Black Desert escrita por Kallin


Capítulo 62
Híbridos




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"O-o que?! Damian é filho de Derak!? E-ele é filho de um Patriarca?! ...Mas, se for assim, então seus irmãos também-...! E os Skreas acabaram não ignorando só o assassinato de dois generais, mas sim de dois filhos de um Patriarca!!"
Eu me questionei estático sobre aquilo, tentando engolir de uma só vez cada uma daquelas verdades quase não dando conta de perceber com o que eu havia na realidade me metido!! Era perigoso sequer chegar perto de um Skrea envolvido com os Patriarcas, mas... estar envolvido na história do assassinato de dois deles ainda por cima?!
Só que não desejando continuar pensando sozinho naquelas coisas -ao que meus pensamentos estavam agitados demais para eu conseguir fazer isso-, eu então me virei rapidamente para Damian puxando de leve seu braço (em desespero) para ganhar sua atenção mais uma vez, questionando-o sobre aquilo sem me importar mais se eu estava ou não arriscando testar sua paciência no processo!

— "Damian, se isso é verdade, então como a morte dos seus irmãos conseguiu ser facilmente encoberta, sendo eles também filhos de um Patriarca?! Afinal, isso significa que eles eram Skreas superiores... assim como você também é, não é!? E como é que Derak ainda não fez nada para retaliar Gale pela morte de dois de seus filhos!?
— "Eu já te disse o porquê... ninguém fez nada porque eu e meus dois irmãos éramos híbridos!... Então não importa para o meu pai ou para a minha raça que eu seja um superior, assim como não importa para eles que eu tenha o sangue de Derak nas minhas veias também! Tudo que vai importar para eles é o fato de que minha mãe era uma Humana, e nada mais além disso!!..."
— "...!!"
— "... Para a minha raça não interessa o quão importante você seja, o quão habilidoso você seja, o quão esforçado você seja... tudo isso continuará não significando nada se você não for um Skrea puro. E esse é o problema de um híbrido para eles. Somos como um erro genético que arruína a perfeição dos Skreas e que não agrega em nada a raça pura deles. Por isso que então eles nos tratam como um fardo, agradecendo à Skreevah quando finalmente morremos para que assim possam apagar nossos rastros e fingir que sequer um dia existimos."
— "... Então é por isso que você está tentando vingar os seus irmãos sozinho?"
— "Sim. Meus irmãos passaram a vida inteira lutando para poderem significar algo para o meu pai e para os outros. E eu não tenho como deixar a morte deles passar sem até mesmo isso ter significado nada para ninguém! Por isso eu vou caçar sozinho aquele maldito até matá-lo... e eu vou fazer isso, não importa o quanto eu ouça deles que essa é uma 'atitude errada'!!"
— "..."

Quando Damian então falou aquelas últimas palavras, eu pude me recordar de sua explicação sobre o que era a culpa para ele, e quanto significava para eles o fato de estarem certos ou errados quando tomavam quaisquer decisões.
Ouvir ele falar daquela maneira realmente me fazia entender o quanto que para sua raça, se importar com um Híbrido podia ser considerado desnecessário -e por isso uma atitude errada... fazendo assim com que de certa forma suas palavras acabassem me preenchendo com uma tristeza (muito familiar) que era impossível de ser ignorada.
"Nunca achei que até Skreas se tratavam assim de vez em quando."
Eu remoí, ao que aquele sentimento de ser excluído da sociedade e de ser tratado como um lixo pelos outros era mais do que algo familiar para alguém como eu -especialmente durante a época em que estive sob a guarda dos traficantes.

Com isso então eu me calei em respeito a dor de Damian -que incontrolavelmente parecia me atingir de modo tão pessoal quanto meus próprios problemas me atingiam-, tomando aquela sua dor, uma forma muitas vezes através de seus afiados caninos que irritadamente eram postos à mostra, e outras vezes apenas pela sua mão que firmemente agora agarrava o medalhão em seu pescoço -não mais por fúria, mas agora estranhamente como se houvesse algo ali dentro em que Damian parecia tentar firmemente se segurar para não perder sua cabeça de vez.
Só que quando eu divaguei pensando um pouco mais a fundo sobre aquele medalhão, foi que eu então me lembrei do que havia dentro dele! E assim sendo -quase como se eu fosse atingido por uma luz- eu interrompi meu silêncio e cuidadosamente voltei a falar... estimulado a roubar sua atenção para mim, já que por muitas vezes eu tinha a sensação de que deixar Damian sozinho com seus próprios pensamentos podia ser um pouco mais destrutivo do que simplesmente tentar fazer ele se abrir comigo.

