Black Desert escrita por Kallin


Capítulo 57
Flor da Meia-Noite




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Sem perder tempo eu então corri até a entrada de sua casa, subindo aqueles 3 degraus de pedra que antecipavam a entrada em um único pulo, e fazendo com que minha mão assim alcançasse a velha e grande porta de madeira bem diante de mim. Assim, sem pensar duas vezes eu bati algumas rápidas vezes nela e voltei a ficar quieto encarando nada mais do que a escuridão daquela velha madeira sob a luz da lua, deixando que o silêncio mais uma vez voltasse à cobrir aquela rua e postergasse ainda mais a única coisa que poderia agora reduzir minha ansiedade.
Não sei por quanto tempo ao certo eu precisei fazer companhia àquele silêncio -ou talvez por quão prolongado acabou sendo a sensação da passagem daqueles poucos minutos que ele levou para me atender-, só que assim que o ranger da pesada porta começou à se fazer diante de mim, foi que então eu finalmente me vi deparar com a última pessoa que eu realmente me imaginaria esbarrando hoje ainda!

— "S-Saret!?"

Eu exclamei sem muito cuidado, ao que a expressão de Saret para mim em resposta fora a pior possível. Eu sabia que ela constantemente fazia companhia à Ebraín, mas eu jamais imaginaria encontrá-la aqui ainda em um horário desses já tão tarde! Afinal, as próprias Feiticeiras começam seus trabalhos diários cedo demais, para terem ainda a capacidade de no fim prolongar também seus serviços noite adentro -sendo essa uma das coisas que eu podia afirmar até mesmo por experiência própria.

— "Saret, deixe-o entrar. Está muito frio aí fora."
— "... Certo."

De repente uma voz gentil surgiu por trás de Saret, fazendo-a abrir com dificuldade um espaço para que eu passasse (contra sua vontade), e com isso me permitindo dar também de cara com ninguém mais do que a própria Sal, que estava sorrindo para mim com toda a simpatia que ela podia ser capaz de conseguir transmitir de uma só vez para outra pessoa!
Com aquilo, minha primeira sensação ao ver todas aquelas inusitadas pessoas ali foi a de sentir que eu estava interrompendo algo importante do qual não me dizia respeito, e que eu deveria (infelizmente) ir embora e voltar em outra hora. Porém por outro lado ao que eu me indagava, Sal então apenas veio até mim e me abraçou como uma mãe que não via seu filho à muito tempo, recebendo-o de volta da melhor forma imaginável e me fazendo então esquecer essa ideia de que eu poderia não ser tão bem-vindo assim naquele momento.

— "Hehe, eu te disse que ele não ia esperar até amanhã para aparecer aqui."

Foi assim que então finalmente -acompanhado de uma mão dando tapinhas nas minhas costas- eu vi Ebraín surgir por trás de mim, me recebendo como se ele estivesse me aguardando pacientemente esse tempo todo ao que minha ansiedade para saber o que ele descobrira era pelo visto bem previsível.
E com essa deixa, Sal então finalmente me soltou também -me dando um pouco mais de espaço para me acomodar ali dentro-, caminhando quietamente agora até a direção de Saret que desde minha chegada continuava à observar tudo da porta, coberta naquele clima de animosidade ao que me encarava sempre que podia com uma expressão bem fechada.

Diante dos meus perceptivos olhos, Sal se inclinou sobre Saret sussurrando algo em seu ouvido, removendo com suas palavras quase que toda a atenção dela sobre mim, e quebrando sua necessidade de me hostilizar constantemente. Eu me sentia no mínimo curioso ao imaginar sobre o que elas estavam conversando, porém da mesma forma que Sal tomara aquela sua atitude, Ebraín também resolveu fazer o mesmo comigo, desviando toda a minha atenção com um leve tapa em meu ombro e me fazendo olhar para o outro lado -perdendo-as de vista.
Sem me dar tempo de reação, ele então me conduziu pelo braço até os sofás da sala (que estavam bagunçados, ao que eu imagino que os 3 estivessem sentados neles até então) completamente em silêncio. E nisso com apenas um gesto da bengala que estava em sua mão, foi logo apontando um lugar para que eu sentasse o quanto antes, ao que ele próprio começava à se acomodar também, predizendo que iriamos ter nossa conversa bem ali.

