Black Desert escrita por Kallin


Capítulo 54
Sentimento Incógnito




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Andando por entre aquela multidão de pessoas, em meio à uma iluminação atordoante e um barulho imenso vindo do palco, facilmente então eu pude ignorar as vozes que ainda se tornavam distinguíveis em meus ouvidos -imaginando que provavelmente elas estivessem chamando por mim em busca de serviços. As outras garotas já iriam rapidamente atender esses exaltados e impulsivos clientes que me percebiam caminhando em meio à multidão, e por essa razão eu não tinha porque realmente dar atenção à eles -mais do que eu precisava dar para mim mesmo agora.
Minha cabeça só queria se desconectar de toda aquela movimentação, e eu sabia que era uma questão de tempo para eu realmente não me sentir mais ser capaz de forçar um único sorriso sequer para outra pessoa -já que eu definitivamente estava beirando o limite da minha capacidade de fingir ser aquilo que não era.

Foi assim que então eu me dirigi até os fundos da Boate usando passos um pouco mais apressados do que o normal, passando por todas aquelas meninas que corriam entre mim e que pareciam estarem sempre extremamente ocupadas, indo para lá e para cá quase que sem nem se darem conta de seus arredores. Dessa maneira foi que eu pude facilmente andar por ali sem sequer ser percebido ou interrompido, parando em frente à uma das portas dos fundos por um tempo e pensando muito bem se eu deveria entrar ou não ali dentro.
"O camarim está cheio de gente... Nem que eu queira eu conseguiria ter paz ali para descansar a minha cabeça... Talvez seja melhor eu usar um outro lugar para fazer isso."

Decidindo então aquilo sem gastar muito tempo, eu voltei à seguir os meus passos para além daquela área tumultuada, me dirigindo finalmente até o corredor que dava para a única porta dos fundos da Boate -aonde eu sabia que provavelmente não haveria ninguém- e me contentando apenas com a ideia de ficar por ali por enquanto.
Normalmente quase ninguém usava de noite aquela saída dos fundos, e o beco para onde ele dava também era igualmente vazio -tornando aquele um ótimo espaço para se ficar sozinho se você quisesse muito.
Só que ao que eu mal entrei naquele deserto corredor, eu logo parei ao que pude sentir vindo da porta aberta à minha frente a brisa gelada da noite -que cortava por entre os finos tecidos que estavam contornando o meu corpo- me fazendo por um instante ficar por ali mesmo e fechar os meus olhos, deixando que a rara quietude daquele corredor já começasse a limpar os pensamentos da minha cabeça e me permitisse finalmente respirar aliviado -por estar afastado do desagradável movimento lá da frente.

Porém no instante em que eu me permiti relaxar mais ainda, levantando minha mão e puxando meu cabelo um pouco para trás para aproveitar melhor aquela agradável brisa, algo de repente segurou o meu pulso em pleno ar!
Sem ter tempo para sequer pensar, eu pude então sentir uma segunda mão vindo por trás de mim deslizando ao redor da minha cintura e me prendendo aonde eu estava -fazendo me vir à mente no mesmo instante a imagem daquele Skrea viciado-, me instigando à então entrar em um pânico automático!
Tomado pelo desespero, eu rapidamente tentei me soltar daquelas duas mãos desconhecidas me debatendo da maneira que eu podia, só que cada vez mais que eu me esforçava, cada vez mais eu podia senti-las me segurando com ainda mais firmeza! Elas pareciam responder à todos os meus movimentos como se conseguissem sempre superar os meus esforços, e aquilo só me desesperava cada vez mais!

Só que aquilo tudo não se estendeu muito também, ao que a pessoa atrás de mim pareceu perder rápido a paciência comigo me arremessando por fim -ao som de um irritado grunhindo- contra a parede que estava bem do meu lado.
Com o impacto eu me senti atordoar por um instante, precisando fechar os olhos para suportar aquela forte pancada -causada por alguém que não estava decidido à ser muito gentil e nem muito comunicativo!

O tranco que meu corpo recebeu contra aquela parede gelada tomou toda a minha atenção. Só que brevemente aquela impressão acabou se perdendo dentro de mim ao que agora a inesperada sensação de alguém imobilizando minhas duas mãos e segurando meu queixo com firmeza me invadiam, dirigindo meu rosto até sua direção e me fazendo por fim encará-lo contra a minha vontade (mas não muito contra os meus esforços). Foi assim que então eu finalmente pude me dar conta aqueles olhos vermelhos como o sangue me afrontando bem diante de mim -olhos dos quais eu na verdade já estava mais do que acostumado a encarar!
Olhando para aqueles olhos finos que se misturavam por entre as mechas escuras de seu cabelo, eu então me prendi à noção de que a pessoa na minha frente era na verdade ninguém mais do que Damian, automaticamente fazendo minha consciência deixar de se revolver em um estado de pânico -quanto a um possível assédio-, e em troca se revolver em um outro tipo de estado de pânico -quanto à não querer por nada me lembrar que essa pessoa ainda existia.