— "A foto da mulher Humana que está nesse medalhão... Ela por acaso seria-...?"
— "Sim, ela era a minha mãe."
— "..."
— "Essa é a única coisa que eu ainda tenho para me lembrar dela. Isso, e-... bem, agora eu só tenho isso mesmo."
— "... Como assim?"
— "Esses meus dois irmãos que morreram, só nós três éramos filhos da mesma mãe."
— "Só vocês... três?"
— "Sim, Derak é conhecido por tem muitos filhos, sempre com várias mulheres diferentes. Dizem que ele gosta de refinar a qualidade da nossa raça com Skreas superiores, e que usa seu próprio DNA para conseguir fazer isso. Aí a consequência é que eu tenho muitos meio-irmãos, mesmo que a maioria deles sequer se importem de olhar na minha cara e admitir que eu existo. Ninguém aqui perderia tempo com um Híbrido, especialmente sendo um que sequer cresceu entre eles."
— "Você... não cresceu aqui?"
— "Não, eu fui trazido para cá de outra região quando fiz 10 anos. Uma idade aonde eles me consideraram já velho demais para ser corretamente ensinado e pelas Matriarcas e inserido na sociedade da forma certa. E por isso foi que então só esses meus dois irmãos de verdade ficaram do meu lado no fim. Não porque éramos irmãos, mas sim porque eles sabiam que nós três precisávamos olhar uns pelos outros aqui dentro, já que ninguém mais nessa porcaria de cidade iria fazer isso por nós."

Falando isso Damian então voltou a segurar com muita força seu medalhão mais uma vez, apertando da mesma maneira o muro de pedra da sacada com uma ira que aos poucos parecia tomar realmente forma -ao que agora aquela estranha energia escura começava à sair dele por entre seus dedos e suas costas.
Ele com certeza estava perdendo sozinho a calma por precisar ficar se lembrando daquelas coisas todas, e agora que eu sabia que ele tinha o sangue Humano correndo dentro dele, eu sequer tinha mais a capacidade de questionar ou temer seus pequenos ataques emotivos da maneira que eu antes fazia. Afinal eu podia não entender até onde ia o lado Humano de Damian, mas agora eu entendia melhor que ele realmente não era um Skrea normal, e que eu não deveria esperar mais que ele fosse também tentar ser um.

E ao que eu estava agora preso naquela nova ideia, foi que eu então apenas continuei à observar Damian perder completamente sua calma, se deixando afogar naqueles sentimentos intempestivos dele enquanto seus olhos firmemente se prendiam no cenário à nossa frente igual a como um Humano também faria.
"Ele realmente não é apenas mais um daqueles Skreas quaisquer que eu encontro por aí..."
Eu pensei aquilo finalmente deixando que a imagem do Skrea que matara Sáshia se desprendesse dos meus pensamentos sobre Damian, e só restasse dentro de mim aquela visão de uma pessoa que estava sofrendo muito, sofrendo por saber que daqui em diante ele estaria para sempre sozinho no meio de uma cidade tão hostil como essa... coisa que nem mesmo eu podia admitir por outro lado sobre mim, já que independente da história de Gale eu continuava a ter pessoas ao meu redor que gostavam de mim.

Nisso, sem qualquer aviso então minha mão sozinha se levantou e foi em direção à mão de Damian que agressivamente se segurava naquela mureta de pedra. Eu não estava realmente pensando em nada específico naquele momento, e guiado pelo único desejo de confortar uma pessoa em desespero -mesmo que confortar os outros não fosse uma especialidade minha- foi que então eu apoiei minha mão sobre a dele, fazendo seus olhos pularem surpresos para a minha direção, e dissipando assim toda aquela energia ao seu redor como em um passe de mágica.
Eu realmente estava vendo nele o mesmo fardo que eu também carreguei por muito tempo -até ele virar uma parte invisível de mim-, e por isso que então eu não pude ficar indiferente diante daquele momento. Me mantendo daquela forma com ele até que seus ombros relaxassem, e que seu olhar -agora observando nossas mãos uma sobre a outra- finalmente parecesse se acalmar também por fim.