— "Eu imaginei que você não iria conseguir esperar até amanhã para saber."
— "Você chamou Sal e Saret também para contar à elas o que descobriu?"
— "Na verdade elas vieram me fazer uma visita por coincidência, e acabaram ficando quando souberam que eu estava te aguardando."
— "Então... Elas não sabem de nada?"
— "Eu contei à Sal, mas Saret não precisa ser envolvida no que eu vou dizer à vocês dois."
— "... É algo sério?"

Ao que eu perguntei aquilo para Ebraín (tentando conter um pouco o nervosismo em minhas palavras), Sal então finalmente se juntou à nós, interrompendo aquele diálogo e sentando-se no sofá oposto aos nossos ao que balançava sua cabeça em afirmação para prosseguirmos, me fazendo notar finalmente que Saret não estava mais por perto também.
Ao som de um barulho vindo da cozinha -que provavelmente se tratava de Saret fazendo algo lá dentro-, Ebraín então tomou uma pequena pausa e respirou fundo, mudando sua expressão para algo próximo a de uma severa seriedade -expressão que eu o vira fazer muitas poucas vezes até hoje-, e trocando com isso pausados olhares entre nós 3 antes de voltar a falar.

— "Yura, eu fiz testes e pesquisei o material que você me trouxe ontem... Não consegui trabalhar muito bem em cima daquele sangue, mas não precisei também de tanto assim já que você me trouxe o reagente afinal de contas."
— "Então... Aquela flor realmente era o reagente do veneno?"
— "... Sim, era."

Ebraín confirmou aquilo para mim com uma certa reticência em sua voz, parecendo incerto sobre querer continuar com aquela sua explicação. Durante esse tempo todo Sal também ficou igualmente calada, imitando a severidade de Ebraín ao que ela própria parecia estar cogitando algo dentro de seus próprios pensamentos que já estavam muito afrente das palavras que ainda saíam da boca dele.
Só que não demorou para que ele próprio parasse de se dirigir apenas à mim, se voltando finalmente para Sal e falando então para ela em um tom de confirmação que quebrara seu silêncio.

— "Temo que seja um veneno feito à base da Flor da Meia-Noite."
— "... Aquele mesmo veneno?"
— "A amostra não estava boa o suficiente para eu ter essa certeza, mas não tem muitas outras coisas que se daria para fazer usando diretamente esse reagente."

"Flor da Meia-Noite?"
Eu me questionei enquanto observava Ebraín e Sal discutirem de um modo enigmático, tentando durante isso me recordar dessa flor em todos os livros de botânica que eu já li dentre os materiais que haviam na casa de Ebraín. Porém eu mesmo não estava tendo sorte alguma por entre minhas lembranças, ao que claramente eu não me recordava de nem mesmo já ter ouvido falar desse nome antes.
Com isso eu então desisti de tentar esclarecer aquilo para mim sozinho, cortando ambos e finalmente voltando minhas perguntas para Ebraín quase que com uma impaciência que não estava se traduzindo muito bem na minha irrequieta compostura.

— "Flor da Meia-Noite? Eu nunca li nada sobre ela."
— "... Hum, seria algo normal de se esperar. A Flor da Meia-Noite foi exterminada pelos Skreas há muitas gerações já, e seus registros foram todos apagados da maioria dos lugares para que as pessoas se esquecessem de que ela existe, assim como todas as lembranças sobre ela reprimidas à força por eles."
— "E porque isso?"
— "Porque graças às diferenças biológicas entre nós e eles, acidentalmente descobrimos há muitos séculos atrás que a Flor da Meia-Noite gerava uma toxina inofensiva para Humanos mas extremamente tóxica para os Skreas. Isso nos trouxe uma enorme vantagem em uma das últimas grandes guerras que foram travadas entre nossas duas raças, e dado isso, após terem nos forçado à subjugação, eles logo proibiram que continuássemos o cultivo e a utilização dessas plantas por todo o mundo... tudo na tentativa de nos tirar quaisquer motivações para uma nova retaliação."
— "Espera, uma planta que poderia gerar uma nova guerra... isso realmente existe!?"
— "Existiu por um tempo antes de você ou até mesmo nós termos nascido, mas hoje em dia é considerada muito rara, senão extinta pela maioria das pessoas que ainda sabem por sorte sobre a sua existência."

