimentos, ter a chance de estar tão perto dele daquela forma certamente não iria ser algo que dependeria apenas de nós dois. E nem do que pensávamos ou deixávamos de pensar um sobre o outro.
Essa, era a realidade voltando em toda a sua força e se colocando mais uma vez entre nós. Na discreta forma de uma brisa gelada que passou gentilmente por nossas roupas, e nos acariciou com toda a sua familiar rispidez. Antes de então mais uma vez o preocupado tom de Damian me embalar, e me deixar perceber que na realidade aquela distância era apenas física, e não sentimental.

— "Yura, eu preciso que você confie em mim. Mesmo que você não queira acreditar, só-... acredite em mim por enquanto! Isso é tudo o que eu realmente preciso."
— "Sobre o que afinal você está tentando me falar?!"
— "... Sobre aquela história de você talvez ser um Vessel."
— "!!-..."

Ao ouvir aquilo o meu corpo então se inclinou para trás na surpresa! Sendo tomado por um instintivo desagrado que eu mesmo assim tentei controlar, ao que no mesmo instante ambas as sobrancelhas de Damian se pressionaram contra seus olhos por perceber em mim aquela já precoce rejeição!
Eu juro que já estava vendo ele perder sua calma, nós dois continuávamos perto demais daquela Boate -e daquele caldeirão borbulhante de sentimentos mistos- que tão facilmente podiam fazê-lo perder a noção do seu próprio temperamento! Mas-... mas ele ainda sim não fez nada. Ele se conteve, e no que eu então vi a força que ele usou para manter sua calma, eu também me esforcei para recuperar a minha -balançando com isso a minha cabeça em concordância, para que ele apenas prosseguisse com o que queria me dizer sem esperar de mim qualquer outro tipo de novo impedimento.
"Acho que depois de tudo, não vai me custar ao menos tentar ouvir o que ele tem para me dizer... Eu não quero honestamente brigar com ele agora."

— "Olha, eu não vou novamente perder tempo dizendo que você é ou não um Vessel, porque isso não tem mais qualquer importância."
— "Não... tem?"
— "Não. O que eu ou você achamos não importa mais, porque de qualquer maneira a Oráculo agora acredita que você seja um Vessel! E mesmo que isso seja ou não verdade, não vai haver uma forma de fazermos ela mudar de ideia-... Tsc, nós sequer teríamos uma forma de conseguir fazer isso, mesmo que quiséssemos tentar!"
— "Espera, o quê!?!?"

Meu corpo simplesmente travou -agora de vez- com o choque daquela informação!
Como que Damian conseguira descobrir aquilo, ou por quais razões ela pensava que eu era um Vessel não era o que iria agora me importar! Eu sinto que ele não iria brincar logo agora com uma coisa dessas, e eu também não podia fingir ignorância -dizendo não saber o que aquilo ia passar a significar exatamente de agora em diante!
Eu era uma criança da geração exterminada. E eu cresci sabendo exatamente o que acontecia a todos os Humanos que esses Skreas decidiam serem Vessels! Eu nasci em um mundo sedimentado por esses pensamentos, e eu vivi nessa realidade aonde ninguém da minha raça sequer teve qualquer direito de argumentar contra eles quando começaram a serem mortos aos montes! Sendo que não era porque era eu que agora estava na mira deles, que de repente isso iria também conseguir mudar de alguma maneira mágica! Não. A realidade continuava sendo a mesma -minha opinião não iria valer de nada se fosse para proteger a minha vida-, e por isso que eu podia afirmar com toda a certeza... eu estava muito, MUITO encrencado!

Sendo assim os meus olhos chocados se encontraram com os de Damian, me forçando ainda mais contra a confirmação daquele mau pressentimento, antes de então eu conseguir finalmente entender com isso o que é que estivera realmente se passando com ele desde cedo! Todas aquelas coisas estranhas que ele estava fazendo, mandando eu ir embora com ele, e me afastando ou se intrometendo sempre que um Skrea se aproximava de mim-... Ele não estava com ciúmes ou agindo como se fosse meu dono, ele estava era tentando me tirar de perto dos Skreas, de perto do perigo! E no que eu então me dei conta disso, foi que eu o questionei extremamente nervoso!

— "Damian, quantos Skreas já estão sabendo sobre isso!?"
— "... Provavelmente nenhum, além de mim e da Oráculo."

Damian me respondeu com uma inquietante calma que sequer conseguiu ajudar a me passar sossego. Ao que misturada à ela, havia também um incontestável e perceptível desejo seu de não querer subestimar essa situação em que eu me encontrava -um desejo do qual aliás eu também partilhava!
Porém ainda sim eu ignorei tudo aquilo e reagi àquelas suas palavras com apenas uma imensa surpresa! Completamente tomado pela curiosidade, ao que eu não entendia como que aquela informação podia continuar limitada ao conhecimento de apenas dois Skreas, enquanto que ainda sim essa história de "vessels" pudesse ser um tópico totalmente desprovido de qualquer discrição para eles!
E foi nisso que então eu me vi encarando Damian com um olhar muito questionador, o que o fez se decidir por fim em me contar exatamente aquilo que estava se passando pela sua mente, mesmo que dentro dela não houvessem exatamente apenas respostas dessa vez!

— "Os protocolos envolveriam normalmente ela mobilizar todos os Skreas de patrulha para ficarem atentos à sua presença. Usando eles para poder chegar até você de alguma nova forma e te capturar ainda vivo."
— "Me capturar... vivo? Mas, eles não vão então tentar me matar?"
— "Provavelmente ela vá, mas nenhum outro Skrea daqui tem porém a permissão dos Patriarcas para matar os Vessels, sem que ela própria faça essa concessão. Sendo que já que ela está fazendo um experimento e não um extermínio, então eu duvido também que ela vá querer conceder essa permissão."
— "... Então qualquer outro Skrea iria apenas tentar me levar vivo até ela?"
— "Sim, e é por isso que ela não alertou ninguém ainda sobre você. Porque ela sabe que você pode reagir à uma emboscada, mas eles não."
— "Tsc... Mas se ela está sendo tão cuidadosa para não espalhar nada sobre mim ainda, como então você realmente conseguiu ter acesso à todas essas informações Damian?"
— "...!"

Quando eu perguntei isso, Damian então me olhou de uma forma um pouco surpresa -quase como se ele não esperasse ter que me responder aquela pergunta! Cortando suas palavras com hesitação, ao que sua postura pareceu recuar e seus olhos então desviaram sem muito propósito para a porta dos fundos daquela Boate -pela qual ninguém nesse horário iria realmente passar, para resgatá-lo então da obrigação de ter que me responder àquilo.