Só que quando eu abaixei minha guarda e deixei então um sutil sorriso escapar -satisfeito por ter conseguido confortá-lo um pouco-, foi que as coisas do nada tomaram um curso completamente diferente do que eu (ingênuamente) esperava que iriam tomar!
Parecendo ainda estar distraído observando nossas duas mãos juntas, Damian -sem dizer nada- habilmente se soltou do meu alcance e segurou em resposta minha mão com muita firmeza -mas gentileza-, deslizando seus dedos sobre os meus como se estivesse se sentindo capturado pela tão rara sensação de ter alguém demonstrando compaixão por ele -fazendo nisso que eu perdesse a minha tranquilidade, já que o calor de sua mão quebrara muito abruptamente o frio da noite com o qual meu corpo havia se habituado!

E assim ele ficou por uns segundos, preso do seu próprio jeito naquela reconfortante sensação enquanto eu por outro lado tentava me manter calmo e indiferente à estranha sensação agradável do seu toque. Isso, até que sua boca então de repente resolveu abrir em uma breve exclamação, fazendo-o puxar o meu braço para perto do meu rosto sem qualquer aviso, e consequentemente me puxando junto também para ainda mais perto dele!

— "Tsc!"

Ele disse de modo incógnito, demonstrando uma insatisfação que não parecia sequer fazer parte daquele momento estranhamente reconfortante.
Sem então se importar de explicar qual era o problema, Damian continuou apenas a observar o meu braço... isso até eu perceber que ele estava era na realidade olhando para a marca que suas mãos deixaram no meu pulso hoje mais cedo.
"Ele... não tinha percebido antes que havia feito isso?"
Eu me questionei ao que sequer tive tempo para reagir, já que sem aviso então ele se virou para mim e se aproximou dando alguns passos, amparando melhor o meu braço (que estava em sua posse) e deslizando os dedos de sua outra mão sobre aquela marca que parecia agora estar incomodando-o tanto.

— "Me desculpe... de verdade dessa vez."

Ele disse aquilo com um pesado e consciente semblante, cobrindo a marca em meu braço com uma de suas mãos como se quisesse poder tirá-la da frente de seus olhos por ao menos alguns instantes. Só que mais do que surpreso com sua atitude, eu estava agora era surpreso com suas palavras -ou melhor, com o tom de sua voz.
Eu não me sentia de nenhuma maneira estar ouvindo agora as mesmas desculpas que ouvi dele um pouco antes. Ele não estava citando razões, certo ou errado, opiniões que Humanos por outro lado não entenderiam-... Não. Damian estava pedindo desculpas finalmente como um Humano também pediria -com um peso em sua voz, e um arrependimento intragável em seu olhar.
E ao que eu me convencia mais e mais disso, mais e mais também seu insistente arrependimento começara a crescer dentro de mim como algo indiscutivelmente real.

— "Eu não queria ter te machucado... Não sei o que me deu naquela hora para perder tanto o controle, mas eu nunca tive a intenção de realmente acabar te machucando dessa maneira."
— "..."
— "Me desculpa, de verdade... por ter feito isso."

Ao que ele me disse aquelas últimas palavras, Damian então se aproximou ainda mais de mim fazendo com que meu braço fosse completamente coberto pela sombra de seu casaco, pressionando-o contra si ao que a distância entre nós sequer se fazia muito mais existente.
Eu estava surpreso -no mínimo- pela forma que ele estava agindo, só que eu sequer tive tempo de pensar muito mais ao que de repente a presença de seu calor, e sua respiração batendo contra minha pele roubaram completamente a atenção dos meus sentidos apenas para o fato de que estávamos muito próximos um do outro.
Com isso então eu olhei para ele um tanto sem jeito, confuso por estarmos já perto demais e por ainda sim eu sentir como se aquilo continuasse não sendo perto o suficiente para mim! Meu coração parecia bater forte no meu peito, e o receio de que ele pudesse perceber isso começou então à crescer em mim -isso, até que meus próprios poderes me entregassem que o coração dele estava batendo tão forte quanto o meu!