Ao que Ebraín disse aquilo, eu então cortei minhas palavras e apenas encarei um dos vários vasos de plantas espalhados pelos seus móveis, começando à me questionar como Gale conseguira também descobrir sobre essa planta assim como encontrar uma delas só para fazer aquele veneno! Ele era apenas 3 anos mais velho do que eu, e ainda sim conseguira superar à todos nós descobrindo algo que nem mesmo eu -que estudei por anos plantas e alquimia- jamais tivera sonhado ser capaz de existir nesse mundo!
Nada daquilo estava batendo muito bem -ou de forma agradável- dentro de mim, ao que um estranho receio pelo verdadeiro impacto de seus planos sobre nós começara a ser alimentado dentro de minha mente inquieta. Tudo, enquanto as palavras sozinhas de Ebraín tornavam também ainda mais perigosa a simples ideia de que Gale havia de algum modo tido uma coisa daquelas em suas mãos esse tempo inteiro sem que ninguém até então soubesse!
Só que antes que eu pudesse continuar preso àqueles pensamentos que estavam me preocupando um pouco mais do que o normal, Ebraín decidiu por prosseguir com sua calma e cuidadosa explicação, roubando de volta minha atenção para ele.

— "O veneno da Flor da Meia-Noite foi desenvolvido à muitos anos pelos Humanos nas montanhas, aonde a flor naturalmente crescia. Só que assim que ela foi banida e seus registros eliminados dos textos que os Skreas tiveram acesso, nunca mais se soube também de uma nova recriação desse veneno com sucesso."
— "Isso porque não havia mais o reagente para fazê-lo?"
— "Sim, bem... isso e porque-..."

Antes porém que Ebraín terminasse de falar aquilo que ele tão reticentemente não parecia querer me dizer, Sal nos cortou (quase como se ela estivesse dispersa do rumo que a conversa tomara), me fazendo uma pergunta que acabou me colocando (provavelmente) na mesma posição na qual eu também colocara Ebraín agora pouco com minhas inconvenientes perguntas.

— "Yura, você por acaso sabe quem foi que produziu esse veneno?"
— "E-eu...? B-bem..."

Eu travei então por um instante, gaguejando entre minhas palavras ao que eu sabia quão arriscado poderia ser usar o nome de Gale sem nenhum cuidado perto dos dois. Ele já não era uma pessoa muito subestimável para eu esperar que Ebraín e Sal recebessem de uma boa forma TODAS as informações que eu tinha sobre esse caso, e nisso também estava envolvido o maior dos meus problemas no momento: contar a história inteira das coisas que aconteceram comigo nos últimos dias para eles dois. Não só isso iria acabar trazendo à tona o fato de que eu estive meio próximo de Gale e da BlackHole desde que ele começou a caçar as Feiticeiras, como também acabaria tendo que trazer à tona a infame existência de Damian.
"Por mais que eu pudesse apreciar agora alguns conselhos quanto ao meu problema com Damian, eu não sei se por outro lado estou muito preparado para as broncas que virão juntas... Talvez seja melhor eu ficar quieto, enquanto as coisas não saíram do meu controle."

Só que enquanto eu estava distraído com o meu pânico sobre abrir todo o jogo ou não, Ebraín então nos interrompeu, não perdendo tempo algum para mudar completamente o rumo que a nossa conversa estava tomando -tanto para o seu quanto para o meu bem.
Com isso ele e Sal voltaram a conversar entre os dois, enquanto eu quietamente ouvia tudo ainda em uma irredutível curiosidade que não me permitia levantar e ir embora o mais rápido possível -ao que eu já notara também que estar no meio daquela conversa enquanto ela se prolongava seria um convite para situações cada vez mais complicadas de se safar.