Porém contrariando o que eu sempre esperava acontecer quando nos encontrávamos assim (o que no caso seria uma calorosa e inflamada discussão), dessa vez Damian pretendeu ficar apenas ali parado, me encarando de um jeito incômodo enquanto sua respiração pesada cortava o ar gelado entre nós dois sem qualquer outra indicação de quais eram realmente as suas intenções.
Eu só podia perceber que ele parecia estar muito irritado, muito irritado mesmo! Ao que dava para ver em seus olhos a dificuldade que ele estava tendo para se manter quieto comigo na sua frente, sem perder muito a razão ou a calma -porém eu não podia dizer o mesmo de suas mãos, que por outro lado me seguravam com muita força quase como se quisessem quebrar meus ossos, ao que pelo visto aquela estava sendo a nova válvula de escape de sua ira.
Foi aí que então por entre sua respiração irregular e alterada, ele finalmente decidiu falar comigo da forma mais áspera que ele podia conseguir falar.

— "Você... Você não presta."

Ao ouvir aquilo meu corpo estranhamente então tremeu por um segundo em reação, não entendendo suas palavras melhor do que podia entender por sua voz que ele estava a um passo de perder o controle -e que eu não tinha nada em mãos dessa vez para me defender-, me colocando assim em um estado aonde eu sequer conseguia falar algo de volta, já que eu não estava me sentindo capaz de raciocinar muito com ele na minha frente perigosamente me segurando daquela maneira.
Só que ao que o som dos passos das meninas no corredor próximo à nos dois se fez muito mais perceptível (graças ao tempo do silêncio que se estendia entre nós dois), Damian então pareceu se tocar de que ele estava em público, e que não poderia continuar à se permitir perder o controle sobre seus atos -ao menos, não com tantas testemunhas por perto.
Assim sendo, ele relutantemente abdicou de sua postura violenta -ainda sem me soltar-, forçando seus ombros e sua respiração à relaxarem ao que seus olhos porém não conseguiam ainda abandonar a ira que ele parecia intensamente sentir correr por dentro dele.

Aos poucos, ele quietamente procurou disfarçar os seus gestos contra mim, tirando-os do alcance da visão alheia ao que chegara seu corpo ainda mais perto do meu. Ele estava usando a nossa proximidade para poder disfarçar a presença de suas ameaças e agressões, de um modo que apenas nós dois pudéssemos perceber o que estava acontecendo ali.
E enquanto ele fazia tudo isso, eu então apenas fiquei ali olhando-o, incomodado pelas estranhas lembranças da sacada que facilmente eram revividas graças ao calor de seu corpo -que naquele instante havia expulsado de mim a noção do frio da noite, dominando por completo as sensações que o meu corpo conseguia sentir através daqueles finos panos- como se nem mesmo a força com a qual ele segurava meus pulsos fosse mais um problema digno de atenção.
"Porque... Porque eu estou de novo me sentindo tão incomodado com isso!?"
Nisso então ao que ele terminara de se acomodar mais uma vez, Damian decidiu voltar à sussurrar novas palavras para mim ao que ele parecia tentar de todos os modos transmitir a mesma crueldade dos seus gestos também em sua voz.

— "Eu já sei que sua raça é a pior coisa que existe nesse mundo, mas você está conseguindo me convencer disso ainda mais só por existir...!"
— "S-só porque eu consegui escapar durante aquela tempesta-...Ghh!?"

Ao que eu tentei respondê-lo de volta (em uma irrefletida tentativa), Damian então segurou ainda mais firme o meu rosto em retaliação!
Ele não parecia ter se irritado com as minhas palavras, mas sim com a minha própria voz. E apenas com isso suas pupilas então logo ficaram ainda mais contraídas, fazendo-o em resposta começar à cerrar os seus dentes como se ele fosse algum tipo de animal selvagem que não pretendia -porém adoraria- pular de uma vez em sua presa.

Estar em suas mãos estava dessa vez me intimidando mais do que eu queria aceitar -justamente porque eu não tinha ideia dessa vez sobre qual era o problema dele-, e com isso eu então deixei a dolorosa pressão sobre meu rosto e meus braços finalmente tomar a melhor, fechando meus olhos em resposta e vedando minha boca para que nem uma resposta e nem um gemido de dor pudessem escapar de dentro de mim mais.
Eu estava cedendo à ele pela primeira vez, ao que a exaustão por lidar com os clientes mais cedo apenas acumulava ainda mais sobre minha dificuldade de descobrir como reverter aquilo tudo.
"Ugh, eu sei que dá para responder ele à altura, mas assim não está dando para sequer pensar-...!"