— "Sabe, você-..."

Damian então tentou falar algo para mim em um resoluto sussurro que me arrepiou por dentro, deixando que um satisfeito sorriso começasse então pela primeira vez a se formar naquele seu rosto, e fazendo assim meu coração acelerar ainda mais!
Só que antes que aquele momento pudesse apenas continuar sem qualquer intervenção, sua expressão do nada se quebrou e sua cabeça então rapidamente se virou -em alerta- para o lado! Fazendo-o largar o meu braço ao que seus olhos fixadamente agora encaravam com seriedade a -imutável- vista diante de nós. Era quase como se algo muito errado estivesse acontendo bem ali na nossa frente, e apenas eu não estivesse conseguindo ver o que era!
Nisso sem qualquer aviso Damian então se afastou de mim desamparando de vez o meu braço, voltando ao seu velho estado normal de sempre e mais uma vez apoiando sua mão sobre a mureta com uma impaciência que parecia dissolver por completo de dentro de si a noção do que ele estava fazendo comigo até agora pouco!

— "O que houve?"

Eu perguntei para ele alarmado, tentando ajeitar os meus pensamentos e a minha postura -ao que eu apenas decidi imitá-lo-, passando por cima do que quase aconteceu e me atendo ao fato de que eu ainda não havia ouvido nenhum tipo de barulho ou visto nada de estranho nas ruas escuras abaixo de nós -que pareciam estar iguais a quando nós chegamos naquela sacada!
Só que indiferente à minha pergunta, Damian apenas continuou quietamente encarando algo que estava além da percepção dos meus sentidos, se isolando cada vez mais da minha realidade ao que eu sozinho continuava ali preocupado me perguntando o que podia ser para estar roubando a atenção de um Skrea daquela maneira!
Isso... até que então suas palavras finalmente voltaram a sair dele em um tom bem decidido, me sinalizando finalmente que sua atenção retornara para mim.

— "Tenho que ir."
— "Está tudo bem?"
— "Sim... pelo menos para você."
— "Como assim?"
— "Esse sinal veio do Capitólio, não é nada para um Humano se importar-..."
— "Espera, que sinal?"
— "Às vezes são tocados sinais de alerta pela Citadela para avisar a minha raça de alguma coisa importante."
— "E porque eu não consegui ouvir esse sinal?"
— "Porque nós costumamos usar sons em baixa frequência para que vocês Humanos não tenham como escutar mesmo. É uma forma de cuidarmos dos nossos assuntos sem que vocês se envolvam de algum modo."
— "E isso então quer dizer que alguma coisa séria aconteceu no Capitólio?"
— "Não... Só quer dizer que eu tenho que ir embora, agora."

Damian disse aquilo se afastando um pouco daquela mureta e subindo facilmente nela em apenas um pulo! Sem perder tempo -como sempre- sua energia escura então logo surgiu, envolvendo-o lentamente como se ela dessa vez despertasse (sob comando) de dentro dele e recobrisse todas as suas roupas, contornando o seu corpo até que ele próprio se fundisse à escuridão da noite que contrastava tão intensamente com a luz da lua.
Porém antes que Damian pudesse dessa vez dar prosseguimento para sua -sempre épica e súbita- partida, do nada ele resolveu contrariar seu velho hábito virando subtamente sua cabeça na minha direção e me olhando atentamente por um tempo como se estivesse ruminando algo importante que também não podia esperar... tudo isso enquanto eu apenas aceitei me deixar prender por seu inquisitivo silêncio, aguardando que suas últimas palavras finalmente fossem ditas.

— "Escuta... Sobre o acordo, eu vou te dar uma chance."
— "Uma chance?"
— "Sim, para tentar resolver as coisas da sua maneira. Mesmo que você diga que está sozinho e que está sem controle das coisas, você ainda sim disse que tem um plano, não é?"
— "Sim, eu disse."
— "Então faça ele e veja o que acontece. Vou te deixar em paz enquanto isso, e aguardar você decidir sozinho se juntar a mim quando estiver pronto."
— "Por que você está tão certo de que é isso que vai acontecer?"
— "Porque essa é a única forma de evitar o que você quer evitar. Mas eu não vou poder ficar te forçando também à concordar com isso, se você mesmo não quiser perceber que matar ele é a única solução para nós dois."
— "Você está errado sobre isso ser-...!"
— "Então me prove já que tem tanta certeza disso! Consiga resolver sozinho as coisas da sua forma, ou desista de uma vez e aceite fazer parte do meu plano!... Eu estarei esperando."