— "Yura não sabe. Ele me disse que apenas achou as amostras pela rua, dentro do corpo de um Skrea já morto."
— "Um corpo? Então a pessoa que fez esse veneno sabe muito bem para que ele serve."
— "Sim, mas talvez não tão bem quanto deveria saber. Mesmo com uma morte, nenhum Skrea pareceu ainda se movimentar quanto ao ocorrido, mesmo eles possuindo cientistas e laboratórios de sobra para detectar os traços desse veneno se eles realmente quiserem."
— "Isso pode significar talvez que eles não desconfiaram que alguém está usando a Flor da Meia-Noite de novo..."
— "Exato. Por isso talvez não devamos também nos alarmar tanto assim Sal, se não há mais corpos e o reagente está conosco, então quer dizer que a pessoa também pode estar sem mais veneno. Quem quer que tenha conseguido fazer isso não vai ser capaz de repetir o feito uma segunda vez... ou senão já teria tentado."
— "Acho que você está certo, mesmo que seja difícil acreditar que os Skreas realmente reagiram pouco diante de um envenenamento letal com um deles. Nada está nos deixando acreditar que deveríamos nos preocupar realmente. Talvez eles até mesmo já saibam sobre a flor, mas não estão se importando já que sabem que a quase extinção delas hoje em dia tornou inviável para nós qualquer novo grande confronto contra eles envolvendo novamente venenos."

Enquanto eu ouvi Sal e Ebraín se conformando sozinhos com as poucas evidências e deduções que eles reuniram em tão pouco tempo dentro de suas cabeças, eu por outro lado me vi logo perder a paciência, ao que eu me via abandonado -sozinho- dentro da seriedade com a qual apenas eu ainda estava encarando aquele assunto!
Para duas pessoas que se preocupavam muito com a segurança daqueles que não tinham como se proteger dentro de uma nova guerra, eles realmente estavam subestimando tudo o que Gale estava fazendo pelas nossas costas (mesmo que eles não soubessem os detalhes do que realmente aconteceu, ou de quem realmente estava por trás disso tudo)!

"Será que a falta de informações os estão fazendo não levar isso tudo tão à sério quanto eu levei!? Ou será que isso independe, já que eles só estão considerando a reação dos Skreas mesmo!?"
E com isso -preso em uma dúvida que eu não podia resolver sem acabar arriscando me expor- eu então perdi o controle de minha própria voz (e de mim mesmo, no geral), me levantando do sofá e respondendo alto às suas palavras que até então ignoravam minha presença, dada a frustração que eu começara a sentir com a tranquilidade na qual os dois estavam passando à encarar tudo isso!

— "Não!! Se não tomarmos nenhuma atitude isso vai acabar em mais uma guerra civil antes de até mesmo percebermos! Como vocês podem acreditar tão rápido que os Skreas deixariam essa história inteira passar facilmente, já que você mesmo disse que esse veneno foi banido por eles depois de uma enorme guerra!? Eles não subestimam as coisas da mesma forma que vocês estão fazendo agora! É óbvio que eles ainda não descobriram sobre o veneno, assim como também é óbvio que eles vão fechar a cidade novamente, e que nenhum de vocês dois estão sequer-...!"
— "Yura!!"

Ao que eu comecei a perder o controle da minha própria razão, Sal e Ebraín então me chamaram pelo meu nome ao mesmo tempo, ambos em um tom alto de repreensão que me fez segurar dentro de mim o resto de minhas palavras sem sequer arriscar desafiar ainda mais a autoridade dos dois.
Porém mesmo que eu tivesse aceitado me manter calado, isso não diminuía em nada as coisas que eu queria continuar à dizer para eles, impressionado com a tranquilidade que Sal e Ebraín estavam demonstrando agora, mesmo que ambos tenham experienciado uma vida muito mais longa de confrontos com Skreas que eu e Saret sequer fomos ainda capazes de experienciar juntos!
"Não é possível que só eu mesmo esteja levando isso a sério aqui!"
Com isso, Ebraín voltou então à falar comigo -em um tom ainda reprovável, dada a minha indesejada atitude.