— "Você..."

Foi nisso -em meio ao meu desespero interno- que então eu pude voltar à ouvir sem aviso sua voz. Só que diferente do que eu esperava, ela dessa vez saiu um tanto mais calma e controlada do que normalmente ela sairia!
Suas mãos aos poucos começaram sozinhas à aliviar aquela terrível pressão sobre mim -e quase como se eu não tivesse que ter me preocupado- ele então também soltara o meu rosto, deixando agora apenas as minhas mãos, presas por entre as dele.
Com isso por instinto eu acabei voltando à abrir os meus olhos -curioso com o que estava acontecendo para ele conseguir voltar à se acalmar sozinho-, e me dando então de cara com uma expressão que até hoje eu nunca tivera visto um Skrea fazer... Uma repreensiva expressão de decepção, e nada mais do que isso.

Minha mente bagunçou um pouco mais naquele instante. Só que -muito para a minha sorte-, foi também com aquele momento de racionalidade que ele então resolveu parar de ser uma incógnita, abrindo um pouco mais o jogo sobre o que estava até agora atormentando-o (e que ele até então parecia não se importar muito de explicar). Assim sendo, ao que se acalmara ele então jogou ao ar secamente um comentário para eu ouvir -totalmente desprovido de sentimentos intensos, mas ainda sim carregado de sentimentos pesados.

— "Eu não acredito que quase acreditei em você..."
— "Sobre o que?"
— "Sobre o que era para ser o óbvio para mim, mas que eu decidi ignorar!"

Admito que sempre me aliviava quando eu conseguia voltar à falar racionalmente com Damian, me sentindo fora daquele furacão de agressividade que às vezes surgia de dentro dele e debatendo nossos problemas sem apelar muito para embates desnecessários. Só que mesmo assim, parecia que ele próprio não estava dessa vez querendo ser claro (da mesma forma que ele sempre fora), continuando à me deixar perdido com as razões por trás de sua raiva contra mim assim como as razões para ele ter aparecido assim aqui na Boate!
"Se isso não tem haver com hoje cedo, então afinal o que ele pode querer de mim!?"

Aquela dúvida sem resposta me deixava cada vez mais e mais ansioso -especialmente porque eu já estava sem paciência alguma para lidar com os assuntos das outras pessoas-, e por isso foi que então sem perceber eu mesmo também comecei à me alterar com aquela atitude indecifrável dele.
Ele não era nada meu, e não tínhamos mais nenhum assunto pendente também! Porém ele continuava à vir atrás de mim para descarregar sua raiva, quase como se ele só quisesse uma vítima qualquer para treinar suas ofensas e descarregar seus temporários sentimentos!
"Estou até mesmo começando à acreditar que ele não está sendo claro, porque na realidade não tem nenhuma explicação mesmo!"
E por isso antes que eu pudesse notar, minha voz então irritadamente acabou escapando de mim (já que eu não ia me preocupar em me conter logo com ele também) por fim conseguindo enfrenta-lo da forma que eu sempre fiz e não me arrependendo disso -ao que eu finalmente formara na minha cabeça algum tipo de razão por trás de suas atitudes, ajustando minha própria mente ao redor disso.

— "Se você está aqui só para ser enigmático, então me solta de uma vez! Eu não vou gratuitamente deixar você me ofender da forma que estiver afim!"
— "Gratuitamente... Então eu preciso pagar também!? Pagar por você que nem aqueles imbecis que ficam se esfregando em vocês como drogados, só porque eles não têm mais honra nenhuma sobrando dentro deles!?"
— "...!?"
— "Você... Você me dá muito nojo!! Sua porcaria de prostituta de luxo!!"

Ao que Damian disse aquilo -finalmente me acusando da forma que ele tanto queria, ao que eu o senti finalmente descarregar tudo que ele desejava descarregar sobre mim-, suas mãos então me soltaram por completo e seu corpo foi para trás -tudo em um breve impulso que traduzia bem seus atuais sentimentos- deixando que eu voltasse à ter não mais do que unicamente a sensação daquela brisa fria passando por entre os panos finos que ainda me cobriam, e fazendo então com que o silencioso clima que se formou entre nós dois finalmente me afetassem de uma maneira estranhamente solitária.
Com isso nossos olhos sem muita intenção se encontraram novamente -dessa vez à distância-, e foi nisso que eu finalmente consegui entender de onde vinha na realidade a imensa desaprovação em seu olhar que até então eu não havia conseguido compreender, me afetando por dentro de uma forma viciosa que eu tentava não permitir me consumir, mas que no fundo já me consumira por inteiro.