Afirmando aquilo com muita certeza, Damian então se virou mais uma vez para aquela vista da enorme cidade diante de nós dois, agachando sobre a mureta de pedra como se estivesse se preparando para pular dali e voltando ao seu estado de sempre ao que aparentemente nenhum novo imprevisto iria detê-lo de partir agora -afinal eu podia sentir de onde eu estava a sua ansiedade para ir embora.
Porém quase como se ele insistisse em ir de contra minhas expectativas, sem olhar para mim Damian procurou dizer então um último aviso de despedida.

— "Só mais uma coisa. Evite andar pelas ruas principais agora."
— "...?"
— "Vão ter Skreas andando pela cidade inteira, e você terá problemas se eles te encontrarem vagando por aí sozinho. Por isso use os caminhos mais longos e os becos mais afastados para não cruzar com eles... você ficará bem se fizer isso."
— "O-obrigado... Damian."
— "Nos vemos por aí... Odalisca."

Dizendo aquilo Damian então finalmente se jogou de cima da varanda em que estávamos para dentro do indistinguível escuro das ruas abaixo de nós, me deixando com aquela estranha e misturada sensação de que ele até se importava um pouco comigo, mas que ao mesmo tempo não queria criar qualquer intimidade entre nós dois -ao que ele ainda ignorava com gosto o fato de que eu tinha um nome!
"Talvez seja melhor assim. Já desisti mesmo de ficar corrigindo ele..."
Eu admiti para mim mesmo ao que encarava aturdidamente aquele vazio que ficara tão pronunciável de repente na pequena sacada em que eu estava, voltando gradualmente a mim até que eu pudesse tomar corretamente meu rumo, de volta para a Cidade Baixa.

Seguindo a sugestão de Damian, eu usei as ruas mais escondidas e os caminhos menos utilizados pelas pessoas na tentativa de evitar os outros Skreas -que a esse ponto deviam estar saindo em massa da Cidade Baixa, rumando para o Capitólio nas Avenidas. Chegando assim em pouco tempo na minha casa ao que já estava tarde demais até mesmo para os bêbados transitarem pelas ruas agora.
Nisso eu finalmente então relaxei, fechando calmamente a porta da entrada e tomando um instante para respirar profundamente aquele ar puro da noite que entrava pela jane-...?!
Quando eu então me toquei que a janela do meu quarto estava aberta, eu entrei o mais rápido possível no cômodo só para dar de cara com a terrível cena da areia da tempestade de hoje cedo cobrindo quase que todo o meu quarto!!

— "Não acredito que eu esqueci de fechar a janela antes de sair...!!"

Eu apoiei meu rosto em minhas mãos frustrado, tomando um longo fôlego em decepção e decidindo que eu não ia arrumar mais nada hoje também!
Já estava tarde até mesmo para eu querer ficar acordado, e por isso -sem tentar me importar com o meu descuido- eu então com certa dificuldade ignorei toda aquela areia alaranjada, quase como se ela sequer estivesse ali cobrindo o chão e os móveis do meu quarto.
Assim sendo eu desprendi os frascos da minha cintura e o bastão das minhas costas, jogando-os por aí e sacudindo impacientemente o lençol da minha cama antes de por fim me jogar sobre ela em desistência!

Mesmo que eu ainda tivesse que acertar minha mente quanto à várias questões, eu sabia bem no fundo que não adiantava eu sequer tentar fazer isso. Eu estava exausto para sequer me preocupar agora, e foi assim -sem nenhum obstáculo- que então meu sono impiedosamente me acertou em cheio fazendo meus olhos fecharem no mesmo instante em eu caí na minha cama! Trazendo finalmente aquele longo dia ao fim, ao que a única coisa que ainda restara dentro da minha mente era a memória das últimas palavras que Damian me disse... palavras que insistiram com muita certeza para eu seguir sozinho com os meus planos, enquanto eu mesmo não estivesse pronto para desistir deles.


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