— "Yura, não temos prova alguma que reforce que o pior pode acontecer. Nos exaltar agora, antes de todo mundo, vai apenas trazer problemas desnecessários que dão para serem evitados caso fiquemos quietos. Nós precisamos agora apenas aguardar e ver se realmente essa história irá proceder, ou se irá desaparecer pela cidade como se nunca tivesse sequer ocorrido."
— "Não!! Nós nos permitimos aguardar há 4 anos a SevenRoses fazer o que queriam só para ver aonde daria, e o resultado foi uma guerra que destruiu a vida de muita gente ao nosso redor!! Nós precisamos dessa vez agir agora, antes que seja novamente tarde demais para fazermos qualquer coisa!"
— "Yura... Mesmo que você esteja certo sobre tentarmos evitar novas guerras, não dá para ficarmos nos mobilizando sempre que você suspeitar que um novo conflito vá surgir aqui dentro. Tantos problemas diferentes acontecem nessa cidade diariamente, que seria preciso mais do que apenas uma morte não repercutida de um Skrea e o suposto reaparecimento do veneno da Flor da Meia-Noite para nos convencer a colocar metade da Citadela Oeste em estado de alerta."
— "Então vocês realmente vão esperar só para quando for tarde demais!?"
— "Não. Nós vamos esperar para quando estiver claro que esse é realmente um problema que não dá para ser ignorado nem mesmo pelos Skreas. Enquanto eles não responderem à nada disso, não tem porque nós por outro lado gastarmos todos os nossos recursos para respondermos sozinhos a um falso alarme seu. Isso é uma questão de cautela, e não de precisarmos ser convencidos."
— "Gh-...! E... E se vocês dois ao menos saírem daqui por um tempo por segurança!? Para fora da Citadela, caso eles sem aviso fechem-...!"
— "Sabe que não podemos fazer isso, temos responsabilidades com muitas pessoas aqui dentro para podermos livremente ir embora e deixar tantos outros para a sorte, Yura."

Nisso Sal então finalmente se intrometeu na troca de argumentos que eu e Ebraín estávamos tendo um com o outro, complementando a deixa de Ebraín ao que ela finalmente se decidiu por me dizer coisas que ela parecia -de um modo chateado- não querer dizer, mas que já não estava mais conseguindo também guardar apenas para si.

— "Yura, obrigada por você sempre se preocupar tanto assim com nós dois, mas você está se deixando afetar de novo pela morte de Sáshia. O que aconteceu com ela durante a guerra foi uma coisa ruim, mas foi responsabilidade dela e você não pode continuar a se deixar afetar tão profundamente por sua perda da maneira que esteve se deixando afetar até agora. Isso está começando à atrapalhar o seu julgamento muito mais do que você está se permitindo enxergar."
— "...!! I-Isso não tem nada a ver com Sáshia!"
— "Isso tem haver sim meu querido. Você alimenta esse seu medo das guerras desde que ela se foi, e não consegue nem mais esconder isso dentro de você. Mas Yura, guerras não acontecem por qualquer razão, sem darem sinal algum antes... Você precisa parar de se guiar apenas pelos seus medos, e voltar à acreditar um pouco mais no nosso julgamento também. Ou não conseguirá continuar a viver aqui dentro nesse estado de constantes falsos alertas."
— "... I-Isso não está certo Sal! Você estava lá e sabe como as coisas aconteceram sem aviso-...!"
— "Sem aviso realmente, porém até mesmo naquela época houveram sinais. Sinais que acidentalmente ignoramos, e que não vamos mais ignorar caso eles voltem a surgir, já que agora sabemos como eles são. Você precisa entender isso, e parar de considerar tudo como sendo um sinal para uma próxima guerra. Senão acabará deixando um desses sinais verdadeiros passar, só porque está se permitindo distrair com todas as outras coisas que você mesmo está deixando se tornarem grandes demais sem necessidade dentro da sua cabeça."
— "-Tsc...!!"


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