Eu me senti mal com suas palavras, e por isso em reação eu só consegui construir dentro de mim uma irritação defensiva -mesmo que eu ainda sim não desse para mostrar isso à ele, ao que minha boca continuava fechada e meus olhos continuassem fixos, encarando-o com a mesma e incógnita seriedade de sempre.
Eu detestava ser julgado como aquilo que eu mais briguei em minha vida para não me tornar, me ofendendo até que fácil demais quando percebo que alguém estivera me enxergando dessa mesma forma que muitos homens já enxergam as Odaliscas da Cidade Baixa -como nada mais do que uma prostituta, que pode ser comprada para saciar os seus desejos sexuais mais doentios.
Uma Odalisca não é originalmente uma prostituta -mesmo que a sociedade dos desertos goste de pensar o contrário-, e essa fama só existe na realidade porque as meninas que precisam trabalhar nessa profissão tiveram que em algum momento aceitar serem tocadas por estranhos já que assim como eu também vieram de uma vida cativa -fosse por donos de escravos, ou por dívidas muito grandes.

E por isso era que eu constantemente insistia com Damian ou com qualquer outra pessoa que fosse, de que eu não era uma "Odalisca". Porque por mais que eu pudesse trabalhar como uma, eu ainda sim não era o que eles achavam que uma Odalisca deveria de ser!
"Mesmo que algumas vezes... não pareça muito..."

Quando eu acidentalmente pensei aquilo a imagem então daquele Skrea pervertido tomou a minha mente, me incentivando a perder muito da força que eu tinha para naturalmente rebater as acusações de Damian e me fazendo por isso encolher dentro do meu próprio desejo de retrucá-lo.
Foi assim que eu então ao invés de reagir às suas palavras (da forma que deveria), acabei sem querer ficando na minha, deixando-o por isso ao que eu sozinho remoía sensações desagradáveis que não precisavam existir se eu não tivesse me descuidado durante o trabalho, e fazendo com que eu não conseguisse nem mais olhar para Damian direito sem conseguir agora me sentir mal comigo mesmo -quase como se eu pressentisse que ele havia também visto o que acontecera entre eu e aquele cliente. Evasivamente encarando-o entre instantes, como se seu olhar secretamente pudesse recriminar uma situação que ele não compreendeu, mas que ainda sim testemunhou.

— "Eu realmente cheguei à pensar que eu estava errado em te acusar de ser 'isso'... Mas, pelo visto eu não estava..."

Foi então que eu pude ouvir sua voz novamente desmotivada romper o nosso incômodo silêncio, me perfurando ainda mais aonde eu estava acidentalmente deixando doer, e fazendo com isso eu perceber algo então em um estalo -ao que ele estava me pressionando para além do limite dos meus remorsos!
Eu tinha minhas questões, mas com isso eu o estava dando acesso livre para me ofender da forma que ele bem entendesse! E com aquela mágoa que eu então percebi estar deixando se formar dentro de mim foi que eu finalmente me lembrei que tinha que reagir à isso de uma vez por todas!
"Não acredito que estou deixando um Skrea dizer todas essas coisas para mim sem realmente fazer nada sobre isso!!"

Abandonando então todos os pensamentos que estavam me acertando muito à fundo, eu voltei a permitir minha raiva tomar o controle de minhas atitudes. E com isso eu então retomei vigorosamente o controle daquela situação que havia escapado de ambas nossas mãos, desviando sua atenção para uma pergunta que a tempos já precisava ter sido feita dentro daquela nossa "conversa" -enquanto permitia minha voz sair por entre um oculto rosnado que quase entregou meu verdadeiro estado de espírito para ele.

— "O que afinal você quer comigo...?!"
— "Hum?"
— "Você não veio aqui só para ficar debatendo o que eu sou ou deixo de ser, e nem eu vou ficar aqui também parado só para te ouvir falar sobre isso. O que afinal você realmente quer comigo?!"

Ao que eu insistidamente repeti aquela minha incisiva pergunta, um afinco então tomou conta da minha voz e eu pude por fim expulsar do melhor modo possível o desassossego que suas palavras me trouxeram -ao que eu finalmente me sentia estar exorcizando totalmente aquele assunto do meio dos meus pensamentos.
Eu não ia permitir ser abatido pelas palavras ou pensamentos de alguém como ele -ao menos não por muito tempo! E ninguém tinha sequer o direito de me acusar do que bem entendessem se eu não quisesse ser acusado!
Foi com isso que então eu avidamente obriguei Damian à mudar também o assunto, fazendo-o sem opção se recompor com novamente a mesma seriedade e o mesmo incomodo pertinente que ele sempre parecia ter quando se sentia desafiado -coisa que estranhamente me tranquilizava, já que aquela sua expressão anterior estava me deixando já muito irrequieto.

— "Sim... Eu tinha vindo aqui porque pretendia propor um acordo para você, Odalisca."
— "Um... acordo?"


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